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Atacante do Livorno, Murilo Mendes ressalta dificuldades de mudança de divisão na Itália

O Livorno é um time bastante tradicional da Itália, mas saiu dos holofotes há algum tempo. Como muitas equipes de renome, o clube perdeu força nesta década e hoje figura longe da elite. O título da Lega Pro (terceira divisão) na temporada passada foi um alento, mas a aflição voltou a atingir os torcedores. É que em 2018-19 eles estão brigando contra o rebaixamento na Serie B. Destaque do Livorno na época anterior, o mineiro Murilo Mendes sofreu com a mudança de categoria.

Isso porque o atacante, que chegou ao Livorno em 2015, viu seu rendimento cair na Serie B. Somando todas as competições da temporada passada, o camisa 11 havia anotado 12 gols e fornecido cinco assistências em 36 jogos. Agora, porém, a situação é bem diferente: um tento e um passe para gol em 24 partidas, além de uma expulsão. “É mais fácil jogar para ganhar o campeonato do que lutar para se manter na divisão”, explica, à Calciopédia.

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Um dos motivos que justifica o baixo rendimento da equipe amaranto é, segundo Murilo, o baixo investimento feito pelo Livorno para a temporada atual. “Jogadores novos e um time que acaba de subir de divisão no primeiro ano, se não investir muito, tem dificuldade em se manter, pois o nível é superior ao passado”, avisa.

Outro ponto abordado na entrevista é a possibilidade de a Serie A, principal competição futebolística da Itália, reduzir o número de participantes visando um campeonato mais equilibrado. Além disso, muitos clubes estão com dificuldade para se manter ativos. Avellino, Bari e Cesena, equipes que disputariam a segunda divisão 2018-19, declararam falência antes do início da Serie B, fazendo com que o campeonato tivesse 19 agremiações pela primeira vez em cinco décadas.

Confira a entrevista completa:

Na Serie C da temporada passada, você marcou 11 gols em 31 jogos, mas na Serie B seu desempenho caiu. Como explicar essa queda de rendimento?
É mais fácil jogar para ganhar o campeonato do que lutar para se manter na divisão. Objetivos diferentes esse ano e modo de jogar diverso do ano passado acabaram me prejudicando um pouco. Pelas minhas características, estou jogando um pouco mais atrás, armando o jogo, e em alguns jogos fazendo marcação individual todo o jogo, o que ajuda a equipe mas diminui os meus números de realização de gols.

O Livorno fez uma boa Serie C na última temporada e até conseguiu subir para a segunda divisão. Agora, porém, a equipe está lutando contra o rebaixamento. O que aconteceu com o time?
O objetivo é realmente se manter na categoria. Jogadores novos e um time que acaba de subir de divisão no primeiro ano, se não investir muito, tem dificuldade em se manter, pois o nível é superior ao passado. Essa é a nossa situação. O investimento foi pequeno justamente porque o objetivo é se salvar.

Na temporada passada, você disse que havia recebido uma proposta para deixar o Livorno, mas a diretoria não te liberou. Houve novas sondagens?
Sim. Mas prefiro me concentrar no momento do time, que é delicado e requer muita concentração, e deixar [as propostas] nas mãos dos meus empresários.

Você acha que a ideia de retirar duas vagas da Serie A pode ser ruim para os pequenos clubes da Itália, ou na sua opinião pode ser bom para elevar o nível do campeonato?
Acho ruim. Como você citou, só prejudicaria os times médios; os grandes não seriam afetados, mas assim perderia um pouco a graça. Acho que do jeito que está é perfeito.

Qual a sua avaliação sobre os recorrentes casos de clubes italianos que declaram falência por vários motivos?
Obviamente não é uma coisa legal, porque os jogadores depois acabam prejudicados. Não só os jogadores, mas todos os envolvidos no projeto, então é uma coisa sempre desagradável e que nos últimos anos tem acontecido praticamente toda temporada aqui na Itália.

Qual a sua diversão preferida na Itália?
Passear e conhecer novos lugares com a minha família.

O que mais sente saudade do Brasil?
Do brasileiro em si, do modo de viver que é bem diferente do europeu.

Quais seus planos para o futuro?
Prefiro deixar nas mãos de Deus e concentrar um dia após o outro em fazer o meu melhor. Creio que assim as coisas acontecerão naturalmente.

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