Serie A

Retrospectiva da Serie A 2015-16, parte 1

Chegou a hora de um dos momentos mais tradicionais do blog: a retrospectiva da temporada do futebol italiano. A Serie A foi bastante disputada e não apenas na parte de cima da tabela. Uma amostra disso é que até mesmo um time tradicional foi rebaixado e outros campeões nacionais lutaram para não cair para a segundona.

A primeira parte do nosso especial, logo abaixo, analisa as campanhas das equipes colocadas entre a 20ª e a 11ª posição. Boa leitura!

Publicado também na Trivela.

Verona

A campanha: 20ª colocação, 28 pontos. 5 vitórias, 13 empates e 20 derrotas.

No primeiro turno: 20ª posição, 8 pontos.

Fora da Serie A: Eliminado nas oitavas de final da Coppa Italia pelo Napoli.
Ataque e defesa: 33 gols marcados (2º pior) e 64 sofridos (3ª pior)
Time-base: Gollini; Pisano, Moras, Helander (Bianchetti), Souprayen; Wszolek, Greco, Viviani, Ionita; Juanito (Siligardi), Pazzini (Toni).
Artilheiros: Luca Toni (6 gols), Giampaolo Pazzini (6) e Eros Pisano (5)

Técnicos: Andrea Mandorlini (1ª-14ª rodada) e Luigi Delneri (14ª em diante)

Os destaques: Luca Toni, Pierluigi Gollini e Artur Ionita
A decepção: Cláudio Winck

A revelação: Pierluigi Gollini
Quem mais jogou: Eros Pisano (34 jogos) e Juanito (33)

O sumido: Cláudio Winck

Melhor contratação: Federico Viviani

Pior contratação: Cláudio Winck
Nota da temporada: 4,5

O Verona veio de duas ótimas temporadas na Serie A, nas quais até flertou com uma vaga na Liga Europa. Começou 2015-16 com expectativas de ficar no meio da tabela, por causa de seu elenco razoável e do longo trabalho de Mandorlini, que ficou quase cinco anos no cargo. No entanto, o time não se acertou e acabou caindo, muito por causa da péssima campanha no primeiro turno: foram apenas oito pontos em 19 jogos, média inferior até a do falido Parma de 2014-15. A primeira vitória dos veroneses só aconteceu na 23ª rodada.

No segundo turno, o Hellas reagiu e fez alguns bons jogos, vencendo Milan, Juventus e o dérbi contra o Chievo, o que ao menos fez o time cair e ser aplaudido pela torcida. A homenagem aconteceu porque, apesar da temporada ruim, o elenco lutou e mostrou orgulho. Também foram valorizados os desempenhos de alguns jogadores jovens, como o goleiro Gollini, o zagueiro Helander e o meia Ionita, que se destacaram e devem ser negociados por bons valores. Por outro lado, Pazzini não jogou o que se esperava dele e a dupla com Toni não decolou: inclusive, o camisa 9 dos butei se despediu do futebol com um rebaixamento. Uma pena.

Frosinone

A campanha: 19ª posição, 31 pontos. 8 vitórias, 7 empates e 23 derrotas.

No primeiro turno: 18ª posição, 15 pontos.

Fora da Serie A: Eliminado na terceira fase da Coppa Italia pelo Spezia.
Ataque e defesa: 35 gols marcados (3º pior) e 76 sofridos (a pior)
Time-base: Leali; Rosi (M. Ciofani), Blanchard, Crivello (Ajeti), Pavlovic; Gori, Gucher (Chibsah), Soddimo (Frara); Paganini, D. Ciofani, Dionisi.
Artilheiros: Daniel Ciofani e Federico Dionisi (ambos com 9 gols)

Técnico: Roberto Stellone

Os destaques: Nicola Leali, Daniel Ciofani e Federico Dionisi
A decepção: Samuele Longo

A revelação: Luca Paganini
Quem mais jogou: Daniel Ciofani (37 jogos), Nicola Leali (33) e Federico Dionisi (32)

O sumido: Vasyl Pryima

Melhor contratação: Nicola Leali

Pior contratação: Samuele Longo
Nota da temporada: 4,5

O Frosinone chegou à Serie A sabendo que permanecer na elite seria um milagre. A tarefa quase impossível não foi cumprida, mas os ciociari venderam muito caro o rebaixamento, que só foi consumado na 36ª rodada. Tudo isso teve o dedo do técnico Stallone, que estava no clube desde 2012 e já conhecia muito bem o elenco, que teve poucas contratações para a temporada e era o mais fraco do campeonato. Sem experiência na elite, os jogadores da equipe estreante conseguiram equilibrar jogos contra potências e arrancaram pontos de adversários como Juventus, Sampdoria e Milan.

Jogar no Matusa era sempre complicado para os rivais dos canarini: foram 22 pontos conquistados em seus domínios. Fora de seu estádio, porém, o time gialloblù só fez 9 pontos, o que prejudicou qualquer possibilidade de permanência na Serie A. Apesar de tudo, uma das cenas mais bonitas da temporada foi protagonizada pela equipe e por sua torcida: apesar do rebaixamento, jogadores e torcida fizeram festa em Frosinone no jogo que sucedeu a confirmação matemática da queda. Ao fim da temporada, Stellone se demitiu (deve assinar com um clube maior) e agora o time deverá se reconstruir sem ele. Daniel Ciofani, Dionisi, Paganini, Soddimo e os goleiros Leali e Bardi também saíram valorizados de 2015-16.
 

Carpi

A campanha: 18ª posição, 38 pontos. 9 vitórias, 11 empates e 18 derrotas.

No primeiro turno: 19ª posição, 14 pontos.

Fora da Serie A: Eliminado nas quartas de final da Coppa Italia pelo Milan.
Ataque e defesa: 37 gols marcados (5ª pior) e 57 sofridos
Time-base: Belec; Letizia, Zaccardo, Romagnoli, Gagliolo; Pasciuti (Crimi), Bianco, Cofie, Di Gaudio; Lollo; Mbakogu (Lasagna).
Artilheiros: Kevin Lasagna (5 gols), Simone Verdi (3), Antonio Di Gaudio (3) e Lorenzo Lollo (3)

Técnicos: Fabrizio Castori (1ª-6ª rodada e 12ª em diante) e Giuseppe Sannino (7ª-11ª rodada)

Os destaques: Kevin Lasagna, Antonio Di Gaudio e Riccardo Gagliolo
A decepção: Jerry Mbakogu

A revelação: Stefano Sabelli
Quem mais jogou: Kevin Lasagna (36 jogos), Gaetano Letizia (35) e Riccardo Gagliolo (31)

O sumido: Zeljko Brkic

Melhor contratação: Marco Crimi

Pior contratação: Jonathan De Guzmán
Nota da temporada: 5

Estreante na Serie A, a equipe emiliana tentou modificar bastante o elenco no mercado de verão. No entanto, apenas três reforços se tornaram titulares (Belec, Zaccardo e Cofie) seja com Castori seja com Sannino: foi com a base que conquistou o troféu da série cadetta que o time tentou escapar do rebaixamento. Quase deu para o Carpi, que teve a terceira melhor pontuação de um time rebaixado desde que o campeonato tem 20 times: os biancorossi fizeram a 10ª melhor campanha do returno (24 pontos) e
ficaram vivos até a última rodada, mas viram o Palermo permanecer. Já foi um feito e tanto para uma equipe tão pequena.

Com os pés no chão, os falconi mostraram que um bom conjunto pode se destacar mesmo sem grandes valores individuais. Uma prova disso é que a equipe teve uma série de jogadores desconhecidos do grande público que apareceram bem, como Letizia, Gagliolo, Pasciuti, Di Gaudio, Lollo e Lasagna. O atacante com nome de prato italiano, inclusive, saiu do banco em 28 partidas e assim mesmo foi o principal vetor ofensivo do time, já que Mbakogu decepcionou. Os carpigiani devem manter a base que disputou a Serie A e o seu comandante para tentarem retornar à elite.
 

Udinese

A campanha: 17ª posição, 39 pontos. 10 vitórias, 9 empates e 22 derrotas.

No primeiro turno: 12ª posição, 24 pontos.

Fora da Serie A: Eliminada nas oitavas de final da Coppa Italia pela Lazio
Ataque e defesa: 35 gols marcados (3º pior) e 60 sofridos (5ª pior)
Time-base: Karnezis; Wagué (Heurtaux), Danilo, Felipe (Piris); Widmer, Badu, Lodi (Kuzmanovic), Bruno Fernandes, Edenílson; Théréau, Zapata (Di Natale).
Artilheiros: Cyril Théréau (11 gols), Duván Zapata (8) e Emmanuel Agyemang-Badu (4)

Técnicos: Stefano Colantuono (1ª-29ª rodada) e Luigi De Canio (30ª em diante)

Os destaques: Cyril Théréau, Duván Zapata e Bruno Fernandes
A decepção: Francesco Lodi

A revelação: ninguém
Quem mais jogou: Orestis Karnezis (38 jogos), Cyril Théréau (36) e Danilo (34)

O sumido: Maurizio Domizzi

Melhor contratação: Duván Zapata

Pior contratação: Francesco Lodi
Nota da temporada: 3,5

Uma temporada em que a Udinese não revelou ninguém não pode ser positiva para o clube. Principalmente quando a estrela da companhia, Di Natale, passa o seu ano de despedida mais tempo no estaleiro do que no gramado e marca apenas dois gols. Em 2015-16, os bianconeri só puderam comemorar a inauguração da reformada Dacia Arena (ou novo Friuli) – mesmo que o estádio não tenha recebido uma boa média de público. Se formos bonzinhos, as atuações de Karnezis, Widmer, Bruno Fernandes, Théréau e Zapata também foram acima da média – ainda que só dois destes, o segundo e o terceiro citados, tenham algum valor de mercado.

O investimento na Udinese tem caído desde que seu dono, Giampaolo Pozzo, decidiu que Watford e Granada eram melhores vitrines para suas joias do que o time italiano. Com isso, os mais promissores futebolistas descobertos pela rede de olheiros que fomentava a Udinese têm ido para Inglaterra e Espanha. O flerte com o rebaixamento, afastado apenas na penúltima rodada, mostra como o elenco perdeu em qualidade: os friulanos fizeram, nesta temporada e na anterior, suas duas piores campanhas desde o descenso de 1994, o último da história do clube. O projeto técnico da equipe parece bem comprometido: os Pozzo não costumavam demitir técnicos e tem mudado muito desde a saída de Guidolin. Após Stramaccioni, Colantuono e De Canio, a família aposta em Iachini para 2016-17.
 

Palermo

A campanha: 16ª posição, 39 pontos. 10 vitórias, 9 empates e 19 derrotas.

No primeiro turno: 16ª posição, 21 pontos.

Fora da Serie A: Eliminado na quarta fase da Coppa Italia pela Alessandria
Ataque e defesa: 38 gols marcados e 65 sofridos (2ª pior)
Time-base: Sorrentino; Struna (Morganella), Andelkovic (Goldaniga), González, Lazaar (Rispoli); Hiljemark, Jajalo (Brugman), Chochev (Maresca); Vázquez, Gilardino, Trajkovski (Quaison).
Artilheiros: Alberto Gilardino (10 gols), Franco Vázquez (8) e Oscar Hiljemark (4)

Técnicos:  Giuseppe Iachini (1ª-12ª e 26ª-28ª rodada), Davide Ballardini (13ª-19ª rodada e 33ª em diante), Guillermo Barros Schelloto (apenas treinos), Fabio Viviani (20ª rodada), Giovanni Bosi (21ª e 25ª rodadas), Giovanni Tedesco (22ª-24ª rodada) e Walter Novellino (29ª-32ª rodada)

Os destaques: Alberto Gilardino, Stefano Sorrentino e Franco Vázquez
A decepção: Achraf Lazaar

A revelação: Fabrizio Alastra
Quem mais jogou: Oscar Hiljemark (38 jogos) e Franco Vázquez (36)

O sumido: Roberto Vitiello

Melhor contratação: Alberto Gilardino

Pior contratação: Uros Djurdjevic
Nota da temporada: 3

O Palermo costuma trocar muito de técnico durante a temporada, mas dessa vez a dança das cadeiras foi uma verdadeira tarantella: o desvairado presidente Zamparini exagerou e fez 10 trocas no comando da equipe, um recorde na história da Serie A. Apesar de o empresário friulano ter elevado o time rosanero de patamar, com investimentos a partir de 2002, a responsabilidade de os sicilianos terem escapado do rebaixamento na bacia das almas foi quase toda de sua gestão. Tivesse oferecido mais estabilidade a qualquer um dos treinadores, a história poderia ter sido outra.

A intranquilidade nos bastidores e a falta de padrão tático do time atrapalharam alguns jogadores, que tiveram temporada bastante irregular – casos dos ótimos Vázquez, Hiljemark e Lazaar. Acabou que os mais experientes do elenco, como Sorrentino e Maresca, precisaram superar atritos com técnicos (especialmente Ballardini) e o presidente Zamparini para que o foco nos resultados esportivos voltasse a ser prioridade na fase final do campeonato. O veterano goleiro foi um dos melhores em sua posição, enquanto Gilardino mostrou que ainda é muito útil, mesmo com quase 34 anos: a seu modo, conseguiu suprir as saídas de Belotti e Dybala e se tornou um dos 10 maiores goleadores da história da Serie A, com 188 tentos.
 

Sampdoria

A campanha: 15ª posição, 40 pontos. 10 vitórias, 10 empates e 18 derrotas.

No primeiro turno: 13ª posição, 23 pontos.

Fora da Serie A: Eliminada na terceira fase preliminar da Liga Europa pelo Vojvodina e nas oitavas de final da Coppa Italia pelo Milan.
Ataque e defesa: 48 gols marcados e 61 sofridos (4ª pior)
Time-base: Viviano; Cassani, Silvestre (Ranocchia), Moisander; De Silvestri (Ivan), Fernando, Barreto, Dodô (Regini); Soriano, Muriel (Correa, Carbonero); Quagliarella (Éder, Cassano).
Artilheiros: Éder (12 gols), Roberto Soriano (8) e Luis Muriel (6)

Técnicos: Walter Zenga (1ª-12ª rodada) e Vincenzo Montella (13ª em diante)

Os destaques: Éder, Emiliano Viviano e Roberto Soriano
A decepção: Antonio Cassano

A revelação: Dávid Ivan
Quem mais jogou: Emiliano Viviano (37 partidas), Roberto Soriano (37) e Fernando (35)

O sumido: Angelo Palombo

Melhor contratação: Fernando

Pior contratação: Edgar Barreto
Nota da temporada: 4,5

A Sampdoria entrou em 2015-16 cercada por dúvidas. Zenga nunca teve um trabalho consistente como treinador e o elenco perdera peças importantes, como Eto’o, Okaka, Obiang, Duncan e Romagnoli. Repetir a temporada anterior e emplacar uma vaga em competição europeia parecia difícil, mas o desempenho dos dorianos foi ainda pior do que o esperado e colocou a equipe na briga contra o descenso. A humilhante eliminação para o Vojvodina na Liga Europa foi apenas o prelúdio do que estaria por vir: um time com boas peças e que até propunha bem o jogo, mas que não se acertava defensivamente e, desorganizado, parecia sempre disperso e incapaz de almejar algo mais que a parte inferior da tabela.

Enquanto Zenga somou 16 pontos em 36 possíveis, deixando os blucerchiati no meio da tabela, Montella foi, quem diria, ainda pior – fez 24 em 78. A temporada negativa do ex-treinador da Fiorentina chegou até a colocar em xeque as suas qualidades como técnico, mas fato é que a Samp sofreu demais com a venda de Éder para a Inter e com a má fase de líderes do elenco, como Palombo e Cassano. Vale ressaltar que a equipe revelou dois bons jogadores, como Ivan e Pedro Pereira, e que a espinha dorsal, formada por Viviano, Fernando e Soriano funcionou muito bem. Se o recomeço não for a partir destes nomes, ao menos alguns milhões encherão os cofres genoveses.

Bologna

A campanha: 14ª posição, 42 pontos. 11 vitórias, 12 empates e 15 derrotas.

No primeiro turno: 15ª posição, 22 pontos.

Fora da Serie A: Eliminado na terceira fase da Coppa Italia pelo Pavia
Ataque e defesa: 33 gols marcados (o pior) e 45 gols sofridos
Time-base: Mirante; Rossettini (Mbaye), Oikonomou (Maietta), Gastaldello, Masina; Brighi (Donsah), Diawara, Taïder; Mounier (Rizzo), Giaccherini (Brienza); Destro (Floccari).
Artilheiros: Mattia Destro (8 gols), Emanuele Giaccherini (7) e Anthony Mounier (4)

Técnicos: Delio Rossi (1ª-10ª rodada) e Roberto Donadoni (11ª em diante)

Os destaques: Emanuele Giaccherini, Mattia Destro e Amadou Diawara
A decepção: Ibrahima Mbaye

A revelação: Amadou Diawara
Quem mais jogou: Amadou Diawara (34 jogos), Adam Masina (33) e Antonio Mirante (33)

O sumido: Archimede Morleo

Melhor contratação: Emanuele Giaccherini

Pior contratação: Anthony Mounier
Nota da temporada: 6,5

O Bologna pode até não ter prezado pelo futebol mais bonito e não ter feito estardalhaço, mas foi uma das equipes mais queridas pelos hipsters do esporte – a começar pelo belo uniforme. O presidente Joey Saputo chegou mostrando a que veio, através de contratações acertadíssimas no mercado, como os jovens Pulgar, Diawara e Donsah, além dos rodados Mirante, Rossettini, Brienza, Giaccherini e Destro. O Bologna também manteve o prata da casa Masina e o capitão Gastaldello, mas começou muito mal a temporada e só melhorou quando o ultrapassado Rossi deu lugar a Donadoni. Foi aí que os felsinei caíram no gosto de quem acompanha futebol na Itália.

A sólida temporada rossoblù só não foi melhor porque o time tirou o pé do acelerador após conquistar a permanência na elite e desperdiçou pontos na reta final da competição – chegou a passar nove jogos sem vitórias. Mesmo assim, Donadoni chegou a ter seu nome cogitado para substituir Conte na seleção italiana após a Euro e Mirante e Giaccherini foram pré-convocados para a competição, o que mostra como os jogadores (não só os citados, mas todos) cumpriram com rigor as funções estabelecidas pelo técnico. Se Mirante e Giak ficaram entre os melhores em suas posições na Serie A, o lateral Masina e o jovem volante Diawara, de apenas 18 anos, também seguiram o mesmo caminho e são esperança de que a próxima campanha bolonhesa seja mais ambiciosa.
 

Atalanta

A campanha: 13ª posição, 45 pontos. 11 vitórias, 12 empates e 15 derrotas.

No primeiro turno: 11ª posição, 24 pontos.

Fora da Serie A: Eliminada na quarta fase da Coppa Italia pela Udinese
Ataque e defesa: 41 gols marcados e 47 sofridos
Time-base: Sportiello; Rafael Toloi, Masiello, Paletta; Bellini (D’Alessandro, Conti), De Roon, Cigarini, Kurtic, Dramé; Gómez; Pinilla (Denis, Borriello).
Artilheiros: Alejandro Gómez (7 gols) e Mauricio Pinilla (5)

Técnico: Edoardo Reja

Os destaques: Marco Sportiello, Marten De Roon e Alejando Gómez
A decepção: Alessandro Diamanti

A revelação: Andrea Conti
Quem mais jogou: Marco Sportiello (36 jogos), Marten De Roon (36) e Alejandro Gómez (34)

O sumido: Carlos Carmona

Melhor contratação: Marten De Roon

Pior contratação: Serge Gakpé
Nota da temporada: 5,5

Mais uma vez, a Atalanta permaneceu na Serie A sem correr grandes riscos, embora dessa vez não tenha empolgado. Pontuada de altos e baixos, a temporada nerazzurra começou e terminou com resultados importantes, mas teve uma sequência de 14 jogos sem vitórias entre a 16ª e a 29ª rodadas. Natural, já que a equipe passava por um momento de transição: Reja foi mantido no cargo após um grande período com Colantuono, mesmo não sendo o preferido da torcida e da diretoria; Denis e Maxi Moralez deixaram o time e o capitão Bellini já se preparava para se aposentar. Cumprir o objetivo sem percalços pode ser considerado satisfatório.

Parte dos principais jogadores na campanha orobica foram formados no clube, como costuma acontecer pelos lados de Bérgamo. Sportiello continua sendo uma segurança no gol, enquanto o lateral direito Conti e o volante Grassi (já negociado com o Napoli) mostraram como as canteras do clube seguem em alta. No meio-campo, o holandês De Roon foi uma das gratas surpresas do campeonato, se revelando um raro jogador de área a área, pouco usual na Itália: colocou Carmona no banco e tirou o peso das costas de Cigarini, que não atuou tanto em 2015-16. Mais à frente, enquanto Papu Gómez se mostrou acertada reposição para Moralez, Diamanti nem lembrou aquele jogador que chegou a fazer parte do grupo da Nazionale. Com Pinilla e Borriello, o ídolo Denis acabou não fazendo tanta falta, por incrível que pareça. Há uma estrutura para que a Atalanta faça uma temporada melhor ano que vem.
 

Torino

A campanha: 12ª posição, 45 pontos. 12 vitórias, 9 empates e 17 derrotas.

No primeiro turno: 14ª posição, 23 pontos.

Fora da Serie A: Eliminado nas oitavas de final da Coppa Italia pela Juventus
Ataque e defesa: 52 gols marcados (5º melhor) e 53 sofridos.
Time-base: Padelli; Bovo (Maksimovic), Glik, Moretti; Bruno Peres, Benassi (Acquah), Vives, Baselli, Molinaro (Zappacosta); Belotti, Immobile (Maxi López, Quagliarella).
Artilheiros: Andrea Belotti (12 gols), Ciro Immobile (5) e Fabio Quagliarella (5)

Técnico: Gian Piero Ventura

Os destaques: Andrea Belotti, Bruno Peres e Daniele Baselli
A decepção: Daniele Padelli

A revelação: ninguém
Quem mais jogou: Daniele Padelli, Emiliano Moretti, Daniele Baselli e Andrea Belotti (todos com 35 jogos)

O sumido: Alexander Farnerud

Melhor contratação: Andrea Belotti

Pior contratação: Joel Obi
Nota da temporada: 6

O torcedor do Torino está exigente. Anos atrás, uma campanha com um elenco composto por tais peças e concluída com esse padrão seria motivo de festa para os grenás. Hoje não: brigar por uma vaga na Liga Europa é visto como obrigação. De fato, o time tinha totais condições de realizar ao menos campeonato similares aos dois últimos, nos quais ficou na metade de cima da tabela, mas entre escolher o copo meio vazio ou meio cheio, ficamos com a segunda opção. A base do Toro é boa o suficiente para alcançar resultados melhores daqui para frente e há em curso um projeto sólido para tal.

Algumas lesões, em momentos distintos da Serie A, atrapalharam a equipe treinada por Ventura. Primeiro, foram o ótimo zagueiro Maksimovic e o lateral esquerdo Danilo Avelar; já na reta final da temporada Immobile foi para o estaleiro. Padelli, um goleiro fraquinho e que estava em boa fase, perdeu o seu encanto e atrapalhou o time ao longo do ano, ao passo que o capitão Glik também não se acertou – rusgas de Ventura com elementos do setor defensivo e a torcida também tornaram o clima intranquilo. Apesar de tudo, o Toro viu excepcionais temporadas de Baselli, Bruno Peres e Belotti, que ficaram entre os principais jogadores do campeonato em suas funções. Ter essas joias (e outros bons jogadores, como Glik, Maksimovic, Acquah, Benassi, Zappacosta e Immobile) é sinal de que, se o presente não trouxe tantas realizações, o futuro promete mais brilho.

Genoa

A campanha: 11ª posição, 46 pontos. 13 vitórias, 7 empates e 18 derrotas.

No primeiro turno: 17ª posição, 19 pontos.

Fora da Serie A: Eliminado nas oitavas de final da Coppa Italia pela Alessandria.
Ataque e defesa: 45 gols marcados e 48 sofridos
Time-base: Perin (Lammana); De Maio (Múñoz), Burdisso, Izzo; Ansaldi, Rigoni (Ntcham), Rincón, Laxalt; Suso (Perotti), Dzemaili; Pavoletti.
Artilheiros: Leonardo Pavoletti (14 gols), Suso (6) e Alessio Cerci (4)

Técnico: Gian Piero Gasperini

Os destaques: Leonardo Pavoletti, Suso e Tomás Rincón
A decepção: Alessio Cerci

A revelação: Olivier Ntcham
Quem mais jogou: Diego Laxalt (35 jogos), Armando Izzo (33) e Tomás Rincón (33)

O sumido: Tim Matavz

Melhor contratação: Suso

Pior contratação: Tim Matavz
Nota da temporada: 6

Duas temporadas em uma: quase sempre são assim as campanhas do Genoa, time que sempre muda demais nas janelas de mercado e acaba passando por altos e baixos. Não foi diferente em 2015-16, ano em que os rossoblù começaram com muitas modificações no elenco e viram Perotti não engrenar, o que fez com que a equipe flertasse com a zona de rebaixamento. Porém, depois que o argentino (contrariado por não ter sido negociado em agosto) foi cedido à Roma e o habilidoso Suso chegou, os genoveses arrancaram e terminaram a Serie A na 11ª posição.

Gasperini costuma fazer times competitivos, mas que demoram para entender os seus conceitos de futebol. Dessa vez, os atritos com a diretoria atrasaram mais este processo, mas o Genoa teve ano positivo, no qual alguns jogadores sul-americanos brilharam: casos dos incansáveis Laxalt e Rincón e do versátil Ansaldi. Por outro lado, o titularíssimo Perin, que seria presença certa na Euro, se machucou e não foi tão importante para os grifoni este ano. Ele não vai à competição continental, mas outros dois destaques do time têm chance: Izzo e Pavoletti chamaram a atenção de Conte por causa de seu desempenho no Campeonato Italiano e podem ganhar espaço no plantel azzurro.

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1 Comentário

  • Um campeonato com algumas surpresas: quem imaginaria: que a Juventus, tendo começado a série A Tim de forma melancólica, fosse deslanchar e papar o campeonato, dando mais um passo para a quarta estrela no peito? Creio que o torcedor mais otimista não esperava uma reação tão acentuada e, para maior surpresa ainda, sem reforços nem troca de treinador. Para o torcedor do Napoli, não foi dessa vez que a mesma vai recordar a squadra de Maradona e Careca, campeões no comecinho da decada de 90, levantar o título. Por outro lado a novidade negativa foi a decepcionante campanha do Milan, tanto que Berlusconi não quer pagar o salário dos jogadores em virtude do vexame milanista na competição (descordo dele, pois o futebolista trabalhou e deve receber seu salário independentemente de vitoria). O Milan deve contratar tanto outro técnico como jogadores experientes e de renome Internacional. Já na parte debaixo, a meu ver, nenhuma novidade. Logo cedo eu já tinha dito aqui os 3 futuros rebaixados, o que se confirmou na última rodada. Enfim, amanhã temos a final da copa da Itália: certamente mais um troféu para a coleção da Vecchia Signora. Mas nosso coração já bate forte na expectativa de a azzurra levantar o título europeu de seleções sob a batuta de Conti, cujo substituto já aguardamos com carinho e ansiedade na esperança de conquistarmos o penta em 2018. Só pra finalizar, Ja que toquei no assunto, o presidente da federação italiana (FIGC), Carlo Tavecchio, está em contato com Fábio Capello, o qual, eu já disse antes aqui, é o nome mais cotado e ideal para a seleção da Bota.

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