Com uma proeza de falta, Pirlo classificou a Juve para as quartas da Liga Europa (Tuttosport)
Melancolicamente, a Itália tem apenas uma equipe viva em todas as competições europeias: a Juventus, que caminha a passos largos para conquistar o tricampeonato nacional e colocar a terceira estrela no peito e que tem boas chances de levantar a Liga Europa. Em termos de coeficiente para vagas na Europa, a coisa é ruim: Portugal, que ainda tem Porto e Benfica vivos, pode ultrapassar a Itália, ao menos na próxima temporada, e deixar o Belpaese com apenas o quinto melhor coeficiente no ranking da Uefa – na prática, as vagas continuam as mesmas (6), e sua distribuição também, mas vale atentar para mais esta queda. Acompanhe a análise das partidas em que italianos estiveram envolvidos: Fiorentina 0-1 Juventus e Napoli 2-2 Porto.
Fiorentina 0-1 Juventus (1-2 no agregado)
Aos 23 minutos do segundo tempo, Llorente dominou a bola e foi atropelado por Gonzalo Rodríguez. O capitão da Fiorentina viu o cartão amarelo novamente e foi expulso de campo. Ele fazia ótima partida, isolando o centroavante da Juventus num jogo à parte. Enquanto Howard Webb conversava com Gonzalo, Pirlo se aproximou de sua zona, na meia-lua. Ajeitou a bola com carinho ao mesmo tempo que o árbitro inglês tentava posicionar a barreira a 9,15 metros da bola. O regista bianconero correu pra bola e refugou. Reclamou, e os outros jogadores da Juve também, que os adversários estavam fora da posição regulamentar. Webb, então, novamente alinhou a barreira. Pirlo, com calma, chegou à bola lentamente e soltou um petardo que invadiu o gol pelo ângulo esquerdo de Neto. Um golaço.
O tento de Pirlo foi simbólico. O primeiro gol do volante pela Juventus em competições internacionais. O gol que deu à Vecchia Signora a vaga nas quartas de final da Liga Europa. Um tento que coroou mais uma boa partida de Tevez. O argentino deu muito trabalho aos zagueiros e meteu o bedelho em todas as jogadas de perigo da Juve. Isla foi outro que teve grande contribuição na vitória; Cáceres e Pogba também. Por outro lado, Asamoah, Chiellini e Vidal… O zagueiro, no primeiro tempo, deu um gol de presente para Ilicic, que não aproveitou; na etapa final, a Fiorentina não aproveitou outro vacilo feio do camisa 3.
Pela Fiorentina, friso novamente a grande partida de Gonzalo Rodríguez até ser expulso – claro. Mario Gómez fez Bonucci e Chiellini suarem demais durante boa parte do jogo até ser substituído por Matri, que nada fez. Certamente o confronto seria diferente se Beppe Rossi tivesse condições de jogo para atuar ao lado do alemão. (Murillo Moret)
Napoli 2-2 Porto (agregado: 2-3)
Resultado dramático para o Napoli. Na semana passada, De Laurentiis exaltou Rafa Benítez por seu trabalho nas competições europeias e mudanças táticas, criticando indiretamente Mazzarri e seu antiquado 3-5-2, que não obteve sucesso além Itália em quatro temporadas. O dirigente, porém, acabou vendo seu time novamente tropeçar na Europa, depois de já ter ficado atrás de Arsenal e Dortmund na fase de grupo da Liga dos Campeões.
Amplamente superior em três-quartos do jogo, o time de Benítez se comportou bem contra o Porto, em má fase na temporada e de treinador novo, abdicando do domínio do jogo, mas controlando-o ao fechar duas linhas de quatro, sem dar espaços na intermediária e chances para o adversário criar perigo. Com a bola, o mesmo time de contragolpe, rápido e envolvente. Nessa tática os napolitanos chegaram a 22 finalizações em quase 70 minutos de jogo, sendo nove em direção gol. Mas gol, o que importava naquele momento, só foi um, aos 21 minutos: Pandev iniciou jogada e lançou Higuaín em profundidade; o argentino limpou o marcador e devolveu para o macedônio finalizar com precisão e abrir o marcador.
Depois de cinco perigosas chances defendidas por Fabiano, em grande noite, e/ou pra fora, bastou um breve cochilo partenopeu para o Porto matar o jogo. Aos 69, três minutos após ter entrado, Ghilas recebeu ótima enfiada de bola de Fernando e igualou o marcador. Aos 72, Defour acertou a trave e o gol da classificação portuguesa veio quatro minutos depois, quando Quaresma fez jogada individual na entrada da área, driblou dois e acertou chutaço de esquerda, no ângulo de Reina, que sequer tinha feito alguma defesa na partida.
Desmotivado pela virada e necessidade de mais três gols, o Napoli não reagiu e levou pouco perigo a partir de então. Fabiano defendeu finalizações de Callejón e Fernández, e só foi superado pela segunda vez aos 91, quando Callejón recebeu na direita e cruzou para o toque de Zapata. Agora, o Napoli se concentra na busca pela vaga na Liga dos Campeões via Serie A. E precisará mesmo de concentração, pois tem tabela complicada nos dez jogos restantes: pega, em ordem alfabética, Fiorentina, Juventus, Inter, Lazio, Parma, Sampdoria, Udinese e Verona. (Arthur Barcelos)