Jogos históricos

Primeiro título internacional da Juventus deu início à década de ouro de Giovanni Trapattoni

A Juventus tem um histórico de decepções em finais de competições europeias. A maior vice-campeã da Champions League colecionou sete derrotas e apenas duas vitórias nas nove vezes que chegou à decisão da maior competição de clubes da atualidade. No entanto, no outro torneio continental, conhecido hoje como Europa League, o histórico joga a favor: são dois vices, sendo um deles na antiga Copa das Feiras, precursora do torneio, contra três títulos conquistados. O primeiro deles inaugurou a seção internacional da sala de troféus do clube: veio em 1977, na Copa Uefa. Na ocasião, a Velha Senhora tinha o comando de Giovanni Trapattoni e um time inteiramente italiano.

O lendário treinador chegou em Turim em 1976, com apenas 37 anos, e fez valer a confiança do presidente bianconero na época: com Giampiero Boniperti, estabeleceu uma parceria extremamente vencedora que durou uma década. Na sua primeira temporada, além do êxito continental, Trap venceu também a Serie A, perdendo apenas dois jogos na competição: para a Roma e o rival Torino, campeão do certame anterior.

No entanto, na Copa Uefa, o caminho foi mais tortuoso e com claras dificuldades de jogar fora do estádio Comunale (atual Olímpico Grande Torino), casa bianconera antes da mudança para o Delle Alpi – depois demolido para dar lugar ao Allianz Stadium. Nos três primeiros confrontos da competição, que era estruturada inteiramente em mata-mata, foram três derrotas fora de casa, sem qualquer gol marcado.

O primeiro adversário foi o Manchester City. Na Inglaterra, derrota por 1 a 0 e, na volta, virada por 2 a 0. Na fase seguinte, a Juve encarou o rival dos citizens. Contra o United, a história se repetiu: novamente derrotada pelo placar mínimo jogando fora dos seus domínios, a Vecchia Signora buscou um triunfo por 3 a 0 na Itália. Nas oitavas de final, o confronto foi contra o Shakhtar Donetsk, e a Juve repetiu o placar caseiro da partida contra os Red Devils. No retorno, perdeu por apenas 1 a 0 na Ucrânia, garantindo a vaga nas quartas.

Furino e Iribar, os capitães, se cumprimentam antes da partida de ida das finais (Arquivo/Juventus)

Em todas as vitórias, o veterano Roberto Boninsegna balançou as redes. Já aos 33 anos, marcou uma vez contra o City, duas contra o United e, por fim, contra o Shakhtar. Voluntarioso, foi um dos principais destaques do time, que jogava em um 4-3-3. Algumas lendas italianas figuravam entre os protagonistas: o arqueiro Dino Zoff ocupava o posto debaixo das traves, já com 35 anos. Ainda na juventude, Gaetano Scirea, 23, foi quem mais atuou durante a temporada na poderosa linha defensiva formada junto de Antonello Cuccureddu, Francesco Morini e Claudio Gentile. Mesmo jovem, Scirea era extremamente talentoso, e, se posicionando como líbero, contribuía ofensivamente com suas investidas – além de fazer uma cobertura impecável. O versátil Cuccureddu também deixou sua marca lá na frente, anotando três gols na competição: dois nas quartas e mais um nas semis.

No meio-campo, a experiência do camisa 10 Romeo Benetti e do capitão Giuseppe Furino, que defendeu a Juventus por 16 anos, contrastava com a presença do jovem Marco Tardelli. Na época com 22 anos, ele foi um coadjuvante extremamente útil enquanto defendia o clube de Turim, onde ficou por uma década.

No ataque, constituído por nomes já mais consolidados, Boninsegna formou trio com o habilidoso ponta Franco Causio, conhecido como Il Barone, e dividiu a artilharia da Juve na competição continental com o goleador Roberto Bettega. No auge da carreira, com 26 anos, Bobby Gol era a grande referência ofensiva da equipe de Trapattoni e foi artilheiro da Juventus no Campeonato Italiano de 1976-77, com 17 gols.

Na Copa Uefa, Bettega marcou cinco vezes, sendo a primeira vez contra o Shakhtar. Nas quartas de final, contra o alemão Magdeburg, passou em branco em ambas as vitórias dos bianconeri: 3 a 1 fora, contando com o último gol de seu xará Roberto na competição, e 1 a 0 em casa. Nas semis, veio a boa fase. Bettega anotou seu nome no placar três vezes contra o AEK, graças a uma doppietta na ida e mais um tento na volta. Os gols foram cruciais para os dois triunfos: 4 a 1 na Itália e 1 a 0 na Grécia. Assim, a Juventus chegava na final contra o Athletic Bilbao, clube que até hoje está em busca de seu primeiro título internacional.

Tardelli anotou o gol da Juve em Turim (Wikipedia)

O rival

Conhecida por só admitir atletas que possuem algum tipo de laço com o País Basco, a equipe de Bilbao é uma das poucas do futebol mundial que nunca amargou um rebaixamento, mesmo com essa limitação para contratações. Em 1976-77, somente com jogadores nacionais, assim como a Juventus, ficou em terceiro lugar em La Liga, perdeu para o Betis a final da Copa do Rei e quase alcançou a glória na Copa Uefa.

O time jogava também em um 4-3-3 e, como a Juve, possuía um goleiro lendário. José Ángel Iribar, com 34 anos à época, atuou debaixo das traves do clube basco por 18 temporadas e é o recordista de partidas disputadas da equipe, com 614 aparições. Tido como um dos melhores arqueiros da história da Espanha, foi um jogador inesquecível para os torcedores do Athletic e vestiu a faixa de capitão na decisão europeia.

Na linha de quatro, o lateral-direito e principal peça da defesa, José Lasa, acabou por ficar de fora do primeiro confronto. As outras três posições eram ocupadas por jovens talentos, com Agustín Gisasola sendo titular a maior parte da competição e Andoni Goikoetxea e José Alexanko revezando como sua dupla. Francisco Escalza, com 24 anos, completava a equipe na ala esquerda.

Bola na rede: time italiano saiu com a vantagem sobre o Athletic na decisão daquela Copa Uefa (Arquivo/Juventus)

O meio-campo contava com o já renomado Javier Irureta, que esteve anteriormente no Atlético de Madrid. Lá, venceu duas edições de La Liga, uma Copa do Rei e uma Copa Intercontinental. Junto a Irureta, jogavam José Ignacio Madariaga, defensor improvisado como médio, e Ángel Villar, que costumava recuar para iniciar as jogadas e tinha boa qualidade técnica.

Principal força ofensiva da equipe e segundo maior artilheiro da história do clube basco, o ponta-direita Dani foi quem mais marcou pelo Bilbao na Copa Uefa daquela temporada, somando seis gols. Txetxu Rojo, segundo jogador que mais vestiu a camisa dos leones, com incríveis 541 exibições, jogava no lado esquerdo. E quem fechava o onze inicial era o centroavante José María Amorrortu, que não balançou as redes uma vez sequer na competição, apesar de vestir a 9.

Durante o torneio, o clube basco demonstrou uma força incrível no San Mamés, sua casa até os dias de hoje, permanecendo invicto. Na primeira fase, foi derrotado no confronto de ida contra o Újpesti Dózsa, da Hungria, por 1 a 0, mas venceu de forma categórica, em casa, por 5 a 0, com tripletta de Dani. O adversário seguinte, o Basel, da Suíça, foi mais tranquilo: uma vitória em La Catedral por 3 a 1 e um empate fora com um gol marcado para cada lado.

O habilidoso Causio foi um dos destaques da Juventus contra o forte time basco (Wikipedia)

A partir das oitavas, a equipe treinada por Koldo Aguirre teve que passar por confrontos extremamente desafiadores. O primeiro deles foi contra o Milan. O Athletic venceu por 4 a 1 em casa, mas mesmo assim quase foi eliminado: os rossoneri estavam vencendo por 3 a 0 no San Siro quando a arbitragem da partida marcou um pênalti salvador aos 88 minutos. José Ignacio Churruca converteu a cobrança e contribuiu para mais um péssimo episódio na curta passagem do treinador Giuseppe Marchioro em Milão.

Nas quartas de final, o Athletic Bilbao encarou o Barcelona de Johan Cruyff e passou sem derrotas. No San Mamés, 2 a 1 a favor, e na volta, empate por 2 a 2 com dois gols anotados por Javier Irureta. O adversário das semis foi o Molenbeek, e depois de dois empates (0 a 0 na Espanha e 1 a 1 na Bélgica), o clube basco se classificou para a final devido ao gol marcado fora de casa. Justamente o mesmo critério que o faria sair derrotado da decisão.

A ida, em Turim

Criado em 1971, o regulamento da Copa Uefa não previa finais disputadas em jogo único – foram 26 edições com confrontos de ida e volta, antes da adoção do formato atual, com decisão em jogo único e campo neutro. No dia 4 de maio de 1977, na sexta finalíssima da história do torneio, foi jogada a primeira partida do confronto entre Juventus e Athletic Bilbao, no estádio Comunale.

Os mandantes italianos praticamente dominaram a partida inteira de ida. A primeira chance de perigo veio logo aos 2 minutos, em um chutaço de longa distância. Scirea conduziu pelo meio e, sem marcação, soltou o pé. No centro da meta, Iribar fez defesa tranquila. Cinco minutos depois, em mais uma subida do camisa 6, Cuccureddu recebeu na ponta direita, cruzou rasteiro e Boninsegna, de carrinho, quase completou na segunda trave.

Em dia inspirado, Causio deixou a defesa basca em apuros (Arquivo/Juventus)

A recompensa pelo volume e intensidade do time de Trapattoni veio aos 13 minutos. Scirea disparou mais uma vez pelo lado direito, sem bola, e recebeu a pelota perto da bandeira de escanteio, de onde cruzou. O meio-campista Tardelli percebeu o espaço na defesa do Bilbao, invadiu a área e recebeu o passe pelo alto um pouco atrasado, mas o suficiente para conseguir desviá-lo – meio de cabeça, meio de ombro – e encobrir o goleiro adversário, marcando o primeiro gol da Juve.

Os bianconeri ainda tiveram mais uma oportunidade para ampliar contra um atônito Athletic Bilbao. Com 18 minutos, Causio fez ótima tabela com Benetti e conseguiu ficar de frente para Iribar, mas em vez de finalizar a jogada, tentou tocar atrás para Boninsegna. A zaga espanhola interceptou a bola, que ainda pipocou um pouco antes de ser afastada definitivamente.

Dos 20 minutos em diante, o jogo caiu de intensidade, com a posse ficando mais com os visitantes. Zoff foi exigido pela primeira vez aos 26, em uma cobrança de falta sem muito ângulo. Ainda assim, o arqueiro precisou intervir, espalmando para escanteio.

Antes do intervalo, Boninsegna, que havia se envolvido em uma dividida forte ainda bem no começo da partida, precisou sair por não aguentar mais as dores da lesão, dando lugar a Sergio Gori. O atacante reserva havia sido campeão italiano pelo Cagliari na temporada 1969-70, mas sem grandes momentos de protagonismo no time da Sardenha.

Ainda jovem, Bettega deu trabalho ao time de Aguirre (LaPresse)

Na volta para o segundo tempo, ambas as equipes começaram a fazer mais faltas. Goikoetxea, aos 50 minutos, acertou uma entrada frontal duríssima em Scirea, e foi amarelado pelo árbitro holandês Charles Corver. O primeiro lance de perigo aconteceu só aos 61 minutos. Benetti recuperou uma bola ainda no ataque, puxou para a direita e, de fora da área, chutou forte, no lado esquerdo da meta dos leones.

Cinco minutos depois, Causio, grande destaque desse jogo e principal arma bianconera, fez uma linda jogada individual, acertando três fintas em sequência (com direito a uma meia lua) e virou o jogo para Gori. O substituto puxou para a destra e finalizou no centro do gol, parando em uma defesa tranquila de Iribar.

A Juventus seguiu controlando o jogo e ameaçando bastante nos contra-ataques – principalmente com os arranques de Scirea à zona ofensiva e também com a habilidade individual de Causio. Mais perto do final, aos 82 minutos, o ponta apareceu de novo em outra jogada de efeito: de costas para o gol, Il Barone fez duas embaixadinhas para tirar dois defensores da jogada e virou de frente fintando mais um. Porém, na hora de colocar para dentro, não conseguiu bater com força na bola, deixando fácil para as mãos do goleiro.

Três minutos depois, o último lance de maior perigo da partida de ida. Causio, sem tomar distância, aproveitou para cobrar rápido um lance de bola parada e Scirea subiu na área para testar livre. Iribar, com bastante agilidade, fez uma grande defesa e garantiu a derrota magra contra o time de Turim.

Na partida de volta, a Juve homenageou o Athletic com flores com as cores do clube e da bandeira basca (Vintage Football Club)

A volta, em Bilbao

O Athletic Bilbao fez três mudanças na equipe titular para o confronto que aconteceu duas semanas depois. Primeiro, o zagueiro Goikoetxea deu lugar ao ainda jovem líbero Alexanko, que viria a ter uma bela carreira, defendendo o Barcelona por 13 anos. Lasa voltou à lateral direita, deixando José Ignacio Oñaederra de fora, e, no ataque, José Rojo ficou no banco enquanto Amorrortu completou o trio ofensivo com Churruca e Dani. Madariaga ficou fora de ambas as partidas e Txetxu Rojo jogou no meio-campo durante os 180 minutos.

Diferentemente da ida, a Juve não entrou dominando as ações ou a posse, e os donos da casa foram levemente superiores. Mesmo assim, a estrela que brilhou foi a do camisa 11 do lado italiano: aos 6 minutos, Tardelli cobrou um arremesso manual próximo à bandeira direita de escanteio, correu para trás e recebeu de volta de Causio. Com a perna esquerda, cruzou fechado no centro da área. Entre dois zagueiros, Bettega deu um mergulho e acertou uma bela testada para fazer o importantíssimo gol fora de casa. O Bilbao precisava anotar, no mínimo, três tentos.

O primeiro dos bascos não demorou tanto para sair. Gentile perdeu a bola ainda no campo de defesa e Villar avançou pela direita. O meio-campista cruzou, Churruca errou bisonhamente a finalização, já na pequena área, e a bola desviou em Irureta, que marcou praticamente sem querer. Para a torcida, isso obviamente não foi um problema: o San Mamés efervesceu.

O Athetic fez muita pressão em bolas aéreas, mas a defesa italiana conseguiu resistir em San Mamés (Arquivo/Juventus)

O Bilbao passou a ficar ainda mais com a posse de bola e conduziu o jogo como quis no campo de ataque. A equipe de Trapattoni, por sua vez, se manteve bem recuada, diminuindo bastante os espaços de seus adversários e tentando sair em contra-ataque, principalmente pelas alas, com Causio.

Aos 21 minutos, na bola parada, a Juve conseguiu criar algo durante um jogo que passou a ser bastante aguerrido. Causio cruzou e Bettega subiu mais alto que todos defensores. Porém, o goleador não direcionou bem a cabeçada, que saiu pela linha de fundo, em tiro de meta. Dois minutos depois, a primeira faísca: Gentile quase acertou o rosto de Dani com uma cotovelada. O espanhol não deixou barato, tentou revidar por baixo e o clima esquentou de vez. O árbitro austríaco Erich Linemayr preferiu ficar na conversa.

A equipe de Aguirre enfrentava dificuldades para ultrapassar a muralha de Trapattoni. Por muitas vezes, a bola até chegava na grande área, mas os chutes acabavam bloqueados, e os cruzamentos, interceptados. O caminho foi tentar de longa distância: aos 27 minutos, Churruca arriscou com um chute rasteiro e Zoff foi buscar no cantinho, concedendo um dos incríveis oito escanteios que os bascos tiveram na primeira etapa.

Perto dos 40 minutos, começou a pressão dos donos da casa: Gentile errou o desarme em Churruca, que desabou dentro da área. O juiz concedeu apenas escanteio, levando os torcedores rojiblancos à loucura. Logo em seguida, Dani acertou uma cabeçada perigosíssima por cima do travessão. E, antes do intervalo, por muito pouco o volume de jogo não foi recompensado.

Causio e Trapattoni seguram a taça da Copa Uefa, a primeira do clube de Turim em toda a história (Arquivo/Juventus)

Com 42 minutos, Lasa recebeu uma bela inversão de Rojo. O lateral progrediu em diagonal, chegou à linha de fundo e tocou na pequena área, onde Irureta só teve o trabalho de completar para o gol. No entanto, o lance foi anulado pois a arbitragem considerou que houve um domínio com a mão por parte de Lasa.

Na volta para o segundo tempo, a Juve, já satisfeita com o resultado, começou a catimbar para valer. Faltas duras foram mais recorrentes e a perda de tempo acontecia frequentemente, irritando tanto a torcida quanto os jogadores do Athletic. Benetti, Tardelli e Gentile foram amarelados no decorrer da partida – os dois primeiros por entradas consideravelmente agressivas.

Sem conseguir ameaçar a retranca italiana, que foi reforçada pela entrada do defensor Luciano Spinosi no lugar de Boninsegna, Aguirre resolveu ir para o tudo ou nada. Aos 65 minutos, sacou o lateral Lasa e colocou o talismã Carlos Ruiz. Mesmo sendo reserva, o atacante vinha sendo importantíssimo na competição da Uefa. Até ali, havia marcado quatro gols: dois contra o Basel e dois contra o Milan. Na final, o “super sub” também conseguiu deixar sua marca.

Passados 13 minutos da substituição, Ruiz recebeu uma ótima cobrança de escanteio na marca do pênalti e conseguiu antecipar Scirea, subindo quase livre. Após um leve toque com a testa, a bola foi no cantinho e tocou na trave do gol de Zoff, que, imóvel, nada pode fazer para evitar a virada. O domínio era total dos mandantes e a Juventus não jogava mais – pelo menos não com a bola.

Boninsegna e Benetti desembarcam na Itália com o fruto do esforço do grupo bianconero (Arquivo/Juventus)

Os últimos minutos de partida foram de desespero para o Athletic Bilbao. Precisando de apenas um tento para ficarem em vantagem, os bascos optaram por sucessivos cruzamentos e lançamentos longos, mas a defesa bianconera – de azul, na ocasião – conseguiu controlar bem o espaço aéreo até o apito final. Fim de partida e, com o placar agregado de 2 a 2, a Juventus venceu a Copa Uefa pela primeira vez em sua história graças ao gol marcado fora de casa.

Giovanni Trapattoni, com apenas 38 anos, faturava não só o seu primeiro título como treinador, mas também colocava o seu nome na primeira conquista internacional do clube de Turim. Alguns dias depois, adicionou à galeria de troféus um scudetto: na última rodada da Serie A, a Juventus venceu a Sampdoria por 2 a 0, com gols de Boninsegna e Bettega.

E essa foi apenas a primeira temporada. O treinador ainda viveria uma década à frente da Vecchia Signora, conquistando todas as competições que disputou. No total, foram seis campeonatos nacionais, duas edições da Coppa Italia, esta Copa Uefa, uma Recopa Uefa, uma Supercopa Europeia, a tão desejada Copa dos Campeões e o Mundial Interclubes. Na segunda passagem pelo Piemonte, Trap ganhou mais uma vez a segunda principal competição continental.

Junto a toda essa trajetória repleta de glórias, um contratempo infelizmente inesquecível aconteceu em 1983. Trapattoni fez parte de um dos sete vices da Juventus na maior competição de clubes: na final, perdeu a decisão para o Hamburgo, da Alemanha, por 1 a 0. Um deslize ingrato, mas que pouco afeta a linda história que começou com o troféu levantado no San Mamés.

Juventus 1-0 Athletic Bilbao (ida)

Juventus: Zoff; Scirea; Cuccureddu, Morini, Gentile; Furino, Benetti, Tardelli; Causio, Boninsegna (Gori), Bettega. Técnico: Giovanni Trapattoni.
Athletic Bilbao: Iribar; Oñaederra, Guisasola, Goikoetxea, Escalza; Irureta, Villar, Txetxu Rojo; Dani, Churruca, José Rojo. Técnico: Koldo Aguirre.
Gol: Tardelli (15’)
Árbitro: Charles Corver (Holanda)
Local e data: estádio Comunale, Turim (Itália), em 4 de maio de 1977

Athletic Bilbao 2-1 Juventus (volta)

Athletic Bilbao: Iribar; Lasa (Ruiz), Guisasola, Alexanko, Escalza; Irureta, Villar, Txetxu Rojo; Dani, Churruca, Amorrortu. Técnico: Koldo Aguirre.
Juventus: Zoff; Scirea; Cuccureddu, Morini, Gentile; Furino, Benetti, Tardelli; Causio, Boninsegna (Spinosi), Bettega. Técnico: Giovanni Trapattoni.
Gols: Irureta (11′), Ruiz (78′); Bettega (7’)
Árbitro: Erich Linemayr (Áustria)
Local e data: estádio San Mamés, Bilbao (Espanha), em 18 de maio de 1977

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