Liga das Nações Seleção italiana

Na partida de menor conforto da Era Mancini, a Itália empatou com a Holanda, em Bérgamo

Nesta quarta, 14, a Itália não teve um grande resultado para suas pretensões de avançar ao Final Four da Liga das Nações da Uefa. O empate por 1 a 1 com a Holanda, em Bérgamo, fez com que a Nazionale perdesse a liderança do Grupo 1 da Liga A para a Polônia – que bateu a Bósnia por 2 a 0. Mesmo assim, o time de Roberto Mancini continua dependendo só de si nos dois últimos jogos para obter a classificação.

O jogo começou com a Holanda levando muita dificuldade para a saída de bola da Itália, encaixando muito bem a pressão alta com Memphis e Luuk De Jong, além de contar com o apoio de Wijnaldum. A Squadra Azzurra buscava estabelecer sua saída em três, com D’Ambrosio sustentando pelo lado direito e Verratti sendo protagonista em uma segunda fase. Mas, devido à boa marcação holandesa e aos muitos erros cometidos por Bonucci e Jorginho, o jogo acabava sem continuidade. Como alternativa, apareciam as conduções de Barella por dentro e o jogo direto com Immobile.

Se conseguia causar incômodo à saída da Itália, por outro lado a Holanda pouco produzia quando recuperava a posse de bola. Hateboer foi muito bem marcado por Spinazzola e Frenkie De Jong era uma figura solitária, que tentava gerar jogo e criar situações de vantagem para sua equipe pela faixa central.

O jogo foi bastante truncado nos 15 minutos iniciais. A Holanda buscava entender o funcionamento do 3-5-2 proposto por Frank De Boer, seu novo treinador, e tinha êxito no que diz respeito ao encaixe da pressão. A Itália, então, viu sua saída de bola – que tanto tem sido chave no trabalho de Mancini – se transformar num foco de problema.

Tudo isso mudou aos 16, quando Barella recebeu de Chiesa pelo lado direito, avançou e encontrou um passe espetacular para Pellegrini. O romanista tocou na saída de Cillessen e colocou a Nazionale em vantagem. Os 10 minutos seguintes foram de uma Holanda que perdeu rendimento no trabalho de pressão e de uma Itália mais confortável com a bola, que via Verratti crescer na partida. Contudo, novamente um detalhe mudou os rumos da primeira etapa.

Pellegrini iluminou, Immobile nem tanto: Itália ficou no empate contra a Holanda (Getty)

Frenkie De Jong encontrou um bom passe para Blind chegar à linha de fundo e o lateral cruzou para o centro da área italiana. Verratti se precipitou no carrinho e Van de Beek aproveitou a falha de Bonucci e Chiellini para dominar e bater sem chances para Donnarumma. O jogo entrou numa nova fase a partir daí: a Itália entregou o controle da posse de bola para os visitantes e buscou explorar as transições com Barella e Chiesa pela direita, contando ainda com Pellegrini na entrelinha. A ideia funcionou e boas chances foram criadas até o intervalo: Cillessen apareceu bem e Immobile não demonstrou o faro de gol tão corriqueiro com a camisa da Lazio.

Na volta do intervalo, o cenário mudou outra vez. Mancini ajustou o posicionamento dos seus jogadores, trabalhou com seus laterais mais avançados em campo – sem a alternância para sustentar a saída de bola – e trouxe Verratti para cumprir esse papel pelo centro do gramado. Essa solução funcionou para melhorar a qualidade da saída e a progressão da equipe, de modo que a Itália aumentou seu volume de jogo e somou mais passes em campo ofensivo. Contudo, a transição defensiva ficou menos encaixada e Donnarumma apareceu bem para evitar que a Holanda virasse.

O jogo continuou nessa toada. Vieram as primeiras trocas, com Mancini lançando a campo Kean e Locatelli nos lugares de Chiesa e Verratti, mas o funcionamento continuava semelhante. Aos 60, Hateboer falhou, Immobile teve agilidade para roubar a bola e saiu cara a cara com o goleiro holandês, mas finalizou mal e perdeu uma oportunidade incrível de marcar o segundo da Itália.

Numa partida tensa, com tantas mudanças de controle da posse e ajustes de funcionamento coletivo, a última troca aconteceu aos 72 minutos, quando Mancini sacou Pellegrini e colocou Florenzi. Assim, a Nazionale saiu do 4-3-3 para o 3-5-2, para espelhar o sistema de jogo da Holanda, e teve Kean como um segundo atacante, próximo a Immobile – enquanto Florenzi foi jogar no corredor. Depois dessa alteração, o controle do jogo foi da Itália, que soube explorar as chegadas pelos flancos e criou boas situações de um contra um, mas pecou no passe final. A Holanda até teve algumas chegadas em transição, mas nada que tenha levado real perigo à meta defendida por Donnarumma.

Em novembro, a Itália terá a oportunidade de se garantir na fase final da Nations League. Em segundo lugar no grupo, com 6 pontos, a Squadra Azzurra recebe a Polônia – líder, com 7 – e visita a já eliminada Bósnia. O favoritismo na chave ainda é dos italianos.

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