Immobile abriu o placar na partida disputada em Bari (Giornalettismo)
10 minutos, 2 a 0 e o adversário com um a menos. Com menos de um quarto do jogo, esse era o contexto do amistoso entre Itália e Holanda no lotado e vibrante San Nicola. Antonio Conte não poderia desejar melhor e tranquila estreia como o comissário técnico da seleção italiana. Há 16 anos um técnico não estreava com vitória pela Nazionale – o último havia sido Dino Zoff, que venceu o País de Gales em 1998. Havia, também, quatro jogos que a Itália não vencia a Holanda.
Uma seleção italiana buscando apoio das diferentes regiões do país e união entre os jogadores. Sem espaço para “narcisistas”? É o recado que deixaram o treinador e o capitão De Rossi, em palavras que podem ser subentendidas como indiretas a Balotelli, buscando dar um novo rumo na carreira, mas também aqueles que fogem do jogador, e homem, que Conte cobra para sua seleção. Tem espaço? Tem, mas devem se adequar.
Falando de bola rolando, o contexto da partida prejudica um pouco as conclusões, visto que a Holanda atuou por 80 minutos com um jogador a menos, incapaz de produzir oportunidades de gol, mesmo em contra-ataques ou bola parada, e desenvolver uma jogada. Méritos também do time italiano, já com muitas características da Juventus que acostumamos a ver nas mãos de Conte.
Pressing médio-alto, compactação dos setores e ocupação dos espaços certos nos momentos certos. No 3-5-2. Sim, é possível. Ranocchia e Astori foram soberbos em subir a marcação para pressionar ou roubar a bola no campo adversário, matando contra-ataques holandeses e criando contra-ataques italianos. Bonucci, como na Juventus, liderando os movimentos defensivos, mostrando maturidade e a mesma qualidade na distribuição do jogo, também lançando em profundidade, juntamente com De Rossi, “à Pirlo”, este distribuindo mais à frente e buscando inversões e lançamentos para os alas.
Os alas, Darmian e De Sciglio, talvez não tiveram disposição suficiente para desequilibrar a marcação adversária, mas fizeram os movimentos certos, dando amplitude e opção de passe em profundidade. Por falar em movimentação, eis o grande artifício de Conte. Muita mobilidade na frente de Ranocchia, Bonucci, De Rossi e Astori. Algo essencial no jogo posicional, que a Itália tão fez bem no primeiro tempo, com posse de bola e objetividade.
Marchisio e Giaccherini, os meias-centrais, que também não tiveram o “peso” ou influência ideal com a bola, foram fundamentais em fazer combinações com os alas e atacantes, com movimentos diagonais e verticais e bastante ativos no pressing. Entrosamento que se repetiu na dupla de ataque, Immobile e Zaza, promessas da Itália sub-21 vice-campeã europeia. Ótimas combinações, trocas de posicionamento, força física, agilidade e técnica.
Através dos camisas 9 e 7 saíram as principais oportunidades, e, claro, os gols. O primeiro, aos três minutos, através de lançamento perfeito de Bonucci para Immobile partir nas costas da defesa, driblar o goleiro e abrir o placar. O segundo, aos oito, com Zaza recebendo em diagonal e sendo empurrado por Martins Indi dentro da área. Na cobrança, De Rossi ampliou, dando números finais ao placar.
Boas impressões que esperam ser vistas novamente no dia 9, contra a Noruega, em Oslo, pela primeira rodada do Grupo H da eliminatória para a Euro 2016. O primeiro jogo oficial da “nova Itália”, que não terá Marchisio, suspenso, e agora espera-se pela entrada de Candreva, El Shaarawy e também de Verratti, Pasqual, esses dois de bons minutos no segundo tempo contra a Holanda.