Serie A

Teoria Suprema das Transferências pela Força Nominal

“Belfodil, eu escolho você!” (KETCHUM, Ash)

 Li sobre a Teoria Suprema da Força Nominal no blog Bola Presa, durante o draft da NBA de 2012. A ideia foi criada para o basquete por
Sbub. Resumindo, a teoria é de que o nome do jogador interfere, sim, em seu
rendimento individual em campo e o quanto ele ajuda determinada equipe. 

“Nos esportes americanos, a emergência dos estudos sobre
força nominal se deu no começo dos anos 90. Nelson Emerson ingressou na equipe
do St. Louis Blues e teve um impacto muito maior que seu talento poderia fazer
supor. Os americanos, aficionados por estatísticas, não encontravam explicações
para o ganho em desempenho, até que surgiu a revolucionária Teoria da Força
Nominal”, escreveu Sbub.
Por que, então, não podemos trazer a concepção da Teoria
Suprema da Força Nominal para o futebol? É claro que precisaremos deixar o
draft de lado, pois não existe essa de selecionar jovens jogadores em 99% do
planeta.


15) Simone Zaza (atacante, Sassuolo)

Fosse no Campeonato Brasileiro, Simone Zaza seria um dos piores nomes pela Força Nominal. Simone, cá em terras tupiniquins, é nome feminino e Zaza lembra a personagem de Fernanda Montenegro em “Zazá”, novela merda de 1997. 
Só que nosso Zaza não é Zazá; é “Dzá-dza”. Baita diferença. Bem verdade que fosse outro sobrenome, o ex-atacante do Ascoli não estaria na 15ª posição das Transferências Nominais. Simone é totalmente comum e somente esse Zaza sonoro o garante nessa lista. Repita Dzá-dza e tente não gostar.
14) Orestis Karnezis (goleiro, Udinese)
Nomes gregos, geralmente, têm força nominal alta. Você é diretor de um clube e tem 20 milhões de dinheiros para gastar num goleiro. Este, precisa transmitir confiança. Lógico que o nome precisa ser foda. ORESTIS KARNEZIS ou Júlio César? ORESTIS KARNEZIS ou Pepe Reina? É claro que apenas a primeira opção é válida. 
Karnezis só não está mais bem colocado nas Transferências Nominais porque o último goleiro do país que atuou na Itália rebaixou a posição (Tzorvas, pelo Palermo, em 2011 – e olha que era um bom nome…), ele se parece com Tzorvas e foi emprestado ao Granada, clube-satélite da Udinese.
13) Riccardo Saponara (meia-atacante, Milan)
A nota relativamente alta dada ao meia-atacante do Milan se deve pela dúvida que o torcedor, jornalista ou quem quer que seja ao ouvir ou ler o sobrenome Saponara. Raios, ele é japonês? Um nissei chamado Riccardo? O jogador que começou a carreira no Ravenna, mas fez grande Serie B pelo Empoli, no entanto, é italiano da Emília-Romanha e não tem parentesco com Morimoto.
Vale dizer o mesmo de Zaza a Saponara: não fosse o sobrenome, ele não estaria aqui. Bom para o Milan, que não viu chegar tantos atletas legais nesta temporada – Poli, Silvestre, Birsa, Coppola. Risos.
12) Etrit Berisha (goleiro, Lazio)
A saída de Stefano Sorrentino ao Palermo na última época abriu uma lacuna no Chievo de Domenico di Carlo e, atualmente, de Gigi Delneri. O Ceo, contudo, é obrigado a confiar em Puggioni, que não tem uma força nominal muito grande. O time tentou contratar Etrit Berisha, goleiro do Kalmar, mas o espertalhão rasgou o pré-contrato que tinha com o clube e fechou com a Lazio, onde será reserva de Marchetti e colega de vários albaneses, seus conterrâneos.
Berisha chega à Bota para elevar de vez o nome dos albaneses na Serie A, carente desde a aposentadoria do mito Igli Tare, que é diretor esportivo da Lazio. Na própria Lazio, há o mediano de rotação Cana (infelizmente, nada de alcoólico: pronuncia-se “Tsaná”), na Lazio; o titular, porém, meia-boca Basha, do Torino; e Ujkani, bom goleiro, mas que precisa se machucar menos. De acordo com a Wikipédia, Berisha é um ótimo defensor de pênaltis. A Força Nominal, ela não erra.
11) Ishak Belfodil (atacante, Inter)
Um nome como Ishak Belfodil é daqueles que você diz lentamente só para apreciá-lo. Ishaaaak. Bel-fo-dillll. A transferência do argelino movimentou o mercado nominal de Parma e Inter. E quem levou a melhor foi a equipe da Emilia-Romanha, que mandou o jovem jogador, com nome de remédio ou Pokémon para Milão. Acompanhe.
10) Younes Bnou Marzouk (atacante, Juventus)
Geralmente, nomes compostos por três partes difíceis não ganham tantos pontos na Força Nominal – a não ser que tenha um hífen em qualquer lugar. A 10ª posição do jovem atacante da Juventus, porém, é conquistada pelas letras z e k no sobrenome.
Younes é incomum, assim como Bnou, mas somente eles não garantem a boa colocação. Marzouk é a cartada final do marroquino nascido em 1996, proveniente do Metz. Esse rapaz será o próximo Mandzukic. Podem favoritar.
9) Łukasz Skorupski (goleiro, Roma)
A presença de muitas consoantes (assim como de vogais) coloca automaticamente o jogador em posições altas da Força Nominal. Skorupski se assemelha a Zeytulayev, uzbeque ex-Reggina, e Poleksic, montegrino que passou pelo Lecce.
Sendo sensato, dificilmente ele dará certo na Roma, que investe apenas na titularidade e manutenção de goleiros fracos no quesito nome: Pelizzoli, Curci, Julio Sérgio… Melhor seria se Skorupski emulasse Svedkauskas, que deixou os giallorossi nesta temporada. São grandes nomes que não podem ser desperdiçados.
8) Bartosz Salamon (zagueiro, Sampdoria)
Matías Silvestre foi o zagueiro-goleador de 2011, jogando pelo Palermo. Se um nome ruim fez tantos gols, o que pensar de Bartô Salomão? Salamon é o melhor defensor de nome não-grego que pode jogar a Serie A – ele chegou do Lech Poznan em 2007, porém, só jogou a segunda e terceira divisões da Itália.
Onde habita a promessa, mora o perigo. A fraqueza do polonês está exatamente no sobrenome: Salamon não pode virar uma salamandra ou salmão, escorregadios, na defesa. É perigo na certa para seu próprio time. (Vai daí, Tas! #instahumor #instafun #CQC)
7) Oleksandr Yakovenko (atacante, Fiorentina)

Apenas o terceiro ucraniano a jogar na Serie A – e o quinto se levado em consideração, também, os soviéticos. O primeiro foi Zavarov, de boa passagem pela Juventus na década de 1980. Depois veio Mikhailichenko, totalmente irrelevante na história do único scudetto da Sampdoria. Atelkin marcou três gols pelo Lecce, em 1997, e Shevchenko fez carreira no Milan no fim dos anos 90 e início dos 2000. Bom, ruim, ruim, bom. Yakovenko, de nome preponderante, chega à Itália na parte boa do país do leste europeu. O grande campeonato que irá fazer já está escrito nas estrelas.
6) Diego Laxalt (meio-campista, Bologna)
Segundo o Data QuattroTratti, Diego Laxalt é o primeiro jogador a ser contratado por um clube da primeira divisão italiana que tem sobrenome que faz alusão ao intestino preso. Excelente prospecto do indigesto Bologna.

5) Giuseppe Caccavallo (atacante, Parma)
O Parma perdeu sua principal referência ofensiva da última temporada (Belfodil, ver 11.). Por outro lado, fechou a contratação de um atacante que vem a galope. Caccavallo será ídolo em breve. 
4) Sime Vrsaljko (lateral-direito, Genoa)
Ninguém sabe como se pronuncia Vrsaljko. Por isso ele está na 4ª colocação das Transferências Nominais. Genoa tem feito boas contratações pelo fundamento nome, mas não utiliza seus craques – como Linus Hallenius, segundo melhor gol de 2010 quando ainda atuava pelo Hammarby.
3) Marios Oikonomou (zagueiro, Cagliari)
Trava-língua da temporada. Foi contratado pelo Cagliari APENASMENTE para confundir os narradores. Vamos ouvir coisas como “Oikokokomu”, “Oinokono”, “Oikinomono” e “Mário”. Ele pertence a mesma gleba de Nagatomo e Papastathopoulos, que tem 32 sobrenomes diferentes pronunciados apenas na Ligúria. 
2) Kiakis Charalampos (zagueiro, Verona)
Um bom zagueiro não necessita ter um sobrenome grego – leia-se: com muitas sílabas. Stam é o melhor caso, pois é forte – ~STAM~. Charalampos é o 2º melhor jogador da Força Nominal por conta da combinação perfeita entre nome (Kiakis) e sobrenome. Eu gostaria de me chamar Kiakis. Dos melhores nomes da História. 
O único fantasma que Charalampos, emprestado ao Varese, terá de enfrentar se voltar a jogar a Serie A, pelo Hellas Verona, é o de outro lampos: Lampros Choutos, folclórico atacante apenas para quem jogava Championship Manager 01-02. Na vida real, o grego teria de ter feito muita coisa para ter feito nada por Roma, Inter, Atalanta e Reggina.
1) Cosimo Chiricò (atacante, Parma)
Não temos nenhum #1 unânime; não há um Lefter Küçükandonyadis. Mas Cosimo é um nome muito daora; Chiricò, então… Se você não lembra de Chihiro, aquela d’A Viagem, você não é uma pessoa bacana e ainda não entendeu como funciona a Teoria Suprema da Força Nominal. Recomendo ler novamente o post por inteiro. Só assim você entenderá porque Chiricò será o artilheiro de 2015, pelo Parma, com 73 gols na temporada.
Parabéns ao Parma, que se sagrou o campeão moral das Transferências Nominais de 2012-13.
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