Coppa Italia

Na volta do futebol na Bota, Napoli e Juventus garantem passagem à final da Coppa Italia

A bola voltou a rolar na Itália, com as partidas de volta da copa local, e o favoritismo se confirmou. Juventus e Napoli mantiveram a vantagem conquistada em fevereiro, superaram Milan e Inter, respectivamente, e decidirão o torneio. A grande final da Coppa Italia será disputada na próxima quarta-feira, 17, em Roma. O torcedor terá que se acostumar com o novo ritmo, porque teremos partidas em sequência até o fim da temporada.

Com atuações e momentos distintos, Napoli e Juventus se enfrentarão mais uma vez por um troféu nacional. Nos anos anteriores, a equipe do norte e o time do sul lutaram pelo scudetto, o que aumentou ainda mais a sua rivalidade histórica. Em 2019-20, a máquina juventina enfrentará o cambaleante Napoli por um título que, pelo contexto, significará ainda mais para os comandados de Gennaro Gattuso.

Napoli 1-1 Inter

Com gol de Mertens, o Napoli empatou com a Inter no San Paolo e se qualificou para a decisão de quarta, no Olímpico de Roma. A equipe de Gattuso começou mal, mas um belo lançamento de Ospina para Insigne, que achou o belga livre na área, mudou o cenário. O tento foi histórico para Mertens, que se isolou como o maior artilheiro da história napolitana, com 122 bolas nas redes – uma a mais que Hamsík.

O início da partida foi bom para a Inter. Logo aos dois minutos, Eriksen abriu o placar para a equipe nerazzurra com um gol olímpico: cobrou o escanteio, Elmas resvalou na pelota e Ospina deixou passar por entre as pernas. A Beneamata precisava de mais um gol para se classificar para a final e, por isso, subia a sua marcação, forçando o Napoli a sair jogando com passes arriscados.

Com 40 minutos de puro domínio interista, o Napoli só não viu a sua meta ser furada três vezes porque Ospina se redimiu do lance do gol e salvou o time do sul em dois momentos. O mais complicado deles ocorreu em um chute alto de Candreva, que tinha muita liberdade pela ponta e era a grande dor de cabeça do sistema defensivo de Gattuso no primeiro tempo. Contudo, o camisa 87 errava nas tomadas de decisões, como no lance da finalização defendida por Ospina – Martínez e Eriksen estavam bem posicionados para concluírem.

Após um primeiro tempo de sofrimento, a jogada de Candreva acabou se tornando um alívio para o Napoli. No desenrolar do lance, Insigne recebeu, aos 41 minutos, um lançamento primoroso de Ospina, justamente no setor do campo que deveria ser preenchido pelo ala interista. Com um passe rasteiro, o capitão azzurro encontrou Mertens livre na área para empatar a partida.

Considerando a ducha de água fria, o segundo tempo não começou tão bem para o time visitante, que só conseguiu levar perigo à meta napolitana na parte final do jogo. Mas, como na primeira etapa, Ospina foi o grande empecilho para o triunfo interista. O colombiano fez ao menos cinco grandes defesas e, no segundo tempo, parou Sánchez e Eriksen (duas vezes).

O Napoli jogou grande parte do jogo fechado, atuando com uma linha baixa e apostando nos contra-ataques – como aquele que o levou para a decisão na quarta que vem. Além de muita dedicação defensiva, como exige Gattuso, o time do sul apostava, essencialmente, na ativação de Insigne. Os azzurri buscavam, a todo momento, o capitão pelo lado direito do campo. Mesmo assim, numa quantidade insuficiente. Os partenopei, então, avançaram com sofrimento, com um pouco de tranquilidade apenas no fim do primeiro tempo e no começo do segundo.

Em uma temporada em que o Napoli não conseguiu repetir os feitos dos anos anteriores, quando brigou pelo scudetto, Gattuso, conseguiu levar o time do sul para uma final da copa, ainda que questionado pelo fraco desempenho na Serie A. A decisão tem tudo para ser histórica, já que a equipe partenopea enfrentará a sua grande rival em um confronto que representa muito para os napolitanos. Vencer a Juventus é vencer o norte e todo seu poderio financeiro. Um triunfo sobre os bianconeri levaria Nápoles ao delírio, principalmente porque do outro lado estarão Sarri e Higuaín, odiados por suas “traições”.

Ronaldo perdeu um pênalti, mas a Juventus avançou sobre o Milan (AFP/Getty)

Juventus 0-0 Milan

Um dia antes de Napoli e Inter se enfrentarem, Juventus e Milan deram o pontapé inicial na volta aos campos italianos. Precisando marcar ao menos um gol, os rossoneri tiveram uma atuação decepcionante e foram completamente dominados pela Velha Senhora. O Diavolo virou presa fácil depois que ficou em desvantagem numérica pela expulsão de Rebic, aos 16 minutos.

A Juventus começou a partida em alta velocidade. Com posse de bola acima dos 70% durante boa parte do primeiro tempo, a Velha Senhora encurralava os rossoneri contra a meta de Donnarumma. E o fazia graças a passes rápidos no ataque e muita movimentação ofensiva, com Cristiano Ronaldo saindo da posição de centroavante para abrir pelas pontas, e gerar espaço para infiltrações de Matuidi e Bentancur. Com a estratégia do time de Sarri, Buffon nem trabalhou no primeiro tempo.

O confronto ficou perto de ser definido aos 16 minutos, quando Cristiano teve a chance de abrir o marcador após pênalti marcado por Orsato, num toque de Conti com o braço. O português foi para a cobrança e acertou a trave, dando um sopro de esperança para a equipe visitante. Um sopro que durou alguns segundos, apenas.

Sem Ibrahimovic e Hernández, destaques da equipe de Pioli, e com um amargo retrospecto contra a Velha Senhora no Allianz Stadium, o Milan acabou prejudicado pela expulsão – mais do que merecida – de Rebic, na sequência do lance, por uma voadora em Danilo. Os rossoneri precisaram jogar 74 minutos com um jogador a menos, fazendo um esforço físico gigantesco para quem estava havia mais de três meses inativo, e tiveram uma atuação pouquíssimo inspirada.

Sem o croata no comando de ataque, foi Bonaventura quem se tornou a referência ofensiva milanista – até ser substituído por Rafael Leão no segundo tempo. E foi com Bonaventura e Çalhanoglu que o Milan viveu os seus melhores momentos na partida, ainda que nenhum deles tenha sido suficiente para assustar Buffon. O ritmo das equipes caiu no segundo tempo e o Milan, já desgastado, não conseguiu superar o jogo seguro dos mandantes, que chegaram a mais uma final de Coppa Italia por conta do placar agregado. O empate por 0 a 0 foi suficiente já que Cristiano Ronaldo, nos acréscimos, garantiu o 1 a 1 em San Siro.

A Velha Senhora terá a chance de erguer um troféu já na quarta que vem, menos de uma semana após retornar aos gramados. Por sua vez, o Milan volta as suas forças para a Serie A e tenta manter o bom momento que vivia antes da parada forçada pela pandemia de covid-19.

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