Serie A

Guia da Serie A 2014-15, parte 2

Avisa lá: Roma, de Pjanic e Totti, chega para ser a maior adversária da Juventus ao título (AP)

Após a primeira parte do nosso guia da Serie A, na qual apresentamos dez equipes que disputarão o Italiano nesta temporada, chegamos à parte final da nossa análise, com as equipes restantes. Nessa segunda parte, falaremos das incógnitas que cercam Milan e Napoli, além de uma Roma que tentará voltar a levantar a taça. Na última parte também analisaremos alguns coadjuvantes, como Parma, Torino, Udinese e Verona. Confira a primeira parte do nosso especial aqui e boa leitura!

Milan

Cidade: Milão (Lombardia)
Estádio: San Siro (80.018 lugares)
Fundação: 1899
Apelidos: Rossoneri, Diavolo
Principais rivais: Inter e Juventus
Títulos da Serie A: 18
Na última temporada: 8ª posição

Objetivo: Liga Europa

Brasileiros no elenco: Alex e Gabriel

Técnico: Filippo Inzaghi (estreante)

Destaque: Nigel De Jong

Fique de olho: Hachim Mastour

Principais chegadas: Alex (z, Paris Saint-Germain), Jérémy Ménez (mat, Paris Saint-Germain) e Diego López (g, Real Madrid)

Principais saídas: Mario Balotelli (a, Liverpool), Kaká (mat, São Paulo) e Adel Taarabt (mat, Queens Park Rangers)

Time-base

(4-3-3): Diego López; De Sciglio, Alex, Rami, Armero; Poli, De Jong, Saponara (Montolivo); Ménez, Pazzini, El Shaarawy (Honda).

O Milan treinado por Inzaghi começa a Serie A com um dos elencos mais fracos dos últimos tempos, e com péssimos resultados na pré-temporada. Após o retorno de empréstimo de Taarabt ao Queens Park Rangers, a saída de Kaká e a venda de Balotelli ao Liverpool, a equipe perdeu todas as referências técnicas importantes no elenco. A escalação-base do Milan, ao menos com as peças que tem agora, sugere um time com alguns bons jogadores, mas que prezará pelo jogo coletivo e pela vontade de dar a volta por cima. Inzaghi, de fato, pediu ao grupo que foque no coletivo, depois da saída de Balotelli, um jogador com grande qualidade técnica, mas que pensa muito em si próprio. O foco no coletivo e na vontade de superar obstáculos deverá fazer com que jogadores com este perfil, como De Jong, ganhem moral com o treinador.

Apesar das saídas importantes (além das já citadas, os “gêmeos” Robinho e Emanuelson seriam boas opções para o elenco), o diretor Galliano até fez boas contratações, mas nada que faça a equipe alçar o patamar e ensaiar uma busca pelo título. No gol, o Milan está bem servido, com três goleiros de bom nível (Diego López deverá ser titular, mas Agazzi e o experiente Abbiati são boas sombras), e na defesa também há melhores opções, com os acertos de Alex e Armero. Do meio para frente, a equipe deverá sofrer no início da temporada, já que Montolivo está afastado por lesão, e todos os homens de ataque (Ménez, Pazzini, El Shaarawy, Honda, Saponara e Niang) viveram momentos negativos nos últimos tempos e precisarão superar desconfianças. Em um momento delicado, a inexperiência de Inzaghi como técnico profissional pode pesar, e a fritura de Seedorf já mostrou que mesmo ídolos não contam mais com a paciência de Berlusconi. O ponto positivo para este é estar fora de competições europeias. Voltar para a Liga dos Campeões, a principal delas, é objetivo distante, mas subindo um degrau após o outro, quem sabe o Milan alcance um objetivo além do esperado.

Napoli
Cidade: Nápoles (Campânia)
Estádio: San Paolo (60.240 lugares)
Fundação: 1926
Apelidos: Azzurri, Partenopei
Principais rivais: Verona, Juventus, Inter e Milan
Títulos da Serie A: dois

Na última temporada: 3ª posição
Objetivo: título
Brasileiros no elenco: Rafael, Henrique e Jorginho
Técnico: Rafa Benítez (2ª temporada)
Destaque: Gonzalo Higuaín
Fique de olho: Kalidou Koulibaly
Principais chegadas: Kalidou Koulibaly (z, Genk), Michu (a, Swansea) e Jonathan de Guzmán (m, Villarreal)
Principais saídas: Pepe Reina (g, Bayern Munique), Valon Behrami (v, Hamburg) e Federico Fernández (z, Swansea)

Time-base

(4-2-3-1): Rafael; Zúñiga (Maggio), Albiol, Koulibaly (Britos), Ghoulam (Zúñiga); Inler (Gargano), Jorginho (Dzemaili); Callejón, Hamsík, Mertens; Higuaín

O time do Napoli mudou pouco da última temporada para esta e parecia ter continuado forte o suficiente para brigar pelo scudetto e para fazer uma boa campanha europeia. No entanto, a eliminação na terceira fase preliminar da LC frente ao Athletic Bilbao evidenciou muitos problemas na equipe treinada por Benítez. A defesa, que já tem laterais muito ofensivos e jogadores inseguros no centro, joga muito avançada, e deixa o time muito exposto. Em momentos de pressão ao adversário, isto funciona, mas quando enfrenta equipes de bom contra-ataque e velocidade, o Napoli mostra as mesmas deficiências que enfrentou na última temporada. Ainda há tempo de tentar corrigir isto, com contratações para o setor defensivo.

Se a linha de defesa é frágil, as coisas começam a melhorar a partir dos volantes – os azzurri tem uma boa oferta em termos de meias centrais, que destroem e constroem com personalidade, e se deram ao luxo de deixar Behrami partir. Mais à frente, o poder de fogo está garantido e foi aumentado com a chegada do goleador espanhol Michu, um bom reserva para Higuaín. A torcida segue esperando que o capitãio Hamsík volte a jogar em um nível superior e deixe a apagada temporada anterior como uma pequena mancha na sua ótima carreira. O ponto negativo neste setor é que Insigne tem entrado em rota de colisão com a torcida e, caso não seja negociado ou se resolva com os torcedores, será um foco de problemas ao longo da temporada. Estes pequenos fatores determinarão se o Napoli dará um salto de qualidade e brigará pelo título nesta temporada ou se, novamente, será postulante a vagas em competições europeias.

 

Palermo
Cidade: Palermo (Sicília)
Estádio: Renzo Barbera (36.349 lugares)
Fundação: 1900
Apelidos: Rosanero, Aquile
Principal rival: Catania
Títulos da Serie A: nenhum (melhor desempenho: 5ª colocação)
Na última temporada: campeão da Serie B; promovido

Objetivo: Salvar-se do rebaixamento
Brasileiros no elenco: Emerson Palmieri
Técnico: Giuseppe Iachini (2ª temporada)
Destaque: Édgar Barreto
Fique de olho: Andrea Belotti
Principais reforços: Luca Rigoni (m, Chievo), Sol Bamba (z, Trabzonspor) e Giancarlo González (z, Columbus Crew)
Principais perdas: Abel Hernández (a, Hull City) e Agon Mehmeti (a, Malmö)
Time base (3-5-2): Sorrentino; Múñoz, González, Bamba; Morganella, Bolzoni, Rigoni, Barreto, Pisano; Vázquez, Dybala.

Campeão da Serie B, o tradicional Palermo volta à elite com boas chances de permanecer na elite. Rebaixado há dois anos mesmo com um bom elenco, por causa de muita instabilidade nos bastidores e falta de uma filosofia de jogo, os rosanero tem em seu presidente um perfeito representante do complexo de “médico e monstro”. Maurizio Zamparini, magnata que comanda a equipe desde 2002, ao mesmo passo que gasta boa parte do seu dinheiro para investir em bons elencos, enjoa rapidamente do planejamento (?) e demite treinadores a atacado, contratando muitas vezes técnicos de estilos completamente diferentes, que mal utilizam algumas das peças pedidas pelo seu antecessor. Por isso, é bom lembrar que Iachini, apesar de ter conduzido o time de volta à Serie A, já começa a temporada pressionado pela vexatória eliminação em casa na Coppa Italia para o Modena, que aplicou sonoro 3 a 0.

Nesta janela de transferências, o Palermo perdeu seu principal jogador, Abel Hernández, que foi negociado com o Hull, da Inglaterra. Porém, o time róseo tem bom grupo: manteve a base campeã da segundona, que tem nomes como Dybala, Vázquez, Barreto e Sorrentino, e fez boas contratações, de gente que foi bem no Mundial, como os zagueiros Bamba (Costa do Marfim) e González (Costa Rica), e outros nomes promissores, como Cochev, Quaison e o brasileiro Emerson Palmieri. Com a saída de Hernández, falta um nome experiente para o ataque, para que os mais novos, como o bom Bellotti e mesmo Dybala e Vázquez, não se sintam tão pressionados. Com um elenco preparado, o time pode encaixar, e o Palermo pode fazer um campeonato bastante tranquilo.

Parma
Cidade: Parma (Emília-Romanha)
Estádio: Ennio Tardini (23.486 lugares)
Fundação: 1913
Apelidos: Gialloblù, Crociati e Ducali
Principais rivais: Bologna e Reggiana
Títulos da Serie A: nenhum (melhor desempenho: 2ª posição)
Na última temporada: 6ª posição
Objetivo: Liga Europa
Brasileiros no elenco: Felipe, Lucas Souza e Amauri
Técnico: Roberto Donadoni (4ª temporada)
Destaque: Antonio Cassano
Fique de olho: Stefan Ristovski
Principais chegadas: Ishak Belfodil (a, Inter), Francesco Lodi (m, Catania) e Andrea Costa (z, Sampdoria)
Principais saídas:  Marco Parolo (m, Lazio), Walter Gargano (v, Napoli) e Cristian Molinaro (le, Torino)

Time-base (4-3-3): Mirante; Cassani, Paletta, Lucarelli, Gobbi; Acquah, Lodi, Galloppa; Biabiany, Cassano, Belfodil (Amauri).

A última temporada terminou com um gosto amargo para o Parma, que se classificou para a Liga Europa dentro de campo, mas perdeu a vaga na Justiça, porque não estava em dia com o recolhimento de taxas por vários de seus jogadores que haviam sido emprestados para seus clubes-satélites. Talvez por isso, o clube esteja mais tímido no mercado e esteja aproveitando vários dos jogadores que retornaram – ao todo, onze atletas que estavam emprestados hoje compõem o elenco principal da equipe crociata. Econômico e útil, apesar de o nível do elenco ter caído um pouco em relação à última temporada, se considerarmos todas as opções. Porém, como joga apenas Serie A e Coppa Italia, o Parma tem um elenco bastante numeroso e isso pode não atrapalhar.

Afina, o time titular continua sólido e foi fortalecido com a contratação de Lodi, que substituirá em alto nível à saída de Parolo, negociado com a Lazio. Se o antigo jogador parmense era bom nos chutes de fora da área com a bola rolando, o novo regista da equipe é especialista em bolas paradas. Dessa forma, a equipe, que já balançava muito as redes em bolas alçadas à área, graças à boa presença de Lucarelli, Paletta e de Amauri, deverá levar mais perigo aos adversários neste quesito. Cassano segue sendo o destaque do time e, mais uma vez, deve ser escalado como falso 9, abrindo espaços para as incursões de Belfodil (que busca colocar a carreira novamente em um crescendo) e de Biabiany (cortejado por alguns times, ainda pode ser negociado). Donadoni, em seu quarto ano à frente do Parma, de novo vai variar a montagem do time entre os esquemas táticos 3-5-2 e 4-3-3, mas iniciando pela segunda. Continuidade que dá certo e que deve manter o Parma na parte de cima da tabela por mais um ano.

Roma
Cidade: Roma (Lácio)
Estádio: Olímpico de Roma (72.481 lugares)
Fundação: 1927
Apelidos: Giallorossi, Lupi, A Maggica
Principais rivais: Lazio e Juventus
Títulos da Serie A: três
Na última temporada: 2ª posição
Objetivo: Título

Brasileiros no elenco: Leandro Castán e Maicon
Técnico: Rudi Garcia (2ª temporada)
Destaque: Francesco Totti
Fique de olho: Antonio Sanabria
Principais chegadas: Ashley Cole (le, Chelsea), Juan Iturbe (mat, Verona) e Konstantinos Manolas (z, Olympiacos)
Principais saídas: Medhi Benatia (z, Bayern Munique), Dodô (le, Inter) e Rodrigo Taddei (m, Perugia)
Time-base (4-3-3): De Sanctis; Maicon, Manolas, Leandro Castán (Astori), Cole; Pjanic (Nainggolan, Florenzi), De Rossi, Strootman; Iturbe, Totti (Destro), Gervinho.

Após uma grande temporada, a Roma começa 2014-15 como a grande antagonista da Juventus e tem boas chances de voltar a conquistar o scudetto, algo que não acontece desde 2001. O time teve a saída de apenas dois titulares e fez contratações de bom nível, pensando em concorrer em duas frentes – a nacional e a continental. A grande dúvida da temporada romanista será ver como a defesa, uma das menos vazadas da Europa no ano passado, reagirá à saída do excelente Benatia, melhor zagueiro do campeonato terminado em maio. O clube respondeu bem com a contratação de Manolas, destaque da Grécia no Mundial, mas o marroquino era importante demais, e o grego terá de se adaptar rápido para suprir sua saída. Ao menos, a defesa manteve Castán e a chegada de Astori aumenta o nível geral do setor.

Em termos de contratações, as chegadas de Cole, Emanuelson e Keita adicionam experiência a uma equipe jovem, o que torna o time mais competitivo, tanto em solo nacional, onde terá duros concorrentes, quanto na Liga dos Campeões. Por outro lado, as laterais tem muitos jogadores com idade já avançada, e uma opção mais jovem seria interessante para equilibrar forças. Do meio para frente, a Roma tem um timaço, com alguns dos jogadores vivendo as melhores fases de suas carreiras, como Pjanic, Nainggolan, Strootman, Gervinho e o neo-contratado Iturbe. Some-se a isso um De Rossi combativo como nunca e um Totti que vê o tempo passar e, inteligentemente, adapta o seu jogo ao passar dos anos, mantendo a altíssima qualidade. A Roma também tem boas chances de fazer boa campanha em competições europeias, mesmo tendo caído em um grupo complicado na LC, com Bayern Munique, Manchester City e CSKA Moscou. Caso não supere esta fase e fique em terceiro, será uma das favoritas ao título da Liga Europa. Em sua segunda temporada à frente da Roma, Rudi Garcia pode colocar de vez seu nome na história do clube.

 

Sampdoria
Cidade: Gênova (Ligúria)
Estádio: Marassi (36.703 lugares)
Fundação: 1946
Apelidos: Blucerchiati, Doria, Samp
Principal rival: Genoa
Títulos da Serie A: um

Na última temporada: 12ª posição
Objetivo: meio da tabela
Brasileiros no elenco: Júnior Costa e Éder
Técnico: Sinisa Mihajlovic (2ª temporada)
Destaque: Manolo Gabbiadini
Fique de olho: Michele Fornasier
Principais chegadas:  Fabrizio Cacciatore (ld, Verona), Gonzalo Bergessio (a, Catania) e Emiliano Viviano (g, Palermo)
Principais saídas: Shkodran Mustafi (z, Valencia), Maxi López (a, Chievo) e Renan (v, Al Nasr)
Time-base (4-3-3): Viviano; De Silvestri, Fornasier, Gastaldello, Regini; Soriano (Marchionni), Krsticic (Obiang), Palombo; Gabbiadini, Bergessio, Éder.

Durante seus melhores momentos, a Sampdoria esteve ao lado da família Garrone. No scudetto, patrocinavam o clube e, desde 2002, eram os donos da sociedade. Porém, neste ano, o produtor cinematográfico Massimo Ferrero, adquiriu a equipe gratuitamente, assumindo todas as suas dívidas. Romano de nascimento e romanista de coração, o novo presidente manteve Mihajlovic, identificado seja com a Samp seja com a Lazio, como o treinador, e fez um boa escolha. O sérvio faz bom trabalho, e tira o que pode de uma equipe razoável com elenco bem nivelado em todos os setores e sem grandes estrelas. Não à toa, Éder, artilheiro da equipe no ano passado, segue como principal destaque do time.

A Sampdoria terá a cara de seu treinador: entra forte e não deixa de disputar qualquer dividida como se fosse o último prato de comida, mas também tem a qualidade necessária para fazer belas jogadas. Porém, ao mesmo tempo que deverá ser um adversário duro, não deve fazer feio nem brigar por nada sério no campeonato. O elenco, quase igual ao do certame anterior, ganha pouco com Bergessio no ataque, mas muito com a contratação de Viviano para o lugar do apenas regular Júnior Costa. O goleiro italiano, que curiosamente usará a camisa número 2, busca recolocar a carreira nos trilhos, após uma lesão séria e uma temporada como reserva no Arsenal, e encontrará na Samp um bom lugar para isso. Em termos de goleiro, espanta o fato de que Romero, vice-campeão mundial com a argentina, não seja nem levado em consideração. O jogador não está no site da equipe nem foi negociado ainda.

 

Sassuolo
Cidade: Sassuolo (Emília-Romanha)
Estádio: Città del Tricolore (20.084 lugares)
Fundação: 1920
Apelidos: Neroverdi, Sasòl
Principal rival: Modena
Títulos da Serie A: nenhum (melhor colocação: 17ª posição)

Na última temporada: 17ª posição
Objetivo: salvar-se do rebaixamento
Brasileiros no elenco: nenhum
Técnico: Eusebio Di Francesco (3ª temporada)
Destaque: Domenico Berardi
Fique de olho: ninguém
Principais chegadas: Jasmin Kurtic (mat, Torino), Federico Peluso (le, Juventus) e Sime Vrsaljko (ld, Genoa)
Principais saídas:  Luca Marrone (v, Juventus) e Aleandro Rosi (ld, Genoa)

Time-base (4-3-3): Pegolo; Vrsaljko, Terranova, Cannavaro (Antei), Peluso; Biondini, Magnanelli, Chibsah (Kurtic, Brighi); Berardi, Zaza (Floro Flores), Sansone.

Em sua segunda participação na elite do futebol italiano, o Sassuolo entra com o mesmo objetivo: permanecer na primeira divisão. A equipe emiliana se mexeu pouco no mercado, tanto em entradas quanto em saídas, reservando-se a operações relativas a fins de empréstimo e outras poucas negociações. Com poucas saídas a lamentar, os neroverdi ganharam mais experiência e estão mais fortes, uma vez que Vrsaljko pode ser um dos melhores laterais direitos do campeonato e Peluso, do outro lado, costuma render bem com liberdade para atacar. A defesa, mais arrumada, conta com o retorno de Terranova, que passou 2013-14 quase todo fora dos campos, lesionado.

Apesar de ser um time pequeno e rondar pelas partes baixas da tabela, o Sassuolo tem um dos ataques mais interessantes da Serie A, que já provocou estragos na última temporada. Berardi é uma das principais estrelas jovens do país e mostrou o seu talento na última temporada, enquanto Sansone é uma espécie de gêmeo seu. Os dois são rápidos pelos flancos, finalizadores de qualidade e crescem em jogos grandes. No comando do ataque, Zaza tem verve goleadora, e está bem respaldado por Floccari e Floro Flores – todos os citados, com exceção de Sansone, já marcaram mais de 10 gols em pelo menos uma edição da Serie A, algo importantíssimo para times que buscam escapar da segundona. Somando-se a eles temos o esloveno Kurtic, que chega após ir bem no período em que esteve no Torino, e é uma boa adição ao setor. Bem montada por Di Francesco, que segue no cargo depois de garantir a permanência, o Sassuolo vai tentar conseguir mais um milagre. E, creiam, desta vez ele está mais próximo. Além disso, não será surpresa se os emilianos conseguirem uma boa colocação nesta temporada.

Torino

Cidade: Turim (Piemonte)
Estádio: Olimpico di Torino (28.140 lugares)
Fundação: 1906
Apelidos: Toro, Granata
Principais rivais: Juventus, Sampdoria, Roma
Títulos da Serie A: sete
Na última temporada: 7ª posição
Objetivo: Liga Europa
Brasileiros no elenco: Barreto
Técnico: Gian Piero Ventura (4ª temporada)
Destaque: Alessio Cerci
Fique de olho: Gastón Silva
Principais chegadas: Fabio Quagliarella (a, Juventus), Antonio Nocerino (m, Milan) e Cristian Molinaro (le, Parma)
Principais saídas: Ciro Immobile (a, Borussia Dortmund),  Jasmin Kurtic (mat, Sassuolo) e  Riccardo Meggiorini (a, Chievo)
Time-base (3-5-2): Padelli; Bovo, Glik, Moretti; Darmian, Nocerino, Vives (Farnerud), El Kaddouri Molinaro (Sánchez Miño); Cerci, Quagliarella.

Uma das sensações do último campeonato, o Torino busca repetir o feito e, por mais um ano, ficar longe da zona de rebaixamento, algo que atormentou sua grande torcida no final do século passado e início deste. De volta a uma competição europeia após 20 anos, a equipe vai com o técnico Ventura para sua quarta temporada, e o comandante aposta em uma fórmula similar a que rendeu frutos nos últimos anos e culminou na 7ª posição da temporada passada: jogo ofensivo, pelas pontas, com alas espetados e um meio-campo sólido, que segura as pontas para que dois atacantes rápidos e com bom poder de finalização brilhem na frente. Desta vez, porém, o Torino não contará com Immobile, artilheiro da última Serie A, com 22 gols.

Com a venda do artilheiro, o Toro foi ao mercado e, em geral, contratou reforços baratos e fez boas apostas. Como são apostas, resta saber se elas vingarão, e em que patamar. No estágio atual, a impressão é de que o Torino pode até repetir uma boa temporada, mas que ocupar o meio da tabela, sem muito brilho, também é possível – especialmente porque a equipe terá de se dividir com compromissos da Liga Europa. Muito do futuro dos granata nesta temporada dependerá do rendimento de Quagliarella, que volta ao clube em que foi formado para substituir Immobile. O novo contratado tem características diferentes, mas pode voltar a marcar muitos gols, como não faz desde os tempos de Sampdoria, Udinese e Napoli, quando jogava mais próximo do gol. O outro a ser resolvido tem a ver com Cerci, grande nome do time. O jogador da seleção italiana tem mercado, pediu para ser negociado, mas ainda está em Turim. A tendência, a não ser que apareça uma proposta irrecusável, é a de que ele permaneça, até porque o diretor Petrachi teria pouco tempo para contratar um substituto de nível. Se Cerci sair, a responsabilidade aumenta para Quagliarella, Darmian e El Kaddouri, principais nomes do time ao lado do ponta.

Udinese
Cidade: Údine (Friuli)
Estádio: Friuli (41.652 lugares)
Fundação: 1896
Apelidos: Bianconeri e Zebrette
Principais rivais: Venezia
 e Triestina
Títulos da Serie A: nenhum (melhor colocação: vice-campeã)

Na última temporada: 13ª posição
Objetivo: Meio da tabela
Brasileiros no elenco: Allan, Naldo, Danilo, Gabriel Silva, Jadson, Lucas Evangelista e Guilherme

Técnico: Andrea Stramaccioni (estreante)
Destaque: Antonio Di Natale
Fique de olho: Melker Hallberg
Principais chegadas: Guilherme (v, Corinthians), Panagiotis Kone (m, Bologna) e  Cyril Théréau (a, Chievo)
Principais saídas: Dusan Basta (ld, Lazio), Roberto Pereyra (mat, Juventus) e Andrea Lazzari (m, Fiorentina)

Time-base (3-4-1-2): Scuffet; Heurtaux, Danilo, Domizzi; Widmer (Piris), Allan, Guilherme (Pinzi), Gabriel Silva; Kone (Bruno Fernandes); Muriel (Théréau), Di Natale.

O final da última temporada parecia um fim de festa terrível para a Udinese. Di Natale anunciava aposentadoria e Guidolin se despedia da equipe para virar supervisor dos clubes da família Pozzo, que controla, além da Udinese, Watford e Granada. No entanto, ao passo que Totò desistiu de pendurar as chuteiras para continuar fazendo um saco de golaços, os bianconeri fizeram uma boa contratação para substituir Guidolin, levando o promissor Stramaccioni ao Friuli – a tiracolo, o ex-jogador Stankovic chega como auxiliar. Mantendo uma filosofia de jogo similar à do antigo treinador, Strama (um estudioso do futebol) vê a sua equipe com boas opções em todos os setores, especialmente no ataque. O suficiente para fazer um campeonato sem sustos e, com o amadurecimento da equipe, superar times mais fortes e até sonhar em conquistar uma vaga na Liga Europa.

Stramaccioni não poderá reclamar de ter jogadores para utilizar. Na verdade, o problema da Udinese é exatamente o oposto: em algumas posições há até exagero de alternativas. Por exemplo, a equipe tem cinco goleiros de bom nível (Scuffet, Brkic, Kelava, Karnezis e Benussi) e precisa negociar três deles em quatro dias. Fazendo dos clubes empresas lucrativas, os Pozzo estão exagerando em contratações e isso pode até atrapalhar o projeto técnico da equipe, uma vez que é complicado administrar elencos grandes e cheio de jogadores inativos e insatisfeitos. Resolvendo este problema, a Udinese poderá praticar um futebol interessante, baseado em jogadas pelos flancos e boa qualidade de seus atletas próximos à meta adversária. Nos últimos dois anos, os friulanos tinham ficado mais pragmáticos e, desta vez, poderão voltar a praticar um futebol mais ofensivo e sem amarras. A promessa é de bom futebol.

 

Verona

Cidade: Verona (Vêneto)

Estádio: Stadio Marc’Antonio Bentegodi (38.402 lugares)

Fundação: 1903

Apelidos: Mastini, Scaligeri, Butei

Principais rivais: Vicenza, Brescia e Napoli

Títulos da Serie A: um

Na última temporada: 10ª posição

Objetivo: salvar-se do rebaixamento

Brasileiros no elenco: Rafael, Rafael Marques, Gustavo Campanharo e Nenê

Técnico: Andrea Mandorlini (5ª temporada)

Destaque: Luca Toni

Fique de olho: Mattia Valoti

Principais chegadas: Lazaros Christodoulopoulos (mat, Bologna), Rafa Márquez (z, León) e Panagiotis Tachtsidis (m, Genoa)

Principais saídas: Juan Iturbe (mat, Roma), Rômulo (m, Juventus) e Fabrizio Cacciatore (ld, Sampdoria)

Time-base (4-3-3): Rafael; Martic, Rafa Márquez, Moras, Luna; Obbadi, Tachtsidis, Hallfredsson; Christodoulopoulos, Toni, Juanito Gómez.

Na última temporada, o Verona surpreendeu a todos ao voltar à elite após 10 anos de ausência e brigar por uma vaga na Liga Europa. Desta vez, porém, os objetivos da turma scaligera serão mais modestos e próximos da realidade da equipe. O Hellas, com pouco dinheiro, teve de se desfazer de dois de seus principais jogadores, Iturbe e Rômulo, e ainda ficou desfalcado em vários outros setores. Isso porque jogadores que vinham jogando ou boas peças de reposição ou estavam emprestados e voltaram a seus clubes de origem ou receberam propostas melhores de equipes pequenas.

Para não perder força, a equipe foi ao mercado e trouxe vários jogadores de centros menores, e fez apostas em alguns nomes experientes, como Rafa Márquez, que deve ser titular e um dos principais jogadores dos butei na campanha 2014-15. Os veroneses também foram atrás de jogadores que estavam em equipes de mesmo patamar ou se destacando em times mais embaixo na tabela, casos da dupla grega Tachtsidis e Christodoulopoulos, que chegam para substituir, respectivamente, Rômulo e Iturbe. A qualidade de ambos é seguramente inferior, e o veterano Toni, com mais um ano nas costas, terá de se desdobrar para marcar tantos gols quanto fez na última temporada (20). Por esses motivos, os gialloblù são uma das incógnitas da temporada. Claro, o Verona pode se safar de um eventual retorno à segunda divisão, porque é uma equipe brigadora e de jogo muito compacto e coletivo, mas não será fácil. Tudo pode ficar mais tranquilo se os reforços assimilarwm rapidamente a filosofia de Mandrolini, que está há quatro anos no Vêneto e vai se consolidando com um dos principais treinadores de sua história.

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