O talento é fundamental no futebol, porém, nos últimos anos a exigência por modernização, profissionalismo, eficiência e gestão tem aumentado cada vez mais. O clube que se organiza minimamente consegue ter sucesso, mesmo sem ter, necessariamente, os melhores em campo. Nas últimas temporadas, equipes pouco conhecidas como Carpi, Frosinone, Sassuolo, Crotone e Benevento, por exemplo, aproveitaram a má administração de esquadras tradicionais para ascenderem à elite do futebol italiano. No entanto, em um movimento inverso, quatro times com histórias de peso mostraram sinais vitais para a retomada de dias melhores para seus torcedores. Após um longo campeonato da Lega Pro, a terceira divisão, Parma, Venezia, Cremonese e Foggia conquistaram o acesso e suas camisas irão “entortar o varal” da Serie B na próxima temporada.
Parma: o sonho continua
Começando pelo fim, o Parma deu um enorme passo em seu processo de reconstrução, após decretar falência em 2015. Os crociati recomeçaram da quarta divisão e conquistaram dois acessos seguidos. Se o primeiro, da Serie D para a Lega Pro, foi fácil, com 28 vitórias, 10 empates e nenhuma derrota, nesta temporada os parmigiani passaram por muito mais sufoco do que o planejado antes do campeonato.
Com a derrocada do clube, um grupo de empresários locais (com a maioria das ações) e outro grupo de torcedores assumiram a administração da sociedade. O presidente escolhido para esta tarefa foi o lendário Nevio Scala, campeão italiano e da Copa dos Campeões pelo Milan como jogador, em 1968 e 1969, respectivamente, e treinador da época de ouro do Parma, na década de 1990. Scala assumiu o comando técnico do clube ainda na Serie B, na temporada 1989-90, quando conquistou a quarta colocação e o primeiro acesso gialloblù à Serie A. Foi sob comando de Nevio Scala que o Parma levantou os troféus da Coppa Italia (1992), Recopa Europeia (1993), Recopa Europeia (1993) e da Copa Uefa (1995).
Afastado do futebol desde 2004, quando treinou o Spartak Moscou, da Rússia, Scala deixou a fazenda de sua família para se dedicar ao projeto de reconstrução do clube. Com o elenco mais caro do grupo B e o terceiro entre todos os 60 participantes da Lega Pro, os ducali montaram um grupo para brigar pela primeira colocação do grupo, única forma de subir sem a necessidade de disputar um desgastante e arriscado play-off em mata-mata. A principal referência do time seria o capitão Alessandro Lucarelli, de 39 anos: o zagueiro se tornou uma lenda na Emília-Romanha por ter continuado na equipe mesmo no fundo do poço. Quando foi anunciada a falência do Parma, Lucarelli declarou: “eu morri junto com o Parma e com o Parma quero renascer”. Apesar da idade avançada e da exigência defensiva, Lucarelli atuou em todas as 42 partidas no campeonato. Além dele, outros importantes atletas experientes formaram o grupo, como os defensores Michele Canini, de 32 anos (contratado junto à Atalanta), e Mohamed Coly, de 33 (Pro Vercelli); os meias Manuel Scavone, de 30 (Pro Vercelli), Francesco Corapi, de 31; e os atacantes Felice Evacuo, de 34 anos, e Emanuele Calaiò, de 35 (Spezia), autor de 18 gols e nove assistências. Todos rodados em divisões superiores.
No entanto, o técnico Luigi Apolloni, responsável pelo título da Serie D, não resistiu a um início instável e foi demitido após apenas 14 rodadas. A troca no comando gerou instabilidade. Nevio Scala não concordou com a decisão da direção técnica e pediu para sair em novembro de 2016, após uma goleada de 4 a 1 sofrida para o Padova no estádio Ennio Tardini. No entanto, a chegada de Roberto D’Aversa deu um novo ânimo ao elenco. O novo “professor” emendou uma sequência de 12 vitórias, quatro empates e somente uma derrota nos 17 primeiros jogos à frente dos emilianos. Parecia que o Parma poderia brigar para tirar o Venezia da liderança, mas o adversário não permitiu qualquer aproximação com uma campanha irreparável, com apenas uma derrota em 2017 – na última rodada, quando já estava com o acesso assegurado.
Com a segunda colocação garantida, o Parma entrou direto na segunda fase dos play-offs. Depois de eliminar o Lucchese com duas vitórias por 2 a 1 e o Pordenone, nos pênaltis, pela semifinal, o adversário na decisão foi a Alessandria, que contou com o elenco mais caro da competição. Porém, a experiência gialloblù foi fundamental nas partidas eliminatórias. Com maturidade, os ducali ganharam por 2 a 0 a final disputada em campo neutro, no estádio Artemio Franchi, em Florença, mas a festa se estendeu à Emília-Romanha, onde os torcedores vivem um verdadeiro sonho após abraçarem o clube no maior pesadelo de suas vidas.
Cremonese: a luta cabeça a cabeça com a Alessandria
Se algum cineasta produzisse um filme dramático baseado em fatos reais com o futebol de pano de fundo, certamente teria na Cremonese uma ótima fonte de inspiração. Para garantir o acesso direto, a Cremo precisava de uma vitória simples diante do último colocado Racing Roma na última rodada para garantir o retorno à Serie B depois de 11 anos. No final das contas, o triunfo aconteceu, mas sem antes uma dose extra de emoção.
A equipe treinada por Attilio Tesser chegou com os mesmos 75 pontos da vice-líder Alessandria, mas com vantagem no confronto direto, o primeiro critério de desempate. Quando Stefano Scappini abriu o placar logo aos três minutos, parecia que tudo ia ser tranquilo. No entanto, ainda com chances de escapar do rebaixamento, o time da capital italiana virou o placar com Ravaglia, contra, e o brasileiro Claudio de Sousa, já no segundo tempo. Scappini anotou a doppietta e voltou a deixar tudo igual aos 67 minutos. Enquanto isso, a Alessandria estava derrotando a Pontedera por 2 a 1 e assegurando o acesso. Porém, depois de ter um gol anulado por impedimento, os tigres finalmente chegaram ao terceiro e definitivo gol aos 86 minutos. O atacante Fabio Scarsella aproveitou a bobeada defensiva nos momentos finais para se tornar o mais novo herói da torcida grigiorossa.
Cremonese e Alessandria terminaram o grupo A rigorosamente empatados com 78 pontos. Porém, como a Cremo venceu o confronto direto por 1 a 0 em casa e empatou em 1 a 1 no Piemonte, ficou com a vaga direta na Serie B, aumentando ainda mais o sofrimento dos alessandrini com a derrota nos play-offs para o Parma. Se você já achou dramática a história do último jogo da Cremonese, saiba que esse foi apenas um capítulo, o encerramento triunfal de um longa-metragem repleto de drama e surpresas.
Em 114 anos de história, o tradicional time da cidade de Cremona, na Lombardia, já disputou a primeira divisão 14 vezes. O último e, talvez, o melhor momento do clube, foi entre 1989 e 1996, quando esteve na Serie A por cinco temporadas, sendo três consecutivas, entre 1993 e 1996. No entanto, os tigres entraram em queda livre nos anos seguintes. Após o rebaixamento à Serie B em 1995-96, a Cremo segurou a lanterna na segunda divisão e chegou à Serie C1 em 1997-98. Os lombardos retornaram à Serie B imediatamente, mas voltaram a cair nos anos seguintes e foram parar na Serie C2 no início do século XXI. Foi quando o histórico presidente Domenico Luzarra, que ocupava o cargo desde 1973, abandonou a equipe. Desde então, os violini até tiveram uma passagem relâmpago pela segunda divisão em 2005-06, mas se tornaram figurinhas carimbadas das terceira e quarta divisões do futebol italiano.
Após a saída de Luzarra, Luigi Gualco (ex-jogador do clube na época de ouro) assumiu a administração dos lombardos. No entanto, Gualco fracassou e deixou a Cremonese com sérios problemas financeiros em 2007, após a aventura desastrosa na Serie B. Foi quando o empresário do ramo siderúrgico Giovanni Averdi, natural da cidade de Cremona, adquiriu a maioria das ações e salvou o clube da falência. Desde então, os grigiorossi vinham montando times competitivos e brigando para ascender à Serie B novamente, mas sempre esbarrando na falta de sorte. Os cremonesi chegaram aos play-offs em 2008, 2010, 2012 e 2014, mas acabaram eliminados em todas as ocasiões.
Para a atual temporada, a diretoria apostou no técnico Attilio Tesser, com passagens recentes por Ternana e Avellino na Serie B e pelo Novara na elite, além de um elenco bastante experiente. Para se ter uma ideia, apenas três jogadores com menos de 27 anos fizeram mais de dez jogos pelo time no campeonato, enquanto nove atletas com mais de 30 anos entraram em campo em mais de dez partidas. Com uma média de 28,3 anos, o elenco da Cremonese é o mais “idoso” em toda a Lega Pro. Os “vovôs” assimilaram muito bem o simples 4-3-1-2 de Tesser. O atacante e capitão Andrea Brighenti, de 29 anos, marcou 16 gols e foi o artilheiro da equipe, sendo seguido pelo companheiro de área, Stefano Scappini, também de 29 anos, com 12 bolas nas redes.
A concorrência com a Alessandria foi dura, já que a rival tinha o elenco mais caro do grupo e era a principal favorita ao acesso direto. Os ursos cinzas haviam surpreendido na temporada passada ao chegarem às semifinais da Coppa Italia, quando foram eliminados pelo Milan, e também fizeram um bom papel na Lega Pro, mas acabaram eliminados nas semifinais dos play-offs de acesso. O treinador Angelo Gregucci deixou o clube para ser assistente técnico de Roberto Mancini na Inter (o que durou somente algumas semanas) e foi substituído pelo experiente Piero Braglia. Por sua vez, o presidente Luca di Masi manteve a base e reforçou ainda mais o elenco do clube do Piemonte. O objetivo seria apenas um: o acesso.
Com a bola rolando, a Alessandria mostrou a superioridade e favoritismo dentro do campo. Os grigi mantiveram uma invencibilidade incrível nas 20 primeiras rodadas, chegando a abrir oito pontos para a própria Cremonese em dezembro de 2016. Foram 15 vitórias e apenas cinco empates neste período. No entanto, a Alessandria entrou em parafuso pouco antes da virada de ano. Desde 30 de dezembro, foram oito vitórias, quatro empates e seis derrotas – um aproveitamento muito baixo, se comparado ao do primeiro turno. O calcanhar de Aquiles da equipe foi, principalmente, o desempenho como visitante: desde o dia 8 de dezembro, os piemontesi arrancaram três pontos fora de casa apenas contra a Carrararese, que brigava para não cair, e perderam justamente o confronto direto para a Cremonese.
Enquanto isso, mesmo com um período ruim em janeiro, a Cremo cresceu de desempenho, perdeu poucos pontos bobos e conseguiu tirar a enorme vantagem do adversário no topo da tabela. Para se ter uma ideia, a Alessandria liderou o grupo da 3ª à 35ª rodada, mas não conseguiu segurar as pontas na reta final, mesmo com o desempenho ofensivo extraordinário de Riccardo Bocalon e Pablo González, que marcaram 20 gols cada um. Para completar, Piero Braglia não resistiu ao péssimo desempenho no segundo turno e foi substituído por Giuseppe Pillon para as três últimas rodadas, mas o novo técnico não conseguiu evitar o milagre da Cremonese e nem vencer os play-offs.
Venezia: os leões alados de Inzaghi
Quando se fala em Veneza, a imagem que logo vem à mente é a de românticos canais que atravessam a pantanosa cidade do nordeste da Itália, passeando em gôndolas e passando sob as charmosas pontes que compõem um dos mais lindos cenários do mundo. No entanto, nesta temporada, Veneza voltou a ser também a terra do futebol. O tradicional Venezia, campeão da Coppa Italia em 1941 e dono de dois títulos da Serie B, garantiu a primeira colocação do grupo B e o acesso direto à segunda divisão depois de 12 anos, sob comando do técnico Pippo Inzaghi (ele mesmo).
Neste período, os leoni alati passaram alguns dos piores momentos de sua história. Com 23 participações na Serie A, o clube do Vêneto chegou ao fundo do poço duas vezes. A primeira, em 2005, após a administração de Maurizio Zamparini, que levou a equipe à Serie A, mas abandonou o time ao vislumbrar no Palermo uma oportunidade melhor de investimento. Sem dinheiro, a equipe entrou em crise e decretou falência. Nos anos seguintes, o Venezia figurou na terceira divisão, até ser excluído do campeonato por graves problemas financeiros na temporada 2008-09. Um grupo de torcedores até chegou a fundar um novo clube, o VeneziaUnited, com medo de que o clube pudesse acabar. Porém, o recomeço aconteceu na Serie D, equivalente à época à quinta divisão. Depois de quatro anos, os arancioneroverdi retornaram ao futebol profissional em 2012, já sob o comando do empresário russo Jurij Korablin, ex-sargento do exército soviético e ex-prefeito da cidade de Khimki, onde montou uma equipe de futebol e de basquete.
Com o investidor estrangeiro, a expectativa era de que o Venezia fosse crescer e voltar às primeiras divisões do futebol italiano. No entanto, o que aconteceu foi exatamente o contrário. Em 2014-15, Korablin diminuiu drasticamente o investimento no Venezia por causa da crise econômica que culminou com a desvalorização da moeda russa e as sanções financeiras impostas por Estados Unidos e outros países. Sem dinheiro, em 2015 o clube decretou a segunda falência em dez anos. Na temporada seguinte, os veneziani recomeçaram novamente da Serie D, que agora é equivalente à quarta divisão, sob o comando temporário do empresário americano do setor de produtos de limpeza James A. Daniels. No mesmo ano, o cargo de presidência passou para o advogado americano com descendência italiana Joe Tacopina, que passou a ser o dono da maior parte das ações dos leões alados. Desde que Tacopina assumiu a presidência, o Venezia vem crescendo ano após ano, conquistou dois acessos seguidos e estará de volta à Serie B em 2017-18.
Dentro de campo, o Venezia não tem um grande destaque individual, mas o técnico Filippo Inzaghi, uma aposta depois da experiência ruim à frente do Milan, conseguiu tirar o melhor de um grupo que mescla juventude e experiência. Apesar da história de sucesso do treinador como atacante, o clube não teve o ataque mais positivo do grupo B da Lega Pro, mas terminou a competição com a melhor defesa, com apenas 29 gols sofridos em 38 jogos. Com 10 gols, o experiente atacante Alex Geijo, de 35 anos, foi o artilheiro da equipe ao lado de Stefano Moreo, de apenas 23 anos e 1,91m.
A consistência do Venezia foi impressionante. Os lagunari assumiram a liderança do grupo em definitivo na 18ª rodada e não largaram mais. Foram 17 partidas seguidas de invencibilidade entre 30 de dezembro e 30 de abril. Os comandados de Pippo Inzaghi tiveram apenas uma derrota dentro de casa em todo o campeonato: no Estádio Pier Luigi Penzo, perderam o clássico contra o Padova, em 28 de novembro de 2016. Uma campanha incontestável de um time que deu mais um passo no sonho de voltar a estar entre os grandes.
Foggia: os diabinhos voltam a estar em evidência
Quem acompanha o futebol italiano certamente já ouviu falar do Foggia. O time da região da Apúlia entrou para a história como uma das equipes mais revolucionárias entre o final dos anos 1980 e início da década de 1990. Sob o comando de Zdenek Zeman, o estilo ultraofensivo que levou os satanelli da Serie C1 à nona colocação da Serie A (duas vezes) em quatro anos ficou conhecido como Zemanlandia e deu grande visibilidade a jogadores como os que formavam o “tridente maravilha”, Roberto Rambaudi, Francesco Baiano e Giuseppe Signori. Além dos atacantes, o meia Giovanni Stroppa, campeão europeu com o Milan em 1989, chegou ao sul da Itália na temporada 1993-94 e foi convocado para a Squadra Azzurra quatro vezes antes de retornar a Milão. E quis o destino (e o trabalho) que fosse um dos atletas da época de ouro do Foggia um dos responsáveis pelo ressurgimento do clube. Os diabos desbancaram o rico Lecce para garantiram o retorno à Serie B depois de 19 anos e com Stroppa como seu treinador. Mais do que o acesso histórico, a conquista é um marco no ressurgimento de um clube que esteve muito próximo de fechar as portas em 2012.
Apesar de ter herdado um elenco forte (embora seja apenas o quarto mais caro entre todos os times do grupo C), a tarefa de Stroppa não foi fácil. Os rossoneri vinham de duas temporadas seguidas com o bom trabalho do técnico Roberto De Zerbi. Na temporada 2015-16, o Foggia bateu na trave do acesso ao perder a final dos play-offs para o Pisa de Gennaro Gattuso. Mesmo com o desempenho positivo, De Zerbi e a diretoria se desentenderam e o treinador foi demitido, rumando ao Palermo. Giovanni Stroppa chegou para apagar o incêndio interno e ainda montar o time – o que fez muito bem. Para se ter uma ideia, o valor do elenco do Foggia é avaliado em € 4,7 milhões, contra € 5,13 milhões do Matera; € 5,20 milhões do Catania; e € 6,03 milhões do Lecce, de acordo com o site Transfermarkt.
Mesmo com a disparidade financeira, os foggiani brigaram de igual para igual com os leccesi desde o início do campeonato. Os comandados de Stroppa largaram com seis vitórias seguidas, mas o grande teste de fogo surgiu cedo, entre outubro e o início de dezembro de 2016. Em 11 partidas neste período, os diabos venceram duas, contra Monopoli e Catanzaro, equipes que brigaram contra o rebaixamento. No entanto, a incrível reação do clube rossonero começou após a derrota por 3 a 2 para o Fondi no primeiro turno. Desde o do dia 6 de dezembro, o Foggia disputou 63 pontos e ganhou 54, um aproveitamento absurdo de 85,7% em 21 rodadas. Foram incríveis 17 vitórias, três empates e apenas uma derrota neste período. Enquanto isso, o Lecce tropeçou em jogos importantes e ficou para trás. Mais uma vez, os giallorossi tiveram de disputar os play-offs para tentar voltar à Serie B, mas fracassaram na missão. Desde que foi rebaixado diretamente da Serie A para a Lega Pro por causa de manipulações de resultados, em 2012, o Lecce ficou apenas no “quase” e perdeu três mata-matas valendo o acesso.
Coincidência ou não, com a bola rolando, Giovanni Stroppa adota o mesmo esquema tático favorito de Zeman, o 4-3-3. O grande destaque da equipe é o experiente atacante Fabio Mazzeo, de 33 anos. O jogador estava sem clube depois de ter sido dispensado pelo Benevento ao final da última temporada, mas encontrou no Foggia o melhor momento da carreira, com 21 gols marcados no campeonato.
Com o fim da era do histórico presidente Pasquale Casillo e da Zemanlandia, o Foggia foi rebaixado da primeira para a segunda divisão na temporada 1994-95 e disputou a Serie B pela última vez em 1997-98, quando terminou na 17ª posição e caiu novamente. Também sem dinheiro para se reerguer, os rossoneri chegaram à Serie C2 em apenas dois anos. Desde então, o Foggia ficou orbitando entre a terceira e quarta divisões. O maior suspiro neste período foi em 2007, quando os diabos terminaram na quarta colocação do grupo B da Lega Pro e perderam a vaga na Serie B nos play-offs. Em 2010, Casillo comprou novamente o Foggia e levou com ele todos os diretores do clube na época de ouro, inclusive Zeman. No entanto, a tentativa de um retorno às glorias do passado terminou na pior tragédia da história do clube. Em 2012, Pasquale Casillo entregou as contas ao prefeito de Foggia. Sem ter como pagar a inscrição na Lega Pro, o time foi inscrito nas divisões amadoras do futebol italiano e decretou falência.
Mesmo com tanta história, o clube corria o risco de ter condições apenas para disputar as divisões regionais amadoras. No entanto, um grupo de empresários do ramo da energia elétrica, formado por Franco Sannella, Fedele Sannella e Massimo Curci, adquiriu as ações do Foggia em 2012. A nova gestão começou um processo de profissionalização e empreendedorismo para recuperar o clube. O antigo e tradicional escudo com o símbolo dos diabos foi recuperado e o trabalho, segundo os proprietários, tem como objetivo tornar o Foggia rentável em conjunto com ações com os torcedores. O primeiro resultado dentro de campo apareceu com o retorno à Serie B depois de 19 anos. Se o projeto vai continuar dando certo, apenas o tempo dirá. No entanto, a alegria nas ruas da cidade após a conquista mostra o quanto a torcida estava com saudade de comemorar.
Matéria nota 11!