É oficial. A Federação Italiana de Futebol – FIGC anunciou Roberto Mancini como novo treinador da seleção italiana, que estava sendo comandada interinamente por Luigi Di Biagio desde a demissão de Gian Piero Ventura, em novembro do ano passado. Como de praxe, o contrato assinado foi de dois anos, com expectativa de renovação para mais dois, completando um ciclo de Copa do Mundo. Competição de que a Itália está fora, vale lembrar.
Recém-desligado do Zenit, Mancio é a melhor opção possível dentre os técnicos que estavam disponíveis no mercado. Antes de falarmos o que Roby agrega à Nazionale, é bom esclarecer que outros técnicos de gabarito nunca foram uma realidade para a FIGC. Carlo Ancelotti queria tirar um período sabático e não pensava em dirigir uma seleção, ao passo que treinadores empregados (Maurizio Sarri, Max Allegri, Luciano Spalletti etc) não estavam no radar.
Nem mesmo Antonio Conte, que deve rescindir com o Chelsea, foi realmente considerado. Ainda depunha contra o ex-juventino o fato de ele ter optado por deixar a Squadra Azzurra pouco após a Euro 2016 para ter novamente uma rotina diária em um clube. Não valeria a pena correr outra vez – e num momento delicado – o risco de interromper um trabalho no meio por causa dos desejos do apuliano.
Mancini, ao contrário, desejava a seleção. Desde a sua primeira passagem pela Inter, o treinador marquesão não escondia que dirigir a Itália era um verdadeiro sonho. Um dos motivos para isso seria o fato de que, como jogador, nunca conseguiu mostrar pela Squadra Azzurra o futebol que jogava na Sampdoria. Para assumir a Nazionale, Mancio abriu mão de 2,5 milhões de euros anuais: no Zenit, ele ganhava 4,5, e receberá “apenas” 2 da FIGC.
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De saída, Mancini conta um grande respaldo da comunidade italiana por seu trânsito entre imprensa, dirigentes, clubes e jogadores. Educado e carismático, Mancio ainda tem um currículo recheado de títulos e feitos importantes. Tirou Inter e Manchester City de longas filas, foi campeão em três países e trabalhou em quatro, e também fez trabalhos muito interessantes com “azarões” – por uma Fiorentina falida e uma Lazio em crise financeira, venceu a Coppa Italia. Roby é, ainda, o maior vencedor da citada competição nacional, com quatro conquistas, juntamente a seu tutor, o sueco Sven-Göran Eriksson, e Allegri.
Mancini também tem um trabalho razoável em termos de potencializar características de jogadores e tirar o melhor deles. Nomes como Marco Materazzi, Adriano Imperador, Dejan Stankovic e até Julio Cruz renderam ao máximo sob seu comando. Quem também apareceu bem sob suas ordens foi Mario Balotelli, que deve voltar à seleção na primeira convocação do treinador. Com Mancini, o trabalho com jovens e o uso de uma posse de bola propositiva, aproveitando a qualidade técnica dos jogadores, devem continuar sendo a tônica.
Os críticos de Mancini costumam chamá-lo de retranqueiro. Sem dúvidas, ele é um treinador que privilegia a cautela defensiva, mas seu grande problema até hoje foram os resultados mirrados nos grandes jogos, especialmente nos continentais. Embora seja especialista em copas, Mancio nunca conseguiu fazer Inter e Manchester City terem sucesso na Liga dos Campeões, por exemplo. Ele até conseguiu levar a Lazio às semifinais da Copa Uefa, mas isto já faz 15 anos. A partir dos próximos meses, saberemos se o elegante treinador conseguirá contornar este problema na Nazionale e conseguirá fazer a Itália retornar ao rol das seleções mais temidas do mundo.
Boas,
recebi esta noticia, mesmo dentro do quadro de nomes veiculados, com agrado. Acompanho o percurso de Mancini desde treinador da Lazio e sempre vi o seu trabalho com bastante respeito, íntegro, e com qualidade. Enquadrado no contexto italiano sem duvida, que nao aconteceria com selecionador estrangeiro, dentro dos italianos possiveis vi como melhor solução. espero mesmo que convoque o balotelli que ha muito merece. Depois, tenho curiosidade em saber como irá moldar a seleção à sua imagem, até porque os ultimos anos de Mancini têm sido prejudiciais mais até pelos clubes escolhidos, porque pelo Inter ou Lazio conseguiu um excelente trabalho