Com a vitória obtida no Olímpico, três semanas atrás, tudo o que a Roma precisava era administrar a vantagem sobre o Porto no Estádio do Dragão. Novamente, porém, os giallorossi provaram que esse discurso não funciona com o clube e protagonizaram mais uma romada. A derrota por 3 a 1 causou a eliminação nas oitavas de final da Liga dos Campeões e suas circunstâncias traumatizaram ainda mais a torcida capitolina, que amargou outro duro golpe.
Afinal de contas, o capitão De Rossi marcou um gol fundamental em uma das raras oportunidades dos visitantes durante o tempo normal. Em meio à pressão portista, que ocasionalmente levou ao primeiro gol, marcado por Tiquinho Soares após erro de Manolas na saída de bola, Perotti dava sobrevida à sua equipe. Do outro lado do campo, o argentino vencia todos os duelos contra Éder Militão, autor da falta no pênalti que levou ao empate.
O cenário seguiu o mesmo na segunda etapa e a defesa romanista tornou a ser uma pedra no sapato do planejamento de Eusebio Di Francesco. Dessa vez, o técnico entrou com três zagueiros e dois volantes mais defensivos, mas isso de nada adiantou para evitar o gol de Marega, importante jogador da formação do ex-ponta laziale Sérgio Conceição. O “armário” malinês já havia sido o autor da assistência do primeiro gol e foi uma ausência sentida no jogo de ida. Vale destacar que a saída de De Rossi, lesionado no fim da etapa inicial, prejudicou a equipe, que perdeu um jogador experiente num momento complicado.
Entre algumas intervenções de Olsen e a falta de precisão do Porto na finalização dos ataques, a Roma conseguiu levar a disputa para o tempo complementar. Só a partir dali os giallorossi jogaram pela classificação, sendo superiores na prorrogação, pela entrada de Schick, que criou mais espaços para Dzeko ser acionado. O bósnio, porém, não as aproveitou, perdendo duas grandes chances cara a cara com Casillas – a segunda delas foi salva por um carrinho de Pepe, algo do camisa 9 nesta quarta.
Fatalmente, cinco minutos após a última oportunidade desperdiçada pelos visitantes, os donos da casa fizeram valer a superioridade física e mental ao conseguirem um pênalti. Na falta que originou a oportunidade, Florenzi acabou puxando Fernando Andrade de forma absolutamente desnecessária e infantil, prejudicando sua equipe e possibilitando a Alex Telles, ex-Inter, anotar o gol decisivo. O experiente Cüneyt Çakir ainda acabou confiando no seu assistente ao não marcar falta de Marega sobre Schick dentro da área, frustrando de vez os romanistas.
No final da partida, se houve solidariedade de um lado, com Casillas consolando Florenzi – prata da casa que prejudicou seu time do coração –, a turma romanista também ficou muito irritada. Di Francesco, Francesco Totti e outros dirigentes chegaram a perseguir o árbitro nos vestiários e o treinador nem apareceu para dar entrevista coletiva. Depois de um período de calmaria nos bastidores, obtida por bons resultados em sequência, a batata do comandante volta a assar, após a queda na UCL e a derrota no clássico para a Lazio.
Porto 3-1 Roma
Tiquinho Soares (Marega), Marega (Corona) e Alex Telles (pênalti) | De Rossi (pênalti)
Porto: Casillas; Éder Militão (Maxi Pereira), Felipe, Pepe, Alex Telles; Otávio (Hernâni), Danilo Pereira, Herrera, Corona (Brahimi); Marega, Tiquinho Soares (Fernando Andrade). Treinador: Sérgio Conceição
Roma: Olsen; Manolas, Juan Jesus, Marcano (Cristante); Karsdorp (Florenzi), De Rossi (Pellegrini, Schick), Nzonzi, Kolarov; Zaniolo, Dzeko, Perotti. Treinador: Eusebio Di Francesco
Árbitro: Cüneyt Çakir (Turquia)
Local: Estádio do Dragão, em Porto, Portugal