Roma, após chegada de Rudi Garcia, está embalada para disputar a Serie A com força até o fim. O primeiro “título” já foi conquistado, na vitória no dérbi sobre a Lazio (AFP) |
Em uma rodada com dois jogos muito importantes, como o dérbi de Roma e um quente Milan-Napoli, dá para dizer que a Itália pegou fogo. Não só pelo calor que continua assolando algumas regiões, mas pelo futebol bem jogado, e resultados arrancados a fórceps por algumas equipes. Hoje, a ponta da tabela da Serie A tem, entre os cinco primeiros colocados, cinco times que já eram cotados para brigar pela ponta: Napoli, Roma, Inter, Juventus e Fiorentina, nesta ordem de classificação. Milan e Lazio, pelo pouco que vem jogando, vão ter que batalhar muito para não deixarem o grupo disparar: hoje, os laziali estão distantes 6 pontos da liderança, enquanto o Milan está a 8. Fiquem com o resumo da rodada.
Roma 2-0 Lazio
Normalmente, o dérbi da capital é quente e muito tenso. Desta vez, nesse domingo, a partida foi muito travada, em alguns momentos, e, sobretudo no primeiro tempo, as duas equipes pensaram mais em não sofrer gols do que em atacar. No segundo tempo, a ousada mexida de Rudi Garcia, que colocou Ljajic no lugar de Florenzi, muito mal em campo, mudou o jogo. O sérvio chamou a responsabilidade, passou a atuar nas costas de Konko, e levantou os ânimos na partida. Com a vitória, a Roma derrubou um tabu: desde 2011 não vencia a maior rival. E, líder invicta do campeonato, pela primeira vez desde 1960 conseguiu vencer os quatro primeiros jogos de uma temporada.
Apesar da entrada de Ljajic, a Lazio teve duas chances claras, com uma cabeçada de Ciani, que acertou a trave, e uma outra chance, com Klose. Hernanes, que havia marcado em três dos quatro últimos dérbis, deixou o campo na segunda etapa, após péssima atuação. Em uma jogada de Totti, aos 17 minutos, Balzaretti acertou o travessão e Ciani tirou o gol que Ljajic faria no rebote, mandando a escanteio. Na rápida cobrança, a defesa laziale continuava em afã, e deixou o mesmo Balzaretti livre para marcar, com um sem pulo. Superior após o gol, Totti ainda cavou expulsão de André Dias: o brasileiro, com apenas três minutos em campo, nem merecia o vermelho – no máximo, um amarelo. Já nos acréscimos, após lance de pressão, Ljajic sofreu e converteu o pênalti que deu números finais ao placar. (Nelson Oliveira)
Milan 1-2 Napoli
Há 27 anos, o Napoli não vencia o Milan em San Siro. Consciente de que essa pode ser uma temporada dos sonhos, a equipe do sul da Itália entrou em campo com vontade de detonar o tabu, e em pouco mais de 5 minutos, a equipe teve duas chances claras e marcou um gol, com Britos. A superioridade se viu no restante da partida, em uma boa atuação dos meio-campistas e de Higuaín, muito eficiente em segurar a bola no campo ofensivo e em criar jogadas perigosas. No segundo tempo, aos 8 minutos, uma ação individual dele, contando com falha de Abbiati, foi suficiente para os napolitanos abrirem 2 a 0 e encaminharem a primeira derrota do Milan em casa em 13 partidas.
Pelo lado do Milan, apenas Balotelli foi perigoso e, todas as melhores chances do Diavolo saíram de seus pés – a não ser um pênalti não marcado, de Zúñiga sobre Poli. De resto, Balotelli tentou de todos os jeitos, com chutes de fora da área, mas viu quase todos serem defendidos por Reina ou baterem no travessão. Em um pênalti sofrido por ele seis minutos após o segundo do Napoli, o goleiro espanhol voou, e também evitou o gol, e fez Balotelli errar uma cobrança pela primeira vez como profissional. O italiano não se abalou e continuou tentando, mas Reina estava bem. Nos acréscimos, Balotelli conseguiu, enfim, marcar um gol (um golaço, aliás), mas foi só. O atacante ainda ofendeu o árbitro Luca Banti após o apito final, e foi expulso. Suspenso por três jogos, o jogador aguarda decisão de recurso impetrado pelo Milan. (NO)
Sassuolo 0-7 Inter
Emilia. Neste domingo, o time de Mazzarri conseguiu repetir os feitos de Juventus,
em 1950, e Udinese, em 2011, e construiu a maior goleada de um visitante na Serie A; a maior interista no nacional.
Embalada por Álvarez, novamente o melhor em campo, e Milito, voltando após sete
meses no estaleiro, a equipe afundou novato o Sassuolo, no pior início de campeonato
desde o do Treviso, em 2005-06, colecionando 15 gols contra e nenhum ponto em
quatro jogos. Muito superiores nos 90 minutos, os
comandados de Mazzarri jogaram quando e como quiseram, tendo calma e paciência
para construir o placar, sem fazer grande esforço e sem expor Handanovic – em
outra boa atuação da defesa.
A surra começou aos 7, em cruzamento de Nagatomo, completado por Palacio (seu
50º na Serie A). Aos 23, Juan arrancou pelo centro e lançou Palacio, que
teve seu chute defendido parcialmente por Pomini, quando Taïder foi mais rápido
e ampliou a vantagem. Dez minutos depois, Guarín cruzou para Taïder,
novamente infiltrando, mas Pucino se antecipou e fez contra. Na volta do intervalo, Álvarez
puxou contra-ataque aos 53 minutos e aproveitou novo rebote de Pomini, em outro chute de Palacio.
Milito entrou logo na sequência e de seus pés saíram os outros três gols, para
a festa de Massimo Moratti, que acompanhou o jogo in loco. Aos 63, Álvarez fez o que quis na área neroverde e passou
para Milito fazer o quinto. Aos 75, pivô do camisa 22 e passe para Cambiasso
acertar belo chute colocado de fora da área. Fechando a conta, aos 83, Guarín centrou para o Príncipe marcar uma
doppietta logo em seu retorno aos campos. (Arthur Barcelos)
Juventus 2-1 Hellas Verona
Em jogo duro contra o Verona, em Turim, foram os recém-contratados Tevez e Llorente que resolveram para a Juventus. Após 39 minutos totalmente apáticos da Velha Senhora, que saiu atrás no placar depois de gol de Cacciatore, aos 36, o atacante argentino tratou de acordar seus companheiros com um belo lance. Ele recebeu boa bola em profundidade de Pirlo, ganhou do zagueiro na velocidade e bateu cruzado, superando Rafael. Antes do fim do primeiro tempo, Llorente, que fazia sua primeira partida como titular (por causa do turnover de Conte), marcou seu primeiro gol com a camisa da Juve, aproveitando cruzamento de Vidal.
No segundo tempo, o Verona teve que esquecer o catenaccio e se abrir mais, o que deixou o jogo um pouco melhor. Fraca tecnicamente, porém, a equipe do técnico Mandorlini nada conseguiu produzir e a Juventus levou o jogo até o final no piloto automático. Em uma ou duas oportunidades teve a chance de ampliar, mas não o fez. Destaque para a insatisfação de Pirlo ao ser substituído por Marchisio, aos 20 da etapa final. O veterano parece não ter gostado da decisão e saiu de campo sem cumprimentar Antonio Conte. Com a vitória, a Juve se mantém a dois pontos dos líderes Napoli e Roma. O Verona permanece com seis pontos, na 9ª colocação. (Rodrigo Antonelli)
Balotelli perdeu primeiro pênalti na carreira e o Milan perdeu para o Napoli, líder, em casa após 27 anos (Getty Images) |
Atalanta 0-2 Fiorentina
No encalço da Juventus, também com 10 pontos, vem a Fiorentina, que fecha o grupo de forças do campeonato. A equipe de Montella foi a Bérgamo e, mesmo muito desfalcada (sem Pizarro, Cuadrado e Mario Gomez), mostrou que lutará pelas primeiras posições até o final da temporada. Sem alguns jogadores-chave, o time conseguiu fazer boa partida e conquistou importante vitória contra a Atalanta. Mais uma vez, Montella se mostrou ótimo técnico ao mudar o esquema por causa das ausências. O 4-3-2-1, com Rossi isolado no ataque, e Mati Fernandéz e Wolski no apoio a ele, funcionou bem. O jovem polaco, de 21 anos, fez boa estreia e participou decisivamente do lance do primeiro gol: Borja Valero cruzou, Wolski cabeceou na trave e Fernandéz empurrou para as redes no rebote, aos 41 do primeiro tempo.
Do lado da Atalanta, as mudanças não fizeram tão bem. Colantuono optou por realizar um turnover por conta do jogo da Coppa Italia na semana passada, mas seus comandados não foram bem. A equipe até correu bastante e tentou o gol até o fim, mas faltou técnica. Aos 25 minutos do segundo tempo, Rossi girou bonito dentro da área e fez 2 a 0, matando o jogo. Com apenas três pontos (uma vitória e três derrotas), a Atalanta está à porta da zona de rebaixamento e precisa de mudanças se quiser fazer um campeonato mais tranquilo. (RA)
confronto entre duas equipes históricas e campeãs, mas de realidades diferentes
hoje. Melhor para o Torino, que alcançou a sua segunda vitória na temporada, a sétima colocação na tabela, e ainda quebrou um tabu de 32 anos sem vencer no Renato
Dall’Ara. Para o Bologna, outra decepção: o time tem apenas dois pontos no campeonato e a situação só não é pior
porque o Parma fez menos gols e é o primeiro time na zona de rebaixamento.