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Gennaro Ruotolo, o pulmão de um Genoa histórico

A cidade de Gênova passou por um ótimo momento no início dos anos 1990, com a Sampdoria campeã italiana em 1991 e o Genoa semifinalista da Copa da Uefa em 1992. Pelo lado dos grifoni, que haviam estado na Serie B até 1989, esses anos serviram para a consagração de um jovem campano revelado pelo Sorrento.

Contratado junto à Arezzo, em 1988, Gennaro Ruotolo era tido como a principal revelação da Serie B e com esse cartaz chegara ao Genoa que mirava o retorno à primeira divisão, da qual estava longe desde 1984. Logo em seu primeiro ano pelo clube, Ruotolo assumiu a titularidade do Genoa campeão da Serie B.

No time comandado por Osvaldo Bagnoli, a liderança e a personalidade de Ruotolo ajudaram a fazer vingar um jovem meio-campo, com Eranio, Bortolazzi e Onorati. O ápice da carreira do meia foi mesmo naqueles anos, com um quarto lugar na Serie A, melhor campanha lígure desde 1942, e a semifinal na Copa Uefa, batendo o Liverpool pelo caminho. Nessa temporada, também foi convocado para três jogos com a seleção italiana, num dos quais fez seu único jogo em azzurro, contra a Dinamarca.

Ruotolo foi o motorzinho do Genoa por muitos anos (Getty)

Mesmo num Genoa oscilante, Ruotolo foi a grande bandeira da gestão de Aldo Spinelli à frente do clube e sempre recusou propostas melhores para poder permanecer na cidade na qual tinha conseguido tanta identificação. Em 1996, ajudou o time a vencer seu último troféu internacional, marcando três vezes contra o Port Vale em Wembley pela final da Copa Anglo-Italiana. No total, foram 38 gols anotados em 502 partidas pelo Genoa, ao longo de 14 temporadas – seis pela Serie A, oito pela B. Ninguém vestiu a camisa rossoblù mais vezes do que o volante.

Só deixou o Genoa em 2002, para seguir para o Livorno de Spinelli, então na Serie C1. Uma temporada e meia no banco o fizeram experimentar uma aventura saudita de quatro meses no Al-Ittihad, da qual saiu campeão nacional. De volta à Toscana, foi peça chave do Livorno promovido para a Serie A, com 41 partidas jogadas do alto de seus 38 anos. Assim, voltou para a elite na temporada 2004-05, após uma década exata de sua última aparição.

Em 2006-07, voltou para o Sorrento, clube que o havia revelado. Mesmo com 40 anos, contribuiu para que o clube voltasse à Serie C1. Em 2008, fez algumas partidas no campeonato campano da Promozione (sétima divisão) pela Massa Lubrense, mas a carreira profissional agora era passado.

Com a camisa do Genoa, Ruotolo chegou até a ser convocado pela Itália (Guerin Sportivo)

E futuro. No verão seguinte foi convidado para ser auxiliar de Leonardo Acori no Livorno e no fim de maio assumiu o comando técnico do time, pelo qual conseguiu mais uma promoção para a Serie A, comandando o clube amaranto em seis jogos. Pouco para convencer o comitê executivo da FIGC a dá-lo uma licença para treinar na primeira divisão sem a formação necessária em Coverciano. A mesma licença concedida para Leonardo nas mesmas condições, num claro exemplo de medidas diferentes entre os grandes clubes e os provinciais. Vittorio Russo foi seu “tutor” numa aventura que durou pouquíssimo na elite – em outubro de 2009, foi demitido.

Depois, Ruotolo alternaria entre trabalhos em setores juvenis e times principais, sobretudo em divisões inferiores. Em 2010, ele voltou ao Livorno para comandar a equipe Primavera e, em abril, ascendeu ao profissional numa desesperada tentativa de salvá-lo do rebaixamento à Serie B – o que não ocorreu. Na sequência, emendou passagens pouco relevantes por Savona, Sorrento, Treviso, Sangiovannese e Spoleto, obtendo, no máximo, um quarto lugar na quarta divisão pelos sorrentinos. Em 2019, tornou ao Genoa para dirigir o sub-18 e se consolidou no posto, levando os grifoni a dois títulos da categoria.

Gennaro Ruotolo
Nascimento: 20 de março de 1967, em Santa Maria a Vico, Itália
Posição: meio-campista
Clubes como jogador: Sorrento (1984-86, 06-07), Arezzo (1986-88), Genoa (1988-2002), Livorno (2002-03 e 2003-06), Al-Ittihad (2003) e Massa Lubrense (2008)
Títulos como jogador: Serie B (1989), Copa Anglo-Italiana (1996), Campeonato Saudita (2003), Serie C2 (2007) e Supercopa da Serie C2 (2007)
Clubes como treinador: Livorno (2009 e 2010), Savona (2010), Sorrento (2011-12), Treviso (2012-13), Sangiovannese (2015-16), Spoleto (2019) e Genoa (sub-18; 2019-25)
Títulos como treinador: Serie A Sub-18 (2021 e 2024)
Seleção italiana: 1 jogo
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