Seleção italiana

Os dados estão lançados

Van Basten, assim como Zidane, ajudaram no sorteio dos grupos da Euro 2012. Os ex-jogadores, que passaram pela Itália, não deram tanta sorte para a Squadra Azzurra… (Getty Images)

Não existe grupo fácil na Euro, competição tradicional pelo seu equilíbrio. A Itália, tetracampeã mundial, tem apenas um título, conseguido em 1968. Pelo fato de a edição de 2012 ser organizada em conjunto por Ucrânia e Polônia, o número de seleções de ponta entre os cabeças-de-chave diminuiu: além das anfitriãs, Espanha e Holanda estavam no pote número 1. Por estar no segundo pote, a Itália já esperava enfrentar ao menos um adversário bastante complicado na fase de grupos da Euro 2012, que acontecerá em junho do ano que vem. 

As chances de grupo da morte existiam e, se a Itália não deu lá tanta sorte assim, evitou o mais difícil dos desafios. O sorteio colocou a Itália no grupo C, sediado na Polônia, ao lado de Espanha, Irlanda e Croácia. Em teoria, é o segundo grupo mais complicado da competição. Espanha e Itália tem claro favoritismo, mas Irlanda e Croácia serão adversários duríssimos, por diferentes motivos.

A Itália iniciará sua campanha na Euro no dia 10 de junho de 2012, contra a Espanha, em Gdansk, na Polônia. Estrear contra a atual campeã deve deixar a Itália bastante motivada desde o primeiro minuto na Euro, mas, em caso de derrota, pode obrigar a Nazionale a correr atrás de pontos em jogos contra equipes que deverão jogar bem fechadas – em especial a Irlanda. O retrospecto contra a atual campeã europeia e mundial é de equilíbrio, mas com leve vantagem para os italianos: são 10 vitórias azzurre, 11 empates e oito vitórias da Fúria. Nos últimos três jogos, a mesma tônica: uma vitória espanhola, um empate e uma vitória italiana. O empate ocorreu em 2008, pela última Euro, e a Espanha levou nos pênaltis. O último jogo, em agosto, teve uma Itália técnica e bastante aguerrida, que realizou o melhor jogo da gestão de Cesare Prandelli, e venceu a roja, que jogava quase completa – apenas Xavi estava fora – em Bari por 2 a 1. A promessa é de uma das melhores partidas da fase de grupos.

A segunda partida italiana no torneio será dia 14, contra a Croácia, tradicionalmente um adversário duro para a equipe azzurra. Em nove jogos contra os xadrezes, a Itália venceu apenas um, em 1942, quando a Croácia havia sido anexada pela Alemanha nazista. Nos últimos dois confrontos – um amistoso, em 2006, e em partida pela fase de grupos da Copa de 2002 -, os croatas venceram bem. Nas eliminatórias, ficaram atrás da Grécia por um ponto, no grupo F, e atropelaram a Turquia na repescagem. Com destaque para o ataque pelos flancos, com Srna e Pranjic, a Croácia do técnico Slaven Bilic também tem meio-campistas leves, como Modric, Kranjcar, Rakitic e Perisic, e uma defesa fisicamente forte, com Corluka e Lovren.

Encerrando a participação italiana na fase de grupos, no dia 18, um belo reencontro: a Itália enfrentará a Irlanda de Giovanni Trapattoni, que já conseguiu um grande feito ao levar a seleção celta a uma competição europeia após 24 anos de ausência. Italiano típico, conhecido pelo lado folclórico, mas também pela sua competência, Trap, de 72 anos, foi técnico da seleção da Itália na Copa de 2002, e também sete vezes campeão italiano como técnico (seis pela Juventus e uma pela Inter) e duas como jogador, ambas pelo Milan. Um reencontro aconteceu em 2011, quando a Itália foi a Dublin e saiu derrotada por 2 a 0.

O dedo de Trapattoni é inegável: primeiro, quase levou os irlandeses para a Copa de 2010, tendo sido eliminado pela França, por um gol irregularíssimo de Thierry Henry. Depois, a forte defesa irlandesa ganhou moldes de catenaccio, e foi o principal destaque da equipe que se classificou depois de ficar em segundo em um grupo que tinha Rússia e Eslováquia como favoritas e a Armênia como grande surpresa, e passar facilmente pela Estônia na repescagem. Além da defesa, que tem no goleiro Given e nos zagueiros O’Shea e Dunne, a Irlanda de Trapattoni tem no meio-campista McGeady e no atacante Robbie Keane suas grandes esperanças. A seleção vai como franco-atiradora à Euro, mas com um grande estrategista, como Trapattoni, pode ser a grande surpresa da competição. Em 11 jogos, a Itália, que saiu derrotada no último confronto, venceu sete. Nos últimos cinco, venceu apenas um, em 2005.

Caso se classifique, a Itália enfrentará uma das seleções do grupo D, formado pela anfitriã Ucrânia, Inglaterra, Suécia e França. Faltando pouco mais de seis meses para o torneio, a seleção já tem uma base formada por Prandelli. O técnico espera ainda achar nomes para algumas posições, como um trequartista mais eficiente. A Squadra Azzura teve um grupo fácil nas eliminatórias, mas comportou-se bem frente a Sérvia e Eslovênia, que jogaram a última Copa, e também frente a Estônia, que surpreendeu. Invicta na fase classificatória, a Itália de Prandelli teve apenas duas derrotas nos 16 meses de trabalho do comandante e pode se gabar de não ter perdido para Alemanha (1 a 1) e Espanha (2 a 1), duas das grandes seleções mundiais. A excelente fase de Marchisio e o crescimento técnico de Balotelli, além das recuperações de Cassano e Rossi, podem fazer a diferença para que a Itália lute pelo bicampeonato.

Veja todos os grupos da Euro 2012:

Grupo A: Polônia, Grécia, Rússia e República Tcheca;
Grupo B: Holanda, Dinamarca, Alemanha e Portugal;
Grupo C: Espanha, Itália, Irlanda e Croácia
Grupo D: Ucrânia, Suécia, França e Inglaterra

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