A terça, 11 de outubro, não foi nada boa para os times italianos. A bem da verdade, foi péssima. Milan e Juventus entraram em campo pela quarta rodada da Liga dos Campeões e perderam seus compromissos, mas de formas bem diferentes. Enquanto o Diavolo teve sua partida contra o Chelsea extremamente condicionada pela arbitragem do alemão Daniel Siebert, a Velha Senhora caiu para o modesto Maccabi Haifa e deixou Israel com uma das derrotas mais pesadas de sua história na competição continental. Confira as análises dos jogos.
Milan 0-2 Chelsea
Em San Siro, o jogo entre Milan e Chelsea valia a liderança do Grupo E. Stefano Pioli sabia que a partida seria muito difícil, por conta da extensa lista de desfalques que assolam o grupo rossonero, mas a segunda derrota para os ingleses em uma semana, desta vez em casa, foi recheada de polêmicas – que certamente influenciaram no resultado do embate.
Os rossoneri terão muito do que reclamar nos próximos dias. Afinal, em um jogo de caráter extremamente decisivo, logo aos 18 minutos, o árbitro Siebert assinalou um pênalti bastante discutível a favor dos ingleses e expulsou o zagueiro Tomori, após uma disputa do inglês, ex-Chelsea, com Mount. Especialistas em arbitragem trataram a decisão como equivocada ou exagerada. No fim das contas, sequer houve revisão do VAR e Jorginho converteu pênalti a cobrança.
Com um a menos, a equipe de Pioli não conseguiu se reajustar defensivamente e tomou o segundo gol aos 34 minutos, depois de uma tabela envolvente do Chelsea e da conclusão de Aubameyang, formado pelo próprio Milan.
As mudanças táticas promovidas por Pioli não surtiram efeito no segundo tempo, e o Milan terminou a partida com somente uma finalização na direção da meta defendida por Kepa – e a melhor chance, na etapa inicial, foi uma cabeçada de Giroud, que raspou a trave. No fim das contas, Thiago Silva teve uma noite tranquila em sua primeira visita a San Siro desde que fora vendido pelo Diavolo ao Paris Saint-Germain, em 2012. Certamente o zagueiro foi ajudado também pela arbitragem de Siebert, que picotou demais o jogo e distribuiu muitos cartões amarelos para o time da casa: foram seis (mais o vermelho dado a Tomori) em apenas 12 faltas cometidas.
O time italiano manteve seus 4 pontos e a terceira colocação do Grupo E, mas agora está empatado com o Dinamo Zagreb, lanterna. O Milan tem dois a menos do que o Salzburg, vice-líder, e está a três do Chelsea.
Maccabi Haifa 2-0 Juventus
Numa rodada marcada por zebras na Champions League, a Juventus não se deu bem e foi assombrada pela sua própria mascote. A Velha Senhora foi a Israel sob uma pressão gigantesca, já que não vive seus melhores dias na Serie A – oitava colocada, perdeu o confronto direto para o Milan na última jornada – e decepciona no torneio continental. Na Liga dos Campeões o cenário ficou ainda pior após a derrota para o Maccabi Haifa e o time de Massimiliano Allegri precisa de uma improvável combinação de resultados para avançar às oitavas de final.
Certamente, um resultado diferente da vitória hoje não estava nos planos do treinador bianconero. Mas o Maccabi Haifa mostrou uma postura totalmente diferente da adotada no jogo de Turim, e chegou a abrir mão de um de seus defensores para aumentar o poder ofensivo. Logo aos 7 minutos, a vontade de vencer dos israelenses foi recompensada com o primeiro gol, marcado por Atzili. O inesperado golpe parece ter assustado a Juventus, que se via sem saber o que fazer com a bola, principalmente após perder Di María aos 24, novamente por lesão muscular.
Sem seu principal articulador, o time pouco criou. Pior, viu o Maccabi Haifa assustar sempre que conseguia uma escapada em contra-ataque ou na bola parada – Chery chegou a acertar o travessão. No final do primeiro tempo, a superioridade israelense se concretizou e Atzili, com um chute alto, castigou os italianos com seu segundo gol na noite. Na etapa complementar, já nas cordas e visivelmente abatida, a Juventus pouco assustou o adversário.
A Juve chegou a sua terceira derrota em quatro jogos, e agora precisa tirar uma vantagem de cinco pontos para Paris Saint-Germain ou Benfica em duas rodadas – ou seja, apenas seis ainda estão em disputa. Por fim, apesar da situação complicadíssima no Grupo H, Allegri ganhou o respaldo da diretoria, que negou os boatos de demissão do treinador. O termômetro das redes sociais indica, porém, que a torcida não ficou contente com a decisão.