No último jogo da temporada italiana, o Napoli quebrou a invencibilidade da Juve e voltou a erguer uma taça, após 22 anos de jejum (Getty Images) |
Enfim o Napoli pode pendurar na parede outro pôster ao lado daqueles de 1987 e 1990, quando Maradona ainda reinava em azul, e comemorar outro título. E, mais uma vez, é um trio ofensivo acima da média que faz história e ajuda o time a sair da fila e dar a seus torcedores o gostinho de gritar de novo “É campeão!” Foram 22 anos de muita espera e desilusões. A queda de um ídolo, passagens pela Serie B e até a falência fizeram parte de um roteiro que só teve um final feliz porque um produtor cinematográfico entrou na jogada. Aurelio De Laurentiis é, certamente, um dos grandes responsáveis e protagonistas desse título, que reafirma o Napoli como uma das maiores equipes da Itália.
Desde que tomou as rédeas do clube, em 2004, o mandatário mostrou muita competência para administrar, ao mesmo tempo que chamava os holofotes para exibir sua criação. Como em sua franquia cinematrográfica de maior sucesso, “Manual de Amor”, o time foi se encorpando até se tornar o dono da festa: teve um início modesto, mas surpreendente, e um final coroado com reconhecimento internacional. No caso da série de filmes, a coroação foi a participação dos hollywoodianos Robert De Niro e Monica Belucci na terceira parte, lançada em 2011.
No final feliz do Napoli, tem uma taça que não vinha há 25 anos e a fama conquistada em campos europeus. Os protagonistas foram Walter Mazzarri, Lavezzi, Hamsík e Cavani. Juntos, eles evidenciaram os partenopei em cenário nacional, disputando as primeiras colocações da Serie A, e também internacional, com jogos marcantes na Liga dos Campeões. Na final contra a Juve, eles foram essenciais (Lavezzi sofreu o pênalti que Cavani converteu, para abrir o placar, e Hamsík matou o jogo, fazendo 2 a 0) e provavelmente fizeram a última partida juntos, uma vez que pelo menos um deve sair no mercado do meio do ano.
Capítulo à parte
Com a vitória, o Napoli evitou o que seria a cereja no bolo de Del Piero, que, após 19 anos vestindo bianconero, fez sua última partida pela Juve. Em quase duas décadas, o camisa 10 fez 705 partidas e marcou 290 gols pela Velha Senhora, conquistando seis campeonatos italianos, uma Liga dos Campeões, um Mundial de Clubes, uma Supercopa da Uefa, uma Coppa Italia, quatro Supercopas Italianas, entre outros títulos. Em seu último jogo, fez apresentação regular e foi substituído por Vucinic aos 23 minutos da segunda etapa, saindo aplaudido por juventinos e napolitanos.