Semana de vitórias para os times da Itália na Liga dos Campeões. Napoli, Roma e Juventus conseguiram conquistar seus primeiros triunfos na competição continental, após uma rodada inicial em que o melhor resultado para o trio foi um empate caseiro dos romanos contra o Atlético de Madrid. Apesar dos pontos, somente os napolitanos puderam ficar contentes com sua atuação.
Foi exatamente a equipe partenopea que entrou em campo primeiro. Na terça, o Napoli recebeu o Feyenoord no San Paolo, e não tomou conhecimento do atual campeão holandês. A partida do time de Sarri foi uma verdadeira aula de marcação-pressão à saída de bola adversária e os três gols da vitória por 3 a 1 saíram assim.
Logo no início da partida, Insigne roubou uma bola de Amrabat no meio-campo e avançou até a entrada da área, de onde arrematou para vencer o goleiro Jones. Após abrirem o placar aos 7 minutos, os azzurri ameaçaram o goleiro adversário outras vezes, mas só voltaram a balançar as redes pouco após o intervalo. Aos 49, a pressão na saída de bola feita pelos atacantes do Napoli fizeram com que Diks (lateral direito emprestado pela Fiorentina) errasse o passe para Tapia. Com isso, Mertens aproveitou e só precisou de um toque para ampliar, anotando seu terceiro gol contra o Feyenoord – quando defendia o PSV Eindhoven, maior rival do “clube do povo”, já havia feito outros dois.
O Feyenoord teve chance de reduzir a vantagem aos 68 minutos, quando Ghoulam cometeu pênalti sobre Berghuis. No entanto, Reina foi bem no lance e defendeu a cobrança de Toornstra. O castigo para os holandeses veio a cavalo e, após o zagueiro Tapia perder a bola quando tentava driblar na entrada da área, Callejón fez o terceiro. Amrabat contou com a desatenção da defesa napolitana nos acréscimos e descontou. O gol não serviu a nada além de deixar Sarri irritadíssimo com a falta de concentração de Koulibaly e Maksimovic.
Foi apenas a segunda vitória do Napoli contra uma equipe holandesa em competições europeias – a outra aconteceu em 1969, contra o Ajax, na Copa das Feiras. Com o resultado, a equipe italiana ocupa a segunda posição do Grupo F com um gol de saldo a mais que o Shakhtar Donetsk. Ambos os times estão atrás do Manchester City, que tem 100% de aproveitamento.
Menos de 24 horas depois da partida em Nápoles, a Roma fez parte da história ao realizar a primeira partida da história da Uefa Champions League disputada no Azerbaijão. A equipe giallorossa quase contribuiu para deixar o dia ainda mais importante, pois sofreu contra o anfitrião, o Qarabag.
Os “cavaleiros” azeri, porém, não eram os donos da casa. A partida era disputada no estádio Olímpico de Baku (capital do país), uma vez que o Qarabag não pode jogar em casa por conta da guerra Nagorno-Karabakh, travada por Azerbaijão e Armênia. Não era a primeira vez que o estádio recebia um time italiano: Inter e Fiorentina jogaram lá, pela Liga Europa, e pontuaram. A Roma também: venceu por 2 a 1.
Tal qual o Napoli, a Roma precisou de pouco tempo para abrir o placar. Aos 15 minutos, a equipe visitante já havia hipotecado o triunfo, com um gol de cabeça de Manolas e outro de Dzeko, aproveitando marcação molenga do capitão Sadigov. O bósnio acabou sendo o autor do centésimo tento romanista em partidas da Liga dos Campeões.
Com o 2 a 0 no placar, a Roma relaxou e praticamente sumiu em campo. Aos 28 minutos, Gonalons foi displicente na saída de bola e, após perder a pelota, só observou o brasileiro Pedro Henrique balançar as redes e comemorar o primeiro gol azeri na competição. Uma Roma sem ideias não mais fez o goleiro Sehic ter trabalho e o Qarabag cresceu no jogo. Nem mesmo as entradas de De Rossi e Strootman nos lugares de Gonalons e Pellegrini fizeram a Roma controlar o jogo. Entre todas as ameaças dos azeri, a maior aconteceu aos 44 do segundo tempo, quando Ndlovu cabeceou com muito perigo e tirou tinta da trave.
Apesar do susto, a Roma venceu. Não fez saldo, como deveria – afinal, o grupo é complicado e Chelsea e Atlético de Madrid são concorrentes pela vaga nas oitavas da LC –, mas acabou o dia com uma boa notícia. Afinal, os Blues bateram os colchoneros na Espanha e a deixou em boas condições no Grupo C. O Chelsea lidera, com 6 pontos, seguido por Roma (4) e Atleti (1).
Encerrando a participação italiana nesta semana, a Juventus recebeu o Olympiacos, da Grécia, e tinha tudo a seu favor. Apesar da derrota para o Barcelona, a equipe vinha de 19 partidas invicta em casa pela Liga dos Campeões e de seis vitórias na Serie A – incluindo goleada diante do rival Torino. Além disso, ainda encontrava um adversário em crise e contra o qual tem amplo retrospecto favorável: em 10 partidas, são seis triunfos da Velha Senhora, que conseguiu sua maior vitória em competições europeias ao bater os gregos por 7 a 0, em 2003. No final das contas, o 2 a 0 acabou sendo um resultado muito aquém do esperado pela torcida bianconera, mas o gol de Higuaín foi um bom sinal.
O Olympiacos mudou de técnico na segunda. Após a derrota no clássico para o AEK, Besnik Hasi caiu e deu lugar a Takis Lemonis, que chegou ao clube de Piraeus para sua quarta passagem, credenciado por um pentacampeonato nacional. A mudança fez bem aos alvirrubros, que deixaram a Juventus com a bola e se preocuparam em montar um ferrolho quase intransponível. No primeiro tempo, os bianconeri tiveram 78,5% de posse de bola, mas só levaram perigo em um lance, no qual o goleiro Proto fez uma defesa contra Dybala e, na sequência, o zagueiro Engels acertou sua própria trave.
No segundo tempo, a insistência do time de Allegri não vinha dando certo. Aos 62, o técnico decidiu sacar Cuadrado e colocar o redondo Higuaín, que ficou no banco pela segunda vez consecutiva porque está fora de forma. Mandzukic deixou a função de centroavante e foi fazer a ala esquerda do 4-2-3-1 (enquanto Douglas Costa passou para o lado direito) e foi numa jogada do croata que a Juventus abriu o placar.
Após cruzamento rasteiro, Higuaín teve seu primeiro chute bloqueado, mas aproveitou o rebote e balançou as redes, em sua única finalização no jogo. Pipita voltou a aparecer nos minutos finais e de maneira inusual: arrancou e lançou Dybala, que teve seu gol salvo em cima da linha. Só que o corte da zaga explodiu no peito do insistente Mandzukic e foi para o gol. Um tento tão estranho quanto o desenrolar da partida.
A Juve está na terceira posição do Grupo D, com 3 pontos e um gol de saldo a menos que o Sporting. O Barcelona lidera, com 6.