Liga Europa

Percalços inesperados: Milan vence no sufoco e Lazio ‘faz história’ com derrota no Chipre

Na Liga dos Campeões, Juventus e Roma confirmaram suas vagas na próxima fase, enquanto Napoli e Inter ainda terão de definir suas situações na última rodada. A quinta de Liga Europa, por sua vez não teve novidades. Ou pelo menos na tabela. O Milan já sabia que não se classificaria mesmo goleando o modesto Dudelange, mas sofreu além da conta até conseguir explorar a fragilidade do adversário e, no final das contas, atingir o seu objetivo. Por sua vez, a Lazio estava garantida no mata-mata e dificilmente recuperaria a liderança do Eintracht Frankfurt: uma missão que se tornou impossível depois da derrota no Chipre para o Apollon.

Em San Siro, o Milan entrou com alguns reservas, sobretudo por conta de seus muitos desfalques, mas Gennaro Gattuso manteve grande parte da base utilizada nas últimas semanas. Inclusive, teve Higuaín de volta ao time, numa dupla com Cutrone: os dois protagonizaram o primeiro gol do jogo, marcado aos 21 minutos. Calabria arrancou pela direita e cruzou a bola para a área, enquanto o argentino ajeitou para a outra cria rossonera finalizar e contar com grande ajuda do goleiro Bonnefoi. Esse seria o primeiro de muitos presentes do ex-juventino.

O Diavolo teve dificuldades para avançar pelas laterais, com Halilovic e Çalhanoglu travados e sem abrirem espaço para Calabria e Laxalt subirem. Os problemas ofensivos eram ainda mais severos por dentro, já que Bertolacci estava totalmente fora de sintonia. Desse jeito, o Milan teve problemas para criar jogadas e ampliar o placar. Os visitantes se defendiam com organização e saíam em contra-ataques, criando algum perigo para o gol de Reina. Após uma cobrança de escanteio, veio a primeira surpresa da noite: Stolz, o camisa 10 da equipe de Luxemburgo, acertou belo chute da entrada da área e empatou aos 39.

Os poucos torcedores presentes no estádio (apenas o anel inferior do San Siro estava aberto) nem mesmo se manifestaram na saída para o intervalo. A situação ficou ainda mais vergonhosa para os comandados de Gattuso quando, no quarto minuto da etapa final, Turpel finalizou outro contra-ataque visitante e incrivelmente virou a partida. Na sequência, Stolz tirou tinta da trave com um chute cruzado e o terceiro quase virou realidade para o Dudelange. A reação imediata de Gattuso foi sacar um invisível Halilovic e colocar Suso em campo, mas nem mesmo o espanhol conseguiu deixar as coisas em ordem para os rossoneri. Os mandantes descobriram o verdadeiro problema quando Bertolacci foi substituído por Mauri.

Finalmente com um meio-campo competitivo, os anfitriões restauraram o controle da partida e tiveram mais facilidades de chegar ao gol adversário. O Milan contou também com o cansaço dos visitantes e o desempenho frustrante do seu arqueiro, um antigo bicampeão italiano – era terceiro goleiro da Juve nos títulos de 2002 e 2003. Depois de chute cruzado de Çalhanoglu, a bola desviou em Stélvio e Bonnefoi não teve reação, cedendo o empate. Quatro minutos depois, o camisa 10 rossonero voltou a chutar de fora da área e mais uma vez o francês aceitou, reagindo com lentidão e pouca destreza à tentativa do turco.

Com gol de bicicleta, Apollon bateu a Lazio e fez história (EPA)

A vitória, que estava sendo conquistada à fórceps, ficou tranquila depois de outra bola levantada a partir da esquerda. O zagueiro Schnell foi tentar cortar um cruzamento numa bola parada, mas marcou o segundo gol contra dos visitantes. Após a bola estufar as redes, Simic e Couturier quase foram às vias de fato, o que gerou alguma confusão sobre a validação do gol. Borini, que acabara de substituir Cutrone aos 80 minutos, transformou a vitória em goleada ao aproveitar rebote na pequena área e marcar seu primeiro gol no ano, dando números finais ao jogo. O sofrimento excessivo contra uma equipe tão frágil, porém, deve servir de alerta e aprendizado para o restante da temporada rossonera.

Apesar da derrota do Olympiacos para o líder Real Bétis e a vitória em casa, o Milan ainda não está assegurado na próxima fase da Liga Europa, já que, fora de casa, enfrentará justamente o adversário grego na última rodada. A diferença é de três pontos e a equipe de Gattuso tem a vantagem da vitória por 3 a 1 em Milão. Uma derrota por um gol de diferença ou qualquer derrota com dois gols de diferença com placar superior a 3 a 1 basta para os milanistas, que também levam vantagem no saldo de gols.

Com a classificação já garantida para os 16 avos de final da competição, a Lazio foi para o Chipre com a única missão de tentar manter o Eintracht Frankfurt a seu alcance. Dessa forma, poderia almejar a primeira posição na última rodada, quando as equipes se reencontrarão, depois do 4 a 1 aplicado pelos alemães em casa.

No entanto, tudo foi por água abaixo por causa da derrota por 2 a 0 para o Apollon Limassol, que tirou qualquer possibilidade de os romanos de assumirem a liderança. Inclusive, o time de Simone Inzaghi tem até mesmo saldo de gols negativo, com oito gols marcados e nove sofridos após cinco rodadas. Ao mesmo tempo, os frankfurtianos golearam o Olympique de Marseille, atual vice-campeão da Liga Europa, por 4 a 0. Os franceses, treinador por Rudi Garcia, foram novamente humilhados e continuam com a lanterna do grupo.

O Apollon não manda seus jogos em Limassol, mas na capital Nicósia. Com o time já eliminado, poucos torcedores se prestaram a fazer uma viagem e a melancolia reinou num estádio vazio, com o gramado encharcado pela forte chuva antes da partida e pela garoa que acompanhou durante os 90 minutos. É até difícil dizer que houve um jogo de futebol no Chipre. Ambos os times tiveram muitas dificuldades para conduzir a bola e criar jogadas, sendo que apenas três chutes foram disparados no primeiro tempo. Um deles, aliás, espetacular: Faupala abriu o placar em belo chute de bicicleta no único lance digno de aplauso.

Na etapa final, Inzaghi até tentou mexer no time, mudando o sistema tático com as entradas de Rossi e Lulic, mas a postura apática permaneceu. A dificuldade para fazer a bola rolar pelo gramado também. Do outro lado, os anfitriões contra-atacavam com perigo. Em um desses lances reativos saiu o segundo gol, aos 82 minutos, enterrando as possibilidades de qualquer reação visitante: Markovic completou jogada de Papoulis para fechar o placar. O resultado premiou o Apollon como a primeira equipe cipriota a derrotar um adversário italiano e foi negativo para a posição da Itália no ranking de clubes da Uefa, já que esta foi a terceira derrota de um time da Bota na semana.

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