Foram 21 rodadas em que falamos quase que exclusivamente sobre futebol: grandes jogadas, resultados, rivalidades, craques. Quando precisamos lembrar da arbitragem, ressaltávamos como o advento do auxílio por vídeo, o VAR, tinha sido benéfico para encerrar tantas discussões bobas e trazer justiça para o esporte. Parece que a classe arbitral sentiu ciúmes e, neste final de semana, resolveu roubar o protagonismo. Erros capitais e/ou decisões discutíveis em metade das partidas chamaram a atenção e já há até quem os utilize como argumentos (desonestos) para abolir a tecnologia no campeonato. Como se máquinas não fossem operadas por humanos falíveis, que precisam ser capacitados de forma mais eficaz. Como se o VAR não tivesse solucionado tantos problemas na Serie A.
Não cederemos a quem quer retroceder. Por isso, falaremos aqui de como o Milan voltou a jogar bem e superou a Lazio, um cliente dos mais ásperos. Analisaremos as vitórias de Napoli e Juventus, os novos tropeços de Inter e Roma e as proezas de Sampdoria e Verona. Falar de futebol é a nossa prioridade e sempre será.
Milan 2-1 Lazio
Cutrone (Çalhanoglu) e Bonaventura (Calabria) | Marusic (Lucas Leiva)
Tops: Çalhanoglu e Bonaventura (Milan) | Flops: Bastos e Parolo (Lazio)
Antes tarde do que nunca: pela primeira vez no campeonato, o Milan conquistou uma vitória em um jogo grande. A equipe rossonera também chegou ao terceiro triunfo seguido pela primeira vez na Serie A e novamente encurtou a diferença para Inter e Roma. A desvantagem ainda segue grande, mas é menor por causa dos dois meses horríveis dos adversários e pelo crescimento do Diavolo. A reação da equipe de Gattuso começou, inclusive, na classificação para as semifinais da Coppa Italia contra os rivais de Milão. Apesar de não estar jogando grande futebol, o time está finalmente ganhando jogos: pela Serie A, somou os últimos 10 de 12 possíveis.
Contra a Lazio, no entanto, o Milan foi superior durante o primeiro tempo, pressionando muito bem a saída adversária e controlando a posse de bola. O time dono da casa chegou ao gol com 15 minutos, depois de Cutrone desviar cobrança de falta de Çalhanoglu, surpreendentemente o melhor em campo. O “detalhe” ficou por conta do toque no braço do centroavante rossonero, não alertado pelo árbitro de vídeo, o que poderia ter anulado o lance. Cinco minutos depois, a defesa anfitriã acabou exposta na descida de Marusic, que recebeu ótimo passe de Lucas Leiva antes de fintar Antonelli e empatar a partida.
O gol não mudou o cenário da partida. O Milan seguia com a bola e com ela foi até o ataque com Calabria, que acertou belo cruzamento para Bonaventura se antecipar a Bastos e marcar o gol da vitória, no final do primeiro tempo. A Lazio ameaçou pouco nos contra-ataques, em dia pouco inspirado de Luis Alberto e Milinkovic-Savic. O espanhol até acertou o travessão e o sérvio teve duas chances bem afastadas pelos rossoneri. No segundo tempo, Felipe Anderson até jogou bem e mudou a atitude da equipe, mas Caicedo destoou e o desfalque de Immobile, machucado, se fez sentir: faltou precisão na finalização das jogadas, uma vez que nem mesmo Donnarumma teve grande trabalho. Com isso, o Milan segue sem perder em casa para a Lazio desde 1989.
Napoli 3-1 Bologna
Mbaye (contra), Mertens (pênalti) e Mertens (Insigne) | Palacio (Di Francesco)
Top: Mertens (Napoli) e Palacio (Bologna) | Flops: Mário Rui (Napoli) e Mbaye (Bologna)
No primeiro jogo de uma série de oito rodadas em que jogará depois da Juventus, o Napoli superou a pressão para manter a liderança, mas novamente não deixou boa impressão. Os azzurri ganharam do Bologna sem muitos argumentos e contou também com a arbitragem, que assinalou pênalti discutível sobre Callejón. A penalidade, aliás, conduziu à virada napolitana e ao primeiro gol de Mertens. Antes, a grande atração da partida era Verdi, que rejeitara a oferta dos partenopei para seguir na Emília-Romanha pelo menos até o final da temporada.
Os primeiros minutos se mostraram elétricos e foi Palacio que chamou a responsabilidade. O argentino deu as caras para abrir o placar depois de cruzamento de Di Francesco e falha dupla de Koulibaly e Mário Rui, que não tiveram reação ao movimento antecipado do veterano atacante argentino. O português se redimiu rapidamente, porque cinco minutos depois fez o cruzamento que levou ao bizarro gol contra de Mbaye. No lance, Verdi, o protagonista da tarde, acabou saindo lesionado com apenas dois toques na bola.
Apesar do domínio da posse de bola, o Napoli custou para chegar à área adversária. Quando o fez, Callejón foi derrubado na área e Mertens converteu a cobrança de pênalti, virando o placar no final do primeiro tempo. Em meio aos contra-ataques dos visitantes, que exigiram trabalho de Reina, o belga recebeu assistência de Insigne e voltou às redes para marcar seu 13º gol no campeonato – o nono contra o Bologna, seu adversário favorito na Serie A. Assim como na rodada passada, contra a Atalanta, Mertens completou a jogada com bonita finalização da entrada da área e assegurou mais três pontos para sua equipe. Belo momento para voltar a ser decisivo.
Chievo 0-2 Juventus
Khedira (Bernardeschi) e Higuaín (Douglas Costa)
Tops: Douglas Costa e Khedira (Juventus) | Flops: Bastien e Cacciatore (Chievo)
Mais uma vitória no piloto automático da Juventus na Serie A. Dessa vez, o resultado foi conquistado diante de um adversário que vive péssima fase no campeonato e contra o qual está mais do que acostumado a triunfar. A 18ª vitória juventina jogou pressão para o Napoli, que teve de defender sua liderança no domingo – um cenário que se repetirá pelas próximas semanas e deixou os partenopei na bronca com a liga. Outra bronca, esta do Chievo, foi direcionada à equipe do jovem árbitro Fabio Maresca pela expulsão de Bastien, que recebeu dois amarelos em menos de dois minutos e saiu de campo ainda no primeiro tempo. Os cartões, porém, foram acertados.
Para piorar a situação dos anfitriões, que atuaram retrancados no campo defensivo (como de costume) e fizeram Szczesny trabalhar apenas uma vez, o veterano Cacciatore provocou a arbitragem com um sinal “proibido”. Cruzando os punhos, como se estivesse sendo algemado, ele insinuou que Maresca deveria ser presos e foi expulso após o árbitro de vídeo observar o gesto.
Travada e sem soluções para chegar ao gol, só a partir de então a Juventus conseguiu abrir o placar. Seis minutos depois da segunda expulsão, Khedira encheu o pé para completar passe de Bernardeschi. Jogador mais criativo em campo, Douglas Costa fez o cruzamento para Higuaín fechar a conta já nos minutos finais. O sétimo gol do argentino contra o Ceo encerrou seu jejum de cinco partidas sem ir às redes.
Spal 1-1 Inter
Paloschi (Antenucci) | Vicari (contra)
Tops: Antenucci (Spal) e João Cancelo (Inter) | Flops: Vicari (Spal) e Icardi (Inter)
A síndrome de “empatite” tomou conta da Inter. Sem vencer há quase dois meses, a Beneamata conquistou apenas cinco pontos nas últimas sete rodadas e caiu três posições na tabela, mantendo sua posição no G4 com três pontos de vantagem pelos deméritos de quem está atrás. Com apenas quatro gols marcados nesse período, o ataque interista é o setor mais questionado, mas o problema do time de Spalletti se mostra muito mais profundo. Contra a Spal, primeira equipe na zona de rebaixamento, mais uma vez os três pontos escaparam nos últimos minutos.
Em um jogo sonolento, coerente com o horário da partida, marcada para o almoço de domingo no Belpaese, a Inter custou para superar o bloqueio defensivo dos anfitriões. Mais uma vez as jogadas foram concentradas sem muito sucesso e produtividade pela direita, onde Candreva perdeu grande chance e Vecino também teve a oportunidade de ter aberto o placar. Somente depois do intervalo é que o gol de Meret foi violado, quando Vicari marcou contra após um cruzamento de Cancelo.
Ao invés de controlar o jogo e buscar o segundo gol, o time de Spalletti recuou e pouco a pouco cedeu o campo para a Spal reagir. Os anfitriões chegaram poucas vezes na área da Inter, mas já tinham alertado em duas oportunidades. E, aos 90 minutos, a defesa visitante foi pega desprevenida na jogada de Antenucci, de longe o grande destaque da equipe de Ferrara. O veterano levantou a bola na segunda trave para o desvio de Paloschi: o ex-centroavante do Milan, que tinha perdido grande chance pouco depois de ter entrado, dessa vez não vacilou para conquistar o empate. O resultado, no entanto, não altera a situação do time de Semplici no campeonato.
Roma 0-1 Sampdoria
Zapata (Murru)
Tops: Alisson (Roma) e Viviano (Sampdoria) | Flops: Florenzi (Roma) e Bereszynski (Sampdoria)
Roma e Sampdoria se enfrentaram pela segunda vez na semana e, ao contrário do jogo recuperado da 3ª rodada, não teve gol nos acréscimos de Dzeko para salvar os giallorossi de mais um fracasso. Na verdade, enquanto o bósnio fez partida fraca, Zapata vingou o gol no final da partida em momento que os anfitriões dominavam e os visitantes pareciam bastante longe da vitória, após um primeiro tempo fantástico. Com os três pontos conquistados fora de casa, a equipe de Giampaolo defendeu sua posição na zona europeia e se aproximou do próprio time de Di Francesco, que não vence há seis rodadas e ainda acumula uma eliminação precoce na Coppa Italia.
No Olímpico, os grandes protagonistas da noite foram os goleiros. Se a Roma teve a bola, a Sampdoria teve as chances de gols – e foram várias. Nunca os giallorossi sofreram tantos chutes na Serie A até as oito finalizações no alvo da Sampdoria ainda na primeira etapa, todas interceptadas por Alisson. Do outro lado, Viviano respondeu parando a cobrança de pênalti de Florenzi antes do intervalo e, na etapa final, parou mais sete chutes. Com a ajuda de Silvestre, manteve os dorianos vivos no jogo e abriu o caminho para que Zapata pudesse marcar o gol decisivo. Outra curiosidade é que o garoto Antonucci, autor da assistência para Dzeko no Marassi, falhou neste domingo. Destino cruel.
Sassuolo 0-3 Atalanta
Masiello (Ilicic), Cristante (Castagne) e Freuler
Tops: Ilicic e Cristante (Atalanta) | Flops: Consigli e Goldaniga (Sassuolo)
Se em casa as coisas não andam muito bem para a Atalanta, que não vence em Bérgamo desde novembro, a história tem sido bastante diferente quando o time de Gasperini precisa viajar. Na vitória com autoridade sobre o Sassuolo, a equipe chegou ao quarto triunfo consecutivo longe da Lombardia – apenas a Juventus tem uma série melhor no campeonato. Os 3 a 0 ditaram o ritmo acompanhado pelos adversários dos nerazzurri no domingo. Com exceção da Fiorentina, todos os outros também venceram e seguem afunilando a briga para secar a Sampdoria, que continua segurando firme a última posição da zona europeia.
No Mapei Stadium, os visitantes frustraram o time de Iachini com a agressividade de sempre, produzindo grande volume de jogo e atuando de forma segura na defesa, com grande exibição do brasileiro Rafael Toloi. Diante das oportunidades criadas, o placar demorou para ser aberto, e o ex-bergamasco Consigli ajudou sua antiga equipe com uma falha clamorosa no gol de Masiello, que aproveitou cobrança de escanteio de Ilicic, aos 30 minutos. A Atalanta teve mais oportunidades de ampliar a vantagem, mas só marcou no final da partida com Cristante, em jogada com Ilicic e Castagne. Na sequência, o VAR voltou a entrar em ação, mas dessa vez a arbitragem de Paolo Valeri demorou absurdamente para assinalar o gol de Freuler. O suíço acertou um chute de fora da área aos 84, mas o tento foi confirmado apenas quatro minutos depois.
Torino 3-0 Benevento
Falque (Berenguer), Niang (Falque) e Obi
Tops: Falque e Berenguer (Torino) | Flops: Belec e D’Alessandro (Benevento)
Melhor início impossível para Mazzarri. Em duas partidas no Grande Torino, dois 3 a 0, festa nas arquibancadas e amplo domínio em volume de jogo e posse de bola – contrariando a filosofia defensiva do treinador, que segue mantendo o sistema tático anterior. O que mudou realmente foi a postura de uma equipe que tem bastante qualidade e que estava devendo tecnicamente. Contra o lanterna Benevento, ficou tudo ainda mais fácil porque a vitória foi toda construída já no primeiro tempo em grande tarde de Falque e Berenguer.
Dos pés dos dois espanhóis saíram todos os gols. O Toro começou a farra logo aos 3 minutos, quando o primeiro completou o cruzamento do segundo. Depois da expulsão infantil de Belec por um chute em Niang, D’Alessandro falhou e Falque passou para o próprio atacante senegalês ampliar, aos 40. Ainda antes do intervalo, Obi aproveitou a sobra na pequena área, depois de escanteio cobrado por Falque, e fechou a conta. O Torino segue na briga por vaga europeia, mas ainda precisa ainda superar Atalanta, Milan e/ou Sampdoria. Depois das duas vitórias seguidas, o Benevento voltou à sua dura realidade na última posição e tem 12 pontos de desvantagem para o Crotone. Faltam 16 partidas e a equipe campana tem média de apenas 0,3 ponto conquistado a cada jogo.
Fiorentina 1-4 Verona
Gil Dias | Vukovic (Rômulo), Kean (Ryder Matos), Kean (Petkovic) e Ferrari
Tops: Kean e Rômulo (Verona) | Flops: Laurini e Sportiello (Fiorentina)
O drama voltou à Florença. Da data Fifa de novembro até a parada de inverno, o time de Pioli não perdeu um jogo sequer no campeonato e acumulou oito partidas de invencibilidade – apesar de ter vencido apenas duas vezes e empatado seis. Bem ou mal, conseguiu se recuperar na tabela e aproximou da zona europeia. No entanto, os viola perderam para a Sampdoria e caíram de forma vergonhosa neste final de semana, vendo os adversários pela Liga Europa se distanciarem. A goleada sofrida para o Verona, que vinha de quatro tropeços e tinha o treinador ameaçado, não desceu nada bem no Artemio Franchi.
A vingança veronesa, que tinha sofrido um 5 a 0 no primeiro turno no Bentegodi, começou cedo. Depois de o zagueiro Caracciolo salvar um gol-relâmpago, seu companheiro de zaga, o estreante Vukovic, testou firme após escanteio de Rômulo e abriu o placar, aos 11. Dez minutos depois, outro brasileiro deu passe decisivo: Caracciolo salvou o Hellas de novo e, no contra-ataque, Ryder Matos deixou Kean na cara do gol. Para aumentar o drama, imediatamente após o intervalo Chiesa acertou a trave. Na sequência da jogada, o jovem atacante emprestado pela Juventus ampliou a vantagem do Verona e se tornou um dos únicos nascidos após 2000 a anotarem uma doppietta na Serie A. E se parecia tarde quando Gil Dias descontou aos 53, Ferrari fechou o caixão viola na sequência, em falha de Laurini. Com os empates de Crotone e Spal, o Verona vê a luz no fim do túnel e está a apenas três pontos de sair da zona da degola.
Genoa 0-1 Udinese
Behrami
Tops: Behrami e Danilo (Udinese) | Flops: Lapadula e Galabinov (Genoa)
Duas das equipes que mais cresceram nos últimos meses no campeonato, Genoa e Udinese vinham de derrota depois da folga de inverno. Em partida disputada, a Udinese levou a melhor, como no primeiro turno. Na marra, com apenas um gol e um jogador a menos por parte do cotejo, a equipe friulana reecontrou o caminho dos triunfos após três tropeços. As equipes fizeram primeiro tempo bastante dramático para os espectadores, enquanto o único gol da partida saiu na metade da etapa final, em chute de fora da área de Behrami. Oddo acabou perdendo o brasileiro Samir, expulso menos de três minutos depois, e retrancou sua equipe.
Nessa semana, os anfitriões protagonizaram a venda do garoto Pellegri para o Monaco por 25 milhões de euros. A transferência do outro nascido após 2000 a ter uma doppietta no campeonato rendeu ao Genoa o maior valor por um jogador de 16 anos na Itália. No entanto, se recebeu milhões de euros, os rossoblù pagaram o pato por terem Lapadula e Galabinov como únicos centroavantes: os dois tiveram oportunidades para superar Bizzarri, mas não conseguiram e frustraram a torcida no Marassi. Vale lembrar que Pellegri não jogava há um mês e não tinha sequência no time desde setembro, quando marcou duas vezes contra a Lazio. Inacreditável.
Crotone 1-1 Cagliari
Trotta (pênalti) | Cigarini
Tops: Nalini (Crotone) e Rafael (Cagliari) | Flops: Mandragora (Crotone) e Pisacane (Cagliari)
Quem também ficou na bronca com a arbitragem foram os rossoblù da Calábria e da Sardenha. No Ezio Scida, enquanto os anfitriões dominaram a partida tecnicamente e criaram as principais chances de gol, os visitantes tiveram bom desempenho defensivo e tiveram participação decisiva do brasileiro Rafael, que substituiu Cragno ainda antes do intervalo. No final, empate que não favoreceu a ninguém, mas que irritou principalmente o time de Zenga.
Antes da entrada de Rafael, Trotta já tinha aberto o placar em cobrança de pênalti, e o longo primeiro tempo (com oito minutos de acréscimos) seguiu protagonizado pela expulsão rigorosa de Pisacane, perto do intervalo. Ainda houve tempo para Cigarini fechar a conta em cobrança de falta no sexto minuto acrescentado pelo veterano Paolo Tagliavento, que mais uma vez proporcionou arbitragem confusa. Principalmente porque depois de toda pressão na etapa final, o Crotone finalmente chegou ao gol da vitória com Ceccherini, aos 90 minutos. O árbitro solicitou o auxílio do VAR, conferiu a imagem no monitor à beira do campo e mesmo assim assinalou impedimento inexistente do zagueiro, que estava em posição regular.
*Os nomes entre parênteses após os autores dos gols se referem aos responsáveis pelas assistências
Seleção da rodada
Viviano (Sampdoria); Rômulo (Verona), Caracciolo (Verona), Silvestre (Sampdoria), Calabria (Milan); Ilicic (Atlanta), Bonaventura (Milan), Çalhanoglu (Milan); Falque (Torino), Kean (Verona), Mertens (Napoli). Técnico: Gian Piero Gasperini (Atalanta).