Pela 62ª vez, fevereiro verá a pacata Viareggio sediar um dos mais importantes torneios de categorias de base do mundo. Para alguns, a Copa Viareggio é a principal disputa sub-21 entre clubes de todo o mundo, inclusive. O torneio deste ano será disputado por jogadores nascidos a partir de 1990, sendo aceita a inclusão de dois fuoriquota que tenham nascido em 1989. Maior, esta edição volta a contar com 48 times: no total, serão 29 italianos e 19 do exterior, dos cinco continentes. A importância da Copa Viareggio pode ser medida pela seleção de jogadores que foram revelados no torneio, desde sua fundação. Uma seleção só com aqueles que ainda estão em atividade poderia ter Buffon; Burdisso, Nesta, Cannavaro, Zambrotta; De Rossi, Pirlo, Schweinsteiger; Totti, Amauri e Pandev.
Neste ano, dois brasileiros fazem sua estreia nos campos da Toscana: o tradicional Grêmio e o recém-nascido Leme. 2010 também marca o retorno do Viareggio, depois de uma década de ausência. Destes, ao menos o tricolor gaúcho entra para disputar o tão concorrido título. Para isso, o caminho conta com muita gente que chega forte no torneio, como Juventus, Inter, Sampdoria, Fiorentina, Roma, Milan e Atalanta. São duas chaves de seis grupos. Em cada um destes, se classifica o time de melhor campanha, junto dos dois melhores segundos colocados de cada chave. As 85 partidas da competição serão transmitidas para todo o mundo através do site da TV oficial do torneio com um custo de 19 euros, uma novidade em relação aos últimos anos. O que não muda é a principal sede do torneio: o Stadio dei Pini receberá um jogo por dia e continua com a grande final. A ideia de levá-la para o San Siro de Milão foi vetada pelo governo toscano.
Pelo terceiro ano consecutivo, vamos acompanhar o torneio. Confira aqui um preview do que se pode esperar da competição. Acompanhe os resultados pelo nosso Twitter e volte aqui para ver a repercussão dos jogos da Copa Viareggio. Boa leitura!
CHAVE A (por Rodrigo Antonelli)
Grupo 1
Juventus, Legia Varsóvia (Polônia), Vicenza e Livorno
Campeã da última edição de Viareggio, a Juventus chega forte mais uma vez e busca o quinto título da década para consolidar sua supremacia nesse início de século. Ano passado, o título veio em cima da Sampdoria, com destaque para o atacante somali Ayub Daud, artilheiro da competição. Agora, Daud joga a Serie B, pelo Crotone, por empréstimo. Esse ano, o time do técnico Luciano Bruni deve ser muito parecido com o que ele leva a campo no campeonato Primavera, o qual a Juve lidera. Alguns destaques do último torneio também devem jogar de novo, como o atacante Immobile e o meio-campista Marrone. Quem pode aparecer bem também é Filippo Boniperti, meio-campista de boa técnica e visão de jogo, Giuseppe Giovinco, também meia, e o atacante Libertazzi.
Inicialmente, o quarto integrante do grupo seria o Beijing Guon, da China, mas por causa de problemas médicos com três jogadores que contraíram a gripe suína, o time ficou proibido de sair do país. Assim, o Livorno entrou na sua vaga e deve disputar o segundo lugar do grupo com o Vicenza, que no ano passado colocou o Milan em sérias dificuldades no jogo da fase de grupos. Com isso, Livorno e Juve se encontrarão pela segunda vez em poucos dias. As duas equipes se enfrentaram no último dia 26, no empate de 2 a 2, pelo Campeonato Primavera. Os destaques da equipe são o atacante Simeoni e o meio-campista Moscati. Já os lanerossi de Vicenza não devem botar muito medo, pois fazem péssima campanha no campeonato Primavera, ocupando a última colocação de sua chave. O estrangeiro do grupo é o Legia Varsóvia, que faz sua estreia no dia 1, contra a Juve. O time polonês, no entanto, é fraco e deve apenas cumprir tabela.
Grupo 2
Internazionale, Jedinstvo (Sérvia), Combinado Serie D e APIA Leichhardt (Austrália)
Eliminada nas semifinais da última edição e campeã em 2008, a Inter está sempre entre as favoritas. Ano passado, os destaques do time comandado por Vicenzo Esposito foram os atacantes Destro e Napoli e a dupla de zaga Caldirola e Daminuta. Dessa vez, o time de Fulvio Pea, o novo comandante, não contará com Daminuta e Napoli, já emprestados para outras equipes, mas dois bons jogadores ocupam seus lugares. Na zaga, Donati vem mostrando segurança, e no ataque, o romeno Alibec desponta como parceiro ideal para Destro no ataque nerazzurro. Dos 28 gols marcados pela equipe no campeonato Primavera até agora, 14 saíram dos pés dos dois. O armador Stevanovic, que estreou sem muito sucesso na última edição, vem fazendo boa temporada e terá nova chance.
Dos estrangeiros, o APIA Leichhardt já é veterano na competição: será sua oitava participação consecutiva. O time australiano, no entanto, deve continuar com seu futebol de força física e fraca técnica e não deve ser uma ameaça aos italianos. Assim como o Jedinstvo, que estreia em Viareggio este ano, mas também não deve surpreender. Na segunda colocação, em tese, deve ficar mesmo o Combinado de jogadores que atuam pela Serie D, que teve uma baixa de última hora: o atacante Bernasconi não pôde mais ser inscrito porque foi cedido à equipe principal do Parma. Bonanno foi chamado para seu lugar. Anteriormente, o Combinado já tinha perdido Cesarini, pelo mesmo motivo: foi para a Sampdoria. Os destaques do combinado são os habilidosos Tirelli e Vaccaro, ambos meio-campistas.
Grupo 3
Torino, Maccabi Haifa (Israel), Bologna e LIAC New York (EUA)
O Torino é uma equipe de tradição em Viareggio e soma seis títulos, assim como a rival Juventus, mas seus anos de glória passaram há tempos. Dos canecos, quatro foram conquistados na década de 1980 e o último é de 1998. Mas na última edição, apesar de descrente, o caminho dos granata foi interrompido somente nas semifinais. No dérbi de Turim, o time caiu para a rival Juventus numa derrota de 3 a 1. Agora, o técnico Antonino Asta tenta igualar a boa campanha de Giuseppe Scienze, no ano passado. O zagueiro Benedetti, da seleção italiana sub-17, o atacante Comi e o meia Ippolito são as esperanças granata na competição.
Os israelitas do Maccabi Haifa devem disputar com o Bologna a segunda colocação do grupo. No ano passado, eles eliminaram a Fiorentina nas oitavas-de-final e só caíram para a Internazionale, na fase seguinte. Do lado rossoblù, merece atenção o jovem goleiro Venturi, figura constante nas seleções de base, assim como Tattini. Ponto negativo a se ressaltar é a forma como o Bologna tem perdido seus principais jogadores a preços baixos, nos últimos dois anos. Foi o caso de Pasi (Parma), Borini (Chelsea) e Albertazzi (Milan). Em princípio, os nova-iorquinos ficam de coadjuvantes nesse grupo.
Grupo 4
Sampdoria, Grêmio (Brasil), Siena e Nacional (Paraguai)
Finalista da última edição com o técnico Fulvio Pea, agora na Inter, a Sampdoria terá missão difícil nesta primeira fase de Viareggio. Neste que pode ser considerado o grupo da morte, o treinador Alfredo Aglietti aposta no talento do zagueiro Regini e dos meias Muratore, Rabiu e Rizzo, para igualar a campanha daquele time que revelou bons nomes, como o atacante Marilungo e o goleiro Fiorillo. Os dorianos chegam outra vez como favoritos, mas não podem bobear frente às boas equipes do Siena e do Grêmio. O elenco conta com boa parte dos vice-campeões do ano passado para ajudar nesse caminho e são os mesmos que ocupam a segunda colocação do seu grupo, no campeonato Primavera.
Grêmio e Siena não devem mesmo dar sossego para a cabeça-de-chave do grupo. O tricolor porto-alegrense chega com moral, após vencer o Brasileiro Sub-20 no último mês de dezembro e pode surpreender os blucerchiati. O zagueiro Saimon e o atacante Roberson, que já treinam com o time principal, são os destaques da equipe. Já o Siena tem um jogo coletivo muito forte e vem surpreendendo no campeonato Primavera, onde ocupa a terceira colocação em seu grupo, atrás apenas de Juventus e da própria Sampdoria. No elenco bianconero, quem merece citação é o goleiro búlgaro Ivanov. O Nacional faz sua estreia na competição e não deve incomodar muito os outros integrantes do grupo.
Grupo 5
Empoli, Kaposvari Rakoczi (Hungria), Mantova e Olbia
Há dois anos, vice-campeão. Na última edição, uma decepção das maiores, caindo já na primeira fase. Agora, é complicado dizer o que pode se esperar deste Empoli, que ocupa uma boa quinta posição em seu grupo no campeonato Primavera, mas que tem poucas mudanças em relação ao time do ano passado. Até o treinador é o mesmo, Ettore Donati. Para piorar, um de seus principais jogadores, o atacante Caturano: deixou o clube no meio de janeiro, para jogar a Prima Divisione pelo Esperia Viareggio. Nem o talento de Bianchi, Castellani e Nicolao deve levar o time muito longe. Na primeira fase, o que ajuda é o é o fraco grupo dos azzurri.
Os outros três integrantes são estreantes no litoral e não devem fazer muita resistência ao Empoli. O Olbia foi campeão nacional na categoria Giovanissimi, temporada passada, e por isso ganhou um pouco mais de notabilidade, mas tem um dos times mais jovens e inexperientes do torneio. Segundo Michele Ponsano, responsável pelo setor jovem do clube, a participação em Viareggio é uma grande conquista, ótima para que os jovens ganhem experiência, além de ajudar no crescimento da equipe. O Mantova deve sofrer com a falta de atacantes. Para piorar, o bom Coppiardi foi emprestado ao Feralpi Salò para ganhar experiência entre os profissionais. Já o time húngaro tem jovens promissores no elenco e pode fazer um bom papel. Quatro deles já jogam na primeira divisão húngara e têm bom prestígio. Fique de olho em Zoltán, Benjamin, Szabolcs e na estrela da equipe, Kornel.
Grupo 6
Palermo, Spartak Moscou (Rússia), Sassuolo e Pergocrema
Apesar do grupo equilibrado, os sicilianos do Palermo devem fazer jus à oportunidade como cabeça-de-chave e passar na primeira posição. Eliminado nas quartas-de-final do último torneio pela vice-campeã Sampdoria, o Palermo espera fazer campanha parecida desta vez, com o treinador Rosario Pergolizzi. No campeonato Primavera, ocupa a segunda colocação de sua chave, a mesma de Roma, Lazio e Napoli. O trio de ataque rosanero é o responsável por grande parte desta boa fase. Olho neles: Giovio, Mbakogu e Sorrentino.
Quem deve dar trabalho para o rosanero nesta primeira fase são os russos do Spartak, que participam de Viareggio pela quarta vez consecutiva. Na última edição, chegaram até as oitavas-de-final, quando perderam por 2 a 1, para a Reggina. Já Sassuolo e Pergocrema, os outros dois italianos do grupo, não têm expectativas de fazer grandes campanhas. Ainda assim, vale a pena olhar com atenção para suas equipes, que vez ou outra revelam bons jogadores.
CHAVE B (por Braitner Moreira)
Grupo 7
Fiorentina, Belasica (Macedônia), Cesena, Sambenedettese
Como sempre, a Fiorentina parte forte na busca de mais um título em Viareggio, que não vem desde 1992. Recordista em finais (15), com suas oito conquistas o clube viola também é o mais vencedor na história do torneio, ao lado do Milan. No ano passado, o bom time de Alberto Bollini caiu nas oitavas-de-final para o Maccabi Haifa. Desta vez, o comando é de Renato Buso, que na temporada passada foi campeão italiano pelos allievi do clube. Os resultados da temporada gigliata têm sido bem melhores que os do ano passado, mas Buso já deve sofrer três grandes perdas: o atacante Babacar e o armador Carraro só devem ser liberados por Prandelli na fase final do torneio, enquanto o goleiro Seculin nem será inscrito. Os destaques da equipe são o volante Di Tacchio, o zagueiro Masi e o atacante suíço Seferovic, recém-contratado artilheiro do Mundial Sub-17.
O estrangeiro do grupo é o Belasica, na terceira participação consecutiva em Viareggio. O time que revelou o atacante Pandev (Inter) tem colhido resultados até razoáveis em campo, mas sem atingir seu principal objetivo: negociar seus jogadores com os clubes italianos. O grupo ainda conta com outro antigo campeão de Viareggio: o Cesena, que venceu em 1990. Os cavalos marinhos não passaram da primeira fase no ano passado e ainda não têm grandes perspectivas. No 4-3-3 de Stefano Protti, o forte é o lado esquerdo com Petti, Rosseti e Tabanelli. Olho também no goleiro Teodorani, que tem ganhado espaço após uma experiência entre os profissionais. A Sambenedettese, como de costume, entrará em campo apenas para evitar humilhação. La Samba vive uma crise societária, está na sexta divisão profissional, e deve mandar para a Toscana um time bastante jovem liderado pelo lateral-esquerdo albanês Ghendj.
Grupo 8
Roma, Ventspils (Letônia), Reggina, Cisco Roma
O sorteio deste ano montou um grupo bem parecido com o de 2009. A única mudança é a entrada do Ventspils no lugar dos dinamarqueses do Aarhus. Um bom cenário para que a Roma de Alberto De Rossi busque sua vingança. Ano passado, os giallorossi falaram até em buscar seu quarto título, mas acabaram goleados por Reggina e Cisco Roma e caríam na primeira fase. O atual grupo de jogadores tem conseguido os melhores resultados recentes da base romanista e lidera seu grupo no campeonato Primavera, com 37 pontos em 15 jogos. Na sólida defesa, um dos ícones é Frasca, que nesta temporada atravessou dez jogos sem sofrer gols e vem tendo seu nome especulado no Palermo. Fique também de olho nos laterais Mladen (titular da sub-21 romena) e Sini (destaque italiano no Mundial Sub-17) e no zagueiro Malomo, capitão da companhia. Na frente, quem resolve é o camisa 7 Pettinari, que já estreou no time profissional marcando gol na Liga Europa.
Os letões foram convidados por influência de Nunzio Zavettieri, técnico italiano que assumiu os profissionais do time na temporada. Há expectativa de que o meia Gramovics e o atacante Visnakovs, titulares da seleção sub-21 da Letônia, viagem para Viareggio para fortalecer o time. A Reggina, que no ano passado caiu nas quartas-de-final para o Torino, continua apostando na sua força ofensiva para conseguir bons resultados. De quebra, foi o único time que conseguiu derrotar os jovens da Roma neste ano, com um gol de cabeça do bom húngaro Preklet, lateral-direito que tem sido adaptado ao meio-campo. O galã Picone é o ponto de referência amaranto no ataque. Já a Cisco Roma, tradicional celeiro da capital italiana, outra vez mandará uma forte equipe, ainda que dois anos abaixo do limite de idade. Os comandados de Roberto Mattioli vêm de nove vitórias seguidas em sua categoria e contam com o promissor camisa 10 Pradisi para continuar surpreendendo.
Grupo 9
Milan, Leme FC (Brasil), Esperia Viareggio, Guaraní (Paraguai)
No ano passado, o Milan confirmou as expectativas e não conseguiu nem passar da primeira fase em Viareggio. Somada à terrível campanha no campeonato Primavera, o setor do clube passou por reformulações e o comando do time foi entregado a Giovanni Stroppa, ex-atacante do clube. Os novos resultados têm sido satisfatórios e o maior campeão do torneio (ao lado da Fiorentina, com oito títulos) volta a apostar numa boa campanha no litoral toscano. Para isso, conta com gente que tem sido observada por Leonardo, como o lateral-esquerdo De Vito e os meias Strasser e Verdi. O zagueiro e volante Albertazzi, titular no último Mundial Sub-20, também chama atenção. Pela primeira vez desde a saída de Mauro Tassotti do comando dos rossonerini, em 2001, fala-se no aproveitamento sério dos jovens que estão sendo preparados pelo clube.
Logo em sua estreia, o Milan vai testar seu favoritismo num jogo contra um time jovem: o Leme. O tubarão da zona sul carioca é um clube-empresa fundado há menos de um ano pelo empresário italiano Omar Scafuro, que já cavou uma vaga para sua equipe logo num dos mais importantes torneios de categorias de base do mundo. Ano passado, seus juniores foram vice-campeões estaduais na terceira divisão do Rio de Janeiro. No grupo também estão os donos da casa, o Esperia Viareggio, de volta após uma década de ausência. Com duas falências nos últimos 20 anos, o clube foi refundado em 2003 e tem melhorado seus resultados, mas ainda corre por fora numa disputa por vaga na segunda fase do torneio. O Milan ainda medirá forças com mais um azarão, os paraguaios do Guaraní. O destaque dos aurinegros é o atacante Santander, com passagens no profissional e peça-chave da boa seleção sub-20 do Paraguai.
Grupo 10
Genoa, Dukla Praga (República Tcheca), Bari, Sol do Campo Grande (Paraguai)
Com uma boa campanha no campeonato Primavera, o Genoa, campeão no litoral em 2007, chega com boas pretensões para este ano ao apostar em seu setor ofensivo. Os grifoncini de Luca Chiappino ainda contam com a habilidade do italiano de ascendência egípcia El Shaarawi, jogador mais jovem na história a estrear na Serie A. Ao lado dele, deve jogar o ganês Boakyes: na última vez que a dupla foi formada, na semana passada, Boakyes anotou quatro vezes. Outro candidato à vaga é o recém-chegado Chinellato, contratado junto à Fiorentina, que já estreou no time deixando sua marca, contra o Cagliari. Fique de olho no goleiro Perin, que tem sido convocado para a seleção italiana sub-21 de Pierluigi Casiraghi.
Os grifoncini terão a companhia do Dukla Praga, time estrangeiro com mais títulos em Viareggio: seis. Mas o último deles veio em 1980, há trinta anos. Em 2009, a campanha dos tchecos foi boa e foram eliminados de forma invicta na fase de grupos. Desta vez, a preparação será parecida – incluindo aí a estadia na pensão de uma família toscana – e a meta é pelo menos passar de fase. O técnico Jaroslav Hynek deve lamentar a lesão de Jakubov, goleiro titular da equipe, que dá espaço a Vácha. O Bari de Pietro Maiellaro, que vem fazendo uma campanha surpreendente no campeonato Primavera, teve de devolver Yago à Juventus e assim perdeu muito de seu poder ofensivo. As expectativas ficam sobre o meia Galano. Sobre os paraguaios do Club Sol não foi possível encontrar informações.
Grupo 11
Atalanta, Anderlecht (Bélgica), Lazio, Pakhtakor (Uzbequistão)
Não há competição de base em que a Atalanta não chega, pelo menos, para alcançar as fases finais. Semifinalista de Viareggio em 2008, os nerazzurri sofreram com uma geração abaixo da média no último ano e após uma grande reformulação no início da atual temporada, novamente parte forte para buscar seu terceiro título no litoral toscano. No comando, Alessio Pala deixou o clube para assumir os profissionais da Pro Sesto e foi substituído por Walter Bonacina, ex-meia ídolo da torcida. Os resultados estão sendo ótimos: no campeonato Primavera, a Atalanta lidera o grupo B, com Inter e Milan. Os destaques do time são os atacantes Crnic, que defendeu a Eslovênia no último Europeu Sub-19 e Zaza, que já disputou Viareggio como titular, no ano passado.
No Anderlecht, o treinador Marc De Meyer deve apostar em Mukendi, congolês naturalizado belga e titular de sua seleção sub-18. O time, que foi lanterna de seu grupo no ano passado, ainda não tem muitas perspectivas. Por outro lado, outra vez a Lazio chega com fortes ambições, apesar da campanha irregular no campeonato Primavera. Nas oitavas-de-final de 2009, o time de Roberto Sesena (em sua sexta temporada no comando laziale) só caiu nos pênaltis para a Juventus, futura campeã. O lateral-esquerdo nigeriano Adeleke chegou há menos de um mês e já tem se destacado na equipe, que ainda conta com o bom zagueiro Luciani e o volante Capua. Sesena também deverá testar em Viareggio o recém-contratado Skourtis, ex-atacante do Olympiacos. Para fechar o grupo, os uzbeques do Pakhtakor devem continuar utilizando o torneio para testar os jovens a serem utilizados no time de cima. O atacante Azizov, assim como no ano passado, é a grande atração.
Grupo 12
Napoli, Kallon (Serra Leoa), Parma, Chivas Guadalajara (México)
No último grupo da competição, os italianos devem se precaver. Em especial o Napoli, campeão em 1975. O clube partenopeu não tem muita tradição nas disputas de categorias de base (nos últimos cinco anos, o Napoli só disputou Viareggio duas vezes e em ambas terminou na lanterna de seu grupo) e não deve ser desta vez que a história vai mudar. Ainda que o treinador Ivan Faustino aposte numa boa campanha, seu trabalho fica mais difícil sem o atacante Insigne, melhor jogador da geração napolitana, emprestado à Cavese pouco antes do início do torneio. Para substituí-lo, chegou Riccio, artilheiro da base da Juve Stabia. O Napoli tem investido na formação de jogadores nos últimos anos e já pensa em colher seus primeiros frutos. Por isso, Viareggio torna-se fundamental para estes jovens. Os destaques são os meio-campistas Liccardo e Maiello, prestes a serem promovidos ao time principal por Walter Mazzarri.
Os azzurri farão sua estreia contra o Kallon, de Serra Leoa. Lembra deste nome? O ex-atacante da Internazionale comprou o clube de sua cidade natal em 2002 e intercedeu para a estreia dele em Viareggio na tentativa de quebrar a tradição de más campanhas de times africanos no torneio. Outro que tenta surpreender é o Parma, que vem mal no campeonato Primavera (21 pontos em 14 jogos), mas tem subido de rendimento nas últimas rodadas e priorizará o torneio toscano. Um grande problema para o time de Tiziano de Patre está no departamento médico, que conta com três de seus titulares lesionados: De Vitis, Traoré e Berselli. O meia-atacante Pasi, elogiado por Roberto Mancini e recém-saído de forma polêmica do Bologna, deve fazer sua estreia em gialloblù durante a competição. Ao Chivas, representante mexicano, cabe a missão de fazer esquecer o vexame protagonizado pelo Pumas em 2009. O técnico Manuel Martínez garante que o time viaja motivado para a Itália. Olho no volante Arriaga, líder da equipe.