Diante de um Dynamo Kyiv fragilizado pelo surto de coronavírus que atingiu o seu elenco – o que repercutiu, inclusive, na seleção ucraniana –, a Juve, mesmo que sem balançar as redes nos primeiros 45 minutos, parecia próxima de abrir o placar. Isso ficou mais nítido depois que Ramsey, após uma belíssima jogada individual, achou Kulusevski na área: de letra, o sueco quase deu a vantagem para a equipe de Pirlo aos 33 minutos, mas Bushchan estava atento.
O segundo tempo mal tinha começado e a Juve já havia balançado as redes. Chiesa fez bela jogada individual e cruzou para Ramsey que, de letra, ajeitou para o chute de Kulusevski. O goleiro ucraniano defendeu, mas Morata colocou para dentro no rebote.
Depois de abrir o marcador, a Juve se retraiu, deixando o time de Lucescu crescer no jogo. E os ucranianos cresceram. Quando o relógio marcava 70 minutos de jogo, era possível ver a Juve acuada diante de um Dynamo que tentava se impor, mas sem levar muito perigo. Armada no contra-ataque, a Juve chegou ao segundo e último gol da partida novamente com Morata, que completou, de cabeça, um cruzamento de Cuadrado.
O ponto preocupante da estreia juventina fica por conta das condições físicas de Chiellini. O defensor sentiu uma lesão aos 17 minutos e pode desfalcar a equipe tanto no jogo do final de semana, pela Serie A, quanto na próxima rodada da Liga dos Campeões, quando a Juventus enfrentará o Barcelona.
Lazio 3-1 Dortmund
Dominante, a Lazio não sentiu o peso de estrear na Champions League, após 13 anos de ausência, diante do Borussia Dortmund: o time romano simplesmente atropelou os alemães ao fazer 3 a 1 no Olímpico. Em um jogo crucial para as intenções das duas equipes, que – em tese – devem duelar pelo primeiro lugar do Grupo F, a formação de Inzaghi foi praticamente impecável. Os celestes impuseram a sua estratégia e machucaram bastante os visitantes em cada chance que criavam.
Logo no começo do confronto, as águias já mostravam as suas garras, subindo a marcação e pressionando a saída de bola aurinegra, o que deu resultado. Sob pressão, Meunier foi desarmado por Lucas Leiva, que estava marcando próximo à quina direita da grande área. A bola sobrou para Correa, que só rolou para Immobile abrir o placar, no melhor estilo “lei do ex”.
Os dois times, que estavam escalados com três zagueiros, tinham disposições táticas semelhantes. O Dortmund atacava em um 3-4-2-1 e se defendia em um 5-3-2, enquanto os biancocelestes se organizavam em um 3-5-2, com Correa e Immobile no comando de ataque, Lucas como volante, Luis Alberto como meia central pela esquerda e Milinkovic-Savic pela direita.
Logo após o gol que abriu o marcador a favor dos donos da casa, o Dortmund se viu obrigado a atacar, proporcionando ao time de Inzaghi tudo o que ele mais queria. Com espaço para contragolpear, a Lazio levava muito perigo à meta de Hitz.
Praticando um jogo de transição que beirava a perfeição, a Lazio precisava de muito pouco para chegar ao gol adversário, concluindo o lance em dois, três toques. Sob o comando de Luis Alberto, seu maestro, a equipe biancoceleste acelerava e reduzia o ritmo da partida ao seu bel-prazer.
Esburacada, a defesa aurinegra pouco podia diante do trio de ataque laziale, que bagunçava os alemães como bem queria. Quem mais sofreu com as investidas italianas foi Meunier, que errou praticamente tudo que tentou. Com 93 toques na bola, ao todo, o belga a perdeu em 27 oportunidades.
O segundo gol do time da capital foi fruto de mais um feroz contra-ataque. No primeiro momento, Hitz até salvou o Dortmund, mas, no lance seguinte, em um escanteio originado pela sua defesa, acabou entregando o ouro para a Lazio. Luiz Felipe ganhou de Meunier no alto e cabeceou; o arqueiro ficou no meio do caminho e, ao tentar defender, acabou ajudando a bola a cruzar a linha – o que fez, inclusive, com que a arbitragem creditasse o lance como gol contra.
Os melhores momentos do Dortmund tinham nome e sobrenome: Erling Haaland. O atacante norueguês estava, mais uma vez, endiabrado. Como Midas, tudo que Haaland tocava virava ouro. Com uma exibição coletiva horrorosa, coube ao nórdico armar, como para o lance de Guerreiro e Meunier. E, claro finalizar, como em chute perigoso efetuado aos 48 e no gol, anotado aos 71 minutos, após belo passe de Reyna.
Porém, quando o Dortmund ameaçava crescer na partida, veio o golpe fatal de Luis Alberto e companhia. O camisa 10 lançou Immobile, que cruzou no meio, para Akpa Akpro decretar ponto final no confronto. O jogo estava definido com um que gol teve a cara da Lazio, que precisa de poucos toques para gerar uma chance clara, principalmente com lançamentos do maestro espanhol para o seu capitão atacar o espaço.
Com o resultado diante do Dortmund, a Lazio deu um passo gigantesco para se classificar para a próxima fase da Liga dos Campeões, mesmo que estejamos apenas na primeira rodada da competição. O triunfo do Club Brugge sobre o Zenit, em plena Rússia, também foi muito comemorado pelo lado celeste da Cidade Eterna.