Nesta terça, 17, Inter e Napoli foram os primeiros times italianos a entrarem em campo pela fase de grupos desta edição da Champions League. Suas estreias não poderiam ter sido mais contrastantes: enquanto os napolitanos aplicaram 2 a 0 sobre o Liverpool, atual campeão europeu, a Inter encarou o Slavia Praga e, mesmo jogando em casa, só arrancou um empate no finalzinho: 1 a 1.
Em pleno estádio San Paolo, Napoli e Liverpool fizeram uma das partidas mais aguardadas do dia. O primeiro tempo, porém, não chegou a cumprir as expectativas de um jogo muito aberto. Puro mérito das defesas, que se sobressaíram com movimentos perfeitos e foram capazes de anular os fortes trios de ataque que estavam em campo – e quase sem faltas, visto que apenas três foram marcadas. Para tirar o chapéu também para Ancelotti e Klopp, dois dos melhores técnicos do mundo.
Antes do intervalo, as melhores oportunidades foram dos donos da casa, que testaram o goleiro Adrián em dois chutes de Ruiz, num mesmo lance. Após os seus rebotes, Lozano teve gol bem anulado por impedimento.
Logo no retorno para o segundo tempo, Adrián voltou a salvar o Liverpool. Mertens completou um cruzamento no segundo pau com a ponta da chuteira e o goleiro espanhol respondeu, evitando que a bola o encobrisse. Uma rara chegada do Liverpool aconteceu 15 minutos depois, quando Manolas vacilou e quase demoliu o muro que Koulibaly construíra durante todo o jogo. Para sua felicidade, Meret espalmou a finalização de Salah para escanteio.
O Liverpool não conseguiu dominar o meio-campo, já que Allan se desdobrava no setor. Em contrapartida, o Napoli também carecia da criatividade de Insigne, que não esteve bem. Assim, a partida foi decidida através de lances fortuitos e individuais. Aos 81, Callejón recebeu na ponta direita e partiu para cima de Robertson, provocando o contato com o lateral. Felix Brych deu o pênalti – discutível –, que Mertens converteu. Nos acréscimos, Llorente matou o jogo, após o inesperado: um erro crasso de Van Dijk. O zagueirão errou o recuo para Adrián, e o espanhol foi esperto para aproveitar e fazer o segundo.
A vitória coloca o Napoli no topo do Grupo E ao lado do Red Bull Salzburg, que aplicou um sonoro 6 a 2 sobre o Genk com um show do atacante Håland, autor de uma tripletta. Os belgas estão na lanterna, com saldo de gols inferior ao do Liverpool, que perdeu a invencibilidade na temporada.
Eliminação antecipada?
Quando as chaves da Liga dos Campeões foram sorteadas, o Grupo F recebeu a seguinte locução adjetiva: “da morte”. As expressões faciais dos diretores do Slavia Praga presentes no sorteio, em Mônaco, foram flagradas pela transmissão da Uefa e suas imagens viraram um meme instantâneo: obviamente, eles não estavam nada felizes em caírem num grupo em que teriam Barcelona, Borussia Dortmund e Inter como adversários. Contudo, os checos mostraram à equipe italiana que podem incomodar.
No primeiro tempo, a Inter teve diversas chances de gols. Duas delas aconteceram em cruzamentos nas costas da zaga checa, no segundo pau: De Vrij e D’Ambrosio apareceram sem marcação, mas cabecearam para fora e em cima do goleiro Kolár, respectivamente. Lautaro Martínez também teve duas oportunidades com chutes perigosos, mas não marcou. Se ao menos uma dessas bolas tivesse entrado, a história do jogo poderia ter sido outra.
Àquele momento, o Slavia Praga do técnico Trpisovsky surpreendia pela marcação alta, pela agressividade e pelo controle da posse de bola. No entanto, não incomodava Handanovic. O que incomodava os nerazzurri, na verdade, era a falta de conexão entre Lukaku e Martínez, que não trocaram sequer um passe entre si.
No segundo tempo, a pressão do Slavia foi surtindo efeito na medida em que a Inter foi se esfacelando. Numa ponta, Candreva se lesionou e teve de ser substituído por Lazaro; na outra, Asamoah correu o risco de ser expulso, por causa de uma falta dura em Traoré. Aos 63 minutos, depois de crescer no jogo, o time de Praga marcou o primeiro. Olayinka fez jogada pela direita e aproveitou o rebote de Handanovic no chute perigoso de Stanciu – o melhor em campo.
Com o placar favorável, o Slavia ficou muito perto de aproveitar os espaços deixados pela Inter. Não fossem Skriniar – um leão nos desarmes e excelente no seu posicionamento – e Handanovic, os visitantes teriam ampliado. O nervosismo da Inter não diminuiu até o apito final, mas surtiu efeito.
Politano, substituto de Lautaro, sofreu uma falta na entrada da área, já nos acréscimos. Sensi acertou o travessão na cobrança, mas Barella aproveitou o rebote para anotar o primeiro pelo novo clube. A Beneamata até buscou a virada, mas não conseguiu. Conte deixou o campo amargurado e, na entrevista coletiva pós-jogo, reconheceu que sua abordagem foi equivocada. Foi o primeiro jogo ruim – e como! – da Inter sob o seu comando.
Desperdiçar pontos em casa frente ao time considerado como o mais fraco do grupo não é um bom sinal para a Inter. Entre torcedores e rivais até surgiu um debate após o tropeço: estaria a equipe nerazzurra eliminada antecipadamente? Afinal, a Beneamata encara, na sequência, Barcelona (fora) e Borussia Dortmund (em casa e fora) para só então reencontrar o Slavia, na quinta rodada. Uma sequência inglória, que poderia lhe prejudicar do ponto de vista anímico. Contudo, a discussão arrefeceu após o empate por 0 a 0 entre Barça e Dortmund. Dentro do cenário atual, foi o melhor resultado possível para os italianos.
Ótima análise, como de costume.
OFF: haverá um guia da Serie B 2019-2020 ?
Obrigado! Sobre a B, teremos apenas a cobertura com postagens periódicas.
Obrigado pela resposta!
No aguardo, então!
Parabéns Nelson e equipe pelo excelente trabalho realizado sobre nosso amado Calcio.