Liga dos Campeões

Em noite mágica de Champions, Inter e Napoli ficam no empate contra Barcelona e PSG

Em noites movimentadas em Milão e Nápoles, marcadas pelas festas das torcidas dos nerazzurri e dos partenopei, Inter e Napoli novamente não tiveram resultados tão favoráveis pela Champions League: os dois times ficaram no 1 a 1 em casa. No caso dos milaneses, o resultado lhes saiu melhor do que a encomenda, uma vez que o Barcelona novamente foi superior. Por sua vez, os azzurri repetiram a sólida atuação da última rodada, na França, e foram mais perigosos do que o Paris Saint-Germain. No entanto, não conseguiram transformar o volume de jogo em vitória.

A forte chuva não afastou o público, que lotou San Siro: com ingressos esgotados com antecedência, a partida teve novo recorde de arrecadação na Itália (cerca de 5,8 milhões de euros, o equivalente a 22 milhões de reais. Em campo, o time de Luciano Spalletti mudou de postura em relação ao que apresentou no Camp Nou, duas semanas atrás. Dessa vez, a Inter tentou jogar de cabeça erguida contra o Barcelona. Embora a postura tenha sido louvável, a equipe anfitriã simplesmente não teve qualidade técnica e física suficiente para não ser dominada pelos culés durante pelo menos três quartos do duelo.

Se o time tentava sair jogando desde trás, enfrentava uma forte marcação por pressão e não chegava com a bola limpa no campo adversário. Se jogava recuado protegendo sua área, não conseguia recuperar a bola e completar um contra-ataque. Mais confortável, os visitantes empilharam chances atrás de chances, porém sem a precisão e qualidade da partida anterior. Alba, Rakitic e Arthur, grandes destaques na Catalunha, por exemplo, não tiveram grande noite, embora Philippe Coutinho e Suárez tenham produzido bastante.

De qualquer forma, a Inter conseguiu pisar na área rival através dos pontas Politano e Perisic, enquanto Asamoah e Vecino perderam boas oportunidades de abrir o placar. Mas foi Handanovic quem realmente brilhou na equipe anfitriã, saindo do gramado como um dos melhores goleiros da terça-feira da Liga dos Campeões: foram sete defesas, algumas deles ao seu melhor estilo. Mesmo contando com a ajuda de um seguro Skriniar, o esloveno foi o único que realmente conseguiu parar Coutinho, que fazia sua primeira no San Siro desde sua saída da Inter, em janeiro de 2013.

Em um certo momento do segundo tempo, o Barcelona diminuiu o ritmo e passou a controlar menos a bola e a partida, e a Inter respondeu, por pura força física, e conseguiu chegar na área adversária, embora sem grande perigo. Borja Valero substituiu bem um apagado Nainggolan, longe da sua melhor condição física, enquanto os visitantes trocaram Arthur por Vidal – este bastante vaiado pela torcida anfitriã – e, depois, Dembélé por Malcom.

A entrada do brasileiro viria a ser decisiva. Objetivo de Inter e Roma no verão, o ex-jogador do Bordeaux contou com a sorte e uma rara falha defensiva interista para abrir o placar, após grande jogada de Coutinho. Malcom ainda teve seu chute desviado, o que ajudou a tirar Handanovic da jogada. A vantagem blaugrana não durou muito, contudo, e na primeira bola dominada que conseguiu em 87 minutos de jogo, Icardi ganhou de Piqué e chutou entre as pernas de Ter Stegen para empatar e dar números finais para a partida.

O empate foi bom para a Inter, mas poderia ter sido ainda melhor. Afinal, no outro jogo do Grupo B, Kane marcou uma doppietta contra o PSV e, no finalzinho, sacramentou a virada do Tottenham. Com o resultado, a vantagem da Beneamata sobre ingleses e holandeses, que ia chegando a cinco pontos, caiu para três, no caso dos Spurs. A classificação interista parecia bastante encaminhada, mas agora a conquista da vaga nas oitavas não é tão segura, considerando que os nerazzurri ainda irão a Londres. No momento, a Inter tem 7 pontos e conta com a vantagem no confronto direto sobre o Tottenham (4) e o fato de fechar a fase de grupos em casa contra o PSV (1). Seu adversário vai até a Catalunha para encarar um Barcelona (10) já classificado.

O único jeito de vencer um inspirado Buffon foi em cobrança de pênalti (LaPresse)

Já no San Paolo, igualmente cheio e vibrante, o Napoli teve mais dificuldades contra o Paris Saint-Germain do que na partida disputada na França. Na capital do país vizinho, a equipe partenopea foi muito bem, mas acabou contando com falta de sorte e concentração, e deixou a vitória escapar no final da partida. Dessa vez, a surpreendente derrota do Liverpool em Belgrado, para o Estrela Vermelha, condicionou bastante o comportamento das equipes de Carlo Ancelotti e Thomas Tuchel.

Ao contrário do duelo anterior, foram os parisienses que começaram controlando o ritmo da partida. Desse jeito, levaram perigo com Neymar e Mbappé, especialmente pela esquerda, com o apoio do ala Bernat. Ainda assim, Koulibaly se manteve soberano, liderando a linha defensiva napolitana, que levou três sustos e foi vazada somente nos acréscimos da primeira etapa. No gol de Bernat, os anfitriões ficaram na bronca com a arbitragem pelo tempo extra já ter sido extrapolado.

A resposta do time de Ancelotti veio após o intervalo: por cerca de 20 minutos, apenas os partenopei tiveram a bola. O Napoli amassou os adversários, o encurralou em sua própria área defensiva e produziu diversas chances, colocando o eterno rival Buffon para trabalhar. O veterano goleiro evitou as quatro primeiras oportunidades, com defesas de altíssimo nível (sobretudo numa tentativa de Mertens que ia lhe encobrindo), mas ficou vendido após uma falha de Thiago Silva. O erro de domínio do brasileiro favoreceu Callejón, que acabou ensanduichado pelos dois jogadores do PSG dentro da área. Insigne aproveitou a brecha para empatar a partida e marcar seu décimo gol na temporada.

Estranhamente, o time da casa diminuiu o ritmo depois do 1 a 1 e segurou o resultado, enquanto os visitantes não conseguiram reagir nem mesmo após a entrada de Cavani, que foi bastante aplaudido pela torcida napolitana. Nesse contexto, Allan se exaltou ao controlar Neymar e companhia, desarmando e interceptando diversas jogadas para manter a bola longe da sua área. Inclusive, o novo integrante da Seleção terminou a terça como líder de desarmes da rodada.

Neste momento, o Grupo C está bastante embolado. Napoli e Liverpool lideram, com 6 pontos, e o time italiano garante um lugar nas oitavas se fizer o dever de casa contra o Estrela Vermelha, na próxima rodada, e preservar a vantagem no confronto direto contra os ingleses, no fechamento da fase de grupos. O Paris vem logo atrás, com 5 pontinhos, e os sérvios de Belgrado surpreendem, com 4.

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