Serie A

21ª rodada: vitórias magras mantêm corrida a dois no topo da Serie A

A Serie A voltou do recesso de inverno, mas a briga continua a mesma: Napoli e Juventus venceram suas partidas por apenas 1 a 0 e continuam puxando a fila no Campeonato Italiano. Mais atrás, porém, a Lazio conseguiu igualar a Inter e pode abrir vantagem ainda nesta semana, se pontuar no jogo atrasado que tem a disputar com a Udinese. Além da vitória dos laziali e do empate dos interistas com a Roma, Milan e Sampdoria também foram destaques da 21ª rodada. Confira!

Atalanta 0-1 Napoli
Mertens (Callejón)

Tops: Koulibaly e Allan (Napoli) | Flops: Hateboer e Cornelius (Atalanta)

O doce sabor da vingança. A Atalanta vinha sendo uma asa negra para o Napoli: ganhou partidas no San Paolo, havia perdido apenas um dos seis últimos encontros entre os times em Bérgamo e, mais recentemente, eliminou os azzurri da Coppa Italia, vencendo por 2-1 na Campânia. Sarri e companhia estavam engasgados com os comandados de Gasperini e comemoraram muito o triunfo num dos campos mais difíceis de se visitar na Itália, que mantiveram a equipe na liderança da Serie A. Para se ter uma ideia, a Atalanta não perdia dois jogos seguidos em casa havia quase dois anos.

O primeiro tempo pobre de emoções vinha a calhar para os donos da casa, que conseguiam controlar Mertens e Callejón. Após o intervalo, tudo mudou: a luta de Allan no meio-campo começou a dar resultados, já que a cada posse recuperada o Napoli passou a criar perigo. Berisha e Masiello evitaram que o espanhol e o belga marcassem, aos 54, mas não puderem fazer nada 11 minutos depois. Callejón enfiou bola em profundidade para Mertens ganhar de Caldara na corrida e surpreender o goleiro albanês com um chute seco, deixando para trás um jejum de 84 dias sem marcar pelo campeonato. A Atalanta tentou reagir, mas devido ao bom posicionamento da defesa napolitana, só conseguiu levar perigo com um chute de longa distância de Cristante. O Napoli até poderia ter ampliado, mas Hamsík perdeu uma boa oportunidade e teve um gol bem anulado na reta final do cotejo.

Juventus 1-0 Genoa
Douglas Costa (Mandzukic)

Tops: Douglas Costa (Juventus) e Izzo (Genoa) | Flops: Alex Sandro (Juventus) e Taarabt (Genoa)

A Juventus continua a perseguição ao Napoli, mas contou com mais sorte do que juízo para vencer o Genoa nesta segunda. Não que os rossoblù tenham oferecido tanto perigo à Velha Senhora, mas é que os donos da casa também não fizeram tanto para vencer. Com exceção do gol de Douglas Costa, de uma boa cobrança de falta de Pjanic e de um lance salvo em cima da linha pelo zagueiro Izzo, pouca coisa aconteceu no Allianz Stadium.

A falta de emoções não era tão inesperada assim. Afinal, as duas equipes têm se destacado recentemente pelas boas atuações defensivas. Depois de hoje, por exemplo, a Juve chegou à marca de apenas um gol sofrido nos últimos 12 jogos por todas as competições – sete deles como mandante. O Genoa, por sua vez, não havia sido vazado nas quatro partidas mais recentes, mas não resistiu à luta de Douglas Costa. O brasileiro dividiu na entrada da área, passou para Mandzukic e contou com a desatenção de Spolli e Laxalt para receber e anotar o solitário gol da partida. A Velha Senhora ampliou, assim, sua série de invencibilidade contra o Genoa em Turim: não perde em casa desde 1991.

Inter 1-1 Roma
Vecino (Brozovic) | El Shaarawy (Alisson)

Tops: Icardi (Inter) e Alisson (Roma) | Flops: Santon (Inter) e Pellegrini (Roma)

Inter e Roma vinham em má fase e esperavam bater a rival para darem um novo sentido ao restante da temporada. Não conseguiram: agora, a Beneamata não vence há seis partidas, e a Loba, há quatro. O empate só não desagradou totalmente as duas equipes porque os nerazzurri tiveram alguns lampejos e ainda mantiveram os romanistas atrás na tabela. Di Francesco e companhia também não podem desprezar totalmente o ponto obtido longe do Olímpico.

Em uma partida na qual os meias dos dois lados ficaram devendo, quem se destacou (com muita vantagem sobre os demais) foi Alisson. O goleiro brasileiro ratificou a excelente fase ao pegar praticamente tudo e negar um gol a Icardi em pelo menos três ocasiões e a Perisic em outras duas. Becker ainda conseguiu dar uma assistência para El Shaarawy abrir o placar, no primeiro tempo: o faraó aproveitou o erro de Santon no lançamento e encobriu Handanovic. A Inter tentou chegar ao empate com o coração, mas não apresentou tanta criatividade. Pouco depois de Icardi experimentar Alisson duas vezes e parar também na trave, Vecino subiu sozinho e cabeceou, sem oferecer chances para o arqueiro da Seleção. A Lazio comemorou o resultado e poderá abrir três pontos de vantagem se vencer o seu jogo atrasado contra a Udinese, nesta quarta.

Lazio 5-1 Chievo
Luis Alberto (Marusic), Milinkovic-Savic (Parolo), Milinkovic-Savic (Lucas Leiva), Bastos (Nani), Nani (Lukaku) | Pucciarelli (Radovanovic)

Tops: Milinkovic-Savic e Lucas Leiva (Lazio) | Flops: Bani e Tomovic (Chievo)

Terceiro lugar e com louvor. A Lazio nem precisou de Immobile para fazer valer os status de ataque mais positivo da Serie A e de um dos melhores da Europa para golear o Chievo e assumir a terceira posição do campeonato. Apesar do placar elástico, a partida se desenhava complicada: afinal, os celestes não venciam dois jogos seguidos desde outubro e ainda tinham desvantagem nos confrontos recentes contra o adversário, especialmente no Olímpico. O show de Milinkovic-Savic, que fazia sua centésima partida pela Lazio, não só tornou as estatísticas meros detalhes como ampliou a crise do time de Verona: são apenas dois pontos somados nos últimos 21 possíveis.

Se Chievo não contava com seu principal jogador, o centroavante Inglese, a Lazio viu Immobile sentir uma dor muscular aos 4 minutos – Ciro tentou continuar e só foi substituído meia hora depois. Com o atacante praticamente fora de ação, o time da casa criou praticamente tudo com Marusic, Luis Alberto e Milinkovic-Savic. O espanhol abriu o placar e, na sequência, uma falha da defesa permitiu que Pucciarelli empatasse. Milinkovic-Savic, no entanto, marcou dois bonitos gols (um antes e outro depois do intervalo) para mandar o Chievo à lona. Já na reta final, Lukaku e Nani deram novo fôlego aos celestes e participaram dos gols que deram números finais à partida.

Sampdoria 3-1 Fiorentina
Quagliarella (Ramírez), Quagliarella (Ramírez) e Quagliarella (Ramírez) | Sánchez (Saponara)

Tops: Quagliarella e Ramírez (Sampdoria) | Flops: Laurini e Pezzella (Fiorentina)

Se você ainda não havia se rendido a Quagliarella, ainda está em tempo: o veterano de 35 anos vive uma da melhores fases de sua carreira. Com a tripletta contra a Fiorentina, equipe pela qual passou no início de sua trajetória como profissional, o capitão da Sampdoria chegou a nove gols contra o antigo clube e atingiu seu recorde de gols marcados em uma única temporada da Serie A. “Quaglia” ainda devolveu moral à Samp, que havia somado apenas quatro pontos nas sete rodadas anteriores, e derrubou uma invencibilidade de oito jogos dos florentinos – concorrentes diretos por uma vaga na Liga Europa. Sem dúvidas, um dia inesquecível para o atacante.

Antes do show de Quagliarella, patrocinado por Ramírez, Sampdoria e Fiorentina faziam uma partida equilibrada. A melhor chance ficou com os donos da casa, mas Sportiello fez duas belas defesas no mesmo lance, ante a “Quaglia” e Kownacki. Depois disso, Quagliarella recebeu cruzamento de Ramírez, dominou tirando Pezzella e fez um bonito gol. Na segunda etapa, o meia-atacante uruguaio passou em profundidade para o capitão tirar do goleiro Sportiello com uma finalização com o bico, aos 60, e depois só ajeitou de letra para que Quagliarella marcasse mais um bonito gol. Depois da tripletta, o camisa 27 deixou o campo com um desconforto muscular e a Fiorentina descontou, com Sánchez, mas a vitória genovesa já estava garantida.

Duelo entre Icardi e Alisson marcou a 21ª rodada do Italiano (EFE)

Cagliari 1-2 Milan
Barella | Kessié (pênalti), Kessié (Kalinic)

Tops: Cragno (Cagliari) e Kessié (Milan) | Flops: Ceppitelli (Cagliari) e Donnarumma (Milan)

Nada como encontrar um freguês para recuperar o moral e encostar de vez na zona de classificação à Liga Europa. O Milan viajou à Sardenha com um retrospecto de apenas uma derrota nos 28 últimos encontros com o Cagliari e quase teve de esperar um dia a mais para vencer os rossoblù: uma ventania quase obrigou a arbitragem a adiar a partida. Com ventos fortes, os rossoneri triunfaram graças a um jogador que andava meio sumido, o marfinense Kessié.

Apesar de ter comemorado, o Milan sofreu. O Cagliari conseguiu ser melhor na partida em diversos momentos e até abriu o placar, quando a joia Barella arriscou de fora da área e contou com uma falha de Donnarumma. O Diavolo virou antes mesmo do intervalo, com dois gols de Kessié, que contaram com a participação de Kalinic. No primeiro, o croata sofreu pênalti de Ceppitelli, e no segundo fez um bom trabalho de pivô para o camisa 79 anotar sua doppietta. Entre os destaques da partida, podemos citar ainda as ótimas defesas em chutes de longa distância protagonizadas por Cragno, um dos melhores jovens goleiros da Itália. Na reta final, Rodríguez e Barella ainda foram expulsos e Pavoletti só não empatou o jogo por causa de centímetros.

Sassuolo 1-1 Torino
Berardi (Duncan) | Obi

Tops: Berardi (Sassuolo) e Sirigu (Torino) | Flops: Matri (Sassuolo) e Rincón (Torino)

O empate entre Sassuolo e Torino não foi muito comemorado por nenhuma das duas equipes, mas o Toro sai menos insatisfeito de Reggio Emilia, pela forma como foi o jogo. Os grenás continuam invictos contra os neroverdi no estádio e chegaram a uma série de cinco jogos de invencibilidade longe de seu estádio no campeonato, o que não acontecia desde fevereiro de 2015. Isto não significa, porém, que o time de Mazzarri tenha jogado bem. O Sassuolo mereceu vencer.

Os donos da casa aproveitaram a inconsistência de Rincón na partida deste domingo: o venezuelano errou demais na frente da defesa e lhes propiciaram boas oportunidades, além de muito trabalho para Sirigu. Só que foi o Torino que abriu o placar, com Obi, depois de Falcinelli perder um gol sem goleiro. Berardi buscou a reação ainda na primeira etapa, mas parou em Sirigu. No segundo tempo, porém, o calabrês recebeu de Duncan, driblou Molinaro e deixou tudo igual. A pressão do Sassuolo só aumentou, mas Sirigu negou Falcinelli, Peluso esbarrou na trave e Matri perdeu duas chances incríveis – uma delas na pequena área.

Udinese 1-1 Spal
Samir (De Paul) | Floccari (Antenucci)

Tops: Bizzarri (Udinese) e Lazzari (Spal) | Flops: Barák (Udinese) e Gomis (Spal)

Depois do encantamento, a queda de produção. A Udinese de Oddo chegou a vencer cinco partidas consecutivas, mas jogou mal contra Chievo e Spal e teve sorte de ter somado pelo menos um pontinho em cada um dos confrontos. Os friulanos continuam na metade de cima da tabela, mas dessa vez se ressentiram da lentidão na construção das jogadas e na previsibilidade dos meias. Barák não brilhou e o atacante Lasagna foi muito pouco acionado.

A Spal, claro, teve seus méritos. Como é de costume, os spallini acabaram sofrendo um gol muito cedo (já são 16 antes dos 30 minutos de jogo) e tiveram de correr atrás para alcançar o resultado. Aos 11, Samir cabeceou fraco, mas Gomis falhou e deixou a bola entrar. Depois dali, salvo uma ou outra falha de comunicação entre o goleiro e a sua defesa, a Spal mandou no jogo e conseguiu seu gol logo na volta do intervalo, quando Floccari foi esperto e se livrou da marcação para rebater um chute de Antenucci. Na segunda etapa, os estensi experimentaram Bizzarri diversas vezes, mas o goleiro da Udinese garantiu o empate. O resultado, somado à vitória do Crotone, empurrou a Spal para a zona de rebaixamento.

Bologna 3-0 Benevento
Destro (Verdi), De Maio (Verdi) e Dzemaili

Tops: Verdi e Dzemaili (Bologna) | Flops: Belec e Billong (Benevento)

A semana do Bologna beirou a perfeição. Tudo começou na terça, quando Verdi rejeitou uma proposta do Napoli para, pelo menos, concluir a temporada na Emília-Romanha. No domingo, o camisa 9 recebeu a faixa de capitão e foi o grande artífice da boa vitória dos bolonheses sobre o Benevento. O resultado ampliou a invencibilidade do Bologna contra caçulas para 11 jogos e aproximou os rossoblù da parte de cima da tabela. Além disso, a equipe voltou a não sofrer gols após seis partidas.

Embora o placar tenha sido elástico, o Bologna enfrentou dificuldades contra o Benevento. Depois que Verdi quase abriu o placar, de cabeça, os bruxos ameaçaram com o ponta brasileiro Guilherme, contratado neste mês junto ao Legia Varsóvia: ele acertou a trave aos 6 minutos. A partida ficou equilibrada até os 35, quando Destro aproveitou uma cobrança de falta de Verdi e abriu o placar. Depois disso, Mbaye acertou a trave antes do intervalo e aumentou ainda mais a intensidade do confronto. No segundo tempo, o Benevento voltou a ameaçar, mas Verdi foi preciso em mais um cruzamento e deixou De Maio em condições de ampliar. Já no final da partida, o meia-atacante quase deixou o seu, mas foi Dzemaili que festejou seu retorno ao Bologna em grande estilo, marcando o terceiro gol em jogada individual.

Verona 0-3 Crotone
Barberis, Stoian (Ricci) e Ricci (Benali)

Tops: Barberis e Ricci (Crotone) | Flops: B. Zuculini e Petkovic (Verona)

No jogo dos desesperados, o Crotone respirou, tirou a barriga da miséria e deu uma rasteira no Verona. Como se jogasse em casa, a equipe calabresa não tomou conhecimento do Hellas, que faz a segunda pior campanha de sua história na era dos três pontos – iniciada em 1994. O categórico 3 a 0 significa a segunda vitória de Zenga no comando dos pitagóricos e coloca o emprego de Pecchia em risco: a diretoria veronesa, porém, adota publicamente o discurso de que continua com o treinador.

Com os importantes desfalques de Bessa, Verde e Cerci, Pecchia preferiu dar espaço aos novos contratados Ryder Matos e Petkovic, deixando Pazzini no banco mais uma vez. O Crotone também estreou reforços, mas com muito mais sucesso: Ricci e Benali mudaram a cara da equipe. Os calabreses começaram na frente graças a uma cobrança de falta espetacular de Barberis e mantinham o ritmo alto, impulsionados pelo controle de meio-campo de Benali e pelas verticalizações de Ricci. O Hellas acertou a trave com Caracciolo no primeiro tempo, mas sucumbiu após o intervalo: Ricci acionou Stoian e o romeno fez o segundo. A expulsão de Zuculini por uma falta violentíssima sobre Benali, aos 62, praticamente definiu quem sairia vitorioso do Bentegodi. Ainda assim, Ricci marcou um belo gol e deu números finais à partida. Nada mal para um time que passou três partidas sem balançar as redes.

*Os nomes entre parênteses após os autores dos gols se referem aos responsáveis pelas assistências

Seleção da rodada
Alisson (Roma); Sampirisi (Crotone), Skriniar (Inter), Koulibaly (Napoli); Verdi (Bologna), Kessié (Milan), Lucas Leiva (Lazio), Milinkovic-Savic (Lazio), Ricci (Crotone); Ramírez (Sampdoria); Quagliarella (Sampdoria). Técnico: Simone Inzaghi (Lazio).

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