Serie A

Review da temporada, parte 1

O rebaixamento doeu em Miccoli, do Palermo, e em todos os rosanero (AP)
Neste fim de semana,
com a final da Coppa Italia, vencida pela Lazio, a temporada italiana
se encerrou. Já tem clube se preparando para o próximo ano e o
mercado de técnico e jogadores está esquentando. Porém, antes de
pensar em 2013-14, é bom lembrar do passado. Por isso, trazemos aqui
no Quattro Tratti um review da temporada, no qual faremos uma análise
completa do rendimento de cada uma das equipes da Serie A. Na
primeira parte, falamos sobre as equipe que terminaram a temporada
entre a 20ª e a 11ª colocação. Boa leitura!
Publicado também na Trivela.
Pescara

A campanha: 20ª
colocação, 22 pontos. 6 vitórias, 4 empates e 28 derrotas.
Rebaixado.

Ao final de 2012:
16ª colocação
Fora da Serie A:
Eliminado no quarto turno da Coppa Italia pelo Cagliari
O ataque: 27
gols, o pior
A defesa:
84
gols, a pior
Time-base: Perin
(Pelizzoli); Balzano (Zanon), Capuano, Cosic, Bocchetti (Modesto);
Bjarnasson, Nielsen (Togni), Cascione; Caprari (Quintero), Abbruscato
(Çelik), Weiss.
Os artilheiros:

Mervan Çelik e Vladimír Weiss (4 gols)
Os onipresentes:

Emmanuel Cascione (30 partidas), Mattia Perin (29), Antonio Balzano e
Marco Capuano (ambos com 26)
Os técnicos:

Giovanni Stroppa, até a 13ª rodada; Cristiano Bergodi, da 14ª à
27ª rodada, e Christian Bucchi, da 27ª em diante
O decisivo:
Vladimír
Weiss
A decepção:
Gaetano D’Agostino
A revelação:

Juan Quintero
O sumido:
Milton
Caraglio
Melhor contratação:

Vladimír Weiss
Pior contratação:

Ante Vukusic
Nota da temporada:

2
Poucos times fizeram
tanto para merecer um rebaixamento quanto o Pescara. Os golfinhos
foram o time que menos ganhou, menos empatou e mais perdeu em toda a
Serie A – somando apenas dois pontos no returno –, e ainda
tiveram o pior ataque e a pior defesa – de longe. Com 22 pontos, a
equipe se igualou ao Cesena da última temporada como segunda pior
equipe a passar pelo campeonato em edições de 20 times. Só o
Treviso, em 2006-07, foi pior: somou 21 pontos. O número de
parênteses no time-base mostra a desorganização da equipe, que
trocou de técnico quando não deveria, duas vezes, e acabou
sucumbindo – afinal, de uma “confortável” 16ª posição
na virada do ano, a equipe caiu demais e virou lanterna. 
Uma inesperada troca de
goleiros do time titular também foi estranha. Em certo momento da
temporada, Perin, um dos melhores goleiros do campeonato, foi barrado
e deu lugar a Pelizzoli, que também fez boas partidas – porém,
algo de podre havia nos bastidores. Claramente, faltou um matador no
time, que apostou sobretudo em Caraglio e Vukusic e não colheu
frutos. Outra grande decepção foi D’Agostino, que desde que deixou
a Udinese perdeu seu futebol. Ao menos, a equipe ainda amadureceu
jovens valores, como Perin, Quintero e Weiss, de longe os melhores do
time. Os primeiros, que estavam emprestados, não ficarão, e o
terceiro, principal jogador do time até se lesionar, deve ser bem
vendido.
Siena

A campanha: 19ª
colocação, 30 pontos. 9 vitórias, 9 empates e 20 derrotas.
Rebaixado.
Ao final de 2012:

20ª colocação
Fora da Serie A:

Eliminado nas oitavas de final da Coppa Italia pela Lazio
O ataque:
36
gols, o terceiro pior
A defesa:
57
gols, a segunda pior
Time-base:

Pegolo; Neto (Contini, Terzi), Paci, Felipe; Ângelo, Vergassola,
Bolzoni (Della Rocca), Rubin; Rosina, Sestu; Emeghara (Calaiò).
Os artilheiros:

Innocent Emeghara (7 gols), Alessandro Rosina (5) e Emanuele Calaiò
(4)
Os onipresentes:

Gianluca Pegolo (38 partidas), Felipe (34) e Alessandro Rosina (31)
Os técnicos:

Serse Cosmi, até a 17ª rodada, e Giuseppe Iachini, da 18ª em
diante
O decisivo:
Gianluca
Pegolo
A decepção:

Eduardo
A revelação:

Innocent Emeghara
O sumido:
Nicola
Pozzi
Melhor contratação:

Innocent Emeghara
Pior contratação:

Nicola Pozzi
Nota da temporada:

O lamento de Emeghara, destaque do Siena (Skysports)
Para uma equipe que
iniciou a temporada com 6 pontos de punição, o Siena fez um
campeonato digno. A equipe foi valente e brigou até a reta final da
temporada, mas acabou perdendo o fôlego e caiu. Para um time que
estava certamente entre os mais fracos da temporada, a luta foi
comovemente e os técnicos Cosmi e Iachini merecem os méritos por
terem montado esquemas táticos (o 3-5-2 e depois o 3-4-2-1) que
deixaram a equipe mais competitiva do que o esperado. 
Dois jogadores que
também merecem aplausos são Pegolo, goleiro que, após ótimas
partidas, certamente arranjará um contrato com um time da Serie A na
próxima temporada, e Emeghara, belo achado do time toscano, que
substituiu bem Calaiò, cedido ao Napoli em janeiro, e que também
deve conseguir uma equipe maior. O português Neto também foi um
belo achado, tanto é que acabou vendido ao Zenit em janeiro e, logo
após sua saída, a defesa teve dificuldades de acertar-se. Entre os
que decepcionara,, Zé Eduardo segue fracassando no futebol italiano.
Presente em apenas oito jogos da campanha senese, o ex-santista
marcou apenas um gol (cobrando pênalti) e dificilmente permanecerá
no Belpaese – ainda é ligado ao Genoa, mas deve ser negociado.
Para a disputa da Serie B, Iachini e uma boa quantidade de jogadores
deve permanecer. O Siena será candidato ao retorno imediato à
elite.
Palermo
 
A campanha: 18ª
colocação, 32 pontos. 6 vitórias, 14 empates e 18 derrotas.
Rebaixado.
Ao final de 2012:

18ª colocação
Fora da Serie A:

Eliminado no quarto turno da Coppa Italia pelo Verona
O ataque:
34
gols, o segundo pior
A defesa:
54
gols
Time-base:

Ujkani (Sorrentino); Múñoz, Von Bergen, Donati (Aronica);
Morganella, Arévalo Ríos, Barreto, Kurtic, García; Ilicic, Miccoli
(Dybala).
Os artilheiros:

Josip Ilicic (10 gols), Fabrizio Micoli (8) e Paulo Dybala (3)
Os onipresentes:

Steve Von Bergen (35 partidas), Santiago García e Ezequiel Múñoz
(ambos com 32)
Os técnicos:

Giuseppe Sannino, até a 3ª rodada e a partir da 29ª, Gian Piero
Gasperini, da 3ª à 23ª e na 28ª e 29ª rodadas; e Alberto
Malesani, da 24ª à 26ª rodada.
O decisivo:
Josip
Ilicic
A decepção:
Mauro
Boselli
A revelação:

Paulo Dybala
O sumido:

Mauricio Sperduti
Melhor contratação:

Paulo Dybala
Pior contratação:

Mauricio Sperduti
Nota da temporada:

1
Uma verdadeira bagunça.
Este foi o Palermo do sempre esquentado presidente Maurizio
Zamparini, que tem uma média “respeitável” quando o assunto é
demitir técnicos. Em 11 anos, 35 treinadores passaram pela
tradicional equipe rosa e preta da Sicília. Só nesta temporada, a
equipe teve três comandantes – um deles, Alberto Malesani, durou
só três jogos. Giuseppe Sannino, atual treinador, começou a
temporada e durou só três partidas, até ser substituído por Gian
Piero Gasperini. Sannino voltou ao time, mas não conseguiu salvá-lo:
o estrago já estava feito. Nada além da falta de planejamento
causou a queda do Palermo, que tinha elenco e ótimos jogadores em
todas as posições, de Sorrentino a Von Bergen e Arévalo Ríos,
passando por Miccoli e Ilicic. O suficiente para viver um ano de
tranquilidade na parte de cima da tabela.
A falta de planejamento
se refletiu em um mercado totalmente estranho e muitos jogadores
fracassaram, principalmente por terem sido contratados sem o aval do
técnico que estava dirigindo a equipe no momento. Os casos são
muitos, de Boselli a Faurlín, passando por Sperduti, que era
destaque do Newell’s Old Boys e nem entrou em campo pelo Palermo.
Miccoli, envelhecido e sem ter a melhor das relações com Gasperini,
também não fez um campeonato excepcional e isso acabou pesando.
Ilicic, por sua vez, voltou a jogar bem e sua venda deve alimentar os
cofres palermitanos. Com um trabalho sério na próxima temporada, a
equipe siciliana retornará para a primeira divisão, de onde não
deveria ter saído.
Genoa
A campanha: 17ª
colocação, 38 pontos. 8 vitórias, 14 empates e 16 derrotas.
Ao final de 2012:

19ª colocação
Fora da Serie A:

Eliminado no terceiro turno da Coppa Italia pelo Verona
O ataque:
38
gols, o quinto pior
A defesa:
54
gols
Time-base:
Frey;
Granqvist, Portanova (Manfredini, Canini, Bovo), Moretti; Tózser
(Jankovic), Kucka, Matuzalém (Vargas), Bertolacci, Antonelli;
Immobile, Borriello.
Os artilheiros:

Marco Borriello (12 gols), Ciro Immobile (5), Andrea Bertolacci e
Bosko Jankovic (ambos com 4)
Os onipresentes:

Sébastien Frey (36 partidas) e Andrea Granqvist (35)
Os técnicos:

Luigi De Canio, até a 8ª rodada; Luigi Delneri, da 9ª à 21ª
rodada; e Davide Ballardini, da 22ª em diante
O decisivo:
Marco
Borriello
A decepção:
Juan
Manuel Vargas
A revelação:

Ahmed Said
O sumido:
Marco
Rossi
Melhor contratação:

Marco Borriello
Pior contratação:

Rubén Olivera
Nota da temporada:

Assim como o Palermo, o
Genoa poderia ter vivido um ano muito mais tranquilo, mas se
complicou nas próprias pernas. Os genoanos começaram o campeonato
muito bem, vencendo Cagliari e Lazio e dando um trabalhão para a
Juventus nas quatro primeiras rodadas. Porém, quando o time sofreu
uma virada em casa, contra a Roma, depois de estar vencendo por 2 a
0, o presidente Preziosi achou por bem demitir o técnico De Canio,
que já fazia ótimo trabalho desde a última temporada. De Canio,
reconhecido por fazer bons trabalhos a médio prazo em equipes de
menor expressão, não teve tempo de trabalhar direito e seu
sucessor, Delneri, era mal visto pela torcida. Acumulou sete derrotas
nos primeiros oito jogos e deixou o clube com apenas dois sucessos em
quase três meses.
Borriello salvou o ano dos grifoni (Getty Images)
Após a chegada de
Ballardini, o Genoa melhorou bastante, sobretudo porque Borriello
passou a marcar os gols que não vinha fazendo – foram dele,
inclusive, os gols que sacramentaram a permanência rossoblù. Outro
destaque do time foi o jovem Bertolacci, de 21 anos, que começou a
jogar mais adiantado, como trequartista, e viveu grandes momentos,
com gols, assistências e muita movimentação. Na defesa, Granqvist
foi a única peça inamovível de uma retaguarda que mudou bastante
com a troca de técnicos e o líder do campeonato no quesito
afastadas de bola. Por outro lado, a política atacadista de
contratações do Genoa merece críticas: se o clube acerta e
contrata alguns talentos a cada temporada, a grande rotatividade e as
contratações emergenciais tem atrapalhado o desenvolvimento de uma
base sólida que faça o clube sofrer menos sustos. Afinal, o
rebaixamento bateu na trave por duas temporadas consecutivas. É hora
de abrir o olho.
Torino
A campanha: 16ª
colocação, 39 pontos. 8 vitórias, 16 empates e 14 derrotas.
Ao final de 2012:

13ª colocação
Fora da Serie A:

Eliminado no quarto turno da Coppa Italia pelo Siena
O ataque:
46
gols
A defesa:
55
gols
Time-base:

Gillet; Darmian, Glik, Ogbonna (Rodríguez), D’Ambrosio (Masiello);
Cerci, Gazzi, Vives (Basha, Brighi), Santana; Meggiorini, Bianchi.
Os artilheiros:

Rolando Bianchi (11 gols) e Alessio Cerci (8)
Os onipresentes:

Jean-François Gillet (37 partidas), Alessio Cerci (35) e Alessandro
Gazzi (34)
O técnico:

Gian Piero Ventura
O decisivo:
Alessio
Cerci
A decepção:
Alen
Stevanovic
A revelação:

Abou Diop
O sumido:
Pablo
Cáceres
Melhor contratação:

Alessio Cerci
Pior contratação:

Pablo Cáceres
Nota da temporada:

Se a Itália precisa de
alguma prova de que bons trabalhos merecem receber uma prova de
confiança, um bom exemplo é o Torino. A equipe contratou o técnico
Gian Piero Ventura quando caiu para a Serie B, em 2011, e o manteve na
disputa da elite, mesmo quando o rendimento diminuiu, na reta final
do campeonato. Prestigiado, o experiente Ventura pode construir a
equipe no seu ofensivo 4-4-2, que muitos chamam de 4-2-4, e escolheu
ótimas peças para esta temporada. A principal delas foi Cerci, que
reencontrou o treinador que o descobriu para o lançou de vez para o
futebol, no Pisa da temporada 2007-08. O meia é um dos poucos
wingers de origem no futebol italiano e no time de Ventura foi figura
central, vivendo o auge de sua carreira até o momento. Não à toa,
está na mira de uma pá de clubes italianos e estrangeiros para este
mercado e foi convocado para a seleção italiana.
Brilhante não é um
adjetivo que se possa aplicar ao futebol e à campanha do Toro, mas
não dá para negar que o time foi eficiente. No ano em que retornou
à elite e em que o objetivo máximo era se safar da Serie B, a
equipe cumpriu o seu objetivo sem muitos sustos – inclusive, um
certo relaxamento nos últimos jogos fez o time perder posições.
Para o próximo ano, a equipe já perdeu o matador Bianchi, que saiu
em fim de contrato, mas espera manter Cerci e sonha com voos maiores.
Atalanta
A campanha: 15ª
colocação, 40 pontos. 11 vitórias, 9 empates e 18 derrotas.
Ao final de 2012:

11ª colocação
Fora da Serie A:

Eliminada nas oitavas de final da Coppa Italia pela Roma
O ataque:
39
gols
A defesa:
56
gols, a quarta pior
Time-base:

Consigli; Raimondi, Stendardo, Lucchini (Canini, Manfredini), Brivio
(Peluso, Del Grosso); Giorgi (Schelotto), Cigarini, Biondini
(Carmona), Bonaventura; Moralez, Denis.
Os artilheiros:

Germán Denis (15 gols) e Giacomo Bonaventura (7)
Os onipresentes:

Germán Denis (36 partidas), Giacomo Bonaventura e Andrea Consigli
(ambos com 35)
O técnico:

Stefano Colantuono
O decisivo:
Germán
Denis
A decepção:
Maxi
Moralez
A revelação:

Giuseppe De Luca
O sumido:

Daniele Capelli
Melhor contratação:

Guglielmo Stendardo
Pior contratação:

James Troisi
Nota da temporada:

5,5 
Colantuono tem o mais longo trabalho da Serie A (Goal.com)
Mais uma vez, uma das
equipes com mais baixa folha salarial da Itália fez um campeonato
digno, de acordo com suas condições. Se na última temporada a
Atalanta começou o campeonato à toda, com pontuação de equipe que
brigava pela Liga dos Campeões, dessa vez foi menos brilhante e
jogou o suficiente para nunca correr sérios riscos de rebaixamento.
Grande conhecedor de sua equipe, por ser o técnico com mais tempo de
trabalho em toda a Serie A (em junho, completa três anos de clube),
o técnico Stefano Colantuono tira o melhor de seus comandados e
soube variar o seu típico 4-4-2 quando as coisas apertaram,
experimentando um interessante 4-3-2-1.
Comandada pelo
argentino Denis, o fazedor de gols que a equipe precisa, a Dea ainda
teve a importante participação de Bonaventura, que marcou sete
gols. O meia italiano era tido como promessa anos atrás e, aos 23
anos, vai explodindo – chegou a ser pré-convocado para a Copa das
Confederações por Cesare Prandelli. A equipe ainda contou com uma
boa temporada do goleiro Consigli, além de uma segura dupla de zaga
formada pelos experientes Stendardo e Lucchini. Porém, como nem tudo
são flores, o meia-atacante Moralez ficou devendo em sua segunda
temporada em Bérgamo e teve números pífios: apenas um gol e uma
assistência. Para piorar, no negócio que levou Gabbiadini à
Juventus (o atacante acabou emprestado ao Bologna), a contrapartida
técnica se mostrou ruim. O australiano Troisi não se adaptou e
jogou pouco mais de 200 minutos em toda a temporada.
Sampdoria

A campanha: 14ª
colocação, 42 pontos. 11 vitórias, 10 empates e 17 derrotas.

Ao final de 2012:
15ª colocação
Fora da Serie A:

Eliminada no terceiro turno da Coppa Italia pela Juve Stabia
O ataque:
43
gols
A defesa:
51
gols
Time-base:

Romero; Gastaldello, Palombo (Rossini), Costa; De Silvestri
(Berardi), Obiang, Kristicic (Munari, Maresca), Poli, Estigarribia;
Éder, Icardi.
Os artilheiros:

Mauro Icardi (10 gols), Éder (7) e Maxi López (4)
Os onipresentes:

Pedro Obiang (34 partidas), Marcelo Estigarribia (34) e Daniele
Gastaldello (33)
Os técnicos:

Ciro Ferrara, até a 17ª rodada, e Delio Rossi, da 18ª em diante
O decisivo:
Mauro
Icardi
A decepção:
Simon
Poulsen
A revelação:

Mauro Icardi
O sumido:
Paolo
Castellini
Melhor contratação:

Marcelo Estigarribia
Pior contratação:

Simon Poulsen
Nota da temporada:

5,5
Assim como o Torino, a
Sampdoria voltava da Serie B e tinha como objetivo permanecer na
primeira divisão com tranquilidade. Porém, a diretoria doriana
queria mais logo de cara e trouxe Ciro Ferrara, dono de um ótimo
trabalho com a seleção sub-21 italiana. Ferrara começou muito bem
e, nos cinco primeiros jogos, o time venceu três e empatou dois,
ficando entre os quatro primeiros do torneio. Passou pouco tempo e a
equipe somou sete derrotas consecutivas e despencou na tabela. Até
que, em dérbi contra o Genoa, o grande nome da temporada
blucerchiata surgiu: na 13ª rodada, Icardi entrou em campo e marcou
seu primeiro gol na temporada. Mas nem mesmo a vitória no dérbi
salvou a pele de Ferrara, que acabou caindo quatro rodadas depois. O
tempo mostrou que a demissão foi precipitada, uma vez que o
desempenho de Delio Rossi foi muito semelhante. A Samp era 15ª e
finalizou o campeonato na 14ª posição.
Entre os méritos de
Rossi estão o maior aproveitamento de Icardi, que ganhou espaço em
relação a Maxi López, e a recuperação do futebol de Éder. O
brasileiro chegou a negociar uma saída para o Vasco, mas decidiu
ficar em Gênova e fez seu primeiro grande campeonato na Serie A,
sendo uma pedra no sapato dos defensores, por sua velocidade e
movimentação. Rossi, que deixou o 4-4-2 de Ferrara de lado e usou
um 3-5-2, ainda reintegrou Palombo, autor de um belo campeonato
jogando como líbero. Isso porque, no meio-campo, Obiang evoluiu
muito e virou o dono da posição, apresentando um futebol mais
moderno, aliando forte poder de marcação e qualidade nos passes.
Com um time organizado, a manutenção das peças principais – até
agora, apenas Icardi e Poli devem sair –, e a evolução de jovens
como Obiang, Rossini e Regini e Zaza, que retornam de empréstimo à
Empoli e Ascoli, a Sampdoria tem potencial para fazer um campeonato
melhor em 2013-14.
Bologna
A campanha: 13ª
colocação, 44 pontos. 11 vitórias, 11 empates e 16 derrotas.
Ao final de 2012:

14ª colocação
Fora da Serie A:

Eliminado nas quartas de final da Coppa Italia pela Inter
O ataque:
46
gols
A defesa:
52
gols
Time-base:

Agiardi (Curci); Garics (Motta), Sorensen (Cherubin), Antonsson,
Morleo; Pérez (Krhin, Guarente), Taïder; Kone, Diamanti,
Gabbiadini; Gilardino.
Os artilheiros:

Alberto Gilardino (13 gols), Alessandro Diamanti (7), Manolo
Gabbiadini e Panagiotis Kone (ambos com 6)
Os onipresentes:

Alberto Gilardino (36 partidas), Alessandro Diamanti e Saphir Taïder
(ambos com 34)
O técnico:

Stefano Pioli
O decisivo:
Alberto
Gilardino
A decepção:
Roger
Carvalho
A revelação:

Dejan Stajoanovic
O sumido:
Nico
Pulzetti
Melhor contratação:

Alberto Gilardino
Pior contratação:

Gianluca Curci
Nota da temporada:

5,5 
Chegada de Gilardino acabou com Diamanti-dependência (Ansa)
Em sua segunda
temporada no comando do Bologna, o técnico Stefano Pioli ganhou dois
ótimos reforços para livrar o time da Diamanti-dependência. E deu
certo: o meio-campista da seleção italiana brilhou menos, mas
justamente por ter podido dividir a responsabilidade com Gilardino e
Gabiadini, além de Kone, que fez uma ótima temporada pela equipe do
Renato Dall’Ara. Com colegas mais gabaritados, Diamanti marcou sete
gols e deu sete assistências. Quem agradeceu foi Gilardino, que, aos
30 anos, se recuperou para o futebol depois de duas temporadas ruins
e até voltou a ser convocado para a seleção italiana.
Com o quarteto em boa
fase, a equipe felsinea produziu mais e deu algumas mostras de bom
futebol na temporada, produzindo resultados importantes, como a quase
classificação às semifinais da Coppa Italia e, na Serie A, boas
vitórias contra Napoli, Inter, Roma e Catania. Por outro lado,
Gabbiadini e Gilardino não são de propriedade da equipe e a direção
bolonhesa terá de negociar para mantê-los no time – e, claro,
segurar Diamanti. Entre os aspectos negativos, durante toda a
temporada, a indefinição de quem seria o goleiro titular, diante
das atuações pouco convincentes de Agliardi e Curci acabaram
dificultando o percurso da equipe. Na quarta zaga, Sorensen também
foi muito mal, e Roger Carvalho não agradou. Naldo, que chegou em
janeiro, teve poucas chances, mas pode crescer, caso permaneça no
clube.
Chievo
A campanha: 12ª
colocação, 45 pontos. 12 vitórias, 9 empates e 17 derrotas.
Ao final de 2012:

12ª colocação
Fora da Serie A:

Eliminado no quarto turno da Coppa Italia pela Reggina
O ataque:
37
gols, o quarto pior
A defesa:
52
gols
Time-base:

Puggioni (Sorrentino); Andreolli, Dainelli, Cesar; Sardo (Frey),
Guana, Rigoni, Cofie, Dramé (Jokic); Hetemaj (Paloschi, Pellissier);
Théréau.
Os artilheiros:

Cyril Théréau (11 gols), Alberto Paloschi (7) e Sergio Pellissier
(5)
Os onipresentes:

Cyril Théréau (37 partidas), Dario Dainelli (34) e Luca Rigoni (31)
Os técnicos:

Domenico Di Carlo, até a 6ª rodada; e Eugenio Corini, da 7ª em
diante
O decisivo: 
Cyril
Théréau
A decepção:
Gabriel Hauche
A revelação:

Isaac Cofie
O sumido:

Gabriel Hauche
Melhor contratação:

Isaac Cofie
Pior contratação:

Samir Ujkani
Nota da temporada:

Normalmente, o Chievo é
um dos times mais insossos do Campeonato Italiano. Os veroneses
costumam apresentar um futebol defensivo, burocrático e baseados em
individualidades no ataque, para decidir. Em 2012-13, também foi
assim, com Di Carlo e Corini, que montaram um esquema defensivista,
baseado primeiramente em Pellissier e, depois, em Théréau.
Especificamente com Corini, que dirigiu o time na maior parte do
campeonato, o time clivense jogou num 3-5-2 que era praticamente um
5-3-2, muito fechado. Na frente, Théréau aproveitava lançamentos e
arrancadas para se destacar.
O futebol burocrático,
no entanto, conseguiu fazer com que jogadores do meio-campo e da
defesa se destacassem. Se Théréau se matava no ataque, na ausência
de Pellissier (o salvador da pátria anterior), e tinha a ocasional
companhia de Paloschi, mais atrás o Chievo conseguiu dar espaço ao
jovem volante Cofie, destaque do Sassuolo no ano passado. No Ceo, o
ganês foi destaque, assim como o romeno Stoian, emprestado pela Roma
e com grande futuro pela frente. Jogadores que, como Andreolli, não
continuarão no clube para a próxima temporada.
Cagliari
A campanha: 11ª
colocação, 47 pontos. 12 vitórias, 11 empates e 15 derrotas.
Ao final de 2012:

17ª colocação
Fora da Serie A:

Eliminado nas oitavas de final da Coppa Italia pela Juventus
O ataque:
43
gols
A defesa:
55
gols
Time-base:

Agazzi; Pisano, Astori, Rossettini (Ariaudo), Avelar (Murru);
Nainggolan (Ekdal), Conti, Dessena; Ibarbo (Cossu); Sau, Pinilla
(Nenê, Thiago Ribeiro).
Os artilheiros:

Marco Sau (12 gols), Mauricio Pinilla (7) e Víctor Ibarbo (6)
Os onipresentes:

Michael Agazzi, Radja Nainggolan e Víctor Ibarbo (todos com 34
partidas)
Os técnicos:

Massimo Ficcadenti, até a 6ª rodada, e Ivo Pulga, da 7ª em diante
O decisivo:
Marco
Sau
A decepção:
Andrea
Cossu
A revelação:

Nicola Murru
O sumido:

Sebastian Eriksson
Melhor contratação:

Mauricio Pinilla
Pior contratação:

Federico Casarini
Nota da temporada:

Sau, o guerreiro-mor do Cagliari (Sportsmole)
Heroísmo, trabalhamos.
A temporada na Sardenha foi duríssima, por uma série de motivos.
Primeiro, o Cagliari iniciou a temporada muito mal e, em seis jogos,
não conseguiu uma vitória sequer. A demissão de Ficcadenti e a
indicação da dupla Ivo Pulga-Diego López como sucessores mudou o
jogo: a equipe conseguiu quatro vitórias em cinco jogos e demonstrou
que a temporada seria de superação. Sobretudo por causa da série
de problemas que interditaram o estádio Is Arenas por quase toda a
temporada – quando o time pode jogar lá, na maior parte dos jogos
foi com portões fechados. Mesmo jogando praticamente “fora de
casa”, a equipe fez um campeonato muito bom. Pulga e os
jogadores merecem méritos e o apoio da torcida.
Em campo, o grande
destaque foi Sau, que já havia sido vice-artilheiro da última Serie
B. O jogador, formado no próprio Cagliari, tinha rodado por
empréstimo por diversas equipes, até fazer sucesso no Foggia de
Zeman, em 2010-11, e na Juve Stabia da última temporada. Após 12
gols e ótimas atuações no campeonato, foi pré-convocado por
Prandelli para a Copa das Confederações, assim como os colegas
Agazzi e Astori – desde a década de 70 a equipe sarda não cedia
tantos jogadores para a seleção italiana. E o número pode aumentar
em um futuro breve, afinal, Murru, de 19 anos, teve boas atuações
na lateral esquerda. Outros jogadores que fizeram boa temporada foram
Conti, Nainggolan, Ibarbo e Pinilla. Nesse contexto, Cossu, com
muitos problemas físicos, não fez falta.
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