Liga Europa

Vitórias nos Alpes deixam Inter e Napoli perto de vaga na UEL; Lazio terá desafio em Sevilha

Desde o sorteio dos confrontos da fase de 16 avos de final da Liga Europa era possível imaginar que Inter e Napoli não teriam muita dificuldade em avançar para as oitavas da competição. Por outro lado, a Lazio não deu sorte com as bolinhas e teria que enfrentar um pentacampeão do torneio, em um dos melhores duelos dessa fase. As expectativas se confirmaram: enquanto nerazzurri e partenopei tiveram vida tranquila contra Rapid Vienna e Zürich, os romanos acabaram caído em casa para o Sevilla.

Em um Olímpico com pouco menos de 20 mil pessoas, Simone Inzaghi e Pablo Machín mantiveram seus esquemas habituais, se espelhando em um 3-5-2. Contudo, o funcionamento tático dos dois esquemas é bastante distinto. De um lado, o time biancoceleste prioriza o jogo interior, a criatividade de Luis Alberto e apoios de Immobile ou Caicedo; do outro, a equipe rojiblanca é muito forte pelo corredor, atraindo os rivais para pressionar e, posteriormente, acelerando com os alas e ativando os meias por dentro.

Sem poder contar com Immobile e Milinkovic-Savic por problemas físicos, os laziali começaram o jogo procurando bastante seu principal meia: Luis Alberto. O espanhol começou bem, circulando entre os volantes do Sevilla e fazendo boa parceria com Caicedo. Só que, aos 22 minutos do primeiro tempo, um velho problema da Lazio nesta Liga Europa apareceu: os erros de posicionamentos de sua zaga. O time de Inzaghi teve a pior defesa da primeira fase entre os times que avançaram no torneio, com 11 gols sofridos, e mostraram porquê nesta quinta. Depois de uma perda da posse de bola italiana em campo ofensivo, Banega acelerou o jogo com Sarabia, que cruzou na medida para Ben Yedder abrir o placar.

Com a desvantagem dos mandantes, o jogo virou a chave e o caldo azedou de vez quando Luis Alberto saiu lesionado no minuto final do primeiro tempo – Parolo também já havia sido substituído por problemas físicos. Sem a lucidez do meia espanhol, a equipe da casa perdeu ritmo ofensivo, passou a depender das arrancadas de Correa e ofereceu tudo que o time da Andaluzia queria: espaço para o contra-ataque.

Com André Silva como um direcionador ofensivo e Sarabia voando, o Sevilla criou ao menos três boas chances para ampliar o placar. Para a sorte da Lazio, o jogo terminou mesmo 1 a 0. O estrago foi menor do que poderia ter sido, pelas circunstâncias da partida, e mantém o time italiano respirando por aparelhos. Afinal, a sua missão é bem dura: a última derrota dos andaluzes em casa pela UEL ocorreu em abril de 2016, nas semifinais contra o Athletic Bilbao, e nem assim serviu para eliminá-los.

Strakosha teve vida complicada contra o Sevilla (LaPresse)

Já em terras austríacas, Lautaro Martínez, de pênalti, marcou o gol que deu a vitória à Inter contra o Rapid Vienna, no Allianz Stadion. E basicamente é isso que podemos relatar sobre o jogo, encerrado com um magro, mas útil 1 a 0 para os interistas. Enfrentando uma equipe bastante inferior, a Beneamata controlou a posse de bola durante toda a partida, mas outra vez não conseguiu ser agressiva e criar chances claras de gol, dependendo muito dos cruzamentos do Politano.

O assunto mais comentado no clube no momento, porém, vem de fora dos gramados e atende pelo nome de Mauro Icardi. O centroavante argentino está, ou estava, em processo de renovação de contrato com o clube. Pelo que foi noticiado pela imprensa italiana, sua agente e esposa Wanda Nara está fazendo exigências que a Inter não pretende cumprir. Com toda essa situação, o clube resolveu tirar a faixa de capitão de Icardi, elegendo o goleiro Samir Handanovic como novo capitão da equipe. A diretoria não estaria satisfeita com o fato de o camisa 9 não estar tentando apaziguar os ânimos e também por sua baixa influência sobre os demais atletas do elenco.

Chateado com a decisão, Icardi decidiu não viajar com o clube, mesmo tendo sido convocado por Luciano Spalletti. No dia seguinte, foi o primeiro a chegar para os treinamentos destinados aos jogadores que não foram para a Áustria.Veremos os desdobramentos desta história nas próximas semanas, mas devido a toda essa situação, foi importante para a Inter vencer o jogo e encaminhar a vaga para a próxima fase.

Se Inzaghi teve motivos para lamentar e Spalletti encontrou razões para se sentir aliviado, Carlo Ancelotti teve uma noite sem estresse. Afinal, apesar de ter feito uma boa primeira fase, todos sabíamos que o Zürich não estaria a altura do jogo coletivo e das peças individuais que o Napoli possui. Jogando com força total, mas na primeira partida sem Hamsík, vendido para o Dalian Shide, da China, o time campano contou com ótima atuação de Callejón. Embalado pelo espanhol, o time partenopeo venceu por 3 a 1 na Suíça e está muito perto de avançar no torneio.

Callejón está bom de conta (AP)

Logo aos 11 minutos do primeiro tempo, tivemos um erro fatal na saída de bola do time helvético. Milik pressionou o goleiro, roubou a bola e rolou para Insigne abrir o placar. Dez minutos depois, Malcuit recebeu em campo ofensivo, avançou e cruzou na medida para Callejón completar para o gol e deixar o Napoli em boa vantagem no duelo. Com vitória hipotecada, para ser mais exato.

Os donos da casa tentaram reagir após o intervalo, sempre utilizando o meia Kololli aberto pela esquerda, mas sobrou vontade e faltou qualidade para agredir com eficácia. Mesmo diminuindo o ritmo durante toda a segunda etapa, o time de Ancelotti não chegou a sofrer em nenhum lance até o terceiro gol, anotado por Zielinski, numa bela jogada, aos 83 minutos de partida. Um pênalti cometido por Maksimovic, por toque no braço, deu alguma emoção no apagar das luzes. O mesmo Kololli diminuiu, com uma bela cavadinha, e depois Kryeziu acertou o travessão e a trave no mesmo lance – no rebote, Meret ainda fechou a porta para Khelifi.

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