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Napoli, de Hamsík, tem o melhor ataque da Serie A, mas tem que acertar defesa (Sky) |
Há quase 10 anos não se fazia tantos gols na Serie A. Nesta rodada, as equipes se esforçaram em ser ofensivas e renderam uma chuva de gols: 43, quase o dobro do que foi marcado na primeira rodada, que atingiu a marca de apenas 22. A última vez que tantos gols saíram em um único fim de semana de campeonato foi em 2004-05 e, depois disso, a Itália teve alguns momentos nefastos, como a marca de apenas 13 gols realizados, em 2010-11, até hoje recorde negativo na história do certame. Hoje, esses gols são reflexos de um ofensivismo que tomou conta do país, com alguns times apostando novamente em trequartistas, ou no 4-3-3 ou em 3-5-2 muito objetivos.
Na 2ª rodada os destaques vão para os ataques de Napoli, Fiorentina, Juventus, Inter, Roma e Milan, que já dão o tom do que vai ser a disputa na parte de cima da tabela – com exceção dos rossoneri, todos os outros times venceram seu primeiro jogo na Serie A. Acompanhe o resumo da rodada.
Chievo 2-4 Napoli
O Napoli já avisou que será o grande adversário da Juventus na luta pelo título, principalmente porque o ataque será implacável. Higuaín, em seu segundo jogo pela equipe azzurra, já se mostrou mais ambientado (mesmo com oito pontos no rosto), e marcou um gol, além de ter dado passe para outro. Callejón, igualmente, pouco a pouco se adapta mais ao time, que por vezes atua numa espécie de 4-2-2-2, com Hamsík e Insigne às costas de Higuaín e Callejón. Hamsík, inclusive, é uma arma à parte, e tem aparecido com mais liberdade para marcar gols – já são quatro, e ele é o artilheiro do campeonato.
Por outro lado, a defesa preocupa. Se, na primeira rodada, a equipe não sofreu contra o Bologna, o Chievo colocou o Napoli nas cordas por diversas vezes. Muitas vezes, por jogadas feitas pelos lados, aproveitando a verve ofensiva dos laterais azzurri. Mas, também, contando com erros individuais no centro da zaga, que permitiram que Paloschi marcasse os dois gols clivensi. Algo a se acertar, para que competir com a Juventus de igual para igual não seja apenas um desejo. No Chievo, agradou a postura ofensiva: pela primeira vez em anos, a equipe parece apta a praticar um futebol mais vistoso. (Nelson Oliveira)
Juventus 4-1 Lazio
No sábado, a Juve entrou em campo e mostrou que o 4 a 0 aplicado sobre a Lazio na Supercopa Italiana não foi acaso. O time de Conte, mais uma vez, mostrou ampla superioridade sobre o adversário e penalizou o time romano com um 4 a 1, em sua estreia no Juventus Stadium na temporada. O primeiro gol saiu ainda aos 14 minutos, depois que Pogba (segunda assistência em dois jogos) tocou para Vidal marcar. Aos 26, o chileno recebeu ótimo lançamento de Bonucci para ampliar. Logo depois, Klose aproveitou rebote de Buffon e diminuiu para a Lazio.
O jogo ficou bom até o fim da primeira etapa. Hernanes, Candreva e Lulic se movimentavam bastante pelo meio e abusavam dos chutes de meia distância. Após a volta do intervalo, porém, a Velha Senhora não deu mais chances: encurralou a Lazio em seu campo de defesa e logo aos 4 minutos chegou ao terceiro gol, em mais um lançamento perfeito de Bonucci para o ataque. Vucinic, que vem ganhando a concorrência com Llorente, dominou e marcou seu 100º gol na Serie A. Aos 18, Hernanes colocou a mão na bola em lance bobo e acabou expulso, facilitando a vida da Juve, que fechou o placar com belo gol de Tevez. Na próxima rodada, tem Derby D’Italia, para a Juve provar se é mesmo tudo isso. (Rodrigo Antonelli)
Catania 0-3 Inter
Desde 2004 a Inter não vencia as duas primeiras partidas da Serie A. E, desde a 8ª rodada do último campeonato, no ápice da gestão Stramaccioni, não ficava sem sofrer gols em dois jogos consecutivos. A “cura Mazzarri” está funcionando, sobretudo defensivamente. Mais uma vez, Campagnaro fez uma boa partida, e o recuo de Nagatomo, na fase defensiva, foi fundamental para coibir os avanços do 4-3-3 siciliano. Do outro lado, Jonathan parece um novo jogador, e ganhou a titularidade com méritos. O ataque está produzindo menos do que o que se espera, mas a coletividade da equipe tem se sobressaído.
Dominante em campo, a Inter chegou ao primeiro gol ainda antes do intervalo, depois que Jonathan faz uma ótima jogada, pedalou para cima de um defensor adversário e cruzou para que Palacio apenas empurrasse para o gol vazio. O segundo gol surgiu em jogada semelhante, novamente iniciada pelo brasileiro, e passando pelos pés de Palacio até chegar na cabeça do elemento-surpresa Nagatomo, que também fez seu segundo gol no campeonato, como Palacio. Para fechar a conta, Álvarez, outro que cresce com Mazzarri, fez excelente jogada individual e fechou a conta. Excelente resultado antes do dérbi contra a Juventus, que acontece na 3ª rodada. Para o Catania, resultado que não deve alterar muita coisa. Chamou a atenção a má atuação da defesa e mais uma péssima prova de Monzón, que deve perder a titularidade. (NO)
Milan 3-1 Cagliari
Após o fraco início de temporada, El Shaarawy iniciou a partida contra o Cagliari no banco de reservas. Allegri optou por Robinho ao lado de Balotelli, e deu certo. O brasileiro marcou o primeiro gol do Milan aos 8 minutos após cruzamento de seu companheiro de ataque. Ele se posicionou na grande área, a bola passou por Montolivo e Muntari, e, sem marcação, chutou firme para abrir a contagem. A vantagem foi ampliada aos 30, novamente com assistência de Balotelli. Desta vez, Mexès foi o autor do tento. Antes do fim do primeiro tempo, o ótimo Sau diminuiu, com uma finalização de fora da área.
Já na etapa final, Balotelli marcou o seu gol (claro) a poucos metros da baliza, após erro da defesa sarda. Sau quase fez o segundo do Cagliari no fim da partida, quando Zapata errou e entregou a bola para Ekdal. No entanto, o atacante sardenho chutou em cima de Abbiati, e se machucou no lance. O técnico do Milan também promoveu a estreia de Matri com a camisa rossonera. Ele entrou no lugar de Robinho – El Shaarawy participou de apenas três minutos do jogo. Pelo Cagliari, Astori, especulado para sair da equipe, não entrou na partida. (Murillo Moret)
Roma-Verona 3-0
Cinco
gols marcados, nenhum sofrido e duas vitórias sólidas. Nem o romanista
mais otimista imaginaria que a Roma de Rudi Garcia teria um começo tão
consistente, sem os vacilos que marcaram as passagens de Luis Enrique e
Zdenek Zeman nos últimos anos. A melhor estreia desde a Roma de
Spalletti em 2006-07 e 2007-08, ou a Roma de Capello em 2000-01 e
2003-04. Pelo menos por enquanto, o time da capital corresponde aos
investimentos de um mercado bom e cirúrgico para as necessidades do
grupo. Não à toa, tem, ao lado da também surpreendente Inter de Mazzarri, a
melhor defesa do campeonato nas duas rodadas, além da segunda maior
média de posse de bola e melhor de passes certos. A Roma também é a equipe que mais
finalizou, sempre guiada por Totti e De Rossi.
Acompanho há muito tempo o Quattro tratti e gostaria de parabenizá-los pelo blog. Continuem o bom trabalho!