O trabalho duro e o treino exaustivo com certeza são necessários para a formação de um craque. Entretanto, sabemos que no futebol certos atletas simplesmente nascem com um dom e, desde muito novos, demonstram-se a frente dos demais. Este é o caso de Rui Costa, que teve seu talento reconhecido ainda na infância pelo ídolo português Eusébio e, a partir daí, encantou a todos com sua técnica.
O meio-campista nasceu em março de 1972, na cidade de Amadora, distrito de Lisboa. Aos cinco anos, o pequeno “gajo” dava os seus primeiros passos no esporte pelo Damaia, pequena equipe de Lisboa. Aos nove, tentou a sorte nas categorias de base do Benfica. O responsável por observar os jovens que chegavam aos Encarnados era ninguém menos que Eusébio, ídolo do clube e da seleção portuguesa, que se encantou pela técnica refinada e visão de jogo do menino e deu aval para a sua aquisição
Começava então uma história de amor entre Rui e o clube da capital portuguesa. Até 1990, o jovem deu show nas camadas inferiores do clube, quando foi emprestado ao Fafe por uma temporada, para adquirir experiência. No ano seguinte, após ser campeão do Mundial Sub-21 ao lado de estrelas igualmente importantes para o futebol português como Jorge Costa e Luís Figo, a promessa começaria a virar realidade com a camisa vermelha.
Apesar de ser um dos destaques individuais do Campeonato Português, demorou um pouco para que o meia vencesse a competição, mais precisamente até 1994. Apesar de fazerem parte de um clube que começava a passar por grave crise financeira (talvez a maior da história dos Encarnados), jogadores como Mozer, João Pinto e Rui Costa optaram por continuar defendendo a equipe e foram recompensados, no final da temporada, com o título lusitano. Além de campeão, o time também teve o melhor ataque do torneio. Para tentar sair da draga econômica em que estava, o Benfica foi obrigado a abrir mão de uma jóia e não se opôs a saída de Rui para a Fiorentina, por valor equivalente, hoje, a seis milhões de euros.
Um fato interessante de suas primeiras temporadas na equipe italiana foi um amistoso disputado contra o Benfica, seu ex-clube, em 1995. O meia marcou o gol da vitória por 1 a 0 e na comemoração não pôde conter suas lágrimas. De acordo com o craque, foi o pior gol de sua carreira. Uma cena emocionante e que deixa claro o profissionalismo e o caráter do atleta.
O começo do luso na equipe de Florença não foi fácil. O trequartista teve certa dificuldade para se adaptar e apresentar seu vistoso futebol, mas nada que um craque não pudesse tirar de letra. E assim, em 1996, já com lugar de destaque no elenco, venceu a Coppa Italia, tendo como companheiro o argentino Gabriel Batistuta, artilheiro que formou com ele uma das duplas mais azeitadas da Europa. Com a ajuda de Rui Costa, Batistuta teve majestosa participação na conquista, marcando sete gols nas últimas cinco partidas da Viola (incluindo uma tripletta sobre a Inter).
A amizade e o entrosamento com o goleador cresciam tanto quanto o nível da equipe, que conquistou também a Supercoppa daquele ano. Nos anos seguintes, a equipe contratou atletas virtuosos, como Moreno Torricelli e Angelo Di Livio, mas ainda assim a importância de Rui Costa não foi subjugada e, com seus dribles rápidos e, principalmente, com sua marca registrada, as assistências precisas, o português comandava um time de futebol encantador, mas que não conquistou muitos títulos.
A equipe só voltou a erguer uma taça em 2001, quando venceu novamente a Coppa Italia, já em um momento em que estava afundada em dívidas e lutava para não cair. Na comemoração pelo título, desabou no chão e foi abraçado por um torcedor que invadiu o campo. Também, pudera: após a saída de “Batigol”, Rui Costa herdou a braçadeira de capitão e não só não deixou seu futebol cair, como viveu o melhor momento de sua carreira. Não só tinha funções criativas no meio-campo, servindo como assistente a Nuno Gomes e Enrico Chiesa, como também era responsável por marcar gols, e assim o fazia. Não à toa, chegou a 15ª colocação entre os maiores goleadores da história da Fiorentina, com 50 tentos.
Novamente, Rui Costa se viu obrigado a servir como válvula de escape para um clube afundado em dívidas. A transferência para o Milan foi concretizada pelo alto valor de 35 milhões de euros e o português, após sete anos, deixava uma equipe que defendeu com tanto afinco. Já sem tanta explosão, O Maestro utilizava de sua técnica para municiar o arsenal rossonero. Com visão de jogo invejável, chegou à marca de 65 assistências pelo Diavolo, mesmo sofrendo com lesões.
Em 2003, como titular absoluto, conquistou a Liga dos Campeões da Europa, seu primeiro título vestindo a camisa do clube milanês. Em uma campanha épica, na qual a equipe deixou para trás um dos grandes vencedores da competição, o Ajax, e as rivais Inter, na semifinal, e Juventus, na grande decisão.
O português foi bastante regular durante a competição e destacou-se em algumas partidas, especialmente em duas delas. Na goleada de 4 a 0 aplicada sobre o Deportivo La Coruña, na Espanha, o luso foi responsável pelas assistências de todos os gols. Contra o Real Madrid, no San Siro, acertou um lançamento de 60 metros para Shevchenko marcar o gol da vitória. Na seqüência, a equipe conquistou a Supercopa Europeia sobre o Porto, por 1 a 0.
A boa fase continuou e na temporada seguinte a equipe conquistou mais dois troféus. Na Serie A, a equipe não teve adversários e sagrou-se campeã com 11 pontos de vantagem sobre a Roma, segunda colocada. Na Supercoppa, contra a Lazio, mais um atropelo: 3 a 0, com direito a tripletta de Shevchenko. Embora tenha exercido um papel de liderança na equipe juntamente com Maldini, Rui Costa começou a oscilar entre a titularidade e o banco de reservas. Motivo? O crescimento meteórico de Kaká, contratado pelo clube de Milanello em 2003.
Mesmo sendo frequentemente reserva no Milan, Rui Costa continuava sendo central na seleção portuguesa. Ao lado de Figo, era o cerne da geração de ouro portuguesa, que acabou em terceiro lugar na Euro 2000, mas fracassou na Copa de 2002, no Japão e na Coreia do Sul. Dois anos mais tarde, começou a Euro 2004 como titular do time de Felipão, mas logo após a má estreia contra a Grécia, perdeu a posição para um ascendente Deco. Portugal foi vice-campeão do torneio e Rui Costa disputou sua última partida pela seleção na final do torneio, contra a mesma Grécia.
Já sem participar muito dos jogos, Rui Costa ficou no clube até 2006, quando rescindiu seu contrato de forma amistosa e acertou seu retorno ao clube que o fez ingressar na carreira de jogador, o Benfica, onde atuou por mais duas temporadas. De volta ao Benfica, novamente o destino o colocou frente a frente com uma ex-equipe. Em 2007, as equipes se enfrentaram na Liga dos Campeões e Il Maestro foi ovacionado pelo público italiano, ficando nitidamente emocionado.
Diversas lesões o atrapalharam na tentativa de retribuir ao clube e a torcida portuguesa todo o carinho e admiração recebidos e, em 11 de maio de 2008, o meio-campista pendurou as chuteiras. No dia seguinte, foi apresentado como diretor desportivo do clube, função que desempenha até hoje.
Rui Manuel César Costa
Nascimento: 29 de março de 1972, em Amadora, Portugal
Posição: meio-campista
Clubes: Fafe (1990-91), Benfica (1991-94), Fiorentina (1994-2001) e Milan (2001-06)
Títulos: Mundial Sub-20 (1991), Campeonato Português (1994), Taça de Portugal (1993) Coppa Italia (1996, 2001 e 2003), Supercopa Italiana (1996 e 2004), Liga dos Campeões (2003), Supercopa Europeia (2003) e Serie A (2004)
Seleção portuguesa: 94 jogos e 26 gols
Lembro de um dos ultimos jogos dele pela fiorentina. Foi contra o milan, clube o qual estava se transferindo, acho q final ou semi da copa da italia. Ele foi substituído do jogo quase no final proximo dos 90minutos, tinha arrebentado com o jogo, a torcida o festajava socando o os vidros que cercam o artemio franchi. Foi mt bonita a devocao da torcida viola por ele. Sem duvida um dos melhores que vi.
ESSE É LENDA AMIGO, UM DOS MAIORES QU VI JOGAR TAMBEM, QUE CLASSE