Liga dos Campeões

A Inter conseguiu sua primeira vitória em Anfield, mas caiu na Champions League

No confronto de volta entre Liverpool e Inter, pelas oitavas de final da Liga dos Campeões, Anfield viveu mais uma grande noite europeia. Numa partida de intensidade similar à do duelo de ida, a equipe italiana conseguiu o primeiro triunfo como visitante sobre os Reds em sua história. No entanto, a vitória por 1 a 0 não foi suficiente para que os nerazzurri avançassem às quartas.

Antes de a bola rolar, havia grande expectativa sobre as equipes que iriam a campo. Pelo lado do Liverpool, Jürgen Klopp optou por Matip ao lado de Van Dijk na zaga, Jones ao lado de Thiago e Fabinho no meio, além de Diogo Jota voltando ao comando do ataque. Já na Inter, Simone Inzaghi deixou Dzeko no banco e apostou na inventividade e qualidade técnica de Sánchez como parceiro de Martínez.

Os momentos iniciais da partida foram como o esperado: um duelo de encaixe de pressão alta na saída de bola por parte de ambos os times. A Inter começou muito bem, conseguindo trocar passes com qualidade, superando o bom encaixe do trio de ataque do Liverpool no trio de zaga da Inter e vendo Brozovic direcionar a equipe em campo. Apesar disso, não conseguiu criar chances efetivas de gol por cometer muitas falha na fase decisiva das jogadas – como escolhas erradas de passe ou jogadores em posição de impedimento.

Depois de 25 minutos nesse ritmo, o jogo mudou. O Liverpool que equilibrava o confronto até ali, assumiu o controle, guiado por um Van Dijk imponente e com muita segurança para controlar a profundidade – além de Fabinho atuando como faz-tudo no meio-campo. O brasileiro iniciava as jogadas, se movimentava para dar opção de passe aos colegas e ainda controlava a flutuação de Sánchez e Çalhanoglu, impedindo que eles produzissem entre as linhas.

As melhores chances da primeira etapa surgiram através da bola parada. No Liverpool, Alexander-Arnold levantou pelo lado esquerdo e Matip cabeceou no travessão. A favor da Inter, Çalhanoglu cobrou falta pelo flanco direito, mandando em direção ao gol, mas ninguém desviou a bola antes que Alisson pudesse realizar a defesa.

Na volta do intervalo, Inzaghi trocou De Vrij, que sentiu dores na panturrilha, por D’Ambrosio. No entanto, o cenário do jogo se manteve como na parte final da primeira etapa: a Inter não conseguia incomodar a saída de bola do Liverpool e sofria para encaixar suas chegadas ao campo ofensivo.

A expulsão de Sánchez, logo após o gol de Lautaro, dificultou imensamente a reação da Inter (AFP/Getty)

Esse cenário ofereceu conforto e confiança ao time mandante, que sentiu a oportunidade de marcar um gol e encerrar de vez a chance dos visitantes – o que quase aconteceu quando Salah finalizou na trave. Contudo, o jogo mais aberto permitiu à Inter a transição rápida que tanto gosta, fez Perisic crescer no confronto e deu aos nerazzurri um maior volume de oportunidades criadas. Aos 60 minutos, após erro na saída dos Reds, Sánchez encontrou Lautaro na entrada da área e o argentino finalizou com extrema qualidade, com a parte externa do pé, superando Alisson e marcando um golaço.

Tudo aberto no confronto e uma Inter forte em busca do segundo gol? Era o cenário que estava se desenhando. Porém, apenas dois minutos após o tento de Martínez, Sánchez tentou dividir a bola pelo alto e acabou atingindo a perna de Fabinho, recebeu o segundo amarelo e foi expulso.

Com 10 em campo até o apito final, a Inter lutou, mas pouco conseguiu produzir. Inzaghi mudou a equipe, apostando em Correa, Gagliardini, Darmian e Vecino como substitutos a Lautaro, Brozovic (lesionado), Dumfries e Çalhanoglu, mas o Liverpool controlou as ações. Após o jogo, o treinador nerazzurro deu a entender que tentou poupar energias de alguns atletas, diante do duro cenário que se apresentava – com um a menos, o time italiano precisaria marcar dois gols para se classificar ou anotar um e ir para a prorrogação. Vendo a chance do bicampeonato da Serie A mais concreta do que a de ir longe na Champions League, o comandante preferiu deixar Gosens e Dzeko no banco, por exemplo.

Assim, a Inter não encaixou mais contragolpes e viu o Liverpool ficar perto do gol duas vezes, ambas com Salah – o egípcio acertou a trave novamente e também foi bloqueado por Vidal em finalização que tinha o caminho das redes. No fim das contas, os ingleses garantiram a vaga nas quartas, mesmo com a derrota em casa.

Este foi o fim da jornada europeia da Inter em 2021-22. Uma temporada, a propósito, de muito importância para os nerazzurri. Voltar à Liga dos Campeões, o que ocorreu em 2018, era crucial; da mesma maneira que avançar ao mata-mata do torneio depois de três tentativas frustradas e das impactantes perdas de Antonio Conte, Lukaku e Hakimi. Vivendo o maior desafio de sua carreira, Inzaghi levou o Liverpool ao limite em um excelente duelo em 180 minutos, mostrando que a tradicional equipe de Milão adquiriu a casca necessária para frequentar os maiores palcos do continente. Pensando em evoluir mais em âmbito europeu em 2022-23, a Beneamata fechará a sua atual campanha na briga pelos títulos da Coppa Italia e da Serie A.

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