Liga dos Campeões

Uma pedreira, literalmente

 Pinzi vibra com o gol de Basta. Mas o tento do sérvio não bastou para a Udinese ficar com a vitória na visita a Portugal (Gazzetta.it)
Antes mesmo de estrear na Serie A, a Udinese abriu sua temporada com uma das partidas mais importantes do ano. O duelo válido pela fase de play-offs da Champions League colocaria a Udinese frente a um time vermelho e branco, curiosamente conhecidos como “arsenalistas”, tal como na última temporada passada. Mas se na última vez o carrasco foi o Arsenal, dessa vez o sorteio foi mais generoso e reservou o Braga para os friulianos. Apesar de mais modesto que o time inglês, o Braga é daqueles times capazes de incomodar muitos adversários. Estreou na Liga Portuguesa empatando com o Benfica fora de casa e fora vice-campeão da Liga europa duas temporadas atrás.
Mesmo jogando na beira da pedreira, em Braga, a Udinese não se intimidou e pressionou o time da casa, dando trabalho ao goleiro Beto. Por outro lado, sofria com algumas investidas do ataque português. Willians fez jus na escolha de Guidolin e deu boa proteção à zaga fechando os espaços dos jogadores do Braga, substituindo Asamoah, vendido para a Juventus, à altura.
A dificuldade de vazar a forte zaga do Braga acabou aos 22 minutos, quando Basta fez, de cabeça, o primeiro gol da Udinese na temporada. Após o gol, o controle do jogo ficou todo sobre o comando dos italianos. Mesmo melhor, a Udinese não conseguia se aproximar do segundo gol. Fabbrini começou bem, na vaga que teoricamente será de Luis Muriel, que ainda está fora de forma, segundo o técnico Guidolin. Porém, o meia-atacante se apagou e o municiamento a Di Natale ficou as custas de Basta e Armero, que chegavam pelas alas.
Logo na volta para o segundo tempo, o jogo mudou: o domínio de jogo da Udinese parece ter ficado no vestiário. Desde o começo do segundo tempo, o Braga se soltou para o jogo e sufocou. Mas Brkic fez valer a aposta que Guidolin fez nele e deixou os torcedores bianconeros sem saudades de Handanovic, negociado com a Inter.  A Udinese quase chegou a ampliar, em um momento fortuito, quando Beto espalmou cabeçada de Fabbrini e ainda defendeu, com dificuldade, chute de Di Natale, no rebote. Mas o Braga estava em cima e, de tanto tentar, os portugueses chegaram ao empate com um lindo gol de Ismaily, que acertou um petardo sem qualquer chance para o camisa um da Udinese.
Melhor no segundo tempo, o Braga foi para o ataque em busca da vitória. Percebendo o risco da virada, Guidolin ajeitou seu time para se defender da melhor maneira e tratou de por a campo o meia Badu, no lugar de Pereyra, no claro intuito de proteger a pequena vantagem. Maicosuel teve sua estreia no jogo, mas pouco pode produzir, limitado a poucos contra-ataques.
No fim das contas, o empate foi um belo resultado para os italianos que entram em campo podendo empatar sem gols no Friuli, na próxima quarta-feira. Seria o retorno dos bianconeri à fase de grupos da Champions League depois de seis anos. E, em vista da aproximação de França e Portugal no ranking de coeficientes da Uefa, um alento para o futebol italiano, que não teria apenas dois representantes no principal torneio da Europa.
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