Icardi, mesmo com cãibras, decidiu o jogo para uma Inter horrorosa (Ansa)
Se alguém tinha dúvida de que a Itália estava começando, de fato, a levar a Liga Europa a sério, está difícil sustentar os argumentos. Nunca, em uma única rodada de competição europeia, a Itália havia conseguido quatro vitórias em quatro jogos. Mais: em oito jogos pela fase de grupos da atual edição do torneio, as equipes do país venceram sete deles – o único resultado diferente foi o empate do Torino por 0 a 0 na casa do Club Brugge, mais forte adversário de seu grupo.
Portanto, Fiorentina, Inter, Napoli e o próprio Toro estão invictos na competição e, apesar de apenas duas rodadas terem sido disputadas, têm boas chances de avançar aos mata-matas. Um dos motivos de as equipes italianas levarem a competição mais a sério é que, agora, ela dá vaga na Liga dos Campeões, e como a Serie A só reserva três vagas, é mais uma forma de alcançar voos maiores. Acompanhe o resumo da rodada, na qual napolitanos e florentinos venceram com facilidade, enquanto milaneses e turinenses tiverem de suar.
Inter 2-0 Qarabag
Sem Kovacic em campo, a Inter é capaz de jogar um futebol de fazer os olhos daqueles que conseguem ficar acordados sangrarem. O meia croata é capaz de dinamizar as linhas do meio-campo nerazzurro, algo que Guarín e Hernanes – muito menos M’Vila e Kuzmanovic – não fazem com a mesma maestria. Isolado no ataque, Icardi recebeu poucas bolas e, numa bola espirrada pela defesa, D’Ambrosio abriu o placar, contando com desvio na defesa para encobrir o goleiro Sehic. Antes e após o gol, o goleiro bósnio do time do Azerbaijão pouco trabalhou. Na verdade, com algumas trapalhadas da defesa interista e algus contra-ataques, foi o Qarabag que ficou mais próximo do empate.
Na segunda etapa, a Inter continuou jogando mal e sem agredir. Mostrando pouquíssimo diante de um adversário de nível técnico tão inferior. Vaias começaram a surgir das arquibancadas, e com muita justiça. Mazzarri está sendo cobrado por não conseguir fazer o time jogar bem na maior parte dos jogos – espasmos acontecem, como o 7 a 0 contra o Sassuolo, quando Kovacic, Icardi, Guarín e Osvaldo brilharam. Para piorar, Mazzarri levou à Inter preparadores físicos conhecidos por evitar lesões e fazer com que o time rendesse bem por um ano inteiro. Como explicar que quatro jogadores tenham sentido cãibras no nono jogo da temporada? Ainda estamos em outubro e é difícil saber se a Inter chegará inteira (e com seu treinador) até junho de 2015. Por enquanto, gols como o de Icardi, que matou a partida mesmo sem pernas, vão levando o time à frente. (Nelson Oliveira)
Slovan Bratislava 0-2 Napoli
Nascido a 200 km de Bratislava, Marek Hamsík se profissionalizou no Slovan, clube que deixou em 2004 para brilhar na Itália. Primeiro pelo Brescia e, desde 2007, no Napoli. Reencontrar a torcida do clube que o projetou para o futebol mundial e ainda se tornar o azzurro com mais partidas europeias colocavam o protagonismo no dono da camisa 17 e, com Higuaín no banco, isso apenas aumentaria. Apesar de conhecer o ambiente, jogar no Pasienky não foi fácil, pois os donos da casa atraíram grande e barulhenta torcida, que apoiou durante os 90 minutos. Talvez este seja o motivo do início tão lento dos partenopei, que demoraram 18 minutos para chegar ao gol eslovaco. Assim que arriscaram a primeira vez, os italianos passaram a dominar a partida, mas, com time misto, não conseguiram impor um ritmo muito intenso.
Mesmo não realizando uma jornada brilhante, Hams’k foi o principal condutor do Napoli na Eslováquia. Foi dele o gol que abriu o placar. Após lançamento do campo de defesa, executado por Koulibaly, o meia-atacante antecipou o goleiro rival e, de cabeça, mandou a bola para o gol. O 1 a 0 fez o ritmo do Napoli ficar mais lento, mas o Slovan Bratislava seguiu sem reposta ao jogo italiano. Pelo domínio que tinha, era natural que os partenopei almejassem um placar maior. Por isso, na segunda etapa, Rafa Benítez colocou em campo Callejón e Higuaín. No primeiro lance, o argentino recebeu ótimo cruzamento de Hamsík e, de cabeça, anotou o 2 a 0. Os eslovacos até tentaram algumas coisas, e o canhoto Milinkovic, que entrou para jogar na ponta-direita, acertou a trave de Rafael, porém, muito pouco para conseguir mudar o rumo da partida. Com um gol e uma assistência na volta para casa, o camisa 17 napolitano deixou a sua equipe em primeiro lugar no grupo, com 100% de aproveitamento. Sparta Praga e Young Boys seguem atrás, com 3 pontos; o Slovan está zerado. (Pedro Spiacci)
Dinamo Minsk 0-3 Fiorentina
Sem ainda engrenar na Serie A, a Fiorentina caminha sem dificuldades na Liga Europa. Contra mais uma equipe inexpressiva, o bielo-russo Dinamo Minsk, o time de Montella não teve dificuldades para vencer com facilidade e se isolar na ponta do Grupo K. Ainda sem Rossi e Gómez, coube ao jovem Bernardeschi a responsabilidade pelo setor ofensivo. E a promessa viola não decepcionou. Após participar bem das ações de ataque, ele marcou o terceiro gol, fechando o placar na capital bielo-russa.
Como contra o Guingamp, a equipe italiana teve todo o controle do jogo e criou as principais chances. O primeiro gol saiu aos 33 minutos, com Aquilani aproveitando cruzamento de Pasqual. O primeiro tempo só não foi melhor para o time de Montella porque Richards saiu lesionado, juntando-se aos tantos jogadores no departamento médico. Na segunda etapa, a equipe deu mostras de que se poupava para o confronto contra a Inter, no domingo, e quase levou o empate. A vitória foi consolidada num intervalo de seis minutos, com gols de Ilicic e Bernardeschi, que definiram o jogo. (Caio Dellagiustina)
Torino 1-0 Kobenhavn
Mais
uma vez, o Torino mostrou pouca criatividade na Liga Europa e
dificuldades de chegar ao gol adversário. Contra os dinamarqueses do
Kobenhavn, que caíram nos play-offs da Liga dos Campeões e são
adversários duros como o Brugge, o time só conseguiu marcar nos
acréscimos. Quagliarella, que entrou no segundo tempo, foi puxado por Antonsson, ex-Bologna, e
converteu a penalidade decisiva, que levou o time aos 4 pontos, como os
belgas do Brugge – o Kobenhavn vem logo atrás, com 3.
Antes do gol salvador do ex-atacante da Juventus, o
3-5-2 de Ventura evitou com que o time visitante criasse muitos
problemas. As jogadas criadas, porém, foram desperdiçadas por Martínez,
pouco objetivo frente ao gol. Na melhor chance, Moretti acertou a trave,
com cabeçada. (NO)