Serie A

900 minutos em 9: 22ª rodada

Há quanto tempo não havia problema na Roma? Difícil responder (AP Photo)
Nesta rodada, a única atividade entre Inter e Parma foram as negociações que envolveram Mariga, Jiménez e Biabiany, das quais Braitner Moreira falará daqui a pouco, num texto sobre o mercado de janeiro. A Inter não jogou, mas se deu bem. O empate do Milan tranquiliza a atual campeã, que enfrentará o Parma dia 10 de fevereiro, recuperando a partida que foi adiada por causa de uma nevasca na região da Emilia-Romagna.

Na rodada, recheada de empates, apenas três equipes venceram. Uma delas foi a Roma, que passou pelo Siena com dificuldade. Os giallorossi contaram com os desfalques de Toni, Totti, Vucinic e Ménez, e tiveram de ir a campo com Júlio Baptista isolado no ataque. Sem muita criatividade, a equipe de Trigoria valorizava os cruzamentos ou as chegadas do sempre perigoso Riise. Não por acaso, o norueguês abriu o placar aparecendo pela segunda vez nas costas de Rosi: no primeiro voleio, a bola passou perto, mas no segundo não deu para Curci – que fez boa atuação contra seu ex-clube. A defesa da Roma também ia bem, mas sofreu seu primeiro gol em 400 minutos quando Vergassola empatou, após rebote de Júlio Sérgio num chute forte do garoto Jajalo. No segundo tempo, Ranieri colocou em campo Cerci e, mais tarde, Pit e Okaka, só que Curci seguia fechando o gol toscano. Mas os três pontos permaneceram no Olímpico por causa de dois personagens improváveis: Pit cruzou para Okaka marcar de calcanhar, já nos minutos finais. Ótima despedida para os dois, que foram emprestados para Triestina e Fulham, respectivamente. Foi o 17º resultado positivo em sequência para a Roma, que não é derrotada desde 28 de outubro, quando perdeu para a Udinese. Será a Roma a anti-Inter?

A equipe de Ranieri chega a vice-liderança com os mesmos 41 pontos do Milan, que empatou em casa com o Livorno. Sem Pirlo, faltou um pouco de criatividade para o preguiçoso Milan que se viu em campo, embora Ronaldinho tenha acertado a trave amaranta na primeira etapa. A equipe de Leonardo pareceu sentir o baque da derrota no dérbi da semana passada e só chegou ao gol de Ambrosini graças a uma falha do goleiro Benussi. O empate do Livorno, embalado com a permanência de Cosmi no comando da equipe, veio no início do segundo tempo. A defesa do Milan vacilou e permitiu que Lucarelli, ironicamente um torcedor da Inter quando criança, desviasse para as redes um chute torto de Bellucci. Empate que se manteve graças ao desespero rossonero e que teve sabor de vitória para a equipe da Toscana.

No Olímpico de Turim, Juventus e Lazio protagonizaram um jogo de ataque contra defesa. Ou melhor, de Diego (e às vezes Candreva) contra toda a defesa biancoceleste. Alberto Zaccheroni estreava no comando da Juve, mas não mudou nem o esquema tático nem a maneira de a equipe jogar. Diego flutuava entre as linhas de meio-campo e defesa da Lazio, permitido pela partida segura de Sissoko e de Felipe Melo. Sem poder contar com Del Piero e Amauri, anulados por Diakité e Stendardo, o trequartista da Juventus arriscava de longe e quase sempre levava perigo a Muslera, que estava ligado no jogo. A Velha Senhora só abriu o placar depois da metade do segundo tempo, quando Massimiliano Saccani viu pênalti inexistente de Diakité em Del Piero. O francês, em grande noite, nem encostou no capitão bianconero, que cobrou a penalidade e abriu o placar. Oito minutos depois, Zárate achou Mauri na grande área, para desviar para o gol defendido por Manninger, que substituía o suspenso Buffon. No fim do jogo, a Juve de Zac foi realmente a mesma de Ferrara: não jogou bem, à exceção de Diego, e foi vaiada pela torcida. Para a Lazio, o empate foi justo e positivo, já que suas concorrentes diretas na luta pela salvezza não venceram.

Nesta rodada, dois dos confrontos diretos por vagas nas competições europeias terminaram empatados. Cagliari (8º) e Fiorentina (10ª) fizeram uma partida movimentada: logo aos oito minutos, Canini deixou passar um cruzamento de Jovetic (novamente titular, após um período de lesão) e Marchionni bateu no contrapé de Marchetti. A arbitragem de Paolo Valeri foi questionada ao fim da partida, já que Felipe poderia ter sido expulso também aos oito minutos, quando era o último homem e fez falta em Cossu. O mesmo Cossu que foi justamente expulso no segundo tempo, por acúmulo de cartões amarelos. Antes disso, o melhor jogador do Cagliari ajudou sua equipe a virar o jogo, ao dar uma assistência para Lazzari fuzilar Frey, e ao bater um escanteio perfeito para Astori marcar de cabeça. Após a expulsão do trequartista, a Fiorentina assumiu o controle do jogo e empatou com o sempre ativo Jovetic, que comemorou demonstrando apoio ao colega Mutu, apanhado em dois exames anti-doping nesta semana. Destaque para o jovem goleiro Vigorito, de 19 anos, que estreou na Serie A após a lesão de Marchetti e não decepcionou. Já a Fiorentina segue com problemas na sua defesa desde que Dainelli deixou a equipe rumo ao Genoa.

O mesmo Dainelli que, na partida entre Napoli e Genoa, fez três trapalhadas em 20 minutos. Numa delas, derrubou Quagliarella na área, mas Emidio Morganti não marcou nada. Apesar do campo pesado por causa da forte chuva que caíra no sul da Itália, o Napoli tocou muito a bola e criou várias chances, como é de seu costume. No entanto, o zero não saiu do placar e a chance mais perigosa veio dos pés de Cannavaro, que fez ótima partida na defesa e de quebra apareceu de surpresa no ataque azzurro para acertar a trave, num chute forte. Com o resultado, o Napoli o ocupa a quarta posição, com 38 pontos e já está a quinze partidas sem perder e a seis sem levar gols. O Genoa segue na briga pela Europa, com 32 pontos, mas pode sentir os efeitos de tantas mudanças feitas no elenco no mercado de inverno.

Outra equipe que tem 32 pontos é o Bari, que venceu o Palermo por 4 a 2 e com enorme superioridade. A partida mal tinha começado e os biancorossi já tinham dois gols de vantagem, graças a um golaço de Bonucci e a um de Alvarez, que recebeu passe de Allegretti após bobeada incrível do experiente Liverani. A ingenuidade da equipe rosanero prosseguiu e nem adiantaram os gols de empate, marcados por Cavani e Pastore (diga-se de passagem, um golaço do argentino, que está em pleno crescimento). O romeno Melinte, que havia substituído o lesionado Balzaretti, justificou porque foi negociado com o Piacenza: jogou mal e não ofereceu resistência a Alvarez e Andrea Masiello. Para completar, cometeu um pênalti desnecessário sobre o lateral barese, que Barreto converteu. Antes, Liverani havia feito outra bobagem: foi expulso dois minutos depois do empate, por falta dura sobre Allegretti. Ainda sobrou tempo para Barreto dar um passe de letra para o gol de Koman, consagrando a primeira vitória galletti em quatro partidas. Já o Palermo perdeu a primeira após um período de invencibilidade que durou sete partidas e tomou mais gols neste jogo do que em todo o resto da era Delio Rossi.

A outra equipe que venceu na rodada foi a Sampdoria, de Luigi Delneri. O treinador deixou Cassano de fora pela segunda partida consecutiva e a equipe voltou a crescer na competição, na qual é, agora, a sétima colocada. Esta vitória, contra a Atalanta, foi decidida no fim do primeiro tempo, com um golaço de Palombo e um gol “de centroavante” de Pazzini. Porém, o jogo não foi fácil: os nerazzurri deram bastante trabalho a Storari com jogadas aéreas e também chegaram a se defender bem. Se, de um lado, Mutti devolveu a titularidade ao goleiro Consigli, que estava sendo preterido pelo experiente Coppola, será que Cassano volta a ser titular no Marassi? O barese recusou a proposta da Fiorentina e a chance de voltar a Liga dos Campeões para permanecer blucerchiato, ao passo que Delneri afirmou que ele será importante na metade final da Serie A. É esperar para ver.

Em Verona, empate satisfatório para Chievo e Bologna, que estão um tanto confortáveis na luta pela salvezza. A partida começou cheia de chances para ambos os lados, até que Di Vaio abriu o placar, aos 12 minutos, para este Bologna bastante objetivo. Positiva a estreia do lateral Modesto no Bologna: uma de suas jogadas perigosas pela esquerda resultou no gol da equipe, que deve se fortalecer neste setor. Pelo Chievo, o lateral esquerdo Mantovani também brilhou e foi o autor do cruzamento que deixou Pellissier livre para marcar o empate de dentro da área rossoblù. Destaque também para Sorrentino, que fez grande defesa frente a Gimenez e evitou a vitória dos visitantes. Falando em goleiros, o Bologna vai sobrevivendo bem à ausência do lesionado Viviano. Aos pés do Etna, o empate não satisfez nem Catania nem Udinese. Os bianconeri sairiam com a vitória, graças ao quarto gol de cabeça de Floro Flores na Serie A, não tivessem sofrido o empate num chute de Biagianti, a dez minutos do fim. Melhor para o Catania de Mihajlovic, que viu a partida quase perdida quando Di Natale teve três ótimas chances de marcar, mas esbarrou em Andújar e na própria falta de sorte. Chances valiosas, já que a equipe do Friuli poderia ter aberto uma vantagem importante da zona de rebaixamento, encabeçada pelo Catania, com 20 pontos – um a menos que a própria Udinese.

Para resultados, escalações, classificação e estatísticas da 22ª rodada, clique aqui.

Seleção da 22ª rodada
Curci (Siena); A. Masiello (Bari), Diakité (Lazio), P. Cannavaro (Napoli), Riise (Roma); Biagianti (Catania), Palombo (Sampdoria); Alvarez (Bari), Diego (Juventus), Jovetic (Fiorentina); Barreto (Bari).

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