A missão era difícil. Após levar 2 a 0 no Emirates Stadium, o Napoli precisaria superar o Arsenal pelo mesmo placar para levar o jogo para a prorrogação ou por três gols de diferença para se classificar para as semifinais da Liga Europa. Significava que os azzurri teriam de bater um time de Unai Emery, o maior vencedor de partidas de mata-mata na competição, e infligir aos Gunners sua primeira eliminação europeia após um triunfo por pelo menos dois gols de vantagem – eram 16 passagens de fase até então. Agora são 17, já que o Napoli atuou mal e perdeu por 1 a 0.
Em Londres, o Napoli foi amplamente dominado pelo Arsenal. Dessa vez, o time inglês não forçou tanto e esperou mais o adversário, deixando a bola com os donos da casa. Os partenopei até conseguiram encontrar espaços na defesa dos Gunners, que geralmente sofre gols, mas não aproveitaram as chances criadas. Em toda a peleja, o time italiano mostrou enorme dificuldade de acertar chutes no alvo.
Aos 17, Callejón recebeu em boas condições na área e arrematou em cima de Cech, naquela que seria a única finalização de perigo que encontraria o caminho da meta. O grande esbanjador da noite foi o polonês Milik e ele mostrou isso 11 minutos depois da oportunidade desperdiçada pelo colega espanhol. O camisa 99 recebeu um cruzamento na medida, mas não soube direcionar o cabeceio – antes disso, na única vez que arrematou corretamente, teve gol anulado por impedimento.
O gol perdido foi a senha para o Arsenal decidir, virtualmente, a eliminatória. A equipe inglesa teve uma falta de longa distância a seu favor, aos 35 minutos, quando Maksimovic derrubou Lacazette. O próprio atacante francês foi o responsável pela cobrança e bateu com muito efeito na bola, não dando chances a Meret – que colaborou, montando mal a barreira. No início do segundo tempo, o goleiro se redimiu com uma defesa incrível no mano a mano com Aubameyang, mantendo o Napoli vivo no jogo.
Precisando de quatro gols em 45 minutos, logo na volta do intervalo Ancelotti decidiu sacar Maksimovic e colocar Mertens, passando o time para o 4-3-3 e recuando Callejón para a lateral-direita. Assim como as substituições que efetuou depois, não deu muito certo. Basta citar que o jogador que saiu do banco de reservas e melhor se adaptou à partida foi Mário Rui, que foi a campo nos 20 minutos finais e encontrou Milik livre na pequena área para marcar. O atacante, porém, deu de zagueiro e errou a finalização. Em outra jogada do português, Monreal tentou o corte e quase marcou contra, obrigando Cech a uma rápida reação.
No final das contas, o Napoli deixou o campo com uma eliminação relativamente esperada pela torcida – que nem encheu o San Paolo –, mas numa situação pior do que entrou. A equipe, que era a única italiana remanescente nas competições europeias, mostrou enorme apatia e deixou Ancelotti bastante irritado no banco de reservas. O primeiro ano de Don Carletto se revelou cheio de percalços e acabou mais cedo do que o esperado, graças às eliminações nos torneios europeus e na Coppa Italia. Praticamente garantido na próxima Champions League, o time campano cumprirá tabela daqui até o final de maio, quando termina a Serie A.
Napoli 0-1 Arsenal (placar agregado: 0-3)
Napoli: Meret; Maksimovic (Mertens), Chiriches, Koulibaly, Ghoulam (Mário Rui); Callejón, Allan, Zielinski, Ruiz; Insigne (Younes), Milik. Treinador: Carlo Ancelotti.
Arsenal: Cech; Papastathopoulos, Koscielny, Monreal; Maitland-Niles, Ramsey (Mkhitaryan), Xhaka (Elneny), Kolasinac; Torreira; Aubameyang, Lacazette (Iwobi). Treinador: Unai Emery.
Gol: Lacazette.
Árbitro: Ovidiu Hategan (Romênia)
Local: San Paolo, em Nápoles (Itália)
Decepcionante o futebol que o Napoli não apresentou nesses dois jogos contra o Arsenal