As oitavas de final da Coppa Italia tiveram seu início nesta semana, com três jogos de muita emoção. Na quarta-feira, 12, a Atalanta recebeu o Venezia, em Bérgamo, e fez a partida mais tranquila desta leva de pelejas: venceu por 2 a 0. Na quinta-feira, 13, outros dois jogos foram muito mais movimentados e chegaram até a prorrogação: primeiro, a Fiorentina goleou o Napoli em pleno Diego Armando Maradona; em seguida, o Milan sofreu para superar o Genoa. Confira os resumos dos duelos.
Napoli 2-5 Fiorentina
No antigo estádio San Paolo, a partida começou com o Napoli mais propositivo, mas a primeira grande oportunidade foi da Fiorentina, com um chute de fora da área do artilheiro sérvio Vlahovic, que fez Ospina espalmar em bela defesa. Poucos minutos depois, Biraghi bateu escanteio e Milenkovic acertou o travessão.
A equipe napolitana explorava a linha alta da Viola com contra-ataques perigosos e teve a sua primeira grande chance com Elmas, ao receber passe de Politano – no entanto, Dragowski fechou bem o ângulo. Depois de um período de ritmo mais baixo, aos 41 minutos, os visitantes abriram o placar. Em bela jogada, Nico González fez linda inversão de jogo para Saponara, que escapou bem da marcação e acionou Vlahovic. O artilheiro tirou facilmente do estreante Tuanzebe e chutou de canhota para abrir o placar.
A alegria da Viola durou muito pouco. Aos 44 minutos, Dragowski saiu jogando errado e, no bate-rebate, a bola sobrou para Mertens, que encobriu o goleiro e empatando a partida. Como se já não bastasse ter falhado no primeiro gol, o polonês ainda cometeu erro crasso na seguida: não se comunicou com Venuti e saiu da área para tentar cortar um cruzamento longo, mas foi pego no contrapé pelo recuo do lateral. Para evitar a virada do Napoli, fez falta em Elmas e foi expulso. Duncan, que já tinha cartão, amarelo saiu para a entrada do arqueiro Terracciano.
Ambas as equipes mudaram no intervalo: Ospina, com lesão muscular, teve de dar lugar a Meret no lado mandante, enquanto os visitantes trocaram Saponara por Maleh. O time de Spalletti, com um a mais, tentou pressionar, mas parou na falta de pontaria de Petagna e numa defesa de Teracciano. Aos 57 minutos, o balde de água fria: em sobra de uma cobrança de falta sua, Biraghi finalizou com categoria e fez o segundo da Fiorentina.
O jogo começou a ter bastante faltas a partir de então – principalmente por parte do Napoli, para matar os contra-ataques dos visitantes. Esse cenário mostrava que o plano do técnico Italiano estava dando certo e, por pouco, a Fiorentina não matou o jogo. Em um desses contragolpes, Biraghi cruzou rasteiro para Nico González, que isolou a bola e perdeu uma grande chance.
A partir dos 80 minutos, a partida entrou num verdadeiro estado de frenesi. Lozano acertou a trave e, pouco depois, foi expulso por uma falta dura em Nico González. O Napoli, que passou quase todo o segundo tempo com um a mais, terminou a etapa em desvantagem numérica, já que Ruiz matou um contra-ataque com falta sobre Torreira e também foi para o chuveiro mais cedo. Mas o futebol costuma ser matreiro e, aos 95, os mandantes empataram: Malcuit cruzou rasteiro, a bola passou por quatro jogadores e chegou a Petagna, que estufou as redes e levou a partida para a prorrogação.
O Napoli até resistiu por um tempo, mas não teve capacidade física para defender com nove jogadores – muitos dos quais exauridos pela utilização excessiva nas últimas semanas, para cobrir os abundantes desfalques do elenco. Assim, na segunda etapa extra, a Fiorentina construiu um placar elástico. Aos 106 minutos, Maleh cruzou na segunda trave para Venuti, que chutou de primeira e marcou belo gol. O marroquino e o italiano ainda participaram da jogada do tento do estreante Piatek, aos 108. Já aos 118, Maleh recebeu de Ikoné e determinou o 5 a 2. Na próxima fase, a Viola encara a Atalanta.

Em grande fase, Rafael Leão acerta até quando erra: sem querer, marcou um dos gols da virada do Milan sobre o Genoa (Getty)
Milan 3-1 Genoa
Na volta de Shevchenko a San Siro, pela primeira vez como adversário do Milan, até pareceu que o ucraniano – auxiliado por Tassotti, outra antiga bandeira milanista – iria aprontar contra o time em que foi ídolo. O Genoa assustou, mas acabou sofrendo a virada na prorrogação.
Com menos de 5 minutos, o Milan acertou o travessão com Krunic, após escanteio cobrado por Junior Messias. Só que o corner foi mais feliz para o Genoa. Maignan desviou para fora um chute potente de Vanheusden, mas a bola levantada por Portanova, na sequência, encontrou a cabeça de Ostigard: aos 17, os visitantes abriam o placar.
O Milan tinha mais posse de bola, mas o Genoa se defendia muito bem e causava dificuldades de criação aos milanistas, pouco inspirados. Portanova chegou a ter duas chances de ampliar para o time da Ligúria, mas esbarrou em Maignan e na própria falta de pontaria. Foi aí que, aos 74, o Diavolo puniu os visitantes: Hernandez cruzou com perfeição e Giroud cabeceou para as redes de Semper.
Os dois times tentaram resolver a parada no tempo normal, mas a peleja acabou indo para a prorrogação. E aí só deu Milan. Logo de cara, Rafael Leão, chutou rasteiro e obrigou Semper a desviar com maestria para evitar o gol. Na sequência, Tonali arriscou de longe e a bola tirou tinta do ângulo do gol do Genoa. Aos 102 minutos, mais uma vez a insistência do Milan foi recompensada: Brahim Díaz tocou para Leão, que tentou cruzar para a área, mas viu a pelota pegar a direção da baliza rossoblù e encobrir o arqueiro croata.
Na etapa final da prorrogação, o Genoa começou assustando com um chute perigoso de Ostigard. Um pouco mais recuado, tentando se proteger do “abafa” visitante, o Milan sabia que poderia matar o jogo com um contragolpe. E foi o que aconteceu: aos 112, Hernandez arrancou pela esquerda e rolou para Saelemaekers, que entrou livre na área e chapou para decidir a eliminatória. Nas quartas de final, os rossoneri enfrentam o vencedor do duelo entre Lazio e Udinese.

Dominante, a Atalanta jogou para o gasto: Maehle, no final da partida, fez o segundo sobre o Venezia (Getty)
Atalanta 2-0 Venezia
No Gewiss Stadium, a Atalanta confirmou o seu favoritismo sobre o Venezia. A equipe de Gasperini praticamente resolveu a eliminatória no primeiro tempo, ao abrir o placar aos 12 minutos: após bate-rebate, Freuler tocou para Muriel, que teve muita frieza para deslocar a marcação e o goleiro Lezzerini antes de finalizar.
A Atalanta dominava as ações e, após belo passe de calcanhar de Muriel, Pezzella cortou o marcador e chutou forte, obrigando Lazzerini a se fazer boa intervenção. Em seu único momento de perigo, o Venezia engatou um rápido contra-ataque com Johnsen e Kiyine finalizou, assustando o goleiro Musso. Na primeira etapa, a Dea ainda acertou a trave, quando o holandês Koopmeiners completou um cruzamento do compatriota Hateboer.
Na segunda etapa, a Atalanta entrou decidida a ampliar o placar, para poder gerir o jogo de forma ainda mais tranquila. No entanto, depois de um chute perigoso de Hateboer, o Venezia marcou um gol, com Crnigoj – para a sorte dos nerazzurri, Henry estava impedido e prejudicava a visão de Musso, de modo que o tento foi anulado. Este foi apenas um pequeno contratempo no plano dos mandantes, que acertaram a trave cinco minutos depois, com Pezzella.
O time visitante, treinado por Paolo Zanetti, pouco ameaçava, a não ser quando a Dea errava passes em campo de defesa. Dessa forma, os donos da casa foram fazendo o tempo passar, tendo a bola ou roubando-a rapidamente, graças a sua marcação alta. Em um dos desarmes no campo do adversário, Muriel recebeu de Demiral e chutou rasteiro da entrada da área, levando perigo. Aos 88 minutos, a Atalanta finalmente conseguiu marcar o segundo gol: em um contra-ataque fatal, Maehle tabelou com Pasalic e ficou com gol aberto para finalizar.