Itália fez grande jogo, mas Bonucci mandou na lua a chance de a Squadra Azzurra chegar à final (Uol)
Após uma estreia relativamente boa, porém dois jogos
horríveis em sequência, a Squadra Azzurra pode mostrar seu futebol na Terra Brasilis. E como mostrou. Como no primeiro jogo da fase de grupos da Euro 2012,
o time de Prandelli dominou e acuou a campeã mundial e europeia Espanha.
A superioridade foi ainda maior na primeira etapa. A Nazionale soube
jogar sem o domínio da posse de bola, compensando com ocupação inteligente dos
espaços, marcação forte e eficaz, e muita coletividade, característica muito
comum da equipe de Prandelli, mas que até então não havia apresentado na Copa
das Confederações – o time demonstrou uma certa dependência a Pirlo e Balotelli.
Sem catenaccio, sem zona mista, mas logicamente inspirado
por algumas ideias desses sistemas, Prandelli voltou a utilizar uma formação
com três beques. Assim, o treinador italiano praticamente manteve os jogadores
utilizados nos empates com Espanha e Croácia na Euro 2012, porém postados no
3-4-2-1. O trio de zaga juventino, Maggio e Giaccherini como alas, De Rossi
cobrindo Pirlo no meio de campo, e Candreva e Marchisio mais à frente,
encostando no centroavante Gilardino.
Em 45 minutos, a Itália teve 36% de posse de bola, mas finalizou (e com
perigo) nove vezes, sete a mais que a Espanha. Prandelli deu um nó tático em
Del Bosque ao neutralizar a troca de passes espanhola, tornando-a pouco
eficiente. E ainda soube explorar os espaços concedidos pelos flancos, especialmente
pela direita. Por ali, Maggio e Candreva foram as principais opções ofensivas da
Nazionale, aproveitando os buracos às costas de Iniesta e Jordi Alba.
Na segunda etapa, Prandelli já previa o cansaço de seus jogadores e
promoveu a entrada de Montolivo no lugar de um irreconhecível Barzagli (mal fisicamente), abrindo
Bonucci pela direita e passando De Rossi para o centro da zaga. O ritmo italiano
caiu, contudo a Nazionale conseguiu cadenciar o jogo, sem abdicar de atacar. Foram
61% de posse de bola do time do Belpaese, domando uma Fúria mansa. O time de Del Bosque, por sinal, abdicou de seu
jogo para apostar na velocidade de Navas e Mata procurando Torres, mas o
gol não saiu. A defesa italiana se portou bem atrás e, apesar dos sustos, se
manteve firme durante todo o jogo.
Até na pressão espanhola na prorrogação, na base do chuveirinho.
Quando Maggio, Bonucci, De Rossi e Chiellini não ganhavam, Buffon estava lá
para manter o zero no placar, operando seis defesas e três cortes em
cruzamentos, a principal alternativa encontrada pela Espanha em busca do gol –
que não veio. Na única chance italiana na prorrogação, o chute forte de
Giaccherini logo aos três minutos parou na trave.
Na disputa por pênaltis, os goleiros não viram a cor da bola. Boas
cobranças por parte de Xavi, Iniesta, Piqué, Ramos, Mata, Busquets e Navas. Candreva, Aquilani, De Rossi, Giovinco, Pirlo e Montolivo, pela Itália… mas não Bonucci. O zagueiro da Juventus finalizou muito longe do
gol de Casillas, e Navas colocou a Espanha na sua inédita decisão pela Copa das
Confederações.
Apesar do resultado final, o desempenho da Itália deixa boas esperanças
para o futuro do time de Prandelli, que ainda fará mais um jogo no Brasil, no
calor das 13 horas de Salvador. Contra o Uruguai, na disputa pelo terceiro
lugar. Já a Espanha pega o Brasil, no Maracanã, às 19h.