Seleção italiana

Futebol para o gasto

De Rossi sobe para tentar cabecear contra as Ilhas Faroé; a Itália não quis jogar, apresentou um futebol feio, mas volta pra casa com importante vitória (AP Photo)
Nem de
longe a partida foi o que era esperado pela torcida. Adversário muito fraco e a
boa fase recente que a Itália atravessa eram motivos para que os torcedores
italianos esperassem goleada e bom jogo diante da fragilíssima equipe das Ilhas
Faroé. A vitória magra por 1 a 0, com gol marcado por Cassano ainda nos
primeiros dez minutos de partida, fez do duelo um jogo bastante ruim
tecnicamente, praticamente um treino para os azzurri se prepararem para o
confronto decisivo diante da Eslovênia no próximo meio de semana.
O
treinador Cesare Prandelli não surpreendeu e entrou em campo com a mesma
formação que tem sido utilizada nas últimas partidas da Nazionale. Com
Montolivo atuando como trequartista, Thiago Motta e Pirlo garantiam boa posse
de bola em um meio-campo que ainda contou com De Rossi na função de carregar o
piano. Com os três volantes, a Azzurra conseguia liberar seus laterais e atuava
bem pelas pontas, principalmente quando a bola estava nos pés de Criscito.
E foi
logo no começo da partida que os italianos abriam o placar e garantiram a
vitória. Com um lampejo de genialidade de Pirlo, lembrando seus melhores tempos
com a camisa da Nazionale e do Milan, a Itália chegou ao seu único gol no
duelo. O meio-campista da Juventus fez lançamento magistral para Cassano, que
dominou livre e estufou as redes adversárias. Festa italiana logo aos dez
minutos de jogo e basicamente um final de jogo muito antecipado.
Se foi
ferozmente ao ataque antes de abrir o placar, depois de construir a pequena vantagem
a Itália parou de jogar. Diante de um adversário muito frágil, tocava bola no
meio-campo e mal chegava à defesa adversária, que por sua vez não tinha força
nenhuma para atacar com eficiência. E mesmo sendo muito pior, as Ilhas Faroé
ainda acertaram a trave de Buffon na primeira etapa, em chute de longa
distância. E nem mesmo o susto foi capaz de colocar a Squadra Azzurra para
frente, finalizando o primeiro tempo de maneira monótono e sem mais chances.
E se o
ritmo da partida era de treino em seus primeiros 45 minutos, Prandelli não fez
questão de levar isso a sério e voltou para o segundo tempo sem fazer nenhuma
alteração. Se poderia testar atletas diante do fraco adversário, o treinador
deixou para depois. E a Itália começou a segunda etapa do mesmo modo como fez
na primeira: fez certa pressão e arriscou alguns chutes, mas nada que realmente
levasse perigo às Ilhas Faroé, que devolveu as tentativas com a segunda (!)
bola na trave, mais uma em chute de longa distância.
E o
relato desta partida poderia, sem dúvidas, terminar por aqui. Porque se
Prandelli tirou Rossi e colocou Pazzini para deixar seu ataque mais incisivo,
nada mudou; assim como a saída de Thiago Motta para a entrada de Aquilani, que
não adicionou nenhuma criatividade ao setor de meio-campo, utilizado pela
Azzurra na partida apenas para gastar tempo; e muito menos com a entrada, já no
final do jogo, de Balotelli no lugar Cassano, autor da única jogada com mais efeito
em toda a partida – o gol. Aos adversários, restaram alguns poucos chutes de
longa distância, única arma plausível para um time que não tem brilho algum.
E se o
duelo foi muito fraco, serviu pelo menos para que a Itália obtivesse mais uma
vitória e colocasse um pé na Euro-12. Um triunfo sem nenhum destaque, sem
nenhuma glória. Mas que faz com que a Nazionale esteja agora separada do
torneio continental por apenas um empate na próxima partida. Se simplesmente
empatar com os segundos colocados da Eslovênia, na próxima semana, em Florença,
os azzurri garantem a vaga. Um passo e tanto para um time que está em franco
processo de renovação e busca hoje mais resultados do que jogo bonito.
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