Coppa Italia

Sem favoritos de primeira hora, Coppa Italia empolga por estilos diversificados nas semifinais

Nas quartas de final da Coppa Italia, por mais que alguns jogos envolvessem equipes tradicionais e que se equilibravam, um leve favoritismo pendia para os times que ficaram pelo caminho. Juventus e Napoli, maiores concorrentes ao título, foram eliminados por Atalanta e Milan, respectivamente. Por sua vez, Inter e Roma pararam em Lazio e Fiorentina. Além de adicionar uma salutar imprevisibilidade ao resultado final da competição, o desfecho da fase anterior levou times que praticam futebol ofensivo, mas com diversidade de estilos.

O Milan chegou com muita moral para a partida de ida da semifinal da Coppa Italia no Estádio Olímpico. O time de Gattuso vive seu melhor momento na temporada, uma vez que sua defesa encontrou uma regularidade de performance e que seu ataque ganhou um matador, através da figura iluminada de Piatek. Contudo, o Diavolo não realizou uma boa partida e do outro lado encontrou uma Lazio organizada e concentrada, que realizou sua exibição mais segura na temporada. O empate por 0 a 0 acabou sendo justo.

O jogo até começou favorável para o Milan, com Paquetá circulando na zona central e funcionando como um elo entre defesa e ataque. Na medida que Suso esteve apagado e Borini não se encontrou, porém, o ritmo rossonero foi esmorecendo. O ponta italiano joga melhor aberto pela direita, pois aproveita sua capacidade de ir à linha de fundo. Atuar invertido, como Gattuso propôs, não lhe fez bem: Fabio não conseguiu entrar no jogo e pouco ajudou na marcação.

O time de Inzaghi por outro lado foi crescendo através da boa exibição de Patric, que controlou muito bem a sensação Piatek e ainda efetuou bons passes para ativar companheiros em campo ofensivo. Com o seu 3-5-2 habitual, a equipe biancoceleste anulou o jogo interior dos rivais e mostrou muita força com Rômulo e Lulic transitando pelos flancos.

Lazio e Milan fizeram jogo equilibrado, sem grandes destaques individuais (LaPresse)

Se sobrou dedicação tática e boa execução da ideia de jogo de seu treinador, os laziali esbarraram na ausência de Luis Alberto no onze titular e criaram chances de gol basicamente através do físico de Milinkovic-Savic para atacar o espaço e da capacidade de Immobile se utilizar dos espaços às costas dos defensores. Deste modo nasceu a melhor chance do time na partida, com Ciro saindo na cara de Donnarumma e cavando com estilo para a bola bater na trave. O lance, porém, foi anulado devido ao impedimento do centroavante italiano.

A melhor oportunidade do Milan aconteceu na primeira etapa. Piatek acomodava todas as tentativas de ligação direta e deste modo nasceu a única chance relevante do time no jogo, antes dos 20 minutos. Após pivô do polonês, Paquetá finalizou de dentro da área, mas poderia ter feito melhor. No restante da peleja, os times se anularam. Castillejo e Luis Alberto vieram a campo depois dos 70, mas pouco mudaram no panorama da partida. No fim das contas, ficamos mesmo sem gols e com um 0 a 0 que deixa o jogo de volta, no San Siro, bem interessante.

No Artemio Franchi, tivemos uma grande partida ofensiva da Atalanta, com Ilicic fazendo uma das grandes exibições da temporada. Por outro lado, erros individuais e coletivos da defesa da Dea e a capacidade de contra-ataque da Fiorentina, com Chiesa e Muriel, equilibrou o jogo, que foi um dos melhores do ano e acabou empatado em 3 a 3.

O time de Bérgamo começou o jogo com força total e se estabeleceu em campo ofensivo com seu habitual jogo de posse de bola, mas pautando também suas ações ofensivas pelos direcionamentos ofensivos de Zapata como homem de referência. Pioli escalou a viola outra vez em 4-3-3 e novamente ofereceu muito espaço à rival ao avançar seus homens para pressionar em campo ofensivo.

Dessa maneira nasceu o primeiro gol nerazzurro, aos 16 minutos de jogo. Ilicic deixou Dabo na saudade com um drible de corpo e acelerou até rolar a bola para Papu Gómez colocar na rede. Dois minutos depois o time de Pioli voltou a oferecer muito espaço em suas linhas e Mancini aproveitou para ligar o jogo com Ilicic. O esloveno arrancou, girou para cima da marcação e descolou um lançamento maravilhoso, na medida, para Pasalic anotar o 2 a 0. Nos dois gols, curiosamente, os dois finalizadores conseguiram acertar o mínimo espaço que havia entre as pernas de Lafont.

Chiesa, capitão da Fiorentina diante da Atalanta, marcou um dos gols da reação viola (Getty)

A Atalanta jogava melhor e parecia estar encaminhando sua passagem a decisão do torneio com basante folga. No entanto, erros defensivos importantes surgiram para recolocar a Fiorentina no jogo. Aos 33 minutos, Palomino errou um domínio simples com sua equipe toda em campo ofensivo, Chiesa roubou a bola e só parou ao tocar na saída do goleiro para descontar e chamar a torcida para um apoio mais enfático. Três minutos depois, Benassi aproveitou a insistência de Muriel dentro da área, após uma cobrança de lateral, e finalizou de voleio, empatando a partida.

O segundo tempo não repetiu o mesmo frenesi da etapa inicial: como consequência do jogo intenso e franco que se viu antes do intervalo, as equipes reduziram um pouco o ritmo. A Dea foi mais cautelosa na hora de se posicionar em campo ofensivo, tentando utilizar a troca de passes e as inversões de jogo para abrir espaço em uma viola mais segura de suas ações, que ao mesmo tempo buscava ser menos agressiva na hora de recuperar a bola em campo ofensivo.

Dentro das duas ideias de jogo surgiram os gols que deram números finais à partida de ida. De Roon marcou um golaço aos 58 minutos, aproveitando o rebote de Lafont, que afastou para frente uma cobrança de escanteio. O holandês aproveitou para emendar um petardo no ângulo do goleiro. A 11 minutos do fim do tempo regulamentar, Muriel empatou o jogo mais uma vez. Simeone saiu bem da área para acionar Chiesa, que acelerava nas costas do trio de defensores da Atalanta. Federico, que completava 100 partidas pelo clube e utilizava a faixa de capitão, só rolou para o colombiano escorar para o fundo das redes.

Além de decidir em casa, a Atalanta leva para o Atleti Azzurri d’Italia a vantagem de poder empatar por até dois gols para se classificar. A Fiorentina, contudo, sai desse primeiro jogo mostrando que mesmo em momentos de muita desvantagem tem jogadores capazes de partir para o resgate. Além disso, o time violeta nunca foi eliminado pelos bergamascos em partidas de copa. O tabu continua?

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