Seleção italiana

Itália vence a Bulgária e mantém 100% de aproveitamento nas Eliminatórias da Copa de 2022

Assim como na estreia nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022, ante a Irlanda do Norte, a Itália não teve atuação empolgante contra a Bulgária. No entanto, venceu em Sófia pelo mesmo placar construído em Parma, 2 a 0, numa partida em que correu poucos riscos. Além de conquistar três pontos importantes e continuar com 100% de aproveitamento no Grupo C, a Nazionale chegou a seis jogos seguidos sem ter a sua meta vazada.

O primeiro tempo da partida foi bastante morno. A Itália controlava a posse de bola, mas encontrava dificuldades para encontrar maior fluidez em suas trocas de passes, enquanto a Bulgária esperava com sua linha de cinco na defesa e pressionava apenas com os dois atacantes, numa espécie de 5-3-2. Quando os donos da casa obtinham a posse, pouco conseguiam fazer até que a Itália a retomasse.

A etapa inicial foi se passando dentro dessas premissas, com poucas chances de gol de lado a lado. Perto do intervalo, porém, Insigne descolou bom passe para Belotti, que carregou e foi derrubado dentro da área por Dimov. O próprio camisa 9 converteu o pênalti e abriu o placar para a Squadra Azzurra.

No segundo tempo, o cenário da partida se modificou. A Bulgária manteve uma linha de cinco defensores, mas passou a utilizar dois meias abertos pelos flancos e a pressionar a saída da Itália com mais agressividade, além de ficar mais tempo com a bola. Os primeiros minutos foram de uma seleção italiana que sentiu essa melhora dos mandantes e encontrou problemas para manter o trabalho que vinha fazendo – que consistia em minar o ritmo do jogo e tirar os contra-ataques dos búlgaros. Por sua vez, o time da casa passou a encaixar jogadas principalmente pelo lado direito.

No final da partida, Locatelli marcou um bonito gol e garantiu a vitória da Itália (imago)

Contudo, aos poucos a partida foi voltando ao cenário do primeiro tempo. E, quando Mancini trocou Sensi e Locatelli por Chiesa e Bernardeschi, a Itália retomou o controle total. Até que, aos 82 minutos, Insigne novamente foi decisivo: o napolitano criou jogada pelo lado esquerdo e deixou Locatelli na boa para bater com enorme categoria, marcando um belo gol sobre Iliev. Immobile ainda teve boa oportunidade para aumentar a vantagem, depois de lançamento de Bonucci, mas acabou desperdiçando.

Ao longo dos anos, principalmente pela forte lembrança do que foi o catenaccio e pela qualidade dos defensores italianos, a Squadra Azzurra sempre teve fama mundial de seleção com boa estabilidade defensiva. Contudo, essa consistência tinha base em conceitos muito intrínsecos ao futebol da Itália, como o posicionamento de suas linhas ou o trabalho defensivo de seus meio-campistas.

Com Mancini, a ordem vem se invertendo e o principal trunfo da Itália para se defender com qualidade é manter o controle de posse de bola, mesmo que isso represente baixar o ritmo das partidas em certos contextos e fazer um jogo “chato”. É bastante contracultural, mas vem dando muito certo – não à toa, a Nazionale faz um forte início de caminhada nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022 e lidera o Grupo C. O que vemos hoje é um trabalho sólido, feito por jogadores que compraram a ideia do treinador. Mancio vai atingindo marcas muito relevantes, como a de 24 jogos de invencibilidade e a de seis partidas sem sofrer gols, que constituem recordes históricos da seleção italiana.

Seja através de jogos mais abertos e divertidos, seja realizando partidas de maior controle do ritmo, a Itália vai deixando para trás o fantasma do ciclo anterior. Hoje, a Nazionale se mostra cada vez mais capaz de vencer adversários contra os quais costumava se complicar no passado recente e integra, seguramente, o grupo das 10 seleções mais fortes do mundo.

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