Nesta terça-feira, 22 de fevereiro, a Juventus viajou até a Espanha para enfrentar o Villarreal no antigo El Madrigal, conhecido atualmente como Estadio de la Cerámica. O duelo colocou frente a frente duas equipes que começaram a temporada com muitos problemas para encontrar o seu melhor futebol, mas que cresceram de produção nos últimos meses. No fim das contas, a igualdade de cenários se refletiu no resultado: empate por 1 a 1.
Antes do jogo, a grande questão era o encaixe de ideias e qual seria a postura adotada pelos dois treinadores. Massimiliano Allegri é reconhecido por planejar muito bem os grandes duelos, com desenhos específicos para o adversário da vez e muitas variações. Já Unai Emery viu o Villarreal atingir seu melhor nível na temporada quando teve campo para contra-atacar, como nos duelos contra Real Madrid em La Liga e Atalanta na Liga dos Campeões.
Quando a bola rolou, o que estava se desenhando era uma Juventus jogando no 4-5-1, com Alex Sandro como zagueiro ao lado de De Ligt e Morata fechando o corredor esquerdo, com Vlahovic no comando do ataque. Contudo, logo aos 32 segundos de partida, Danilo lançou o centroavante sérvio, que dominou no peito, girou e colocou no fundo da rede, de direita. Em sua estreia pela Liga dos Campeões, o camisa 7 já deixou a sua marca.
Com o gol anotado tão cedo, a Juventus jogava para o Villarreal a obrigação de propor o jogo, buscar os espaços e trabalhar posses mais longas. Allegri logo fez ajustes e o 4-5-1 se transformou num sistema com linha de cinco defensores, com Danilo como zagueiro e Cuadrado e De Sciglio nas alas. Na frente, veríamos dois desenhos diferentes: um com Morata ainda aberto na esquerda, McKennie na direita e Rabiot formando dupla de volantes com Locatelli, e outro com Morata e Vlahovic juntos no ataque, com um trio de meias centrais.
Os donos da casa, que entraram no jogo dentro do seu habitual 4-4-2, mas jogando com Lo Celso como segundo atacante e Danjuma como um 9 de mobilidade, se viu obrigado a buscar soluções para construir. Sendo assim, Emery segurou Foyth pelo lado direito de defesa, liberou Pedraza para ser um ala pela esquerda e levou Alberto Moreno para formar uma dupla de criação com Lo Celso, por trás de Danjuma.
Nos primeiros 10 minutos de partida, a Juventus teve comodidade para defender em bloco baixo. Entretanto, com o passar do tempo, as oportunidades começaram a aparecer e o Villarreal ficou muito perto de empatar a partida, chegando a colocar bola na trave, em jogada construída por Pedraza pelo lado esquerdo e finalização mascada de Lo Celso.
Sem obter a mesma consistência para defender sua área como nos tempos de Bonucci, Barzagli e Chiellini, Allegri resolveu adiantar suas linhas e trabalhar um encaixe de marcação na saída de bola do Villarreal. Morata e Vlahovic cuidavam da dupla de zaga, Rabiot ficava responsável por vigiar Foyth e os alas das Juventus travavam embates individuais com seus homólogos no time espanhol.
O primeiro terminou dessa maneira, com a Juventus buscando roubar a bola em zona central para depois ativar seus atacantes, e o Villarreal tentando achar soluções para trocar passes e criar suas chances de gol. Na volta do intervalo, Allegri trocou Alex Sandro por Bonucci, mas o planejamento permaneceu o mesmo. Entretanto, com uma queda no nível físico, os encaixes de marcação foram se perdendo e o Villarreal aumentou o seu volume de jogo.
Aos 66 minutos, Capoue recebeu pelo lado esquerdo, Locatelli demorou muito para pressionar e o meia do Villarreal encontrou o passe por elevação para Parejo, que atacou o espaço e, aproveitando erro de posicionamento de De Ligt e uma cochilada de Rabiot, empatou a partida. O restante da peleja não rendeu muitos lances de perigo, já que as duas equipes foram capazes de neutralizar as melhores qualidades adversárias e erraram muito no momento do último passe.
A última boa chance foi da Juventus, pouco depois de McKennie sair com uma lesão no pé – o norte-americano fraturou dois dedos e pode desfalcar a Velha Senhora por até três meses. Aos 85, Vlahovic teve uma última oportunidade quando recebeu pelo lado direito, cortou para o meio e bateu para o gol da entrada da área, para uma boa defesa de Rulli.
O jogo foi um grande duelo de ideias, variações e boas jogadas, mas terminou empatado. Tudo segue aberto para a partida de volta, que acontece no dia 16 de março, em Turim. Como não existe mais o gol qualificado nas competições da Uefa, teremos pênaltis em caso de empate. Quem vencer, no tempo normal ou na prorrogação, avança.