Maggio, Barzagli, Bonucci e De Rossi comemoram gol de Balotelli. Atacante do Milan empatou o amistoso contra o Brasil (foto: Getty Images)
O empate em 2 a 2, em Genebra, talvez não transmita o que realmente foi o amistoso entre Brasil e Itália. A Squadra Azzurra fez uma de suas melhores atuações recentes mesmo sofrendo dois gols no confronto, de histórico bem complicado. Foi um ótimo ensaio visando o duelo entre as duas campeãs mundiais que acontecerá em 22 de junho, em Salvador, pela Copa das Confederações.
O retrospecto no confronto apontava o Brasil como favorito: sete vitórias da Canarinho contra cinco italianas – e dois empates. Em cinco minutos de jogo, Buffon já havia trabalhado três vezes. No entanto, Júlio César fez quatro intervenções para que a Itália permanecesse zerada no início de jogo.
A partida, surpreendentemente rápida e aberta, no primeiro quarto de hora, mostrou ninguém com superioridade com a posse de bola. Prandelli respondeu aos três atacantes do Brasil com a mudança tática para quatro zagueiros – Maggio, Barzagli, Bonucci e De Sciglio. O jovem lateral do Milan, de 20 anos – um dos melhores da posição na Serie A -, fez sua estreia na seleção nacional e foi muito bem na marcação de Hulk.
O adversário teve muita dificuldade para caçar Pirlo. Na verdade, o regista foi pouquíssimo importunado durante o primeiro tempo, uma vez que Oscar não dava combate e Hernanes e Fernando cuidavam de Montolivo e Giaccherini.
A Itália era mais perigosa quando trabalhava a bola no chão, exatamente o oposto do Brasil. A Canarinho trocou poucos passes na área italiana durante a primeira etapa e o gol só saiu devido à falha defensiva da Squadra Azzurra. Barzagli subiu para primeira trave e puxou Bonucci, De Sciglio cortou para o centro para cobrir Bonucci e Fred, que não tinha a ver com isso, empurrou o cruzamento de Filipe Luís, desviado por Barzagli, para o fundo do gol. Montolivo ficou apenas observando.
O segundo tento brasileiro saiu numa rara jogada trabalhada pelo time: De Sciglio perdeu a bola no meio de campo e cedeu contra-ataque; Neymar tocou para Oscar e o jogador do Chelsea concluiu muito bem na saída de Buffon. De Sciglio também não conseguiu acompanhar o jogador dos Blues.
O técnico da Itália promoveu as entradas de Cerci e El Shaarawy no intervalo, modificando o esquema para o 4-3-3, com as saídas de Pirlo e de um apagado Osvaldo. Em 11 minutos, a Squadra Azzurra chegou ao empate. O primeiro gol saiu com De Rossi, após escanteio cobrado pelo Pequeno Faraó. Na sequência, Balotelli encobriu Júlio César com um lindo chute de fora da área. A partir de então, só deu azul: Bonucci, Poli, Cerci… O atacante do Torino, inclusive, jogou muito bem no segundo tempo e fez Filipe Luís suar. Winger raro no futebol italiano, deve receber mais chances, uma vez que Prandelli gosta do esquema 4-3-3.
O resultado, se não foi favorável a nenhuma das equipes, poderia ter sido de uns 3 ou 4 a 2 para os italianos. Não foi um banho de bola, mas a Itália, cada vez mais renovada, jogou muito bem. Prandelli tem ótimas peças na mão para classificar sua equipe à Copa do Mundo. Na semana que vem tem confronto diante de Malta, pelas Eliminatórias, e De Sciglio, Cerci e Montolivo devem ter agradado o treinador. Pelo menos foram as peças-incógnitas que mais agradaram ao blogueiro que vos fala.
Ficha do jogo: Brasil 2 x 2 Itália
Brasil: Júlio César; Daniel Alves, David Luiz, Dante e Filipe Luís (Marcelo); Fernando, Hernanes (Luiz Gustavo) e Oscar (Kaká); Hulk (Jean), Neymar e Fred (Diego Costa). Técnico: Luiz Felipe Scolari
Itália: (4-3-1-2, depois 4-3-3): Buffon; Maggio, Barzagli, Bonucci e De Sciglio (Antonelli); Pirlo (Cerci), De Rossi (Diamanti) e Montolivo; Giaccherini (Poli); Osvaldo (El Shaarawy) e Balotelli (Gilardino). Técnico: Cesare Prandelli