Nesta quarta-feira, as equipes italianas mantiveram o bom nível de atuações mostrado no dia anterior e conseguiram resultados animadores. Napoli e Inter jogaram fora de casa e somaram pontos importantes, que lhe permitem ter o controle do seu destino. Os azzurri visitaram o Liverpool, atual campeão, e arrancaram um empate, enquanto os nerazzurri bateram o Slavia Praga. Tanto napolitanos quanto milaneses dependerão apenas de suas próprias forças na última rodada da fase de grupos para se classificarem às oitavas de final.
A Inter não teve vida fácil jogando na capital da Chéquia, que já ensaiava o início do inverno – o termômetro marcava apenas 7º em Praga. A atuação teve alguns momentos de irregularidade e não foi das melhores da gestão Conte, mas o resultado foi importantíssimo: além de eliminar a equipe checa, a Beneamata pulou para a segunda posição do grupo por causa da derrota do Borussia Dortmund para o Barcelona. As duas partidas terminaram em 3 a 1.
O principal ponto negativo da equipe interista foi o meio-campo, que não apresentou a mesma dinâmica dos outros jogos e teve dificuldades nas transições ofensivas, pois estava desfalcado de Sensi e Barella. Conte optou por escalar Vecino e Borja Valero, que não têm a mesma capacidade técnica da dupla italiana e se apresentaram muito pouco durante a partida.
Por outro lado, o ponto positivo foi mais uma boa atuação dos dois atacantes, responsáveis diretos pelo triunfo interista. Lukaku, além de deixar o dele e ter outros dois anulados, serviu seu companheiro argentino em duas oportunidades. O belga fez excelente partida, mas infelizmente sofreu com insultos racistas de parte da torcida dos cervenobílí. Lautaro estava bem à vontade na Eden Aréna, se movimentou bastante no campo de ataque, aproveitou-se dos espaços criados pelo companheiro e ajudou na marcação.
Apesar de ser considerado o azarão do grupo, o Slavia Praga voltou a praticar um futebol ofensivo e deu trabalho à Inter – mais uma vez, tal qual havia feito contra o Barcelona. Nos minutos iniciais, os donos da casa dificultaram a saída de bola da Inter por meio da marcação alta por encaixe, que sufocou a equipe nerazzurra em seu campo de defesa.
No entanto, o Slavia acabou sofrendo do próprio veneno quando a Inter subiu as linhas e recuperou a bola no campo de ataque com Lautaro. A partir desse desarme saiu aquele que seria o segundo gol visitante – Martínez havia feito o primeiro aos 19 –, com Lukaku empurrando para o gol vazio. Porém, o árbitro Szymon Marciniak consultou o VAR e flagrou um pênalti para os checos na origem da jogada, o que anulou todo o lance. A penalidade foi convertida pelo capitão Soucek e jogou um balde de água fria nos nerazzurri.
Na segunda etapa a partida esteve aberta durante a maior parte do tempo e continuou recheada de emoções, afinal o empate não servia para nenhuma das equipes. Os checos precisavam triunfar para ultrapassarem a Inter e se manterem vivos na competição, enquanto os italianos precisavam da vitória para igualar a pontuação do Borussia Dortmund e sonhar com a classificação na última rodada.
Nesse contexto, Masopust teve duas oportunidades para os donos da casa, mas Handanovic reagiu com excelentes defesas. Do outro lado, a Inter acertou o travessão com Lukaku e Brozovic e ainda viu Martínez desperdiçar uma grande oportunidade, cara a cara com o goleiro Kolár. A igualdade só foi sair do placar na reta final, quando Lazaro lançou, Lautaro fez corta luz e Lukaku ficou sozinho com o arqueiro: 0 belga o driblou e marcou o segundo tento. O Slavia foi para o tudo ou nada e abriu brechas para os contragolpes interistas, que resultaram em um golaço de Martínez, após um cruzamento de trivela de Lukaku. O belga chegou a anotar mais um, mas foi pego em impedimento.
Na última rodada do Grupo F, a Inter joga em San Siro e precisa de uma vitória contra o Barcelona – que já garantiu a primeira posição – para se classificar sem pensar no outro duelo da chave. Tanto a Beneamata quanto o Dortmund têm 7 pontos, mas a equipe italiana leva vantagem no confronto direto. Em suma, os nerazzurri só não se classificam caso pontuem menos do que os alemães nos jogos da sexta jornada.
Assim como a Inter, o Napoli também só precisará pensar em seu duelo na última rodada. Depois do empate com o Liverpool, a equipe de Ancelotti ainda não se classificou matematicamente, mas atingiu uma situação bastante confortável e só terá de empatar diante do fraco Genk em pleno San Paolo. O time belga perdeu quatro dos cinco jogos e somou apenas um ponto – justo contra os azzurri, que têm 9. No outro confronto do Grupo E, Red Bull Salzburg (7) e Liverpool (10) brigam pela outra vaga. Se os Reds vencerem, o Napoli avança até mesmo com uma derrota. E há boas chances de o time italiano ficar com a primeira posição do grupo.
Em meio a tantos problemas extracampo, o Napoli segue invicto na Liga dos Campeões e sua atuação diminuiu os atritos nos bastidores. Um dia depois de a diretoria anunciar uma salgada multa em todo o elenco, o presidente De Laurentiis foi a público elogiar os jogadores. Caso não estoure nenhuma bomba nos próximos dias, o clima deve se manter mais ameno até o réveillon.
Na primeira etapa o Napoli combateu a intensidade de jogo do Liverpool com marcação dobrada sobre os pontas dos Reds, que tiveram rendimento muito abaixo do esperado. A equipe visitante trouxe perigo e conseguiu abrir o placar ao explorar a alta linha defensiva dos ingleses e diversas vezes acionou Mertens, com muito campo para correr.
Num lance em que Van Dijk estava fora de posição, o camisa 14 se projetou no espaço vazio, recebeu bom passe de Di Lorenzo e, cara a cara com Alisson, chutou cruzado e marcou o primeiro tento da partida. O primeiro tempo prosseguiu sem muitas emoções e terminou com certo equilíbrio entre as equipes, porém mais posse de bola dos Reds.
Se na etapa inicial o duelo foi equilibrado, na complementar se transformou em jogo de ataque contra defesa. O Liverpool tomou conta da partida e manteve sua presença no campo de ataque, abusando de jogadas pelos lados e cruzamentos na área. O Napoli se defendeu com bastante compactação e conseguiu resistir por um bom tempo, sobretudo por conta do bom trabalho defensivo de Allan e Koulibaly – que aos 55 minutos salvou um chute de Firmino em cima da linha.
Apesar da boa marcação do Napoli no geral, o gol de empate saiu da cabeça de Lovren, em lance em que a equipe vacilou na bola parada: era o baixinho Mertens, de 1,69m, que estava com o grandalhão de 1,88m. A partir daí Ancelotti mudou sua estratégia e pôs Llorente no lugar de Lozano, no intuito de ter uma referência para trabalhar como pivô e ganhar duelos pelo alto. Não deu certo e o espanhol teve uma atuação apagada, mas isso não comprometeu o resultado para o time visitante.