Estava muito longe. Agora está longe, mas nem tanto. O Napoli não vinha conseguindo bons resultados na Liga dos Campeões e precisava desesperadamente vencer o Shakhtar Donetsk para continuar sonhando com uma vaga nas oitavas de final do torneio. Se não vencesse, a equipe italiana estaria eliminada: após o 3 a 0 desta terça, precisa bater o já eliminado Feyenoord e torcer para que o Manchester City, classificado, triunfe sobre o Shakhtar na Ucrânia. Um cenário ainda complicado.
Como um velho carro a álcool, o Napoli demorou para aquecer na noite de outono da Campânia. A atmosfera do San Paolo não ajudava: o estádio nunca esteve tão vazio para uma partida da Champions League. A torcida não se animou com os preços dos ingressos e preferiu assistir a peleja pela televisão, economizando alguns euros para os confrontos contra Milan e Juventus, pela Serie A.
Sem o calor do público, a equipe da casa esbarrou em um adversário bem armado pelo técnico Paulo Fonseca e na superioridade de Fred sobre Diawara, o que congelou as ações dos azzurri. Foi o Shakhtar Donetsk, inclusive, que teve as melhores oportunidades do primeiro tempo, com Taison e Marlos. Sem a qualidade e volume de jogo habituais, o Napoli respondeu com Hamsík e Insigne, mas foi pouco.
Após o intervalo, a equipe ucraniana resolveu recuar um pouco mais, para pegar o Napoli desprevenido em contragolpes. Somente uma jogada genial poderia destravar a partida e ela saiu dos pés de Insigne, aos 56 minutos. O baixinho recebeu passe em profundidade, na ponta esquerda, driblou Butko e Fred e, de fora da área, mandou um lindo chute no ângulo, sem oferecer chance alguma a Pyatov.
O golaço deixaria o esquema dos ucranianos menos fechado e com mais espaços para o time de Maurizio Sarri trabalhar a bola. A partir daí, a partida ficou à feição do Napoli, que quase ampliou quando Mertens rolou para Zielinski na área – no entanto, o polonês acabou chutando por cima. O ex-jogador de Empoli e Udinese, porém, não desperdiçaria a segunda chance. Zielinski tabelou com Mertens e recebeu bola açucarada, precisando apenas chapar para fazer o segundo. Dois minutos depois, o belga fechou a fatura, aproveitando a sobra de uma cabeçada de Albiol e grande defesa de Pyatov.
O Napoli começou a fazer a sua parte. Para seguir em frente, porém, Sarri precisará de um favor de Pep Guardiola, que já declarou o apreço que tem pelo trabalho do italiano. Com time titular ou reserva, no entanto, não será nada fácil bater o Shakhtar Donetsk na Ucrânia. A fervorosa torcida azzurra, é claro, já acendeu velas para São Januário.