Coppa Italia

As semifinais da Coppa Italia terão arrozes de festa das fases mais agudas do torneio

As quartas de final da Coppa Italia entregaram tudo o que os amantes do futebol italiano mais amam: clássicos, emoção e (um pouco de) polêmica. Teve de tudo nos quatro jogos: a Atalanta venceu o Milan em pleno San Siro, a Fiorentina passou para a próxima fase ao bater o rival Bologna nos pênaltis, a Juventus confirmou o favoritismo e goleou o Frosinone, além da confusão no Derby della Capitale, com vitória da Lazio sobre a Roma.

Assim, de um lado da chave nas semifinais teremos a Atalanta e a Fiorentina; do outro, a Lazio e a Juventus. Não é coincidência: todas essas equipes têm ficado entre as quatro melhores da Coppa Italia frequentemente. A seguir, acompanhe o que de melhor aconteceu nos jogos das quartas.

Koopmeiners marcou duas vezes sobre o Milan e levou a Atalanta a sua quarta semifinal de Coppa em sete anos (Getty)

Milan 1-2 Atalanta

Mesmo não sendo favorita para o confronto, a Atalanta foi até o San Siro e bateu o Milan de virada. Com dois gols de Koopmeiners, grande nome do jogo, os nerazzurri quebraram um tabu de três anos sem vitórias sobre o Diavolo.

A bola rolou no San Siro e, durante o primeiro tempo, quem teve as melhores chances foram os donos da casa. A primeira oportunidade foi aos 20 minutos, quando Musah recebeu a bola e mandou uma bomba na direção do gol nerazzurro. Carnesecchi, atento, logo fez boa defesa. O Diavolo tinha mais posse de bola, mas só conseguiu fazer o primeiro gol aos 45. Depois de uma arrancada de Hernandez pela esquerda, Rafael Leão, no talento, bateu de primeira e fez um golaço, com finalização no cantinho.

Porém, o torcedor rossonero comemorou por pouquíssimo tempo: pouco após a saída de bola, a Atalanta empatou. Koopmeiners aproveitou a bobeada da zaga e, em uma jogada rápida e letal, de dentro da área, aproveitou o cruzamento rasteiro de Holm e bateu Maignan, fazendo o primeiro tempo terminar igual no San Siro.

As coisas pioraram para o Milan. Na intenção de fazer o segundo gol logo, Stefano Pioli deixou o time mais aberto e a marcação no meio-campo mais frouxa. Resultado: quem chegou à virada foi a Atalanta, novamente nos pés de Koopmeiners. Miranchuk sofreu pênalti de Jiménez e deixou a bola para o holandês cobrar a penalidade, alcançando sua doppietta. Já o Milan, combalido pela reviravolta, pouco fez para buscar o resultado. Com isso, os nerazzurri se classificaram para as semifinais pela quarta vez em sete anos.

Nos pênaltis, a Fiorentina bateu o Bologna no Dérbi dos Apeninos e alcançou as semifinais da Coppa Italia pela terceira vez seguida (Getty)

Fiorentina 0-0 Bologna (5-4 nos pênaltis)

É preciso sermos honestos: em alguns momentos, os dois times deram a impressão de que não queriam avançar para as semifinais neste duelo. Em pleno Artemio Franchi, a Fiorentina sofreu para produzir alguma coisa contra o Bologna. Ambas as equipes passaram para as quartas após jogarem prorrogações, e mais uma vez, precisaram do tempo extra. E mais: foram até a última penalidade. Melhor para os violetas, impecáveis a partir da marca da cal.

Apesar de jogar fora de casa, foi o Bologna quem iniciou a partida oferecendo perigo. Mas a primeira grande chance foi da Viola, quando Kayode arriscou um chute aos 18 minutos, obrigando Skorupski a jogar a bola para escanteio.

Com o tempo, os mandantes deixaram de ameaçar ofensivamente, e quem passou a oferecer perigo foram os rossoblù. Aos 34 minutos, numa bobeada do ataque violeta, Orsolini recuperou a bola e disparou rumo à área adversária. Ele passou para Zirkzee, que driblou Milenkovic e bateu forte na direção do gol. Porém, a bola bateu no travessão antes de ir para a linha de fundo.

O segundo tempo começou da mesma forma que o anterior: com o Bologna atacando. Aos 50, Orsolini roubou a bola de novo e chutou forte e rasteiro. Mas não era o dia de sorte dele: a bola bateu de novo na trave. Minutos depois, outro vacilo da Fiorentina foi aproveitado pelos rossoblù: Saelem­aekers roubou a pelota na defesa adversária, tabelou com Zirkzee e passou para Ferguson na pequena área. O escocês chegou chutando em cima de Christensen, que fez a defesa.

Depois disso, o jogo ficou mais truncado, com os dois times tendo dificuldades de furar as defesas. Nos acréscimos e na sobra de escanteio, Martínez Quarta desperdiçou a chance classificação da Viola no tempo normal. Na prorrogação, Saelemaekers roubou a bola da defesa da Fiorentina e mandou mais um belo passe para Zirkzee, que entrou na grande área e chutou forte. Mais uma vez, o goleiro Christensen evitou o gol do Bologna com uma defesaça. A Viola revidou em seguida, novamente com Martínez Quarta – que arrematou em cima de Skorupski.

Com o erro de cabeçada de Kayode no segundo tempo da prorrogação, a decisão da vaga foi para os pênaltis. O fiel da balança foi Posch, que tentou tirar demais do goleiro e acabou mandando a bola por cima do travessão. Na sequência, Lopez converteu a quinta cobrança da Fiorentina, que voltou a obter uma vitória dramática nas penalidades e, pela primeira vez na história, chegou a três semifinais seguidas de Coppa Italia. E se Vincenzo Italiano se consolida em Florença, Thiago Motta e seu Bologna merecem muitos elogios apesar da eliminação.

O dérbi capitolino foi brigado, como sempre, e pouco atrativo com a bola rolando: coube a Zaccagni decidi-lo para a Lazio (Getty)

Lazio 1-0 Roma

O Derby della Capitale era o confronto mais imprevisível das quartas – e, sem dúvidas, foi o mais polêmico. O principal, contudo, faltou: foi um clássico abaixo da crítica no quesito futebol, com as duas equipes sofrendo no ataque. Quem conseguiu fazer o gol saiu com a vitória: neste caso, a Lazio. A Roma, a propósito, não marcou nenhuma vez nos quatro últimos clássicos. Pela primeira vez na história não balançou as redes da rival durante quatro jogos e meio.

A Roma buscou dominar as ações da partida, mantendo a posse de bola nos primeiros minutos. A Lazio começou a ir mais em direção ao ataque depois dos 10 minutos, aproveitando principalmente os erros da defesa adversária. Dali em diante, o clássico ficou parelho, mas sem chances de finalizações. As duas equipes erraram muitos passes, muito por mérito das defesas, e também pelo nervosismo: afinal, quem vencesse iria eliminar o arquirrival. O primeiro tempo terminou sem gols.

No segundo tempo, a Lazio voltou com outra atitude, se arriscando mais em campo. Não demorou muito para surtir efeito: logo aos 48 minutos, Felipe Anderson roubou a bola na lateral da Roma e fez o cruzamento pela direita. A bola parou na cabeça de Vecino, que obrigou Rui Patrício a fazer grande defesa. O gol sairia em uma bobeada dos giallorossi. Estreando como titular, o garoto Huijsen chegou atrasado na dividida com Castellanos e cometeu o pênalti. Quem cobrou foi Zaccagni, que não desperdiçou.

A Lazio teria uma chance de ampliar aos 57 minutos, quando a bola chegou para Felipe Anderson, que saiu em disparada. O brasileiro passou para Vecino na entrada da área, mas o uruguaio finalizou em cima do goleiro giallorosso. O meia teria outra oportunidade depois, mas a bola passou perto da trave.

Desesperada, a Roma partiu para o tudo ou nada. Porém, não deu certo: a Lazio quase ampliou no final, quando Pedro chutou forte para a defesa de Rui Patrício. Os giallorossi só teriam a melhor chance na partida já na casa dos 85 minutos, quando Azmoun ajeitou a bola na área para Belotti finalizar no cantinho. Porém, Mandas se esticou para fazer a defesa e assegurar a vitória para a Lazio. Um triunfo que não poderia ter sido obtido sem as habituais cenas lamentáveis: nos acréscimos, foram expulsos Pedro, Azmoun e Mancini – este último, após o apito final.

Com a vitória no clássico, a Lazio avançou para as semifinais após uma ausência de quatro temporadas. Porém, anteriormente, os aquilotti tinham chegado entre os quatro em cinco dos sete anos, com dois títulos conquistados entre 2012-13 e 2018-19. Por outro lado, embora seja a segunda maior ganhadora da competição, com nove taças, a Roma não passa das quartas da Coppa Italia desde 2017.

Se Milik anotou uma tripletta, Yildiz também se destacou com um belo sem pulo na vitória da Juventus (Getty)

Juventus 4-0 Frosinone

A Velha Senhora recebeu o Frosinone, uma das gratas surpresas desta temporada, e logo mandou o recado: era a favorita e iria se comportar como tal. Não à toa, atropelou os canários, com direito a tripletta de Milik.

A Juve não demorou muito para balançar as redes: aos 9 minutos, Miretti foi derrubado na área por Lirola e o árbitro marcou pênalti. Coube a Milik, que não anotava um gol desde outubro, abrir o marcador no Allianz Stadium.

O Frosinone pouco fez no ataque e isso deu espaço para os donos da casa ampliarem o placar. Aos 38, Milik deu uma arrancada pela direita e inverteu lindamente para McKennie, que devolveu para o colega com belo lançamento. O atacante ajeitou bonito no peito e chutou de canhota para o fundo do gol. No minuto seguinte, Weah mandou um míssil para o gol e quase fez o terceiro, mas o goleiro Cerofolini fez a defesa. No final do primeiro tempo, McKennie também pararia na parede gialloblù.

O segundo tempo começaria logo com a saída de bola errada do Frosinone e, obviamente, outro gol da Juve. Locatelli aproveitou a bobeada de Cerofolini e Mazzitelli para ajeitar a bola para Milik, que só precisou empurrar para fazer seu terceiro gol na partida. O polonês ainda chegou a balançar as redes pela quarta vez, mas o impedimento anulou seu poker.

O 4 a 0, no entanto, viria logo em seguida – e com uma pintura. McKennie driblou pelo lado esquerdo da defesa do Frosinone e lançou para Yildiz. O jovem turco, de apenas 18 anos, chutou sem deixar a bola cair e fez um golaço. A Juventus enfrentará a Lazio nas semifinais e segue com sua performance incrível na competição: não ficou entre as quatro melhores da Coppa Italia apenas uma vez na última década. Nesse período, levantou cinco taças. Pintou a favorita?

Compartilhe!

Deixe um comentário