Sou um exímio admirador das qualidades do defensor Cristian Chivu, tanto é que já grafei seu nome e número em uma camisa do Ajax de 2002, comprada ainda na infância. Ele tem tudo para se destacar em meio a zagueiros botinudos e grossos. Dono de uma técnica refinada, sabe sair jogando com perfeição, joga de cabeça erguida, pode atuar na lateral e até fazer um bico de volante. Poderia tranquilamente ser um meio-campista.
Ele chegou à capital italiana para disputar a temporada 2003/04, após uma boa passagem pelo Ajax de Van der Vaart e Ibrahimovic, clube que defendia desde 1999. O romeno foi transferido por uma verba de 18 milhões de euros, um preço considerável – Chivu era visto como zagueiro com enorme potencial e se destacava pela versatilidade. O então camisa 4 acabara no time certo: a Roma esbanjava potencial com Antonio Cassano no seu ápice, e a equipe chegaria ao vice-campeonato italiano, atrás do Milan de Shevchenko.
O tempo passou e Chivu atravessou algumas turbulências, assim como conquistou torcedores e fãs – formou uma dupla de zaga fantástica com o francês Philippe Mexès. Entretanto, assim como a consagração, vieram também outras ofertas, faraonicamente mais tentadoras que a da Roma, que, não por opção e sim por necessidade, se limita a pagar 2,5 milhões de euros por ano. Isso virou uma novela que, após mais de um mês, ainda não se encerrou.
O jogador já descartou a Roma para renovação (nota – em seu site oficial há uma enquete perguntando para que clube o internauta gostaria que Chivu se transferisse, com três opções disponíveis – a Inter, o Real Madrid e o Barcelona, que lidera.). Ofertas de dinheiro e outras moedas de troca (como Giuly, Motta e Sylvinho) surgiram por parte do Barcelona. Todas rejeitadas pela Roma.
O defensor chegara a um acordo salarial com a Internazionale, porém o mesmo não ocorreu entre os clubes pelo fato do time de Totti querer mais, o que acarretou na aceitação da oferta Madrileña e madridista, que oferecera 18 milhões de euros, o mesmo preço pago pelo jogador. Tudo encaminhado e certo? Não, neste mais recente capítulo, Chivu rejeitou os blancos alegando que só aceitará caso os mesmos cubram a oferta da Inter – O jogador declarou hoje que caso contrário ficará na Itália – seja para defender a Roma por mais um tempo ou para rumar a Milão.
E por que a Roma quer vendê-lo?
Seu contrato expira em 2008 – como o jogador rejeitou a renovação proposta pela Roma, ou ele é vendido agora por um preço digno, ou sai por alguma quantia ínfima no meio da temporada, ou, pior ainda, de graça no final da temporada. O clube da capital já se reforçou com o brasileiro Juan, vindo do Bayer Leverkusen por seis milhões de euros, um terço do preço do romeno. Os próximos capítulos ainda estão meio embaçados, havendo a possibilidade de Massimo Moratti ter combinado com Cristian a rejeição do contrato proposto pelo Real, fazendo com que a Roma seja forçada a aceitar a proposta da Inter, anteriormente rejeitada.
Chivu, vindo da terra do Drácula (este era da Valáquia, província histórica da Romênia), com certeza deu uma mordida na Roma.
É parece que só existira um perdedor nessa historia: A Roma :/
Abraços Milanistas :]