Serie A

No Brasil e na Itália, é hora de falar de estádios

Leitor, não se assuste com a longa introdução deste texto que é, sim, sobre futebol italiano. Mas, entendam, é impossível fugir do debate. Quem gosta de futebol e está atento ao que está acontecendo no Brasil não pode deixar de ter ouvido as discussões sobre as tais “arenas” e até deve ter entrado em alguma discussão sobre o assunto.

O novo Maracanã representa muito do velho em nossa sociedade: foi branqueado, oligarquizado e muito do que existia de estrutura acabou sendo demolida e não reaproveitada em favor de deus sabe quem, com um custo de 1,2 bilhão e direito a lei jogada no lixo. É o que Juca Kfouri, José Trajano, Mauro Cezar Pereira e tantos outros já disseram por aí: o estádio foi desfigurado por capricho e perdeu, ao menos temporariamente, a sua alma, com a presença de pessoas que não tem cultura de estádio e precisam até de animador de torcida para vibrar.

Sinceramente, nunca estive no Maracanã, o estádio que mais representa o Brasil. Não tenho a mesma relação com o estádio do que os jornalistas citados ou qualquer carioca que tinha o estádio como sua segunda casa, mas vi muitos jogos, sofri e vibrei com meu time pela televisão, de olho naquele estádio. Por outro lado, estive no estádio que mais representa a Itália – considerando que os times que mandam os jogos lá tem boa parte da torcida no país e, de quebra, são os mais internacionalizados.

San Siro em dia de festa de scudetto milanista

Em janeiro de 2012, fiz uma viagem para a Itália e assisti a um dérbi de Milão no Giuseppe Meazza. Poucos dias antes de chegar à Milão, visitei familiares em Nápoles e conheci o estádio San Paolo, que fica localizado no bairro de Fuorigrotta. Apenas o conheci por fora, já que era Natal e a visitação estava suspensa. Porém, fiquei muito surpreso ao constatar que a estrutura do estádio lembrava, e muito, à da antiga Fonte Nova. Faltava apenas o formato de ferradura e a abertura voltada para um grande dique – a grande diferença é que o San Paolo ganhou cobertura das arquibancadas para a Copa de 90 (veja, abaixo, foto do estádio antes da reforma).

A paixão das torcidas do Napoli e do Bahia, expressas em pichações, faixas e bandeiras espalhadas pelas duas cidades, e em manifestações de pessoas que gritam “Forza Napoli” ou “Bora Bahêa” sem necessariamente ser dia de jogo ajudavam a tornar o paralelo ainda mais interessante. Ver, em Nápoles, assim como em Salvador, os interiores de escritórios de órgãos públicos repletos de itens relacionados aos times, também.

Desde 2008, eu moro em Salvador – nasci em Feira de Santana, no interior da Bahia. Apesar de Feira não ficar longe da capital, eu não costumava me deslocar para ver jogos em algum dos estádios da cidade, seja do meu time, o Vasco, ou qualquer outro. Quando eu já era adolescente, o Vasco não vinha a Salvador, já que a crise técnica levou Bahia e Vitória à segunda e à terceira divisão.

Dois anos antes de me mudar para Salvador, tive um contato direto marcante com a torcida tricolor, na velha Fonte Nova. O jogo era entre Bahia e Treze, válido pela Série C. O público, que viria a ser o quarto maior da competição, era de cerca de 34 mil pagantes – um número que poderia ser maior para o clube e para o estádio, mas totalmente aceitável para um jogo da terceirona. O barulho, no entanto, era imenso, como se houvessem duzentas mil pessoas ali dentro. Toda a região em torno do estádio estava cheia de gente e, lá dentro, antes de o jogo começar, a torcida estava ensandecida. O Bahia bateu na trave e não subiria naquele ano.

San Paolo lotado: o Napoli ganhava seu primeiro scudetto

Duas semanas atrás, passei novamente pelo novo estádio – me recuso a chamá-lo de arena. A situação era outra, a Bahia voltava a ter dois times na elite do Brasileiro e as agonias da tragédia da velha Fonte pareciam distantes. E nem era porque o estádio era completamente novo – ouso dizer que, entre os estádios modernizados, a Fonte Nova seja o que mais preserva o passado.

Bem, passei por lá quando acontecia Vitória e Internacional, jogo de Série A e em início de Brasileirão, com o rubro-negro recém-campeão estadual. Apenas 8.955 espectadores, barulho algum e uma atmosfera lúgubre do lado de fora do estádio. Nem parecia haver jogo. Nos Ba-Vis que decidiram o Baianão, ou havia um problema na captação do áudio da TV local ou a torcida fazia menos barulho e era menos animada que em jogos no velho estádio, no Barradão ou em Pituaçu. Uma série de pessoas que estiveram lá e com quem conversei, disseram ter sentido o mesmo. Um deles disse o seguinte: “os torcedores [nota: os populares que gastaram uma grana preta para assistir os jogos] pareciam pobres, empregados, em festa de patrão”.

Agora sim: dados sobre estádios da Itália

Aqui no blog, já falamos muito sobre como os estádios da Itália são obsoletos. É óbvio que a estrutura envelhecida de grandíssima parte deles atrapalha a prática do jogo e o acompanhamento da torcida. Por exemplo, em Bolonha, onde neva muito no inverno, uma melhor gestão do gramado ajudaria o jogo a fluir melhor e uma cobertura no estádio permitiria que partidas não fossem adiadas pelo mau tempo. A reboque, imagine assistir a um jogo em arquibancadas que acumulam neve e umidade, com uma temperatura inferior aos 10 graus negativos e debaixo de neve. Este é um caso extremo, mas é fato de que a maior parte dos estádios do país, 99% de gestão pública, precisam de reforma.

No antigo Meazza, pessoas se penduravam nas estruturas

Na maioria dos estádios italianos, a torcida fica muito longe do campo, o que dificulta a boa visão do jogo. Atualmente, a média de público é muito baixa, por uma série de motivos sobre os quais falaremos já já. No campeonato que acabou agora, a média foi de apenas 24.655 torcedores por jogo, sem considerar os números de Chievo e Cagliari, que não fornecem dados oficiais sobre número de pagantes. A considerar que o time de Verona tem uma torcida muito pequena e que o Cagliari mandou boa parte de seus jogos longe de casa e/ou de portões fechados, a média cairia. Neste link, é possível ver o desempenho de cada clube no quesito.

Da Copa de 1990 para cá, apenas 27 estádios foram construídos na Europa, e um deles na Itália. A Juventus comprou e demoliu o antigo Delle Alpi, que foi construído justamente para a Copa de 90, sediada no Belpaese (naquela ocasião, o San Nicola, de Bari, também foi erguido), e construiu o Juventus Stadium. Portanto, apesar de ter muitos estádios ultrapassados, a Itália teve doze estádios que passaram por grandes reformas 24 anos atrás. Esses palcos do futebol necessitariam de outras intervenções, mais à luz dos tempos atuais, e sem gastos astronômicos. Intervenções pontuais e eficazes. Nem uma reforminha nem uma demolição.

Considerando-se onze estádios, já que o Delle Alpi não existe mais, apenas três daqueles estádios não receberão jogos da primeira divisão em 2013-14. O grande elefante branco de Bari, com 56 mil lugares, o Renzo Barbera, de Palermo, e o Sant’Elia, de Cagliari, que acabou inutilizado: grande demais, como o San Nicola, não recebia público suficiente e, para piorar, os assentos ficavam longe do campo. A diretoria do Cagliari acabou construindo arquibancadas móveis mais próximas ao gramado, dando ao estádio a capacidade de 20 mil lugares. o restante do estádio acabou descuidado, o que ajudou a provocar a sua interdição. De uma forma ou de outra, na próxima temporada serão 15 os times da Serie A que jogam em estádios construídos ou reformados de 1990 para cá (em Turim, além do Juventus Stadium, o Olímpico, casa do Torino, recebeu grande reforma para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2006), caso o Cagliari resolva seu imbróglio e volte a mandar os jogos no improvisado, mas novo e bem cuidado estádio móvel de Quartu Sant’Elena.

Um elegante San Siro em 1965, 10 anos após primeira reforma

A média de público cai e quem leva a culpa?

A Juventus soube contornar os problemas sobre os quais escrevíamos em julho de 2009: “Na última década, constatou-se uma queda de 25% no público da Serie A, enquanto na Inglaterra e na Alemanha houve um aumento de quase 20%, no mesmo setor. Um dos motivos para essa queda de popularidade é a falta de cuidado com os estádios do país, que ao invés de atrair o público, o espanta, graças ao desconforto e a pouca segurança”. Quase quatro anos depois, a situação é parecida. Os estádios ainda são, com exceção do Juventus Stadium, de administração das prefeituras. Prefeituras de um país envolto em uma grave crise econômica.

Hoje, a melhor média é a da Inter, que coloca cerca de 48 mil pessoas por jogo – pouco, considerando que o estádio Giuseppe Meazza é o oitavo maior da Europa, com capacidade de 81.277 lugares, e que só costuma lotar mesmo nos dérbis contra Milan e Juventus. Milan, Roma e Napoli, que tem estádios maiores que o Juventus Stadium, aparecem à frente da Juve, que tem a Lazio em seus calcanhares. Respectivamente, os três maiores estádios do país são o San Siro, o San Paolo e o Olímpico de Roma. O estádio da Juve é apenas o oitavo da lista – em uma atitude sensata, diga-se, uma vez que é mais barato manter um estádio menor e que está quase sempre lotado. Ou seja, apesar de a Inter ter a maior média de público, o maior percentual de ocupação de estádios na Itália é da Velha Senhora.

San Paolo: a atmosfera ainda é boa, mas a visão não colabora

Dentre os maiores estádios da Itália, apenas o Giuseppe Meazza e o San Paolo tem fácil acesso por transporte público – trem e metrô, sobretudo; em Nápoles, são três estações de metrô e duas de trem próximas ao estádio. Nem mesmo o novíssimo estádio da Juventus contou com o apoio da prefeitura de Turim, que pouco contribuiu com o entorno. No caso de Roma, os engarrafamentos são muito comuns quando há jogo no Olímpico no meio de semana. Vivenciei isso quando cheguei em Roma e um fraquíssimo jogo entre Lazio e Chievo dificultava meu deslocamento do aeroporto de Fiumicino ao centro da cidade.

Prosseguimos com mais passagens do texto anteriormente citado: “Na maioria deles [os estádios], o torcedor tem dificuldade de acesso, fica longe do campo, por causa das pistas de atletismo presentes em quase todos, não tem boa alimentação, nem higiene e a segurança ainda é falha. Com isso, os torcedores preferem ficar no conforto de suas casas e assistir os jogos pela televisão, sem correr risco nenhum”. San Siro e Juventus Stadium são exceções no país e mesmo Olímpico e San Paolo poderiam ter estruturas melhores.

Hoje em dia, com a crescente saída dos melhores jogadores para outros países, a vontade de ir aos jogos é menor ainda, uma vez que a qualidade da Serie A caiu. A cada escândalo de manipulação de resultados, a credibilidade do campeonato perde muito e afasta a torcida. É um ambiente nocivo e fica difícil acompanhar um esporte viciado – ou, como dizem na Itália, acompanhar um campeonato falseado.

A falta de segurança nos estádios é algo recorrente. Nem mesmo no San Siro e no Olímpico, os dois únicos estádios do país que tem mais de 70 mil lugares, atendem aos critérios mais rigorosos da Uefa e pertencem à categoria Elite (ou seja, estão aptos a receberem finais de Eurocopa e Liga dos Campeões), a fiscalização é boa.

O jornalista Gian Oddi, da ESPN, disse nesta postagem em seu blog, que entrou no Olímpico para um dérbi entre Lazio e Roma sem que tivesse sua mochila revistada. É sempre bom lembrar que os casos de agressão mútua entre as duas torcidas são frequentes e que, neste dia, houve choques entre torcedores e policiais.

Milanistas agitam bandeiras antes do dérbi de Milão

Quando eu estive em Milão para ver o dérbi local, os agentes de segurança que controlavam o ingresso ao estádio nem perguntaram sobre minha mochila. Inclusive, liberaram muito tranquilamente que eu e um amigo entrássemos no estádio com ingressos em nome de outras pessoas, mesmo que os nossos passaportes indicassem que não éramos nem CONTI Mario nem ZANARDI Sergio. Pouco antes do jogo havíamos comprado ingressos com outra pessoa, mas não realizamos um procedimento comum, que se faz na internet: o dono do bilhete faz login em sua área reservada e realiza a troca nominativa dos ingressos. Nem cogitamos fazer isso, pois estávamos em cima da hora para entrar no estádio e não ficamos nem perto de sermos barrados.

Com todos esses problemas, para o torcedor médio é mais interessante assistir aos jogos pela TV. É esse o público que os times precisam reconquistar, e não só através do futebol, mas tornando os estádios mais funcionais para a cidade como um todo. Modernizá-los, agregando complexos gastronômicos e comerciais ao estádio ou em áreas contíguas, preservando as características arquitetônicas básicas do estádio, não por nostalgia, mas por funcionalidade.

Formas de torcer
No geral, o preço dos ingressos e dos carnês anuais (os abbonamenti) aumentou muito na Itália com o passar dos anos. O padrão Uefa (que trouxe muito da espetacularização ao esporte), a renegociação das cotas de TV e, sobretudo, a entrada do país no Euro acabaram elevando bastante os preços praticados no país. Não é uma elevação tão significativa como a que vem ocorrendo no Brasil, mas é complicado aumentar o preço dos bilhetes e não oferecer um serviço condizente dentro e fora do campo.

Os clubes italianos tem tentado pensar em alternativas para isto e é frequente ver ingressos sendo vendidos a preços populares – obviamente, para jogos sem grande apelo. A Inter enfrentou o Partizan, pela Liga Europa, na última temporada, com ingressos a 5 euro. Outros jogos do campeonato, envolvendo outros times, também tem preços reduzidos.

Lista de preços para jogos do Milan

Ao lado, a tabela de preços dos ingressos do Milan para a próxima temporada deixa bem claro a divisão do estádio. Em San Siro, as torcidas organizadas costumam assistir aos jogos atrás dos gols – a da Inter na Curva Nord e a do Milan na Curva Sud –, então os ingressos para esses setores, os anéis verde e azul, respectivamente, são mais baratos do que os dos setores laranja e vermelho, nas laterais do campo (veja mapa dos setores de San Siro aqui).

Sobretudo no terceiro anel atrás dos gols, é comum que os torcedores assistam aos jogos em pé, utilizando bandeira, sinalizadores e, claro, realizando as coreografias com mosaicos antes dos grandes jogos. Nos grandes jogos, inclusive, o preço dos ingressos aumenta (é prática corrente na Itália). A lista ao lado é para jogos da Faixa B – ou seja, jogos comuns do campeonato ou das competições europeias. Em dérbis ou jogos importantes da Liga dos Campeões, se praticam os preços da Faixa A, geralmente quase duas vezes maiores para alguns setores (confira aqui).

Quem vai para torcer e gritar muito pelo time, paga menos. Proporcionalmente, o preço dos ingressos lá é mais em conta do que aqui. Afinal, para assistir a um jogo da tribuna de honra, em Milão, se paga o equivalente ao que se paga em inteira aqui. Ou seja, se você quiser assistir a uma partida do ladinho de Berlusconi, Moratti, Galliani ou qualquer um manda-chuva da Bota, é possível pagando o equivalente ao que se paga para assistir a um Brasil-Inglaterra aqui.

Detalhe de coreografia da Inter campeã em 2010

Aqui, frequentemente tem havido um excesso na proibição de faixas ou até mesmo no ingresso às novíssimas arenas com alguns objetos. Mosaico? Não pode. Faixa criticando dirigente, arbitragem ou fazendo piadinha? Não pode. Mesmo na Itália, desorganizada que é, existem mecanismos que buscam dar ordem às manifestações dos torcedores. Tomemos como exemplo este link, do site da Inter. É um conjunto de regras para a entrada no Meazza com faixas ou para a concepção de mosaicos.

O requerente deve preencher um formulário disponibilizado na página, no qual se identifica pessoalmente, e coloca outros dados pessoais, além de escolher o período em que vai levar a faixa, cujas imagens devem ser anexadas juntamente a dados como dimensões, materiais e, em caso de mosaico, tempo e período de duração da manifestação. Parece complicado, mas as organizadas estão habituadas a isso e seguem as regras.

Pelé joga pelo Brasil em San Siro (1963)…

Obviamente, como a fiscalização não é das melhores, volta e meia uma faixa racista ou com outro tipo de conteúdo realmente ofensivo acaba passando e os clubes recebem (muitas vezes brandas) multas. De qualquer forma, a existência de um regulamento claro, com envio prévio de documentos e imagens da faixa ou do mosaico, organiza e permite que a alma dos estádios italianos continue viva, principalmente nos maiores jogos.

Alma não tem cor, mas tem arquitetura

Estádios como o San Siro, que hospedou seis jogos da Copa de 90, três da Copa de 34, três da Euro 80, três finais de Liga dos Campeões e tantos jogos importantes de Inter e Milan, o San Paolo, que teve em seu gramado o Napoli de Maradona e Careca, quatro jogos da Euro 80 e cinco partidas da Copa de 90 (incluindo a inesquecível semifinal entre Itália e Argentina, na qual os napolitanos vaiaram o hino e os jogadores italianos, em clara torcida por Maradona), tem uma aura incrível. Seria um crime vê-los perder a sua especificidade arquitetônica e ficarem indiferenciados, no famigerado padrão Fifa. Como aconteceu com o Maracanã, o Mineirão e, em partes, com a Fonte Nova. Qual é qual, afinal?

… e Maradona comemora scudetto no San Paolo

Ainda há alma nos estádios da Bota. Há liberdade fora dos campos para fazer barulho, gritar, levar bandeiras, faixas, sinalizadores da cor do seu time. Condições para fazer barulho e tornar um estádio quente, com vida. Isso é perceptível na série de 13 vídeos que Mauro Cezar Pereira postou em seu canal no Youtube. Ele esteve em Milão para ver o mesmo dérbi que vi, em janeiro de 2012, e gravou vídeos para mostrar como se torce na Itália – um aspecto muitas vezes pouco visto na transmissão televisiva, que se concentra no que está acontecendo dentro do campo. Lembra muito os grandes jogos do Brasil num passado recente. Um exemplo de que estádios modernos podem funcionar bem e serem quentes se bem organizados e se derem espaço para o torcedor se manifestar e apoiar seu time, com civilidade, humor, afeto e, claro, ironia com o adversário.

Porém, como nem tudo é San Siro, Olímpico, San Paolo, Juventus Stadium ou, vá lá, Marassi, e nem toda partida é um jogão, a situação é crítica no restante da Itália. A alma dos estádios italianos vem morrendo, sem as reformas necessárias – ao contrário do Brasil, em que a reconstrução dos locais acabou destruindo suas individualidades.

Mesmo em estádios de equipes médias e grandes do Belpaese, como Fiorentina, Parma, Sampdoria e Genoa (as duas últimas, mandantes no já citado Marassi), a situação não é das melhores. Cada vez mais vazios, estes estádios vão perdendo a sua alma, lentamente. É como se a arquitetura de cada um deles fosse emocionalmente demolida, com a quantidade enorme de assentos desocupados. Afinal, estádio é lugar para ficar cheio, com corações pulsando e muito barulho nas arquibancadas.

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2 comentários

  • Ótimo texto, busquei exatamente o que procurava e você detalhou muito bem o que passa o futebol italiano. Acho que os times deveriam herdar esses patrimônios públicos que não conseguem mais espaço na folha das prefeituras italianas.
    Só discordo quanto ao Mineirão, acho que ficou mais fiel que a Fonte Nova, embora a construção de uma famigerada esplanada obrigue os torcedores a caminharem sob o sol forte de BH. E embora tenha padrões, os torcedores jamais respeitam determinações como ficar sentado nas curvas do estádio, só nas áreas VIP e frontal ao campo.

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