Seleção italiana

O último ato antes da Euro

Itália venceu mais uma e atrapalhou vida da Noruega na última rodada das eliminatórias (FIGC)

Entre tantas surpresas nas eliminatórias para a Euro 2016, a Itália, mais uma vez, foi pragmática ao seu jeito. Em dez partidas, sete vitórias e três empates. Sem encantar e em algumas vezes sofrendo mais do que deveria, fez o simples e o bastante para participar pela nona vez da competição continental europeia, em que foi campeã apenas uma vez, em 1968.

Contudo, mesmo líder do seu grupo, à frente de Croácia, Noruega e Bulgária, e com o novo formato com 24 seleções, a Itália mais uma vez ficará no segundo pote do sorteio dos grupos da competição, como na última edição, em 2012, em que ficou no grupo da campeã europeia e mundial Espanha. Inclusive, o treinador Antonio Conte reclamou dos critérios do ranking da Fifa, que deixou a Itália no segundo pote, mesmo considerando a invencibilidade europeia e o fato de a seleção ter tido apenas uma derrota desde a Copa do Mundo.

E o que dá liberdade para o “comissário técnico” – seu cargo, na verdade, vai além de ser treinador da seleção principal – é que o time mostrou evolução nos últimos jogos. Contra o Azerbaijão, seu 4-2-4 repaginado como 4-4-2, mais equilibrado, teve boa resposta em campo, com boa execução do sistema e atuações individuais destacadas.

Em Roma, nesta terça-feira, porém, além de Pirlo e De Rossi, ausentes no outro jogo, Verratti também não estava disponível, e com o curto tempo para recuperação, Conte voltou ao 3-5-2 padrão, sem seu regista e os desequilibrantes pontas. O treinador defendeu que “versatilidade tem que ser nossa força”. E os alas Darmian e De Sciglio e o meio-campista Florenzi são as melhores representações dessa versatilidade.

Com a defesa a três, além de garantir amplitude e criar linhas de passe, justamente dando largura para o time, os alas também devem dar profundidade, o que é muito facilitado com a presença de Pellè na frente. Assim foi, com outra partida consistente do centroavante do Southampton, apesar de o parceiro Éder não ter ido bem, contrastando com os dinâmicos Florenzi, melhor em campo, e Soriano. O regista da vez, Montolivo, também não agradou: resultado da falta de qualidade no setor.

Para Conte, porém, isso não foi um grande problema, já que “não merecemos levar o gol, mas essa é o caminho certo, e quero essa intensidade e determinação sempre. Nós podemos perder ou ganhar, mas o importante é essa atitude. Nós jogamos da maneira que tínhamos que fazer, tentando dar um sentido de coerência”.

Superior em campo desde o início, criando ótima chance com Pellè com menos de um minuto, a Itália teve seguidas oportunidades para abrir o placar, mas falhou e acabou sofrendo gol aos 23 minutos, quando, após cobrança de falta, a bola resvalou e sobrou na entrada da área para Tettey acertar forte chute. O que não impediu os donos da casa de seguirem martelando, sem sofrer resistência de uma Noruega que veio em formação ofensiva, mas incapaz de chegar ao gol de Buffon outra vez.

Apesar disso, nada de o gol italiano sair. Somente depois das substituições e da mudança de esquema tático, voltando ao 4-4-2, é que as coisas fluíram para o time de Conte. Aos 73, jogada entre Candreva e Giovinco pela esquerda, cruzamento do atacante do Toronto e entregada do defensor norueguês, que acabou ajeitando a bola para Florenzi antecipar e empatar.

À vontade no estádio Olímpico, sua casa, Florenzi, foi, ao lado de Giovinco, o motor do time para a recuperação. E até marcou novamente, mas o assistente assinalou impedimento inexistente de Candreva na jogada – por sinal, o mesmo assistente que deixou de marcar impedimento de Soderland no gol norueguês. Nada que desmotivasse o camisa 16 a buscar a virada. Do seu pé direito, aos 82, saiu o cruzamento completado por Pellè, decretando a justa vitória italiana.

O resultado, aliado à magra vitória da Croácia por 1 a 0 em Malta, definiu os classificados do grupo. A Itália ficou com a ponta do grupo, enquanto os xadrezes croatas ficaram com a segunda vaga. A Noruega disputará a repescagem.


Itália 2-1 Noruega
23′ Tettey, 73′ Florenzi, 82′ Pellè (Florenzi)

Itália (3-5-2): Buffon; Barzagli (Candreva 72′), Bonucci, Chiellini; Darmian, Florenzi, Montolivo (Bertolacci 68′), Soriano, De Sciglio; Pellè, Éder (Giovinco 62′). T: Antonio Conte

Noruega (4-2-3-1): Nyland; Elabdellaoui, Hovland, Forren, Aleesami; Tettey, Johansen; Skjelbred (Samuelsen 51′), Henriksen, Berget (Berisha 78′); Soderland (King 60′). T: Per-Mathias Hogmo

Local: Estádio Olímpico, Roma, Itália
Árbitro: Felix Brych (Alemanha)

Veja os melhores momentos da partida

Compartilhe!

1 Comentário

  • A FIGC precisa acordar! A série A entupida de estrangeiros e a falta de zelo por novos talentos diminui o poder de fogo da nostra squadra azzurra. Além disso, Conte precisa definir se quer ficar ou não. Ancelotti seria uma boa alternativa.

Deixe um comentário