Gila gol e Itália quase lá (Getty Images/Claudio Villa)
Num Renzo Barbera lotado, uma Itália não mais que burocrática bateu a Bulgária pelo placar mínimo em gol marcado por Alberto Gilardino. Com os desfalques importantes de Mario Balotelli e Riccardo Montolivo, sem esquecer do garoto Mattia De Sciglio, Cesare Prandelli buscou fazer o simples na Sicília e apostar no entrosamento do seu grupo, praticamente fechado para a Copa do Mundo.
Vaga que praticamente foi garantida nesta sexta-feira, restando apenas dois pontos para a confirmação matemática. Restando três jogos, sete pontos separam o time de Prandelli da Bulgária, que, como esperado, deu certa dor de cabeça hoje, porém não teve efetividade e parou nas defesas de Gianluigi Buffon na segunda etapa.
Sem testes e invenções, Prandelli estruturou sua Itália no 4-3-2-1 padrão de outrora, apostando no sólido e criativo meio-campo composto por De Rossi, Pirlo e Motta, e no talento de Candreva e Insigne atrás do bomber Gilardino. Diferentemente do famoso “árvore de natal” de Carlo Ancelotti, os meias-atacantes atrás do centroavante jogaram mais abertos, fazendo jogadas pelos flancos e formando “trios” com os meias e laterais, conforme o setor pelo qual o time atacava: Abate-De Rossi-Candreva na direita, Antonelli-Motta-Insigne na esquerda, todos sob a batuta do regista Pirlo e com o auxílio de Bonucci.
Com muita sonolência, contrapondo a vibração da torcida presente no Renzo Barbera, a Nazionale criou, atacou e marcou quando e como quis, com muita facilidade sobre uma Bulgária que concedia muitos espaços entre suas duas linhas de quatro. Um aperitivo para Pirlo, Motta e Insigne, os principais nomes italianos de um modo geral, nesta partida, com exceção de Buffon. Aliás, uma surpresa a boa atuação de Thiago Motta, voltando a jogar pela Nazionale desde a fatídica final da Euro contra a Espanha.
O mais dinâmico do time, Candreva, também foi capaz de produzir algumas oportunidades, embora estivesse em dia pouco técnico. E dos pés do meia da Lazio saiu o gol, quando este recebeu bola na esquerda e cruzou para o sempre bem posicionado Gilardino cabecear como manda o script: firme, para baixo. Sem chances para Mihaylov, foi o 19º gol do bomber do Genoa, ex-Parma, Fiorentina, Milan e Bologna. O gol de certa forma acomodou ainda mais uma Itália que só se arriscava com as jogadas individuais do baixinho Insigne, mas seu pé descalibrado e as defesas de Mihaylov não contribuíram para alterar o placar.
Com as substituições e “preguiça” por parte dos azzurri, a Bulgária cresceu na metade da segunda etapa, conseguindo igualar um pouco mais a posse de bola – que acabou em 54% para a Itália, mas chegou a estar acima de 65% até meados dos últimos 45 minutos – e levar perigo à meta italiana, principalmente nas bolas paradas e/ou levantadas na área. Embora tenham feito boa partida, Bonucci, Chiellini e Astori não conseguiram cortar todos os cruzamentos, e em três ocasiões Buffon teve de arregaçar as mangas e operar seus milagres, como o do vídeo abaixo.
Mais uma vez burocrática, a Itália vence mas não convence, porém confirma o favoritismo no Grupo B. Com mais desfalques, Prandelli terá que quebrar a cabeça para escalar o time desta terça-feira que enfrentará a República Tcheca, terceira colocada. Além de Balotelli, os laterais Abate e Antonelli se lesionaram, e De Silvestri e Pasqual foram chamados, merecidamente, para seus lugares; Montolivo e Osvaldo voltam de suspensão. Será o primeiro jogo da Nazionale no Juventus Stadium, e talvez alguns sub-21 (Verratti, Florenzi, El Shaarawy e Gabbiadini) possam ganhar alguns minutos no dia 10, como Insigne nos últimos jogos, embora o momento não seja exatamente para testes.