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Oliver Bierhoff cansou de marcar gols por Udinese e Milan

Oliver Bierhoff tinha seis anos quando começou a jogar no Essener SG 99/06. Com 10, atuava em partidas do Schwarz-Weib Essen e atraía atenções por ser um jogador promissor. Certamente, um início empolgante em times amadores. O pai do alemão, Rolf Bierhoff, tinha condições financeiras para dar uma excelente vida ao pequeno sem que ele trilhasse o caminho do futebol, algo que a família não desejava. Mas foi diferente: em 1986, com 18, o atacante largou os estudos e assinou contrato profissional com o Bayer Uerdingen. Era o início de trajetória de um futuro artilheiro das séries A e B, por Ascoli e Udinese, e de um campeão italiano pelo Milan.

O atacante de 1,91 m passou por Hamburgo e Borussia Mönchengladbach antes de chegar ao Austria Salzburg. Fora da Alemanha, esta equipe foi a que Bierhoff mais ganhou visibilidade na Europa. Uma boa temporada em 1990-91 fez com que Costantino Rossi, presidente do Ascoli, sinalizasse a favor da contratação do jogador. Os bianconeri voltavam à Serie A após uma garantir o acesso na última rodada. O alemão foi contratado pela Inter, que o emprestou ao Picchio porque tinha atingido o limite de estrangeiros – também para que o atacante ganhasse experiência.

Bierhoff participou de apenas 17 jogos naquela temporada de 1991-92. Durante a época, o Ascoli teve dois treinadores. Massimo Cacciatori foi contratado no segundo turno para o lugar de Giancarlo De Sisti, que havia deixado a equipe na zona do descenso. Ele não conseguiu a salvezza e a equipe acabou rebaixada, mas foi mantido como treinador da equipe na Serie B.

Bierhoff, em tempos de Ascoli, teve bom relacionamento com a torcida (imago)

Cacciatori apostou em Bierhoff – contratado em definitivo – na área e foi premiado com a 6ª posição na temporada 1992-93. Por dois pontos o Ascoli não voltou novamente à elite do futebol italiano. O alemão, com 20 gols marcados, foi artilheiro do campeonato. A altura do atacante fez-se valer na época seguinte: 17 gols – muitos de cabeça – e vice-artilharia da competição encerrada na sétima posição.

Mario Colautti tinha uma equipe para a promoção na temporada 1994-95, mas Bierhoff não vivia grande fase, e muito menos o Ascoli. Fora de campo, o presidente Rossi faleceu após a vitória por 3 a 0 sobre o Pescara, em dezembro. Resultado: moral baixa, troca ingrata de técnicos na tentativa de mais um acesso, que não ocorreu.

Enquanto o Ascoli rumava à Serie C, Bierhoff foi comprado pela Udinese. Os friulanos também apostavam no novo técnico Alberto Zaccheroni. O comandante implantou o esquema 3-4-3 em seu primeiro ano em Údine, mas sem resultados práticos: o time não passou de uma modesta 11ª posição. Bierhoff, porém, foi o homem-chave do ataque e marcou 18 gols em sua estreia na Serie A.

Depois de anos difíceis, alemão brilhou pela Udinese (EMPICS/Getty)

Os olhares do mundo sobre Bierhoff começaram a mudar a partir de 1996. Apesar de reserva da seleção alemã, ele entrou durante a final da Eurocopa contra a sensação República Checa e marcou os dois gols que concedeu o título continental a Alemanha. Com o importante título na mala, Bierhoff voltou à Itália e viu um brasileiro chegar para ser seu companheiro de ataque: Amoroso. O trio Poggi-Bierhoff-Amoroso teve ótimas exibições e ajudou a Udinese a chegar à quinta posição da temporada 1996-97.

A época que chegava foi a melhor do centroavante, em termos individuais. Ele marcou 27 gols em 32 jogos e se tornou artilheiro da Serie A. A temporada só não foi perfeita devido ao insucesso na Copa da Uefa, pois os friulanos foram eliminados na segunda fase da competição. Bierhoff também participou da apagada campanha alemã na Copa da França, em 1998, como reserva.

Após a excelente temporada em solo nacional, Silvio Berlusconi buscou Bierhoff e Zaccheroni para o centenário do Milan. Armado pelo centromédio Albertini, o trio Boban-Bierhoff-Weah deu mais do que certo: título no tão importante ano para o clube rossonero e artilharia da equipe para Bierhoff, com 22 gols.

Bierhoff chegou ao Milan com status de artilheiro e manteve boa média de gols (imago)

Apesar de essencial para a equipe de Zac, a chegada de um ucraniano na temporada 1999-00 começou a ameaçar a posição do alemão. A princípio, Andriy Shevchenko jogava junto à Bierhoff e Boban. O goleador ucraniano foi artilheiro desta temporada e da seguinte. A chegada de Carlo Ancelotti, em 2001-02, foi crucial para a saída do alemão para o Monaco.

Mesmo jogando em um time menor na Europa, Bierhoff foi convocado para defender a Alemanha na Copa do Mundo de 2002, mostrando sua importância para a história recente da seleção. Seu toque de experiência (além da Euro 1996 e da Copa 1098, atuou também no fracasso alemão na Euro 2000), foi importante: reserva de Miroslav Klose, marcou um gol em quatro jogos, na campanha vice-campeã dos teutônicos.

Bierhoff ainda passou pelo Chievo antes de encerrar sua gigante carreira em 2003. Em sua última partida, ele conseguiu uma tripletta na derrota por 4 a 3 ante a Juventus. O ex-atacante foi um dos diretores do Comitê Organizador da Copa de 2006, na Alemanha, e ocupou diversos cargos na DFB, a Federação Alemã de Futebol, entre 2004 e 2022 – sendo os mais importante deles o de diretor esportivo e o de chefe de seleções. Fora isso, o goleador atua com palestras sobre motivação, trabalho em grupo e gestão de crises.

Oliver Bierhoff
Nascimento: 1º de maio de 1968, em Karlsruhe, Alemanha
Posição: atacante
Clubes como jogador: Bayer 05 Uerdingen (1986-88), Hamburgo (1988-90), Borussia Mönchengladbach (1990), Austria Salzburg (1990-91), Ascoli (1991-95), Udinese (1995-98), Milan (1998-2001), Monaco (2001-02) e Chievo (2002-03)
Títulos: Eurocopa (1996) e Serie A (1999)
Seleção alemã: 70 jogos e 37 gols

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