Para os mais jovens, Ciro Ferrara ficou marcado pela péssima passagem no comando da Juventus, onde acumulou pífias campanhas no Campeonato Italiano e na Liga dos Campeões, no fim da década de 2000. O que os furiosos torcedores juventinos daqueles tempos não podem esquecer é que foi esse mesmo Ferrara que, quando jogador, ajudou o time a vencer cinco scudetti, sem contar o revogado de 2004-05, entre outros títulos. No total, o grande defensor faturou oito taças da Serie A, pois também brilhou com a camisa do Napoli.
Nascido em Nápoles, em 1967, Ferrara começou sua carreira como atleta cedo, atuando pelas categorias inferiores do Napoli. Estreou no time profissional com apenas 18 anos, na mesma temporada em que chegava à equipe Diego Maradona. Sorte do jovem partenopeo, que se tornaria grande amigo de um dos maiores jogadores do mundo e ainda faria parte daquele Napoli vencedor do final da década de 1980.
Nessa temporada, o Napoli foi oitavo colocado. Ciro ainda não era titular. Na temporada seguinte, começou a aparecer mais no time principal: terceira colocação para os azzurri. Em 1987, finalmente, a equipe estava bem arrumada, com grande poderio ofensivo, composto por Maradona, Carnevale e Careca, e com a defesa consistente, tendo Ferrara e Francini no miolo. Assim, veio o histórico scudetto. O primeiro do Napoli e do sul da Itália. No mesmo ano, Ferrara ainda acrescentou um título da Coppa Italia ao seu currículo.
Começava ali a era de ouro do azzurro. Pela frente, ainda viria mais um scudetto e uma Copa Uefa, o primeiro título europeu napolitano. Na final, contra o Stuttgart, Ciro marcou, após passe de Maradona. Em 1992, herdou a faixa de capitão do argentino, que declarou: “Uma vez eu disse que Ferrara era o melhor defensor do mundo. Não sei se é verdade, mas eu achava que sim. Lhe quero muito bem, foi o melhor amigo que deixei no Napoli”. Com a saída de Dieguito, o Napoli saiu um pouco de cenário e Ferrara logo partiu, junto com Lippi, para a Juventus.
Estreou vestindo bianconero na temporada 1994-95 e já em seu primeiro ano lá venceu mais um Campeonato Italiano, o terceiro de sua carreira, e uma Coppa Italia. Homem de confiança de Lippi, Ferrara se tornou um dos principais jogadores daquela Juventus campeã, junto com Roberto Baggio, Gianluca Vialli e o jovem Del Piero. No ano seguinte, veio o título mais importante: a Liga dos Campeões, vencida sobre o Ajax, nos pênaltis.
A ideia juventina era continuar sendo o maior da Europa e para isso chegaram Inzaghi, Zidane e Davids. O sonho europeu, no entanto, foi por água abaixo dois anos seguidos, em duas derrotas nas finais, para Borussia Dortmund e Real Madrid. A supremacia na Itália, contudo, consolidou-se, com o título dos dois Campeonatos Italianos, no mesmo período. Assim, Ciro já contabilizava cinco scudetti e um currículo invejável.

Ciro disputou quatro finais de Champions League pela Juventus e conquistou um título (imago/Kicker/Eissner)
Porém, sua sorte na seleção italiana não era a mesma. Estreou com a camisa azzurra em 1987 e apesar de ter participado do Europeu de 1988, da Olimpíada no mesmo ano e da Copa do Mundo de 1990, sua passagem pela seleção não é tão memorável. Isso porque foi descartado por Arrigo Sacchi do ciclo para o Mundial de 1994, por questões táticas, e ainda se machucou na véspera da Euro 1996 e logo antes da Copa da França, em 1998, perdendo as melhores chances que tinha para brilhar na seleção. Com isso, acumulou apenas 49 partidas pela Nazionale, sem somar nenhum gol.
Mas suas glórias pela Juve ainda não tinham acabado. Titular absoluto da zaga bianconera, Ferrara venceu ainda mais dois títulos nacionais, chegando à incrível marca de sete scudetti. Isso, sem contar o título revogado da Juve de 2004-05, que foi a última temporada do partenopeo como jogador profissional. Foram 322 jogos vestindo a camisa do Napoli e mais 358 pela Vecchia Signora.
Ídolo de ambos os times, Ferrara encerrou sua carreira como jogador, mas continuou trabalhando com futebol. Já em 2005, entrou para a comissão técnica da Nazionale, treinada por seu amigo Lippi. Em 2006, foi campeão mundial com a seleção e logo assumiu o cargo de comandante do setor juvenil da Juve, onde permaneceu até maio de 2009, quando assumiu o comando da equipe principal.
O resto da história todo o mundo conhece: Ferrara não chegou nem perto de fazer sucesso como treinador. O ex-zagueiro passou alguns meses numa Juventus em parafuso e foi demitido em janeiro de 2010, com a equipe no meio da tabela da Serie A. Mais tarde, tornou a trabalhar com jovens, mas não decolou na seleção sub-21 da Itália. Ainda assim, a Sampdoria apostou em Ciro, que foi um dos responsáveis pelo rebaixamento dos blucerchiati à segundona. O napolitano passou quase quatro anos sem trabalhar e o fez pelo Wuhan Zall, das divisões inferiores da China. Depois de não dar certo até mesmo num campeonato de nível tão baixo, pendurou a prancheta e decidiu se dedicar à pizzaria que abriu em Turim.
Ciro Ferrara
Nascimento: 11 de fevereiro de 1967, em Nápoles, Itália
Posição: zagueiro
Clubes como jogador: Napoli (1984-94) e Juventus (1994-2005)
Títulos como jogador: Serie A (1987, 1990, 1995, 1997, 1998, 2002 e 2003), Coppa Italia (1987 e 1995), Copa Uefa (1989), Supercopa Italiana (1990, 1995, 1997, 2002 e 2003) Liga dos Campeões (1996), Supercopa Uefa (1996), Copa Intercontinental (1996) e Copa Intertoto (1999)
Carreira como treinador: Juventus (2009-10), Itália Sub-21 (2010-12), Sampdoria (2012) e Wuhan Zall (2016-17)
Seleção italiana: 49 jogos
Show demais.
Ferrara foi 1 bom jogador sim.
Como técnico não começou bem,é verdade.Mas ainda tem tempo para dar a volta por cima.
Ah,como eu tinha dito antes,sobre aquele texto do Milan,e ele disse que não,então o tal Antonelli é Juve,hein,ahaha!abraços!